Fanfic: Au Pair - Vondy (Finalizada) | Tema: Vondy

¬¬ Não deixem de votar e comentar ✌🏼

Christopher Uckermann 🍼

Tive que sair o mais depressa possível do quarto da Grace, não porque estava fugindo, mas pelo simples fato de ter uma mulher bonita, atraente e gostosa contando histórias pra minha menina. Se hoje cedo achei ela um pouco ousada, que dirá agora a noite quando a própria havia jogado bonito assim que resolveu aparecer no quarto da minha garotinha, vestindo apenas uma camisola que a deixou incrivelmente deliciosa. Um verdadeiro tesão. Na hora fiquei de pau duro, por isso coloquei a almofada na perna para disfarçar, porque não queria assusta-la. De fato ela estava se mostrando aos poucos, e eu tinha que ter cuidado. Especialmente para não fazer o que a maioria das outras fazem. Por esse motivo venho afastando a Dulce, porque não gostaria de usá-la como uma válvula de escape para fugir dos fantasmas, como costumo fazer com as outras. Principalmente por ela ser uma garota doce é especial demais para ser usada dessa forma. Por isso e melhor manter distância para não me envolver a fundo e acabar nos machucando. Até porque daqui a seis meses ela retornará ao Brasil, e eu não quero que a garota leve experiências negativas da sua primeira viagem de intercâmbio. Queria muito ficar com a Dulce, e ser o cara que ela merece. Mas infelizmente e algo que no momento não posso dar. Primeiramente pelas coisas do passado que me machucaram, e também por estar em busca da minha cura interior. De um dia poder me livrar de todas as mágoas e ressentimentos que me causaram no passado.

Me lembrei de quando estava na casa dos meus pais, e da conversa com Daniel, que como sempre encheu meus ouvidos, dizendo que eu deveria seguir em frente e parar com a besteira de querer viver sozinho. No entanto e fácil falar quando não e você a passar pela situação. Agora queria ver se ele estivesse em meu lugar. Será que pensaria dessa forma? Acredito que não. Daniel acabou perguntando pela Dulce, e se Grace estava gostando dela. Falei com ele sobre o apego que a minha garotinha estava tendo por ela. E Daniel pediu para que eu mostrasse uma foto. Mostrei a que a agência havia me enviado, e ele fez um elogio dizendo o quanto ela é bonita, e que eu era um cara de sorte por ter uma babá tão atraente sobre o mesmo teto. Cortei logo o assunto porque sabia onde iria chegar e peguei a Grace que havia dormido no sofá para ir embora.

No dia seguinte, fui trabalhar como o costume, e Poncho já foi comunicando logo pela manhã que faríamos uma viagem a trabalho para Chicago na sexta. Resumindo passaríamos o fim de semana todinho trabalhando em uma nova campanha com algumas atrizes colombianas que seriam capa da nossa revista. Quando cheguei em casa, Grace estava acordada vendo desenho, e Dulce havia colocado o Laptop sobre a mesa para a conversa com os pais. Ao contrário do que eu imaginava, a conversa foi super agradável e os pais da Dulce totalmente simpáticos. Agora sabia da onde ela havia herdado toda a doçura e gentileza, e principalmente beleza. Porque ela era bastante parecida com a mãe que ao contrário dela tinha cabelos escuros. Na terça Grace inventou uma brincadeira de casinha comigo e a Dulce onde nós dois tínhamos que viver como uma família. Criança tem cada uma viu. Pensei. E na quarta seguiu dessa mesma forma, só que ao sair pela manhã e me despedir do meu bebê, eu tive que repetir o mesmo ato na Dulce. O que um pai não faz para alegrar um filho. Na quinta cheguei ao trabalho no mesmo horário, e na hora do almoço decidi ir até a lanchonete que ficava próximo ao prédio.  Só o que eu não imaginava, e que fosse dar de cara com a última pessoa da qual não queria ver naquele momento.

