Fanfic: Au Pair - Vondy (Finalizada) | Tema: Vondy

Christopher Uckermann 🍼

O que a Dulce me contou ainda estava martelando na cabeça, como pode depois de tanto tempo ter a cara de pau de querer se aproximar da minha filha para tentar tirá-la de mim. Ah mas se a Belinda pensa que vai ganhar essa causa, está redondamente enganada. Pensei que seria fácil pegar no sono, no entanto tive que ir novamente a cozinha tomar um remédio, porque ultimamente minha vida tem sido assim uma preocupação atrás da outra. E por falar neste assunto, me lembrei de outro, que não tinha nada haver quando ontem a noite entrei na cozinha e me deparei com a Dulce usando apenas uma cueca feminina vermelha e regata. Minha nossa! Aquilo foi pra quebrar de vez, porque eu não imaginava que ela tivesse um corpo tão esculpido. Definitivamente aquelas curvas eram a perfeição, porque nunca havia visto uma mulher tão bem distribuída assim. E olha que costumava ver várias modelos em trajes bem mais indecentes, porém nenhuma delas se comparava a Dulce. Porque Pqp! Literalmente a garota era um bombom linda demais para não ser apreciada.

Mesmo tomando o remédio, optei por ficar na sala, já que o sono estava demorando vim. Fixei o olhar para o lado da escada, e vi algo pequeno descer os degrais Ah não o que a Grace estava fazendo acordada a essa hora? Levantei rapidamente indo até as escadas e a peguei no colo, conduzindo novamente até o seu quarto. 

- Papai deixa eu dormir com você. - Esfregou o paninho que ela costumava dormir nos olhos. 

- Meu anjinho o papai não está dormindo, então acho melhor dormir no seu quarto. Papai vai te colocar na cama e contar uma história pra você. 

- Da Cinderela. 

- Sim. - Alcancei o interruptor para acender a luz e pegar o livro que estava em cima da mesinha que a Grace costumava fazer seus desenhos. Coloquei ela deitada na cama e fiquei ao seu lado começando a ler a história. 

- Agora eu quero a história da Dulce. Sabe papai vou te contar um segredo. Ela é uma sereia. 

Comecei a rir. Realmente ela invocou que a Dulce era uma sereia. Criança tem cada uma que chega ser cômico. 

- Porque está rindo papai. - Cruzou os bracinhos parecendo chateada. 

- Por nada meu amor. - Deixei o livro na mesa de cabeceira onde também ficava o abajur. - Meu anjo o papai vai te fazer uma pergunta: a Dulce te trata bem? - Apenas afirmou. - É você gosta dela? 

- Sim muito. Queria que ela fosse minha mamãe. - Eita que agora o negócio complicou. - Você disse que a minha mamãe virou estrelinha. - Você acha a Dulce bonita papai? 

Não acredito que uma criança de três anos estava me colocando nesta situação. Realmente a Dulce tinha razão em dizer que a Grace era esperta. Como eu o pai dela não percebi isso antes. 

- Sim ela é bonita. - Resolvi cortar antes que as coisas tomassem outra proporção e eu não queria que isso acontecesse. - Então princesinha o que acha de fechar os olhinhos pra dormir. - Comecei a fazer carinho no seu cabelo até que ela adormecesse. 

No dia seguinte acordei cedo como o costume, e tomei café da manhã com a Grace. Dulce ainda dormia, mas não lhe incomodaria porque hoje era a sua folga. Então deixaria ela a vontade para fazer o que quisesse. Pela manhã a moça que fazia a limpeza semanalmente deixou a casa um brinco, exatamente do jeitinho que eu gostava. Aproveitei o dia de folga, para lavar algumas roupas, e aparar a grama do quintal que estava enorme. Também cuidei do jardim e reguei as plantas que ficava na entrada da casa. E por falar nelas, falaria ainda hoje com a Dulce para fazer um favor de rega-las quando eu não estivesse aqui. Deixei a Grace brincar um pouco no jardim e peguei um livro para ler. 

