Fanfic: Au Pair - Vondy (Finalizada) | Tema: Vondy

᭧ Não esqueça de conferir se já leram o capítulo anterior.

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Na troca de figurinos de ontem, um vestido não coube em uma das nossas modelos. Ele era lindo vermelho e todo fino. Poncho me entregou e disse para levar ele comigo e dar de presente a alguma das minhas conquistas. No entanto rebati dizendo que ele sabia do meu caso e que talvez eu presentearia minha cunhada se o meu irmão permitisse e claro. Mas depois pensei na Dulce porque o vestido parecia ser o seu tamanho ideal. Vou levar para ela experimentar, caso dê a própria poderá ficar com ele.

- Por que eles não querem mais o vestido?

- Não sei. - Deu de ombros. - Só pediram para descartar ia até levar pra Any, mas acredito que esse não caberia nela por ser mais magra. Esse vestido é para aquele tipo de mulher mais curvilínea se é que me entende. - fez um gesto só para mostrar.

- Claro perfeitamente.

- Daqui pouco nós vamos sair pro aeroporto. Falta muita coisa para arrumar?

- Não está quase tudo pronto só falta saber onde coloco o vestido.

- Carrega na mão. - sugeriu ele.

- Na mão! - torci o nariz. - E meio estranho um homem carregar isso na mão não acha?

- Não, ninguém aqui vai reparar. Relaxa!

- Assim espero.

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- Estou morrendo de saudades do meu bebê.

Pronunciei assim que chegamos ao aeroporto.

- Só o bebê, ou da babá também?

Poncho era outro que adorava se meter.

- Da minha filha ok.

Respondi logo dando um corte para que ele não continuasse com gracinhas.

- Quando é que vai se abrir para o mundo novamente? Já passou da hora não acha? Olha não quero me meter na sua vida, mas essa sua ideia de querer ficar sozinho e radical demais. Cara você tem que seguir em frente. Faz quantos anos que aconteceu a tragédia com a mãe da Grace?

- Três anos.

- Então bastante tempo já está na hora. Aliais já passou não acha?

- Não, porque quem sabe de mim, sou eu. E o que passei com a Belinda não foi fácil. Portanto qualquer mulher que eu for me envolver, ficarei desconfiado.

- Mas tem que dar uma oportunidade. Olha nem todas são iguais a Belinda. Tem as suas exceções. Concorda comigo?

- Sim, mas é que difícil Poncho encontrar uma mulher que não vá trair. Elas começam um doce com você, mas na primeira oportunidade te troca por outro.

Dulce María Ferraz 🧳

Até que passar um fim de semana todo trabalhando, não foi tão ruim assim. Tive os meus horários off, quando a Grace estava dormindo, e aproveitava deles para papear com a May e o Christian, e também fazer minhas coisinhas pessoais se e que me entendem. No dia em que Christopher havia perguntado sobre onde passaria o feriado, fiquei em dúvida, e logo fui dizendo a verdade. Mas o que eu não esperava, é que a Maitê fosse me xingar em todos os palavrões possíveis e dizer o quanto era burra por ter perdido uma oportunidade como aquele convite. Porque ela não cansou de falar por mensagem sobre ele me chamar para passar o feriado ao seu lado. Por isso repensei, e decidi que não recusaria a oportunidade, pois se realmente os dois tiverem razão esse convite foi um pretexto para uma suposta aproximação. Então desmarquei com a Zoraida, e inventei uma desculpa de que o Christopher precisaria de mim para cuidar da filha no feriado. O bom é que ela não ficou chateada, e super entendeu dizendo que eles iriam a praia novamente no outro fim de semana. Pelo menos deu tudo certo no final.

Deixei Grace brincar lá fora no sábado, só que tomando os devidos cuidados para ela não ir pra rua. Brincamos de bola boneca casinha como ela havia decidido, só que dessa vez a menina aproveitou o embalo da viagem do pai para dizer que ele havia ido trabalhar longe, e eu tinha que cuidar dela e da casa. No domingo ela me ajudou a fazer biscoitos no caso cookies pela receita que vi no YouTube, e também fez mais desenhos aliais vários para entregar ao pai. De fato não podia reclamar esse fim de semana foi bem melhor que o outro. Christopher chegou pela manhã com a fisionomia completamente cansada, e trouxe umas coisas. Inclusive uma boneca para filha.