— O que você está fazendo aqui? — cruzei os braços na altura do peito assim que essa pessoa invadiu meu caminho.

— Oi pra você também Christopher. Quanto tempo né. Está surpreso em me ver por aqui em Phoenix?

— Nem um pouco. Por mim você estaria no quinto dos infernos.— fui categórico.

—  Que isso bebê!

Apertou meu maxilar sem nenhuma permissão, e eu imediatamente tirei.

—  Fala logo o que você quer Belinda?

— Minha filha e a única coisa que eu quero.

Não queria fazer isso, mas fui obrigado a rir. Como pode uma mulher ser tão mesquinha. Foge com outro homem deixa a filha pequena para trás, e agora quer tomar a menina de mim. Ah mas se ela pensa que vou facilitar as coisas está muito enganada.

—  Você é engraçada. Some e depois de três anos retorna como quem não quer nada se achando no direito de querer tomar a única motivação que eu tenho pra viver. Ok!

— E isso aí querido não quero que a minha filha seja criada por outra mulher. Não sei se você ficou sabendo, mas na semana passada vi Grace no parquinho com uma outra moça. Até me aproximei e puxei assunto. Ela está tão linda esperta, e eu vou levá-la comigo porque não quero que ela seja criada por essa babá que você contratou. Ou sua mulher não sei.

— Vamos ver se realmente vai conseguir tomar a Grace de mim... Olha Belinda não sou mais aquele Christopher bobo que conheceu, eu mudei. E se você ousar em tirar a Grace de mim, nos vamos brigar na justiça pela guarda dela. Porque eu jamais irei abrir mão para que ela vá com você. Entendeu.

—  Claro perfeitamente então se e guerra, que você quer e guerra que você vai ter. Vamos ver se vai ganhar essa Christopher. A justiça e a favor das mães, e você sabe que eu irei ganhar. Portanto e melhor desistir. E só me dá a Grace que eu não te pertubo mais.

Cínica, dissimulada. Agrr! Que ódio dessa mulher! Cerrei os punhos tentando me acalmar, já que a vontade de socar a cara dessa desgraçada era imensa.

— Desgraçada! Por que você voltou hein? E como descobriu sobre o meu local de trabalho? Inclusive o lugar que eu moro.

— Eu tenho contatos Christopher. Pelo visto continua o mesmo bobo de sempre. Ingênuo demais zero ganancioso, foi isso que me fez separar de você. Porque eu não ia continuar vivendo uma vidinha medíocre ao lado de um homem banana.

— Sai da minha frente agora antes que eu quebre sua cara ao meio. SAAAAIIII. AAAAAA.

Não queria me alterar, mas estava cansado de ficar quieto. Da última vez em que essa ordinária cruzou meu caminho, ela fez exatamente a mesma coisa. E olha que na época eu ainda morava em New York e estava de mudança para Phoenix. Só que no passado eu havia aguentado ela me diminuir, mas agora o negócio e outro.

— Vai ter coragem de me bater Christopher. Olha que se fizer isso poderá ir preso. Você sabe que e covardia agredir uma dama.

Essas ironias dela me irritavam. Mas o pior e que essa desgraçada tinha razão, realmente preciso me controlar para não fazer uma besteira.

— Cala a boca Belinda! Não me deixa ainda mais nervoso do que já estou. —  Travei o maxilar e mantive meus punhos cerrados.

—  Já está avisado só interrompi seu caminho para te comunicar. Quero que a Grace me conheça, e que conviva mais um pouco comigo. Hoje a noite vou aparecer na sua casa e levarei um presentinho pra ela.

— Fica longe da "minha filha" — Enfatizei

—  Nossa! — completou ela cheia de pose.

— Nossa uma ova, mãe e aquela que cria. Portanto a Grace não tem mãe, somente pai.

— Negativo eu que coloquei ela no mundo,  que senti as dores do parto e amamentei...

Interrompi.