Dulce acordou um pouco tarde para ser exato quase 12:00. Mas não a julguei, pois faz dois dias que ela está aqui e provavelmente ainda estava se acostumando com o fuso horário. 

- Boa tarde! Desculpa ter acordado essa hora e que eu estava muito cansada. Mas não se preocupe que isso não vai se repetir. 

Ficou sem graça. 

- Não precisa se desculpar Dulce, e sua folga. - Me apressei a dizer. - As panquecas estão sobre a ilha, e o café também. 

- Obrigada! - Agradeceu indo diretamente para cozinha. Porém um certo alguém interrompeu seu caminho. 

- Boa tarde meu amor! - Grace simplesmente pulou na Dulce que a pegou no colo fazendo com que a própria lhe desse um forte abraço.

- Você vai sair? 

- Sim. 

- Vai aonde? 

- No shopping. 

- Posso ir com você? 

Não consegui conter um sorriso ao ver toda cena. Definitivamente Dulce conseguiu conquistar o coração da minha menina em tão pouco tempo. 

- Grace deixa a Dulce tomar café. - Chamei ela na intenção de dar um pouco de espaço a Dulce. Porque afinal de contas hoje era a sua folga. 

- Poxa papai.

Dulce colocou ela no chão e continuou caminhando até a cozinha. 

- Meu amor hoje e a folga da Dulce, ela vai sair pra fazer suas coisas, e você vai ficar aqui com papai. - Apertei a ponta do seu nariz. - Vamos fazer o seguinte: amanhã te levo ao shopping, e depois iremos a casa da sua avó. 

- Eba! 

Começou a pular, enquanto eu resolvi ir até a cozinha para preparar o nosso sanduíche. Aliás o Mac' cheese da Grace e o meu sanduíche. Dulce tinha acabado de colocar alguns pratos e talheres na máquina de lavar louça e começou a limpar a pia. 

- Pode deixar que eu faço isso Dulce. Vai la no shopping espairecer um pouco. Afinal é o nosso dia de folga.

Acho que acabei assustando ela outra vez. Porque a própria deu um pulo e virou-se 

de frente para mim espalmando a mão sobre o peito. 

- Te assustei? 

- Não. - Colocou a mão por trás do pescoço. Exatamente como tinha feito no primeiro dia que chegou aqui. - Então eu ia te perguntar sobre a condução...

- Uber. - Completei já sabendo do que se tratava. - Eu posso pedir pelo aplicativo se você quiser. 

- Oh não precisa Christopher, é só deixa que eu mesma peço aqui.

- De maneira alguma eu peço aqui. E pro shopping que você vai? 

- Sim. 

- Se quiser eu te levo. 

- Não que isso! Eu agradeço, mas não precisa. Acho melhor pedir a Uber... O senhor está muito cansado e eu não quero incomodá-lo. 

- Já falei pra parar com o senhor. Gostaria que chamasse de Christopher esta bem. E outra não será incômodo nenhum levá-la ao shopping. 

- Ok Christopher! - Ela apenas esboçou um sorriso contido. 

Peguei o celular e pedi a Uber e em seguida avisei a ela que chegaria em cinco minutos. 

- Obrigada! - Dessa vez ela sorriu. 

- Por nada Dulce. Estarei aqui sempre as suas ordens. 

Deus! O que estava acontecendo comigo? Não era possível que eu... E melhor esquecer do que fiz, pois será bem melhor assim. Também evitei olhar pra ela, exatamente porque os meus instintos estavam começando a me trair. 

- A Grace se apegou a você bem rápido né.

Pronunciei logo assim que fomos para o lado de fora da casa. 

- Verdade. 

Ela parecia distante, porque continuou olhando a rua. 

- Da pra ver que realmente a minha menina gosta muito de você. Eu sabia que isso iria acontecer. 

- Ae, eu também gosto muito dela. - Virou o pescoço para me encarar, já que estava ao seu lado. - E uma menina encantadora. Um amorzinho. 