- Ariel papai. Olha só parece com a Dulce. - a criança tinha aberto a embalagem toda eufórica, e ficou ainda mais feliz de ver a boneca. Seus olhinhos azuis brilharam e isso acabou mexendo comigo de uma certa forma. Definitivamente era uma das coisas mais lindas de se ver. O sorriso em seu rosto.

- É minha filha, gostou do presente que o papai trouxe? - agachou para ficar na altura da criança. - Cadê o meu beijo. - encostou os lábios em seu rosto. - Hum que gostoso. - Sentiu minha falta? - apenas afirmou. - Papai também sentiu muito a sua falta. Obedeceu a Dulce?

- Sim papai, nós fizemos biscoitos.

- Fez, é mais o quê?

- Vários desenhos.

- Mais desenhos?

- Sim.

- Então cadê os desenhos, me mostra que eu quero ver.

- Estão no meu quarto depois eu pego.

- Está bem minha princesinha.

Se pós de pé novamente.

- Ela te deu muito trabalho Dulce?

- Não, foi um amor como sempre.

- Muito bom. - suspirou. - Nossa estou bem cansado, trabalhei muito esse fim de semana.

Nos estávamos na sala acomodados no sofá. Ele no menor e eu no maior.

- Imagino deve ter sido muito cansativo

- Sim bastante. Bom irei precisar de um favor seu. Sei que teria que te dispensar hoje, mas acontece que estou muito cansado, viajamos pela madrugada então quase não dormi.

- Tranquilo pode descansar eu fico com a Grace.

- Obrigado Dulce! Tem uma coisa que gostaria de falar contigo, para dizer a verdade eu também trouxe um presente pra você. Não sei se vai gostar. - enfiou a mão por trás do pescoço parecendo sem graça. - Vou pegá-lo lá no quarto.

Acompanhei ele com os olhos até as escadas, e continuei olhando até que subisse. Depois de um tempo ele desceu com um vestido vermelho absurdamente lindo. Não pode ser que esse seja o tal presente que ele me falou?! Meu Deus! Imagine a fortuna que ele deve ter dado nesse vestido.

- Ele é lindo, mas eu não posso aceitar. Me desculpe. - coloquei a mão no tecido, logo após ter levantado.

- Por que não? Você não gostou? - ficou surpreso.

- Então eu amei, mas não posso aceitar um presente como esse. Deve ter custado uma fortuna. Não deveria ter feito uma coisa dessas. - começou a rir, e eu fiquei sem entender o motivo da risada. - Por que está rindo?

- Bom, eu ganhei esse vestido e pensei em você. Na verdade estavam querendo jogar fora porque não deu na modelo e eles não queriam aproveitar entende. O Poncho pegou o vestido para dar a esposa, só que por ela ser mais magra não iria caber. Foi aí que ele me deu, então pensei em você.

- Er eu... - tive que respirar fundo porque havia me faltado um pouco de ar. - Nem sei o que dizer...

- Só experimenta pra ver se vai ficar bom. E vem aqui para eu ver. Mas olhando assim acredito que vai dar. Com certeza.

A encarada que ele deu de cima a baixo, arrepiou os cabelos de todos os lugares. Meu Deus! Como pode um homem ser tão lindo e charmoso ao mesmo tempo.

- Ok! É... O vestido.

- Aqui está...

Peguei a peça de sua mão e fui para o quarto. Como o imaginado, o vestido caiu feito uma luva. Ficou divino em mim como diria o Christian. Olhei novamente o meu reflexo no espelho, e ajeitei os cabelos na verdade soltei porque queria que ele me notasse de alguma forma. Ele tinha que me notar. Droga! Não sei porque estava com toda essa euforia. Com certeza a falta de sexo estava me afetando. Apareci na sala, e imediatamente ele ficou em pé, já que estava acomodado no sofá. Passeou o olhar por todo meu corpo, e isso me deixou ainda mais quente. Como pode um homem mexer tanto assim com os meus extintos. Nunca fui santa, tampouco vadia, mas a encarada que ele deu, fez eu querer me despir todinha e sentar no seu pau.

