Fanfics Brasil - Dia 4 – Como parar a Pitstop? Girl, Pitstopped

Fanfic: Girl, Pitstopped | Tema: Scooby-Doo, Apuros de Penélope, Josie e as Gatinhas, Corrida Maluca, Os Jetsons


Capítulo: Dia 4 – Como parar a Pitstop?

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            Felizmente, o estranho rapaz conduziu Velma com segurança até Crystal Cove, e nenhum dos medos que ela nutriu a respeito dele se concretizou. Durante o caminho, ele não dirigiu nem mesmo uma palavra a ela, e Velma se surpreendeu ao notar que um homem de aparência tão assustadora conseguia ser mais ético e cavalheiro que alguns rapazes populares de sua escola. “É, definitivamente esse feitiço me ensinou uma lição sobre não julgar aparências”, ela pensou, enquanto olhava para o homem – que, por sua vez, não desviou os olhos da pista para retribuir o olhar. Diante de tanta gentileza, Velma tentou iniciar uma conversa para tentar ser legal com quem havia salvado sua vida.


            Velma: Hmmm… então, querido, você é amigo da Penélope?


            Dick Dastardly: Não.


            Velma: Então vocês se conhecem de onde?


            Dick Dastardly: Não é da sua conta.


            A resposta mal-educada surgiu acompanhada de um barulho de risada feito pelo cão, e Velma ficou zangada. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, o carro parou em frente a Pitstop Manor e o homem abriu a porta do carro para ela descer. Incrédula, Velma desceu – e seu lugar logo foi ocupado pelo cachorro. Antes que ela pudesse agradecer, o carro saiu em alta velocidade e desapareceu na escuridão.


            Enquanto ela abria os grandes portões de ferro, o porteiro da propriedade surgiu para ajudá-la, e ao lado dele estava Madelyn, empurrando sua bicicleta.


            Madelyn: Acho que consegui convencer algumas pessoas de que seu celular foi hackeado e os criminosos postaram imagens vergonhosas suas feitas por inteligência artificial… melhor dizendo, consegui convencer somente aqueles que ainda não viram o quanto você ficou estranha nos últimos dias…


            Velma: Eu sei que você só está sendo legal comigo por efeito da maldição da Thorn, mas eu estou amando ser tão bem tratada!


            Madelyn: “Por efeito da maldição” uma ova! Não se esqueça de que nós firmamos um contrato, e você prometeu me pagar 50 dólares por hora pelos meus complexos serviços…


            Velma: É, querida, parece que nem mesmo uma maldição cruel é capaz de mudar a vadiazinha irritante que você é…


            Ao invés de se ofender, Madelyn começou a rir, e Velma riu junto com ela e a abraçou. Juntas, as irmãs caminharam até a mansão e, em seguida, se acomodaram no quarto de Penélope. Quando Velma apagou a luz do abajur para elas dormirem, Madelyn insistiu em mexer no celular. Ao olhar para a tela da irmã, Velma viu que ela estava difamando Luan Loud através de um perfil falso.


            Velma: O que você pensa que está fazendo? Você não pode odiar a Luan, ela é a sua melhor amiga!


            Madelyn: Eu não sou amiga daquela vadia sem-graça!


            Velma: Madelyn amada, pare agora mesmo! Isso é efeito da maldição, você sabe disso! A Thorn quer nos destruir! Ela quase matou a Marcie há algumas horas! Quanto mais você ceder ao feitiço, mas destruída você ficará, meu anjo!


            Antes que Madelyn pudesse argumentar, Velma arrancou o celular das mãos dela. Em seguida, ela caminhou até a porta, trancou e entregou a chave nas mãos da irmã.


            Velma: Nós temos que nos proteger desse feitiço, querida! Eu vou fechar os olhos e você vai esconder as chaves para que eu não consiga sair e fazer coisas estúpidas. Em seguida, você fecha os seus olhos e eu escondo seu celular, ok?


            A menina concordou, e elas fizeram exatamente o que haviam combinado. Alguns minutos após as duas apagarem as luzes do quarto e se deitarem, Velma sentiu as mãos da irmã agarrarem as suas mãos com força.


            Madelyn: Velma! Eu estou com medo!


            Velma: Não seja boba, querida! Não há o que temer! Sylvester Sneekly não era um homem mau, certamente ele não assombra essa casa…


            Madelyn: Eu não estou com medo do Sneekly. Eu estou com medo de nós duas. E de tudo o que nós podemos fazer.


            Velma estremeceu ao ouvir a irmã, afinal, ela também estava com medo de si mesma. Ao invés de responder palavras de consolo, ela apenas apertou as mãos de Madelyn com força e suspirou.