Sorriu. Dessa vez não consegui desviar o olhar, pois tinha algo diferente em seus olhos que de alguma forma chamou a minha atenção. Respirei fundo e passei a língua entre os lábios tentando pensar em alguma forma de fugir da situação, no entanto a uber encostou. Graças a Deus! Acabei por me livrar de uma. 

- A sua uber chegou. - Desviei o olhar dela rapidamente olhando para o veículo. 

- Tchau Christopher! 

- Tchau Dulce! 

Meus olhos me traíram outra vez olhando novamente para ela que acabou sorrindo. Porque ela tinha que ser tão linda. Observei ela entrar no veículo que era prata, e logo a seguir ele sair. Encostei no batente da porta sorrindo feito um bobo. Droga! Por que estava me sentindo assim tão estranho? Já que prometi a mim mesmo que não me apaixonaria novamente. Ainda mais pela babá da minha filha que daqui a seis meses retornará pro Brasil. Retornei para dentro e tranquei a porta por causa da Grace, pois a menina era esperta o suficiente para abri-la ou até mesmo escapar. Continuei andando até a cozinha, e os meus olhos foram diretamente para a criança que no momento estava em cima do banco tentando abrir o armário. 

- Epa! O que você esta fazendo aí garotinha? - Imediatamente tirei ela de cima do banco colocando-a no chão. 

- Eu vou pegar biscoito papai. Tô com fome. 

- Biscoito agora não tá. Primeiro vai comer o Mac' cheese aí depois papai te dá o biscoito. - Passei a mão no seu cabelo me lembrando de algo que no momento eu deveria ter descartado pois o medo disso acontecer é grande.

- Papai ontem no parquinho, uma moça com o cabelo igual o meu me fez um monte de perguntas. Aí a Dulce me tirou do balanço e trouxe pra cá.

De vez em quando a Grace tinha disso, de soltar as coisas do nada. Mas acredito que a maioria das crianças são assim. 

- E como era essa moça filha? 

Mesmo tendo a plena certeza de ter sido a Belinda resolvi indagar. 

- Não lembro direito. Por que papai? 

- Por nada meu anjo. Vamos comer. 

Tirei o Mac' cheese do micro-ondas colocando-o em seu prato. Depois preparei o sanduíche e sentei ao seu lado no outro banco. Grace não disse mais nada sobre o assunto, e eu achei melhor, pois em hipótese alguma queria que ela tivesse contato com Belinda. E por falar na desgraçada, novamente me veio a mente todo o sofrimento do qual passei. Me lembrei de ter deixado New York com uma mão na frente e outra atrás e uma bebê de quase um ano, pra voltar a Phoenix exatamente para a casa dos meus pais.  Depois de ter saído feito faculdade durante cinco anos e conseguido um emprego excelente em uma das maiores revistas do país. No início foi tudo muito difícil principalmente por ter caído em uma depressão horrível. Entretanto com muito esforço e garra, dei a volta por cima. Consegui um emprego na Elle magazine, e comprei essa casa que no início teve que passar por várias reformas, porque estava decaída. Ainda estava terminando de pagar o empréstimo que peguei no banco para reforma, mas graças a Deus estou em algo que é meu e que consegui com o suor do meu trabalho. Belinda sempre dizia que eu nunca conseguiria ir a frente sem ela, mas aqui estou para provar que venci é que nada que venha da própria me abala mais. Primeiramente porque estava me recuperando da dor que ela havia me causado, e agora seguiria tranquilo a minha vida com a Grace. Mas não deixando de curtir de vez em quando porque também não sou de ferro e preciso de alívio. 

Dulce passou a tarde toda no shopping, e eu aproveitei para colocar algumas coisas do trabalho em dia para não ficarem acumuladas pra segunda. Grace me fez tirar a mesa que tinha no seu quarto e trazer pra sala, para fazer os seus desenhos. O primeiro eu não consegui decifrar, mas ela disse que era uma sereia amiga da Dulce. Sinceramente não sabia da onde ela tirava essas coisas, provavelmente deveria ser dos desenhos que assistia. O segundo me chamou atenção porque era só um rabisco com o boneco sozinho. Ela disse que era a mãe  que virou estrelinha, e o terceiro desenho a própria desenhou Dulce ela é eu. 