- Oh minha nossa! Ficou muito bom. Muito lindo. Coube direitinho. Perfeito! Com todo respeito você está linda. Muito linda! Uau!

- Muito obrigada!

Resolvi abraçá-lo. Sim tomei coragem de ir adiante com o plano da May de conquistá-lo. E nem pergunte o porquê mudei de ideia, simplesmente resolvi fazer e pronto. No entanto como o esperado ele nem retribuiu, e ficou parado feito um poste.

- Então vou descansar. Com licença!

Se afastou rapidamente. E pelo visto vai ser bem difícil conquistar o gato. Alguns segundos depois dele ter praticamente fugido dali, Grace desceu as escadas com todas as folhas que ela fez seus desenhos em mãos.

- Cadê o papai?

- Foi dormir.

Ela continuou me olhando com seus olhinhos azuis cintilantes.

- Que roupa é essa?

Apontou o dedinho pro vestido.

- Então foi o presente que o seu papai me deu.

- Papai te deu um presente? - Colocou as mãozinhas sobre a boca.

- Sim.

- Ele é o seu príncipe igual vi no desenho?

- Não meu amor o seu pai não é meu príncipe. Nós somos apenas amigos. Mas quem sabe um dia eu não encontre o meu príncipe.

- Igual a Ariel?

- Sim igualzinho a ela.

- E você vai embora. Não quero, fica por favor.

O biquinho que ela fez me cortou o coração.

- É quem disse que eu vou embora? Quem contou a você? Olha só vou te falar uma coisa: ficarei aqui por muito tempo.

- Assim. - abriu os dois braços.

Apenas concordei.

- Eba!

Largou as folhas espalhadas pelo sofá e começou a pular e também a correr pela casa. Resolvi deixar e também fiquei de olho para que ela não fosse para o andar de cima e interrompesse o sono do Christopher. Segui com a rotina normal, colocando algumas roupas que a Grace havia usado pra lavar, e também aproveitei para fazer a mesma coisa com as minhas. Preparei o nosso almoço, só que dessa vez seguindo a dica da Zoraida de fazer o feijão daquela forma. Mesmo não ficando tão bom como o do Brasil, deu pra comer. A tarde Grace dormiu e eu fiquei em off. Aproveitei para tomar um ar na varanda de trás, só o que eu não esperava e que ele fosse aparecer logo ali no finalzinho da tarde.

- Dormi muito não é? - espreguiçou após ter se acomodado na cadeira ao lado.

- Até que não.

Não queria mas meus olhos me traíram e foram parar justamente em seu tórax. Ele estava com uma regata totalmente grudada ao corpo. Os braços a mostra bíceps tríceps incrivelmente definidos. Agora me explica como é que consegue evitar o calor só em olhar pra esse homem.

- Cadê a Grace?

- Ela está com muito calor... - me perdi tanto com aquela visão do paraíso, que acabei falando besteira. Merda! - Quer dizer dormindo.

- Entendi. Está tudo bem Dulce?

- Ãn sim por quê? - não queria que ele desconfiasse, por isso teria que disfarçar.

- Porque você está meio estranha. - respondeu meio desconfiado.

- Estranha, como assim?!

- Então seu rosto está vermelho, você falando coisas sem sentido, suas pernas muito juntas. Definitivamente você não está bem...

Droga! Porque ele tinha que ser tão perspicaz.

- Estou sim... - precisava arranjar uma desculpa para fugir daqui. Porque agora o negócio tinha ficado bem tenso. - Preciso ir ao banheiro com licença.