—  Pra depois abandonar a criança e fugir com outro homem. Isso e ser mãe pra você? Sinto muito mas está completamente equivocada. Se você fosse mãe levaria a criança contigo. Ou estaria sempre por perto para acompanhar o crescimento dela. Mas não você simplesmente sumiu e não se importou com porra nenhuma. Era como se  não tivesse uma filha. Então para mim você não e mãe e nunca vai ser.

— Qual é o seu problema Christopher? Está realmente querendo me proibir de se aproximar da minha filha. Mas isso não vai acontecer, pode ter certeza que vou rever meus direitos como mãe.

—  Sabe qual e o meu problema: e ter que olhar pra essa sua cara cínica, depois de três anos do acontecido.

Ela riu uma risada cheia de deboche e sarcasmo.

— Ah então quer dizer que ainda não me superou? E por isso que quer me proibir de ver a Grace, pra não ter que olhar na minha cara. Christopher sinto muito mas eu não te amo mais. Aliás nunca amei só fiquei contigo porque trabalhava na revista e queria que conseguisse algo para mim como: sair na capa. Mas como você era tão pegajoso e iludido, fiquei com pena. Por isso me deixei levar. Gostou de saber a verdade.

Pensei que meu mundo fosse desmoronar, mas não senti absolutamente nada. Era como se essa verdade não me atingisse, pois no momento meu único medo era que ela tirasse a Grace de mim.

—  Eu também nunca te amei, só fiquei contigo porque era gostosa. Gostou de saber.

Rebati da mesma forma de maneira fria. Se ela queria me atingir eu também atingiria o seu ego. Porque infelizmente com a Belinda funcionava dessa forma.

— Jogou baixo agora Christopher.

Ela pareceu desapontada.

— Igual a você então estamos quites. — enfiei as duas mãos no bolso da calça e continuei lhe encarando com a mesma frieza.

— Ok! Você realmente está diferente, não e o mesmo Christopher que conheci.

— Pois é finalmente eu não estou babando ovo seu como a maioria dos caras devem fazer. Por isso  sempre tirou vantagens em cima disto não é?

— Você está dizendo essas coisas porque parti seu frágil coração pobrezinho. —  Ironizou. — Mas tenho certeza que me amou no passado. Era tão apaixonado por mim que até mudou de estado. Enfim não interrompi seu caminho para discutir isto. Somente quero ter contato com minha filha. Portanto não vá achando que eu vou te dar uma segunda chance.

A sua voz carregada de ironia me irritou a ponto da raiva que eu estava sentindo por ela no momento aumentar.

—  Fica tranquila que eu não te amei no passado e nem quero nada contigo hoje. Já falei que só me relacionei com você porque era gostosa. Queria perder a virgindade com uma garota bonita só para me gabar com os meus colegas de trabalho. E consegui obrigado por isso eu te agradeço.

— Está fazendo isso só pra me atingir. Não é Christopher?

— Negativo, estou fazendo para derrubar esse seu ego de merda.

—  Sério! E você acha que está conseguindo me ferir, pois vou te dizer uma coisa Uckermann: nada que vem de um homem frouxo como você me abala.

Proferiu cheia de arrogância, no entanto nem me assustei pois isso era típico dela. Logo a seguir virou as costas caminhando até a rua. Entretanto na hora de atravessar um carro em alta velocidade acabou jogando-a  para cima. Meu Deus! Tinha raiva por tudo que ela me fez, no entanto jamais desejei seu mal. Sai correndo para o meio da rua que agora estava com alguns  curiosos que logo se afastaram. O motorista do veículo nem prestou socorro e saiu a mil novamente. Cadê os policiais nessa hora para aplicar uma multa daquelas neste cidadão? Porque se esse idiota não sabe que correr a 100km p/h em uma pista de 80 não pode e contra as leis de trânsito.

