Fanfic: Amor além do tempo | Tema: RBD/rebelde Vondy

A vodca já não descia tão bem na décima quinta taça, o chocolate que antes tinha um sabor doce, agora carregava um sabor amargo, os cabelos em tons avermelhados que antes possuiam lindos cachos, agora não passavam de fiapos soltos.

-Dulce, você passou a noite toda sentada ai chorando? - A voz doce ecoava pelo cerébro mas nada era respondido, os olhos inchados já respodiam por si, a voz já não saia. a negação era nitída enquanto a sombra de sua mãe voltava para o comôdo atrás do corpo já fraco de Dulce. Já não dava pra acreditar no que estava acontecendo, o desejo de que tudo aquilo não passasse de um pesadelo só tornava tudo mais dolorido, a frase que Christopher dissera horas antes ainda ecoavam em sua cabeça "Ainda vamos ser amigos". Como puderá ser amiga do cara por quem mais foi apaixonada? pelo cara que havia transado por todos os comôdos de sua casa, que viu seu lado mais sensível e sabia de cor todos os seus gostos? Por mais que tentasse já não podia mais lidar com seu coração partido, as ligações de suas amigas começavam a ecoar pela casa a despertando de um profundo devaneio.

-Dulce? O que houve? Vi que me ligou de madrugada, aconteceu algo? - A voz preocupada de Anahi apenas a fez se derramar mais em lágrimas, não sabia como começar a contar a terrivel noite pela qual havia passado.

-Eu e Christopher terminamos.. já não existimos mais. - A fala abafada em meio aos soluços fez Anahi suspirar assustada no outro lado da linha.

-O que? Como? Quando? Por que? - Dulce também queria ter essas respostas, mas ela também não sabia o porquê, ela apenas havia sido lançada para o fogo.

-Eu não sei, ontem ele disse que precisavamos terminar e terminou comigo por mensagem de texto. Já não sei nem oque pensar mais, sinto que meu peito está dilacerado em mil partes.

-Acha que ele pode ter outra? Quer dizer, geralmente quando homens agem assim é sinal que pode ter outra na jogada.

-Eu não sei, não gosto nem de imaginar essa possibilidade e acho que estou levemente bebâda e com vontade de mijar.

-Não vou deixar você sofrendo em casa, amiga. Coloca uma roupa que vamos ir dar uma caminhada, você precisa respirar um ar puro. Te encontro na praia. - Um banho gelado era tudo que Dulce precisava para despertar, as roupas já não faziam mais sentido, mesmo atordoada ela precisava de um consolo que sabia que apenas sua amiga a daria, durante o caminho sentiu seu celular vibrar, era ele, o motivo pelo qual seu rosto estava inchado e seu coração quebrado. 

• Bom dia


• Oi, dormiu bem?


• Demorei a pegar no sono, foi dificil


• É, eu não consegui dormir também


• É assim mesmo, com o tempo vamos nos acostumar.

Dulce já não sabia oque responder, apenas se permitiu chorar novamente, antes que pudesse dizer algo sua amiga Anahi já estava ali, a esperando.

-Ei, como você está? Ele é um idiota, você não deveria chorar por um idiota.

-Obrigada por me tirar de casa, eu precisava disso.

-Não há deque. Ei, me conte as fofocas, que tal a gente comer algo ? Estou salivando por um daqueles croissants de queijo do senhor Antenor. - Não tinha sequer uma pessoa no mundo que pudesse resistir ao cheirinho do salgado de massa macia da pequena lanchonete que fazia esquina com a praia. Os bancos confortáveis soaram como aconchegantes quando Dulce se sentou.

-Eu queria poder dizer que até esse salgado delicioso do Senhor Antenor me faria falar, mas acho que nem assim eu conseguiria. 

-Tudo bem, não precisamos falar disso, na verdade, não devemos falar. Te contei sobre o garoto que estou saindo? Ele é um fofo mas não sei dizer se vamos ter algo sério, quer dizer, eu não espero isso, não agora, ainda mais do jeito que anda minha faculdade, você sabe..

A tarde havia passado em um pulo, sem sequer perceber já havia anoitecido passar o dia com Anahi era oque Dulce precisava.

• Podemos nos encontrar amanhã para devolvermos as coisas um do outro? 


• Claro, que horas?


• Pode ser por volta das 12:00?


• Ok!


• Te vejo no nosso lugar amanhã então.

Tudo que Dulce havia segurado durante o dia voltou a tona novamente ela não podia acreditar que realmente iam fidelizar o ato do término.