Fui correndo para o quarto, e me tranquei lá dentro. Abri minha bolsa e peguei a única coisa que me aliviaria no momento. Se eu fosse menos medrosa ou usasse a mesma ousadia da primeira semana, teria partido pra cima dele. Porém o medo do próprio me empurrar para longe foi maior. Por esse motivo não consegui ir adiante. Deitei na cama e somente relaxei para introduzir o vibrador. A sensação foi de alívio, mesmo que quisesse que isto acontecesse de forma contrária. Entretanto era o que eu tinha no momento. Portanto não podia agarrar o homem é trazê-lo para cama como a May sugeriu. Porque ao invés de trazê-lo mais pra perto, afastaria o homem de vez. Só que como uma boa azarada que sou uma batida na porta acabou atrapalhando meu momento. Droga!

- Dulce! Está tudo bem? Você saiu praticamente correndo da varanda e até agora não retornou. Olha se estiver com dor eu tenho remédios. Eles ficam na primeira gaveta da cozinha.

Ah se ele soubesse qual realmente era o problema não estaria pensando assim.

- Ahhhh! Cassete!

Não esquentei e liguei a tecla foda-se gemi tão alto que com certeza ele escutou. Tanto que nem se atreveu a bater na porta outra vez. Somente lavei as mãos, mas resolvi deixar o cabelo desarrumado, e a cara de quem acabou de gozar deliciosamente. Fui para sala, e ele estava sentado no sofá me encarando de um jeito bem inusitado.

- Você demorou, foi por isso que resolvi ir até o seu quarto para saber se estava tudo bem.

- Agradeço a sua preocupação, mas estou ótima. Nunca estive tão bem.

Meu cabelo ainda estava solto, e eu resolvi bagunça-lo um pouco mais, principalmente porque queria passar uma imagem mais selvagem. Queria que ele percebesse que acabei de fazer sexo comigo mesma. Quem sabe assim ele não tomaria alguma atitude.

- Você está diferente?

- Diferente é. - joguei o cabelo para o lado contrário. Sei que estou sensualizando, mas não estava nem aí.

- Muito diferente. Bom você disse que passaria feriado conosco certo?

Como sempre ele mudando o assunto.

- Sim. - sensualizei outra vez, só que mordendo os meus lábios.

- Então vou preparar o nosso lanche de amanhã.

- Quer ajuda?

Me ofereci.

- Não muito obrigado! Pode ficar na sala.

- A Grace já acordou?

Apenas negou.

Percebi que ele estava nervoso, acredito que seja devido a aproximação, já que eu fiz questão de sentar ao seu lado.

- Te deixo nervoso?

Sua respiração estava ofegante e ele rapidamente se pós de pé e sumiu pra cozinha. E voltamos a mesma estaca de antes. Talvez essa tática só esteja assustando, portanto é melhor ir devagar. Respirei fundo, e prendi o cabelo novamente em um rabo de cavalo para depois ir até a cozinha. Christopher estava preparando alguns sanduíches de atum, e também de queijo com tomate. Decidi ajudá-lo por muito insistência de minha parte, e não parti para o ataque novamente. Eu sabia que seria uma loucura seguir as dicas da May. Se o homem ficava assim com um pouco mais de aproximação, que dirá se eu metesse a louca me enfiando embaixo dos seus lençóis totalmente nua.

Um pouco mais tarde Grace acordou, no entanto Christopher me dispensou para ele próprio cuidar da filha. Fui para o quarto descansar, já que tinha jantado. Deitei na cama e fechei os olhos para dormir, porque amanhã seria um dia cheio.

Pela manhã fomos ao desfile que era um pouco diferente do Brasil, no entanto eu havia gostado. Depois seguimos para o Encanto park, que ficava no centro da cidade. Como piquenique, forramos uma toalha na grama, e colocamos as coisas que havíamos preparado. Aliás que Christopher preparou. Inclusive o cookie que tinha feito no domingo estava junto. Grace foi logo pro parquinho brincar, e eu perguntei ao Christopher se não era perigoso deixá-la assim tão solta, e ele disse que não, pois o local era seguro.

- Foi o melhor cookies que comi até hoje, só faltou o leite para molhar. - Christopher murmurou em aprovação logo após dar uma mordida no biscoito. - Para quem não sabia fazer nada na cozinha, até que está se saindo uma ótima cozinheira.