Peguei o celular no bolso traseiro da calça, e liguei para emergência. Me aproximei dela que ainda estava estirada no chão e completamente desacordada, e fiquei ali com ela até que ambulância chegasse. Acabei acompanhando a até o hospital por não ter ninguém, e ao dar entrada na emergência  e fazer todos os trâmites, tentei ver na bolsa dela se achava o  celular para entrar em contato com o imbecil do meu ex chefe. Sorte que Belinda tinha sofrido fraturas leves e estava recebendo os devidos tratamentos para ficar bem. Ao contrário do que eu imaginava, o homem do qual cujo era o seu marido, não foi o que eu esperava e sim outro.

— Olá boa tarde! Obrigada por ter socorrido minha esposa. — Ele agradeceu logo após ter se aproximado. A expressão do seu rosto era de pura preocupação e ele de imediato pegou a bolsa dela das minhas mãos.

O cara até que era boa pinta, e parecia ser do bem. Apesar de quem vê cara não vê coração.

—  Por nada, então vou aproveitar que você chegou para ir. E que eu ainda tenho que voltar ao trabalho. Com licença!

— Espera! — Ele disse após eu ter virado as costas e me preparado pra sair.

—  Pois não. —  voltei novamente a encara-lo

— Você que é o pai da filha dela?

— Exato, por quê? — Ergui uma das sobrancelhas.

— Então ela disse que iria te procurar para conversar sobre a menina.

— Sim nos conversamos e já foi resolvido ela sabe o que tem que fazer. Avisa isso quando ela acordar.

Estava doído para sair, no entanto percebi que ele queria me segurar mais um pouco. Com certeza era pra catar informações e contar a ela assim que acordasse. Por mais que esse cara parecesse da paz eu não confiava e estava com o pé atrás por causa da Belinda.

— Entendi. Olha assim que conheci a Belinda ela me contou toda a sua história. Então não quero me meter, mas gostaria que pensasse sobre o assunto de deixar ela ter esse contato com a menina. Ela disse que você a traiu, e não pôde carregar a Grace por não ter condições.

Fdp! Mentirosa de uma figa! Como ela teve a cara de pau de torcer a situação, e fazer esse homem acreditar. Eu sempre soube que ela não prestava mas agora tenho a plena certeza.

— Ela te contou essa história?

—  Contou. Olha não quero jogar nada na sua cara até porque não te conheço, mas a Belinda e uma boa mulher.

—  Boa mulher! — Exclamei atônito. — Então... — Cocei disfarçadamente o pescoço.

— John...

— John faz quanto tempo que você conhece ela?

— Nós estamos casados há um ano.

— Ok! Bem Jonh né vamos lá não quero me intrometer no casamento dos dois por isso que não vou contar, mas gostaria que ficasse de olho na sua esposa e tirasse suas próprias conclusões. Se realmente ela te disse a verdade ou não. Com licença!

Não disse mais nada e virei as costas saindo imediatamente dali, porque não queria saber de nada que tivesse a ver com a Belinda. Ela já sabia da resposta, portanto teria que se contentar e não usar o próprio marido para conseguir as coisas. Cheguei ao escritório puto enraivecido por tudo que aconteceu e para o meu azar Poncho percebeu tudo.

— Aconteceu algo lá fora? Olha eu te conheço pode contar qual foi o problema dessa vez?

Contei tudo a ele que ficou perplexo, e ainda me achou um otário por ter prestado socorro a ela depois de tudo que a própria fez.

— Aí eu discordo de você Poncho. A mulher estava estirada no chão e não tinha ninguém para socorre-la. Ela pode ser desprezível, mas ainda e um ser humano.

—  Você é muito bom. Sinceramente eu no seu lugar deixaria ela lá agonizando de dor para poder aprender.

—  Ela não estava agonizando de dor, apenas desmaiada.

— Entendi, mas mesmo assim eu deixava. Olha não fica desse jeito. — Ele acariciou meu ombro tentando me confortar. — Vai dar tudo certo. No que depender de nós essa mulher não conseguirá tirar a Grace de você. Eu conheço ótimos advogados, e com as provas e as testemunhas que você tem a causa e ganha.