            Velma: Eu também, Maddie. Eu também.


_______________________________________________________________


            Felizmente, nenhum evento desagradável ocorreu durante o sono das irmãs Dinkley, e Velma acordou na manhã seguinte com o barulho do despertador. Após quase quarenta minutos se arrumando e se maquiando, ela acordou Madelyn para fazer o mesmo. Cerca de quinze minutos depois, Velma correu em direção à garagem, e Madelyn ficou no meio do caminho, na cozinha.


            Velma: Vem logo, querida! Eu quero chegar cedo para falar com a Thorn!


            Madelyn: Hey, eu estou em fase de crescimento, eu preciso comer antes de ir para a escola!


            Velma parou de correr e revirou os olhos com impaciência.


            Velma: Mas que droga, querida, a maldição bem que podia tirar a sua fome!


            Madelyn: E a maldição bem que podia ter feito você aprender a cozinhar!


            Velma olhou com raiva para a irmã e caminhou impacientemente até a cozinha. Lá, ela retirou um pacote de biscoitos e uma caixa de suco da geladeira e arremessou em direção à garota.


            Madelyn: Eca, isso daqui não tem glúten, não tem lactose, não tem chocolate e nem açúcar!


            Velma: Parece ideal para uma pirralha de 12 anos!


            Madelyn: Eu não vou comer isso, nem sei do que é feito!


            A maneira ameaçadora como Velma olhou para Madelyn fez a menina recuar, abrir o pacote de biscoito imediatamente e comer sem reclamar. Elas já estavam atravessando o portão de Pitstop Manor em alta velocidade quando Madelyn reclamou novamente.


            Madelyn: Hey, eu preciso de uma porção de fruta no café da manhã porque eu…


            Ao ouvir a reclamação, Velma diminuiu a velocidade, direcionou o carro para o acostamento, e quando suas mãos raivosas se aproximaram de um pé de mirtilo, Madelyn desistiu da reivindicação.


            Madelyn: …quer saber, não precisa, eu odeio fruta mesmo!


            Velma riu e continuou a acelerar o carro em direção à cidade.  E Madelyn ficou aliviada por não ter que ir à escola com a roupa manchada de mirtilos.


_______________________________________________________________


            Velma furou a fila de carros da Middle School e deixou Madelyn na porta da escola ao som de buzinas e protestos dos pais que foram deixados para trás. Antes que a guarda de trânsito pudesse lhe censurar, ela saiu em alta velocidade, e um grito de “olhe como você dirige essa lata velha!” a fez perceber que, infelizmente, ela estava dirigindo Compact Pussycat mais uma vez.


            Ao chegar a sua escola, Velma estacionou o mais longe possível, para que Daphne não descobrisse que ela estava dirigindo novamente o carro favorito de Penélope. Porém, o barulho e a beleza de Compact Pussycat inevitavelmente atraíram os olhares das centenas de adolescentes que chegavam em ônibus e carros. Ao invés de ir para a sala de sua primeira aula, Velma correu em direção às arquibancadas do campo de futebol, onde Luna e Dusk tocavam violão e conversavam.


            Velma: CADÊ A THORN?


            Luna: Oi, bom dia pra você também, Velma!


            A ironia de Luna fez Dusk rir e ela começou a cantarolar Good Morning do filme Cantando na Chuva para ironizar ainda mais a grosseria de Velma.


            Velma: CADÊ A VADIA DA THORN?


            Luna: E eu tenho cara de babá da Thorn? Sei lá onde ela está, nem sei se ela vem para a escola hoje…


            Velma ficou tão irritada com a resposta vaga de Luna que se afastou antes mesmo dela terminar a frase. Quando já estava perto do corredor que leva ao refeitório, ela ouviu as Hex Girls cantarem: “Sou uma Hex Girl, e eu vou enfeitiçar você”, a voz de Thorn cantava junto com elas e elas riam ao fim de cada refrão. Desesperadamente, Velma olhou ao redor, mas não a localizou em lugar nenhum – nem mesmo ao lado das garotas que cantavam a canção.  Quando o sinal da primeira aula bateu, Velma se apressou em correr pelos corredores à procura de Thorn, mas ao invés de encontrá-la, ela viu algo muito pior: Shaggy e Googie andando de mãos dadas, conversando e sorrindo um para o outro. Velma paralisou de tristeza ao ver aquilo, e seu olhar acompanhou o casal até a porta da sala de Química, onde Shaggy se despediu de sua nova namorada com um beijo. No momento em que Shaggy se virou e caminhou em direção a sua sala, toda a tristeza de Velma se transformou em ódio, e ela correu em direção a ele.