- Papai a Dulce foi embora?

Começou a fazer uma carinha de choro e aquilo me cortou o coração. 

- Não meu anjo ela foi ao shopping, e daqui a pouco está aqui Tá bom. 

- Eu não quero que ela vai embora papai. Quero ela seja a minha mamãe. 

À vozinha dela que estava embargada por conta do seu chorinho me comoveu a ponto de quase chorar junto. Fdp! Era nesses momentos que eu tinha  mais raiva da Belinda. Como pode abandonar a própria filha por causa de um infeliz. Agora fica a criança aqui sofrendo. 

- Meu amor a Dulce não é a sua mamãe, porque a sua virou estrelinha. 

- Boa noite! 

Uma voz doce ressoou pelo ambiente. Nunca tinha parado pra prestar atenção, mas definitivamente a voz dela me causava. Ah para com isso Christopher! Pelo amor de Deus. 

- Dulce você voltou. - Grace correu na direção dela e a abraçou. - Eu fiz um desenho olha só. - Ela se afastou da Dulce para pegar a folha que tinha desenhado nos três. - Olha aqui.

- Ah que lindo! - Agachou para ficar da altura dela. - Foi você que fez? É essa aqui e quem? 

- Essa aqui é você eu é o papai. 

- Hum ficou lindo parabéns! - Encostou os lábios na bochecha dela. 

- E essa outra aqui é a sua amiga. - Entregou mais uma folha de desenho a Dulce que pegou para olhar. - Ela também é uma sereia.

- Ae, igual a mim. - Plantou outro beijo no rosto dela. - Você é muito linda sabia. 

- Você também eu adoro seu cabelo. Ele é muito bonito. 

Parei o que estava fazendo, para apreciar a cena, definitivamente  Grace estava bem apegada a Dulce e eu tinha medo de quando a própria voltasse pro Brasil. Mas até lá trabalharei melhor a cabecinha dela em relação a isso. 

- Muito obrigada! É esse desenho aqui. - Pegou a terceira folha que estava na mão da Grace. 

- Essa é a minha mamãe que virou estrelinha. - Imediatamente a Dulce me encarou. Apenas comprimi os lábios e arregalei um pouco os olhos. - E porque ela está sozinha? 

- Não sei. 

- Grace deixa a Dulce descansar tá bom minha filha. Vem aqui ficar com o papai. 

- Deixa ela. 

Dulce começou a andar até o meio da sala. 

- Nem pensar, você precisa descansar. Já comeu algo? Olha daqui a pouco vou pra cozinha preparar o jantar. Você gosta de macarrão com queijo? 

- Sim. 

- Ok! Então nos vemos no jantar. - Ela sorriu. - Grace vem cá ficar com o papai. 

Chamei ela novamente, já que a criança estava empacada no mesmo lugar. 

- Até. Com licença! 

Não deixei de acompanhá-la com o olhar até que ela pegasse o corredor que dava acesso ao seu quarto. 

- Papai, bem que a Dulce podia ser minha mamãe.

Do nada Grace soltou essa novamente. Ela tinha voltado e sentou no meu colo encostando a cabeça em meu peito. 

- Mas ela não vai ser tá bom. Tira isso da sua cabecinha. Tem certas coisas que você ainda é muito criança pra entender, mas quando crescer vai  compreender. - Apertei a pontinha do seu nariz. - Vamos tomar um banho. 

Curvou os ombros para frente fazendo um certo charme. Eu já sabia que ela estava fugindo do banho. Sempre foi assim desde quando era mais novinha. Simplesmente dava um show para entrar embaixo do chuveiro. 

- Tomar banho não papai. 