- Olha que esse elogio vindo de você e muito bom. Então estou bem na fita.

Brinquei.

- Sim, em todos os aspectos.

Aquele mesmo olhar de quando apareci com o vestido vermelho em sua frente se fez presente.

- Acho que vou comer um para ver se realmente está bom. - já tinha experimentado, mas joguei essa para me safar.

Queria entender o motivo de ficar nervosa quando era correspondida. Só que infelizmente ele fazia isso na hora errada, então eu era sempre pega de surpresa.

- Come esse. - entregou o biscoito para mim. Queria fazer isso, no entanto não adiantou. Christopher sempre estava pronto para me servir, e eu não podia negar. Até porque quem não gosta de um mimo de vez em quando. Ainda mais vindo de um homem tão lindo e gentil como ele. - É aí o que achou do desfile, parque, me conte tudo?

- Eu gostei, mesmo que seja um pouco diferente do Brasil, é bonito. É o parque nem se fale aqui é um paraíso.

- Que bom que você gostou. Poderíamos vim aqui outras vezes o que acha?

- Acho ótimo.

Grace ainda estava no parquinho brincando com algumas crianças, aliás uma outra garotinha que parecia ser menor que ela.

- Posso tirar uma foto sua? - Do nada Christopher soltou essa.

- Foto! - exclamei atônita após encará-lo. - Por que? - queria saber o motivo, já que ele nunca mostrou esse interesse.

- Bom. - passou a mão sobre o cabelo de forma sútil. Olhando-o assim, parecia que ele estava totalmente sem jeito. Ou talvez tenha sido somente uma impressão. - E que este ângulo te favorece e eu gostaria de registrar esse momento somente isso.

Entreguei o celular para que me fotografasse, no entanto ele recusou.

- Deixa que eu tiro do meu, depois te passo.

Fiquei na mesma posição, que ele pediu, e depois pedi para que o próprio me mostrasse.

- Gostei até que ficou bom.

- Ficou ótimo, perfeito. Incrível eu amei.

Seus olhos eram a coisa mais preciosa que já tinha visto. Eles não eram castanhos tampouco azulados. Na verdade estavam mais para um azul acinzentado. Eles me estudaram por alguns segundos, até sermos interrompidos por uma certa pessoinha que se aproximou de nós dois feito um furacão. A roupa que Christopher tinha colocado nela que era azul clara estava suja. Ainda bem que ele trouxe outra muda de roupa. Já que depois daqui iríamos ao aquário.

- Tô com fome. Fome.

Ela já foi querendo enfiar as mãozinhas que estavam sujas de terra dentro da cesta de piquenique, no entanto Christopher cortou.

- Nem pensar mocinha, vamos lavar as mãos primeiro.

Christopher levantou e em seguida segurou na mão da filha dizendo que iria até o lavabo que tinha próximo dali. Depois que retornaram, Christopher pediu para entregar a metade do sanduíche que ele havia preparado, já que a própria não comia um inteiro.

- Quero outro. - pediu após ter devorado a metade daquele em tão pouco tempo.

- Outro! - Christopher ficou surpreso.

- Sim papai estou com muita fome.

Ele riu e eu também.

- Dá a outra metade a ela. E porque se der um inteiro, possa ser que não aguente.

Fiz o que ele havia me pedido, entregando a outra metade a ela que também devorou em poucos segundos.

- Agora quero biscoito.

Entreguei alguns biscoitos a ela que comeu todos e ainda pediu mais.

- Ela está comendo bem hoje, graças a Deus. Estou até estranhando porque ela não e de comer assim.

Não disse nada, e apenas concordei.

- Agora vou brincar.

Grace se preparou para levantar, no entanto Christopher a segurou.

- Não vai brincar agora não mocinha, você acabou de comer. Vamos esperar um pouco está bem.

Achei engraçado ela cruzar o bracinhos, e ficar seria. Provavelmente se irritou.

- Papai chato.