-— Assim espero Poncho, porque estou com muito medo. Principalmente dela ter contato com a Belinda. Não quero que a Grace fique sabendo sobre a existência dessa mulher.

— Sinto muito em te dizer amigo, mas isso e inevitável. Acredito que a justiça não aceitara. Porque querendo ou não ela e mãe e tem os mesmos direitos que você.

—  Droga! —  Disparei um soco leve sobre a mesa.

Passei o restante da tarde tentando me concentrar no trabalho, pois todo acontecido ainda estava me perturbando. Fui pra casa mais cedo porque Poncho havia me dispensado por não está bem o suficiente para me concentrar. Quando cheguei, vi que tudo estava quieto. Será que elas estavam dormindo? Questionei pendurado o paletó no gancho da sala, e dessa vez levei um belo susto com as duas que apareceram ali repentinamente.

— Papai levou um susto Dulce.

À risada gostosa de Grace ecoou pelo ambiente. Definitivamente não tinha som mais gostoso que a risada da minha princesinha.

— Querendo assustar o papai né. — Peguei ela no colo dando um beijo demorado em sua bochecha. — Te amo muito meu amor! — Dei um forte abraço nela pensando em tudo que aconteceu hoje cedo.

— Também te amo muito papai. — Senti seus lábios no meu rosto e depois que coloquei ela no chão, olhei para Dulce.

— Boa noite!

— Boa noite! — Esboçou um sorriso contido. — Achei que fosse chegar tarde, mas que bom que chegou cedo.  Assim a Grace passa mais tempo com o pai.

— Por que está dizendo isso?

Resolvi me acomodar no sofá.

— Por nada e que você trabalha tanto que mal ficam juntos.

— Está tudo bem com você Dulce?

Estranhei pois ela não estava com uma cara boa. Parecia preocupada com algo.

— Sim comigo está tudo ótimo. Mas estou vendo que você não está bem. Aconteceu alguma coisa? Olha se quiser desabafar...

Ela também sentou ao meu lado, e Grace em seu colo. Não queria que a menina participasse da conversa, então apenas disse:

— Bom só vou tomar um banho e depois nos conversamos. — Levantei e subi para depois me enfiar embaixo do chuveiro, pois queria tirar toda a carga negativa que tinha sido o dia de hoje.

Apareci na sala alguns minutos depois de ter tomado um banho rápido e Grace estava vendo desenho com a cabeça no colo da Dulce que fazia carinho em seu cabelo.

— Quer conversar agora? —  Ela me encarou assim que atravessei o ambiente.

— Depois. — Pronunciei em um sussurro e acabei gesticulando para que ela entendesse. — E melhor deixar a Grace dormir primeiro.

— Entendi... — Novamente acariciou o cabelo da minha menina.

— Vou comer algo. Você já se alimentou?

— Sim...

Decidi não puxar mais assunto, e fui para a cozinha preparar algo. Como ainda estava chateado por causa do acontecido, não tive fome para jantar portanto peguei um biscoito no armário para comer. Não consegui comê-lo todo e logo guardei o restante em um pote. Com certeza Grace comeria o resto amanhã, já que esses eram os preferidos dela. Da cozinha percebi que Dulce ainda estava sentada no sofá quase conchilando, então aproveitei para me aproximar e  tocar sutilmente seu ombro.

— Ãn. — Espantou-se.

— Pode deixar que eu coloco a Grace lá em cima. Vá descansar.

Seus olhos estavam mais estreitos provavelmente deveria estar lutando contra o sono.

— E a conversa?

Esfregou os olhos e em seguida me encarou.

— Podemos deixar para um outro dia. — Sugeri já sabendo que ela não aceitaria.

— Não, vou te aguardar aqui para nós conversamos ok.

Não consegui conter um sorriso que se fez presente em meus lábios. Essa garota era um encanto. Como pode uma pessoa ser tão atenciosa assim.