- Não... - Comecei a fungar o braço dela, até o pescoço. - Hum... Está precisando de um banho. O a Dulce não gosta de criança suja. Se você não tomar banho ela não vai querer ficar perto. Ai é que ela vai embora. 

- Não papai, eu não quero. 

- Então e só a Grace tomar banho que ela fica. 

Por fim consegui convencê-la, e dei um banho nela. Coloquei a roupa que a própria escolheu, porque agora ela estava com a mania de dizer que as roupas que eu escolhia eram feias. Por ser pai de menina, tive que aprender a fazer penteados na marra, então eu dividi o cabelo dela ao meio e fiz um rabo de cado lado. Sorte que o cabelo da Grace era ralo e fino porque senão estaria ferrado. 

- Perfume e... — Apontou para a boquinha. 

- Nem pensar, você não tem idade pra passar batom não, ainda é muito criança. - Apertei a pontinha do seu nariz. 

- Mas eu vi a Dulce passando então também quero. 

- A Dulce é adulta ela pode, você não. Agora vem aqui pro papai passar o perfume. 

Passei pouco, mesmo que fosse próprio para ela com o aroma fraquinho e não forte para não prejudicar sua pele que ainda era muito sensível devido a própria ser apenas um bebê. 

Deixei Grace na sala vendo desenho, e fui a cozinha preparar o jantar. Depois de pronto coloquei os pratos em cima da ilha, incluindo a travessa de macarrão com queijo. Dulce ainda não tinha aparecido, será  que tinha acontecido algo? Pegaria mal se eu fosse até o seu quarto só para sondar? Não dei ouvido aos meus questionamentos, e caminhei até lá, bati na porta três vezes e ela não respondeu. Droga! Será que realmente ela está bem? Fiquei preocupado agora. 

- Oi... - Depois de um tempo parado ali finalmente ela abriu a porta. Seu rosto estava vermelho e ela estranha. Totalmente esquisita. 

- Opa! Está tudo bem? 

- Sim. 

- Ah que bom, é que estranhei você não ter aparecido e fiquei preocupado, por isso decidi aparecer aqui para conferir. Então vim avisar que o jantar está pronto. 

- Obrigada por se preocupar, só vou terminar de arrumar algumas coisas e logo apareço. 

- Ok! Vou esperar. 

Estava a ponto de tremer pela proximidade, no entanto me contive. 

- Está bem... 

Sorriu de forma contida e logo a seguir fechou a porta. Respirei fundo encostando na parede e passei a mão no cabelo me questionando o porquê de estar assim. Não era possível que estava me interessando... Não, não. Claro que não! Um tempo depois Dulce apareceu na cozinha, ela estava com os cabelos úmidos exatamente como na quarta a noite. Como pode alguém ficar tão linda de cabelos molhados e totalmente natural. É estou vendo que vai ser difícil controlar meus instintos. Sabia que colocar uma babá bonita pra cuidar da minha garotinha seria complicado. 

- Está tudo bem? 

Essa proximidade estava começando a ficar perigosa demais. Digo isso mais por minha causa do que propriamente a dela. Porque o medo de não responder por mim, é fazer algo que não devo e grande. Ainda mais ela estando toda... E melhor afastar esses pensamentos antes das coisas tomarem outra proporção. 

- Sim. 

- Quer ajuda? 

- Obrigada Dulce mas não precisa se incomodar.  Só sente aqui para eu poder te servir. 

- Não Christopher, pode deixar que eu me sirvo tá bom. 

Espalmou a mão por cima da minha fazendo leves carícias. 

- Claro, como você quiser. Aqui estão os talheres. 

O negócio estava tão complicado que esqueci da baixinha que ficou na sala vendo desenho. 

- Cadê a Grace? 

Espalmei a mão sobre a testa. 

- Droga! Esqueci dela. Me da só da um minutinho Dulce. 

- Sim vai lá... 