- Grace. Olha olha não pode chamar o papai de chato não que e feio viu. - Christopher a repreendeu e ela meteu língua para ele. - Com quem você está aprendendo a fazer coisas feias Grace? - deu de ombros.

- Com a Melanie. - respondeu ainda meio emburrada.

- Melanie sim. Mas não pode aprender essas coisas com ela porque é feio, muito feio. Está pensando que vou dar moleza pra você igual seu tio faz com a sua prima, não vou mesmo. Porque comigo o negócio é sério, então vai ter que aprender andar na linha mocinha.

Grace resgungou. Será que ela entendeu o recado do pai? Acredito que não, pois ainda era bem pequena para isso.

Resolvi olhar para o lado contrário, no entanto o que me surpreendeu, foi ver uma moça com uma altura considerável e os cabelos castanhos na direção dos ombros, caminhar rumo a nós.

- Christopher!

- Lisa!

Ele levantou só para cumprimentá-la. E o meu radar do desconfiômetro logo ligou. Será quê? Não, espero que ele tenha falado a verdade. Porque se tinha uma coisa da qual me irritava profundamente, era que mentissem pra mim. Grace também levantou, e agarrou as pernas dele. Provavelmente deveria estar com ciúmes do pai.

- Você sumiu, nem tem aparecido mais lá em casa.

Ela foi logo metendo as duas mãos em cada lado do seu ombro, e está aproximação acabou me irritando.

- Então e que eu tenho andando bastante ocupado sabe Lisa. - coçou o pescoço tentando disfarçar.

- Entendi. - seus olhos pararam na Grace que continuava abraçada as suas pernas. - E essa mocinha bonita, e a sua filha. Nossa, como ela cresceu!

- Da um oi pra Lisa filha. - Christopher olhou para Grace que acabou permanecendo do mesmo jeito. - Fala com ela meu amor. - se escondeu atrás do pai. - Ela não quer papo hoje. - riu.

- Vai fazer o que mais tarde?

Ter que ouvir essa pergunta vindo de uma mulher um tanto atraente, fez o meu radar entrar em alerta. A vontade era de levantar e dizer que ele estaria bem ocupado e de preferência comigo. No entanto me contive, pois seria bastante estranho se eu metesse a louca. Especialmente por não ter nada com ele.

- Não gosto dela papai. Ela feia.

Grace acabou soltando essa pequena frase de modo espontâneo. Sei que e errado, porém foi inevitável não segurar o riso.

- Grace! - Christopher a encarou com o semblante fechado. - A Lisa não fez nada pra você filha, porque não gosta dela? - agachou para ficar da altura da filha.

- Porque ela é feia.

- Desculpa Lisa. - se pôs de pé outra vez. - Criança e assim mesmo, você sabe como é. - Christopher pareceu meio sem jeito. - Deve estar com ciúmes.

- Tudo bem eu entendo. Mas então, até agora você não me deu uma resposta.

- Bem Lisa não vou aceitar porque estou conhecendo uma pessoa. Foi bom enquanto durou. Você me ajudou muito, mas agora eu não preciso mais.

Vê-lo falar dessa forma, acendeu uma certa esperança em mim. Será que a May e o Christian estão certos? Realmente ele está tão afim quanto eu? Ou e algo da minha cabeça.

- Você está me dispensando. - pareceu chateada.

- Sim. Olha Lisa, desde o início de tudo eu deixei claro pra você que não queria algo sério. Entenda não estou querendo afirmar com a minha atitude, que você não e mulher pra casar. Mas é que eu não sou o homem ideal pra você. E nem você e a minha mulher ideal.

- Beleza! Tem certeza disso Christopher?

- Tenho.

- Não quero que ela seja a minha mamãe. Quero a Dulce.

Outra vez Grace soltou uma frase, só que dessa vez ela acabou me colocando no meio.

- Quem é Dulce? - cruzou os braços a espera de uma resposta, e ele apenas riu.