            Ao alcançá-lo, ela o puxou pelo punho, mas ele se soltou rispidamente e se negou a olhar para ela. Velma repetiu a ação, e no momento em que Shaggy a ignorou novamente, ela começou a agredi-lo com tapas e a golpeá-lo com sua bolsa. Velma chorou descontroladamente enquanto fazia aquela loucura, e entre um golpe e outro, ela gritava: “Como você pôde fazer isso comigo?”. Ao invés de separar a briga do ex-casal, os jovens simplesmente se aglomeraram ao redor deles e apreciaram o espetáculo entre risos. Alguns garotos filmaram a agressão por acharem engraçado Shaggy apanhar de uma garota; algumas meninas filmaram a loucura momentânea de Velma para postar nas redes sociais. Somente uma pessoa ousou intervir: a diretora da escola.


            A simples presença da diretora ali fez com que os adolescentes se dispersassem e cada um fosse para a sua sala. Apenas Velma e Shaggy permaneceram, mas Shaggy logo foi dispensado. Ao fim da raiva, Velma sentiu vergonha de seu descontrole, e logo em seguida, muito medo do que iria acontecer com ela.


            Diretora Quinlan: Srta. Dinkley, para a minha sala imediatamente!


            Velma não sabia qual castigo receberia, mas a caminhada vergonhosa até a sala da diretora já era um enorme castigo. A cada porta de sala de aula aberta pela qual ela passava, ela ouvia comentários a respeito dela e via olhares de surpresa lhe encarando. Ao fim de tamanha tortura, a diretora abriu a porta de sua sala e ordenou que ela entrasse. Para a surpresa de Velma, a sala não estava vazia: Thorn estava sentada em uma das cadeiras.


            Thorn: Bom dia, diretora Quinlan. Infelizmente, eu perdi hora hoje de manhã e preciso que a senhora autorize a minha entrada na aula do professor Raffalo…


            Diretora Quinlan: Perdeu hora HOJE DE MANHÃ? Já é a sexta vez neste mês, Srta. McKnight! Infelizmente eu terei que lhe punir com uma advertência dessa vez!


            Velma sentiu uma mistura de sentimentos ao finalmente encontrar Thorn. Ela sentiu vontade de agredi-la da mesma maneira que fez com Shaggy, mas se conteve por medo da repressão da diretora. E ela também sentiu pavor, afinal, Thorn era maligna e perigosa, e tinha poder o suficiente para fazer o que quiser. Por fim, o olhar de raiva com que Thorn olhou para a diretora fez Velma estremecer de medo, e ela tentou intervir antes que a garota fizesse algo de ruim com a Sra. Quinlan.


            Velma: Sra. Quinlan querida, eu sei que não é da minha conta, mas a Thorn é uma artista, e não é fácil conciliar uma carreira artística com o Ensino Médio… então… hmm… talvez… a Sra. deveria ser um pouco mais tolerante com os atrasos dela…


            O olhar sério de Thorn se voltou para Velma, e ela sorriu malignamente ao perceber que, mais uma vez, Velma estava fazendo exatamente o que ela queria. A diretora olhou severamente para Thorn por um momento e, em seguida, suspirou e cedeu, preenchendo a autorização para que Thorn entrasse na aula de Ruffalo após o horário.


            Thorn: E você, Velma queridinha? Não vai para a aula hoje?


            Sra. Quinlan: Não, ela vai ficar aqui até um dos pais dela comparecerem…


            Thorn: Ah, que pena! É horrível ficar presa em um lugar onde você não quer estar, não?


            Thorn sorriu malignamente mais uma vez e partiu. Velma ficou imóvel de medo, apesar de seu coração estar pulando de raiva. A diretora Quinlan pegou o telefone e discou o número dos pais de Velma enquanto falou frases moralizantes sem parar. Felizmente, antes que um dos Dinkleys atendesse o telefone, Peter Perfect abriu a porta da sala bruscamente.


            Peter: Sra. Quinlan, está acontecendo uma briga horrível no campo de futebol… Jones e Herring de novo…  venha logo, porque dessa vez eu acho que eles vão se matar!


            A diretora desligou o telefone no mesmo momento e correu para a fora da sala de maneira assustada. Velma olhou surpresa para Peter, mas ao invés de explicações, ele a pegou pelo pulso e a conduziu para fora da sala imediatamente. Os dois correram discretamente pelos corredores da escola até finalmente saírem. Já no estacionamento, Velma decidiu parar de correr, e Peter a acompanhou.


            Velma: Espera! Por que está me ajudando a fugir?


            Peter: Porque assim eu te salvo de um problema… e você retribui o meu favor me salvando de outro problema…



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Autor(a): kendrakelnick

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