Caminhei até a sala, e quando me aproximei do sofá vi que ela já tinha adormecido. Ah meu Deus meu bebê nem jantou. Pensei pegando a no colo e subindo as escadas até o seu quarto. Coloquei ela deitada na cama e depois de cobri-la e dar-lhe um beijo na testa, voltei a cozinha. Dulce ainda estava a minha espera para jantarmos juntos, achei que ela não fosse fazer isso, no entanto me surpreendi. 

- E a Grace? 

- Dormiu... 

- Poxa! 

Até fazendo biquinho ela continuava linda. Merda! De novo com isso Christopher. E pelo visto estou precisando recorrer a Lisa. Bom Lisa era uma amiga que de vez em quando me socorria. Resumindo ela sabia de toda a merda e não forçava a barra para nós dois ficarmos juntos. 

- Olha não quero que me ache uma intrometida, mas venho percebendo que vira e mexe você fica meio aéreo. Como se estivesse em um outro lugar sabe. Não sei se isso é coisa da minha cabeça, mas eu sou muito observadora. Meus amigos costumam dizer que sou terrível reparo tudo. 

- Sério! Então é que sou assim desde criança me desculpa. 

Se a própria soubesse que parte da minha viagem estava sendo com ela não falaria isso. Ou talvez fugiria pegando o primeiro voo pro Brasil. 

- Que isso! Não precisa se desculpar. Vamos jantar porque estou doida pra provar esse macarrão 

- Sério! 

- Aham 

- Então está bom. Me dá o seu prato para eu colocar. 

- Não Christopher deixa que eu mesma me sirvo ok. 

Pegou o talher de servir colocando um pouco de macarrão em seu prato, depois fez a mesma coisa com o meu. Acabei me surpreendendo com a  com a atitude, tanto que nem soube o que dizer, apenas puxei algum assunto para quebrar o silêncio. 

- É aí o que achou do shopping? Vi que chegou sem sacolas. Olha se o problema for relacionado ao dinheiro não se preocupe, que amanhã vou te pagar. 

- Bem não foi por isso. E que só fui mesmo a passeio, aliais aproveitei para ir ao cinema. - Sorriu. - É depois fui comer algo. 

- Ah sim que bom pelo menos se distraiu um pouco. 

- Aham. 

- Olha esse fim de semana vou a casa dos meus pais, então você terá o sábado e o domingo totalmente livre. Até pensei em te chamar para ir conosco, mas não sei se vai querer. 

- Agradeço o convite Christopher, mas acho melhor ir somente você e a Grace. Eu fico aqui sem problemas. Vou no shopping ou marco algo com a minha colega. Estava pensando em ir a praia, mas tem que ver direitinho sabe. Eu não conheço nada aqui e só tenho a Zora de conhecida, portanto terei que deixar para uma outra ocasião. Quem sabe mais a frente não role. 

- Quem sabe né. — Repeti as mesmas palavras sentindo um pouco de nervosismo  Não sei se era devido a aproximação nossa, mas só sei que estava começando a sentir algo estranho. — Ok! Só vou te pedir um favor Dulce: Pode regar minhas plantinhas? 

- Claro que posso...

- Obrigado! E é o seus pais conseguiu falar com eles? 

- Sim na segunda eles vão poder. E que esse fim de semana os dois vão fazer uma viagem a trabalho. 

- Ok! Por mim está tudo certo. Mas que horas eles vão entrar em contato? 

- Bom no caso 23:00 lá e sete aqui. 

- Vou ver se chego mais cedo do trabalho. E que você vai ficar seis meses aqui e eu preciso ter contato com seus pais caso alguma coisa aconteça sabe. Você está sobre a minha responsabilidade, e querendo ou não o programa é eu seremos responsáveis caso aconteça algo contigo. Portanto gosto de manter tudo correto para evitar problemas futuros. Outra coisa que eu esqueci de perguntar na entrevista. Aliais faltou tantas coisas que depois nos iremos acertando. Você tem algum problema de saúde Dulce? 

- Não. 

- Beleza. Gostaria de ver seus exames depois. 

Apenas concordou enquanto dava outra garfada na comida. 

— Se quiser comer mais pode arrematar esse final aqui. 