- Dulce e a babá dela, e veio através daquele programa de intercâmbio o Au Pair. Ela e Brasileira, e já está lá em casa há duas semanas. Acontece que essa mocinha aqui está bastante apegada com ela, aí já viu coisa de criança. Ela veio conosco e está sentada ali. - virou só para me encarar e também apontou o dedo para me mostrar.

- Legal. Então realmente vai me dispensar?

- Sim Lisa.

- Ok! E uma pena, porque estava começando a gostar de você. Mas enfim, não irei insistir. A hora que você enjoar dessa sua nova conquista estarei aqui pronta pra te consolar. Nós dois funcionariamos muito bem se ficassemos juntos, mas você não quer, portanto não insistirei.

Estava, passado. Pensei. Agora ele já tem outra que faria o possível para conquista-lo. Não posso deixar um homem tão incrível como ele escapar. Não mesmo. Os dois se despediram e eu dei graças a Deus que ela foi embora, pelo menos passaria essa sensação de desconforto e incômodo.

- A moça que eu estava conversando era a Lisa uma amiga. - Christopher tentou se explicar, após ter sentado novamente ao meu lado.

- Percebi.

- Desculpa não ter apresentado vocês e que... - Ficou nervoso.

- Tudo bem não precisa se explicar eu entendo.

- Posso brincar agora papai?

Grace acabou interrompendo a nossa conversa.

- Pode meu anjo.

Saiu correndo igual um furacão na direção do mesmo brinquedo que ela estava antes de vim para cá. O sol brilhava no céu e o calor estava me incomodando. Sei que no Rio também e quente, no entanto aqui estava demais. Permanecermos em silêncio, e resolvemos mudar para um local com sombra, já que o sol começou a tomar conta do lugar ao qual estávamos.

- O mês julho e muito quente, então prepare-se. - tirou a camisa. Sim ele simplesmente não fez nenhuma cerimônia e ficou com aquela maravilha completamente a mostra.

- Já estou acostumada com calor, porque lá no Rio e bem quente. - e que calor. Não consegui evitar de olhar para seu abdômen. Meu Deus! Como pode um homem ser tão perfeito desse jeito.

- Então você vai se sair bem em relação ao clima.

- Com certeza. - apoiei a mão próxima a sua, e fiz questão de lhe encarar. Quem sabe depois dessa ele não tome alguma atitude.

- Rum rum. - pigarreou.
- A roupa da Grace está muito suja. - mudou o assunto.

- Sim bastante.

- Vamos estender até às quatro e quando der o horário iremos ao aquário. Ainda bem que eles resolverem abrir hoje, sendo que costumam fechar aos feriados. Já foi em algum aquário antes?

- Que eu me lembre não, mas não sei, talvez os meus pais tenham me levando quando criança.

O restante do dia foi bastante proveitoso, ficamos mais um pouco no parque, brincamos com a Grace, Christopher tirou várias fotos dela inclusive minhas. Depois fomos para o aquário, e quando tínhamos acabado de chegar, Grace ficou encantada com uma moça que trabalhava como sereia. Tanto que até insistiu em dizer que a moça era a minha amiga, e que eu teria que entrar na água como ela para a minha cauda aparecer. Christopher caiu na risada dizendo que a menina era uma figura, e zombou de mim falando que realmente tinha que fazer aquilo. Entrei na sua onda, e disse que só entraria se ele colocasse uma fantasia de peixe. Nós voltamos para casa, e durante o caminho Grace dormiu. Christopher a colocou na cama assim que chegamos, enquanto eu aproveitei para sentar na varanda e ver a mensagem que o Polito tinha enviado.

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᭧ O beijo iria sair neste capítulo, mas como teve bastante acontecimentos e ele se estendeu, não aconteceu. Deixarei para o capítulo seguinte.

᭧ Então para quem está achando o Christopher lento, eu só quero que entendam uma coisa. Diferentemente dos latinos, os americanos são mais reservados. E também entra a questão da personalidade do personagem. Christopher aqui é um homem que além de ser tímido, e bastante respeitador. Não digo lerdo porque ele já percebeu a situação tanto que vive fugindo. No próximo capítulo ele irá explicar o motivo, e vocês irão entender um pouco mais.