— Obrigado!

Peguei Grace no colo, conduzindo-a até o seu quarto. Coloquei a na cama e cobri todo o seu corpinho, para depois plantar um beijo em sua têmpora.

— Boa noite bebezinho do papai! Ninguém vai conseguir tirá-la de mim ninguém.

Aquele mesmo medo se fez presente outra vez. Era uma sensação estranha talvez um presságio de que algo ruim fosse acontecer. Resolvi ignorar esse sentimento, e voltei para sala. Me acomodei ao seu lado só que mantendo uma distância considerável. 

— Agora me diz porque está assim?

O jeito a postura e a sua forma de falar, fez com que eu me sentisse mais seguro, confiante de que as coisas poderiam sim dar certo. Desde a nossa última conversa sobre o assunto, Dulce havia transmitido isto. Era como se ela fosse o combustível do qual eu precisava no momento para enfrentar os problemas que estavam por vim. Comecei a desabafar e também chorar. Não por causa desse reencontro desagradável, mas por medo da Belinda tirar a Grace de mim.

— Você é muito bom sabia, eu nem sei se faria a mesma coisa no seu lugar. Ainda mais depois de tudo que ela fez contigo.

— É uma vida Dulce, a mãe da minha filha.  Cruel seria eu se não a socorresse. Mas graças a Deus a Belinda passa bem e só teve algumas fraturas.

— Ela deu muito sorte. Já parou pra pensar, no quanto é difícil acontecer algo ruim com quem não presta. Agora as boas só se ferram. Não estou desejando o mal longe disso, mas ela não e uma boa pessoa. Não passa de uma oportunista que só pensa em dinheiro.

Fiquei perplexo e ao mesmo tempo surpreso com o seu posicionamento. Definitivamente  estava me surpreendo com ela a medida que nós conhecíamos. Dulce estava se tornando alguém especial. Não sei porque, mas o jeito e a forma como encarava as coisas me fascinava. Principalmente pelos cuidados que ela tem com a minha garotinha.  Talvez isso esteja fazendo mudar a opinião em relação ao me permitir dar essa chance.

— Vai fazer o que no feriado?

Sei que não tinha nada haver com a sua vida, mas queria saber para qual lugar ela iria. Provavelmente em casa não ficaria, já que não teve uma experiência tão boa. Também queria retribuir de alguma forma tudo o que ela tem feito desde o dia que chegou aqui.

— A Zora me chamou para ir a praia com ela e uns amigos.

— Entendi. Bom e que eu pensei em chamá-la para  ver o desfile conosco e depois passarmos o restante do dia em um parque ecológico aqui da cidade. Mas você já tem compromisso, então deixa pra próxima.

—  Olha se...

Interrompi.

— Tudo bem, pode curtir a praia com seus amigos sem problemas. Então vou aproveitar do momento para avisar sobre a viagem que farei amanhã. Desculpe ter esquecido de falar, mas com tudo que aconteceu durante a semana acabei esquecendo. Vou viajar para Chicago, e só retornarei na segunda. Amanhã, aliás hoje vou ter explicar como  funciona o sistema de segurança da casa. É porque vou ficar fora três dias, e  aqui não é o bairro mais seguro da cidade então é bom evitar.

— Com certeza. Todo cuidado é pouco.

— Exatamente! — Levantei e logo em seguida chamei para que ela me seguisse. Expliquei como funcionava e dei um equipamento que guardava na gaveta do quarto. — Qualquer duvida que tiver, é só entrar em contato comigo beleza. — Ela apenas concordou. — Se quiser pode ir lá descansar. Amanhã o dia começa cedo.

— Verdade.  Então se precisar de algo e só me chamar.

Se ofereceu de maneira gentil.

— Obrigado Dulce.

Não vou mentir que fiquei desapontado com a sua resposta, mas eu tinha que entender que ela não veio aqui para ficar em função de mim e da Grace. Também veio para passear e explorar o lugar. E em hipótese alguma tiraria esse direito dela.