- Obrigada estou satisfeita. 

- Você comeu tão pouco, tem que comer mais.. Está de dieta? 

- Não, é que eu comi umas coisas lá shopping. Talvez seja por isso. 

- Entendi. 

- Ah não! 

Percebi ela olhar diretamente o celular. 

- O que foi? Aconteceu algo? 

- Então é a ligação de uma amiga minha. Depois eu retorno. 

- Olha se você quiser pode ficar a vontade. Eu não vou entender nada do que vocês conversarem. Portanto vá em frente... 

- Não vai se importar mesmo? 

— Claro que não.

Pegou o celular e atendeu a tal amiga que começou a falar em uma outra língua da qual não entendi bulhufas. Ela começou a rir e a risada da sua amiga também ecoou pela saída de voz do celular. As duas começaram com uma conversa descontraída e animada. Realmente ela parecia outra e não a Dulce totalmente tímida que vem se mostrando. Talvez com tempo ela se acostumaria e mostraria essa Dulce mais extrovertida. Gostava das duas versões, mas essa era bem melhor porque ela ficava ainda mais encantadora. Principalmente porque mostrava mais o lindo sorriso que só ela tinha. 

- Me desculpe por ter sido escandalosa. Devo ter te assustado né. 

- Não que isso. Gostei você estava mais solta feliz.

- Sério! 

- Sim. 

- Quer dizer, que costuma ser assim com seus amigos? 

- Aham. Quando nos juntamos só sai besteira. - Piscou. 

- É realmente você está bem mais solta. 

Tão solta que até piscou. Não sei se isso foi algo da minha cabeça, mas eu vi com os meus próprios olhos que a terra um dia irá comer que ela piscou sim. 

- Estou. - Seus dedos tocaram o meu braço em uma carícia pra lá de perigosa. Então ela estava fazendo isso propositadamente. Estou ferrado! Preciso me afastar antes que isso tome outra proporção. E infelizmente e algo que eu não quero que aconteça. 

- Bem. - Afastei meus braços e levantei rapidamente. - Vou lavar as coisas se quiser pode ir descansar Dulce deixa que hoje é por minha conta. 

- Nem pensar. Você preparou o jantar, e o mínimo que eu posso fazer é te ajudar. 

Queria manter uma certa distância, mas ela não estava ajudando. 

- Dulce por favor vai descansar. Olha não é a sua obrigação fazer nenhum serviço aqui fora do seu expediente.

- Não é a minha obrigação, mas eu quero te ajudar. É não adianta me enxotar da cozinha porque eu não irei te obedecer. 

- Está bem. — Coloquei o pano de prato na pia. — Você ficou diferente depois da ligação dessa tal amiga. Ela te disse alguma coisa?

Desconfiei. Porque realmente ela estava outra. A impressão que tive é que ela estava... Bom e melhor nem pensar, talvez seja algo da minha cabeça. Não insisti mais para que ela fosse descansar e deixei que me ajudasse com as coisas... Pensando bem foi até melhor porque terminamos  tudo rapidinho. 

- Que quer eu te faça mais compania ou já posso ir pro meu quarto? 

Sentou no sofá praticamente ao meu lado. 

- Não precisa Dulce, pode ir descansar ok. Boa noite! 

- Boa noite host daddy! 

Ela não disse isso. Ainda mais mordendo os lábios. O que aconteceu com essa menina? Será que foi abduzida através daquela ligação e colocaram outra em seu lugar?! Porque definitivamente ela estava agindo de um modo bem estranho. 

Observando a pegar o corredor,  me lembrei de todo o acontecido, e comecei a rir. Não sei porque, porém mesmo achando estranho gostei dela ter me chamado assim. Principalmente porque soou um tanto erótico. 

᭧᭧᭧᭧

᭧ Eita. 😏

O clima só esquentando... Grace já está super apegada a ela. E eu acho que o papai também está começando a ir pelo mesmo caminho. Então segurem na minha mão para ver as cenas dos próximos capítulos.