— Boa noite Christopher!

— Boa noite Dulce!

Queria fazer tantas coisas, mas não podia. Dulce acordava um lado em mim que eu desconhecia. E no fundo eu tinha medo dele. Principalmente por não querer assusta lá. Observei ela  pegar o corredor que dava acesso ao seu quarto, e fui para o meu, pois amanhã meu dia seria cheio. Acordei no mesmo horário de sempre e ajeitei as coisas, pois teria que estar no aeroporto até oito, já que o voo estava marcado para as 08:40. Grace e Dulce também acordaram no mesmo horário, e tomaram café comigo. Como ainda não tinha adquirido um outro veículo para Dulce, decidi entregar as chaves do meu para o caso de alguma emergência. Mas em breve providenciaria  um outro carro.

— Cuida direitinho da minha pequena tá. E principalmente da casa.

— Pode deixar que não vou colocar fogo. Portanto quando  retornar ela estará no mesmo lugar. — Riu.

— Vou sentir saudade papai. Não demora não tá. — Grace me abraçou tão forte que eu acabei pegando ela no colo para lhe dar um beijo.

— Pode deixar que o papai não vai demorar meu anjo. Olha obedece a Dulce tá bom. — Apenas concordou, e depois encostou os lábios na minha bochecha. Coloquei a no chão, vendo-a caminhar em direção a Dulce.

— Tchau Christopher boa viagem. Referente ao passeio do feriado, te dou uma resposta assim que retornar.

Como assim resposta? Não consegui compreender absolutamente nada da sua fala. Será que ela estava... Óbvio que não.

— Olha Dulce eu não fiquei zangado ok. Acho legal que faça amigos, e saía com eles. Acredite vai ser uma experiência muito boa pra você. Não quero que fica em função de nos.

— Também acho, mas seria divertido passar com vocês.   Melhor contar logo, já que não aguento ficar segurando nada por muito tempo. Então desmarquei com a Zoraida e bom tô livre no feriado. —  Sorriu.

— Você não fez isso? — Fiquei surpreso.

— Fiz.

— Dulce não quero que desmarque os seus compromissos pra ficar função de nos dois. Você apenas é babá da Grace, e precisa distrair-se um pouco. Não é obrigada a aturar um cara problemático como eu.

— Ei, não fala isso. Você é incrível um ótimo pai. É uma ótima companhia.

— Sério! Ual! Bom acho melhor ir logo senão vou me atrasar. Tchau meu anjinho. — Agachei para beijar seu rostinho novamente.

— Tchau papai te amo.

— Oh meu Deus papai também te ama muito meu amor.

Levamos 03hrs e 23m para chegar a Chicago. Como o fuso horário era de duas horas a mais, chegamos por volta de 13:40. O local do qual iríamos trabalhar pelos próximos dois dias estava uma loucura várias pessoas de toda a produção fotógrafos  maquiadores, inclusive as modelos que fariam parte da capa. Não podia negar a beleza delas porque não era cego, mas definitivamente nenhuma delas chegavam aos pés da Dulce. E por falar nela como será que está: será que está se saindo bem ficando pela primeira vez sozinha com a Grace? Antes de sair deixei tudo esquematizado, inclusive o telefone da casa dos meus pais para o caso de alguma emergência. O restante do dia foi de muito trabalho e no domingo também, só tivemos folga a noite. No entanto aproveitei a folga para dar um passeio no shopping e comprar um brinquedo novo para presentear a minha princesa. Tenho certeza que ela irá adorar.

᭧᭧᭧᭧

᭧ É tivemos uma baita treta nesse capítulo. 👀 Agora vocês souberam de fato o porquê a Belinda apareceu. Mas a sorte dela foi tão grande que acabou se acidentando. Então próximo capítulo já é o penúltimo, e teremos mais momentos Cool.
Não desistam de mim. Please! 🙏