Fanfics Brasil - Capítulo 13 Scooby-Doo: Wicked Game

Fanfic: Scooby-Doo: Wicked Game | Tema: Scooby-Doo, Round 6


Capítulo: Capítulo 13

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Daphne: Eu estraguei tudo, Velma!


Velma: Daphne,fique calma! As coisas vão se resolver! Você salvou tudo, na verdade. Se realmente existir uma máfia e Alan for o líder, nós duas poderíamos ter morrido ali!


Daphne: E eu… eu beijei um criminoso, Velma! E o Fred viu tudo!


Velma: Você fez o melhor que poderia ter feito naquele momento para salvar as nossas vidas e o nosso mistério! Eu tenho certeza que o Fred vai entender!


Daphne não conseguia parar de chorar e eu senti muita pena dela, por ser uma mulher adulta que ainda chorava como uma adolescente por um homem que partiu seu coração inúmeras vezes. Eu tentei acalmá-la e lhe ofereci um pouco de água, mas ela soluçava tanto que não conseguia beber.


Daphne: O que o Fred vai pensar de mim? Nós… nós estávamos indo tão bem… e eu… eu… estraguei tudo!


Velma: Daphne, o Fred não tem que pensar nada de você porque você é uma mulher solteira adulta e não deve satisfações a ele! Entende? Ele não é o seu dono! O Fred já te magoou muitas vezes desde o colégio, e mesmo assim você sempre o perdoa, eu tenho certeza que ele fará isso por você agora. Olha, Daph, se você explicar para ele o que aconteceu e ele entender, ele merece o seu amor… se ele não entender, ele não merece…


Daphne: Eu estou sentindo nojo de mim mesma nesse momento por ter beijado aquele… aquele… assassino, cretino, mal-caráter, mafioso!


Velma: Seria bem pior se estivéssemos agonizando na poça de nosso próprio sangue enquanto Mayberry fugia com todas as provas, não? Daphne, você salvou o caso, graças a você esse mistério será resolvido! Se Alan pegasse o cartão certamente as pistas sumiriam, assim como a passagem secreta da Liberty. Agora, pegue o outro cartão e vamos embora logo daqui, se Alan conseguiu entrar então não é seguro ficar aqui.


Daphne conseguiu se acalmar e nós partimos. Para a nossa surpresa, Fred nos aguardava no hall de entrada com os braços cruzados e uma expressão séria no rosto.


Daphne: Freddie, por favor, me escute…


Fred: Vamos logo, Dinkley, precisamos reunir a nossa equipe…


Daphne: Freddie…


Fred: Eu não tenho nada para conversar com você, Daphne. Venha, Dinkley, temos um caso para solucionar…


Velma: É sério isso, Fred? Você vai mesmo se comportar como um garoto mimado de 16 anos? Como pode ignorar a Daphne, ela é a dona do caso!


Fred: Ela não é da NYPD, então entre na merda da van e vamos encerrar esse caso de uma vez.


Daphne: Fred, por favor, deixe-me explicar! Você entendeu errado…


Fred: Eu não preciso de explicações!


Velma: Fred, pare de ser ridículo, a Daphne nos salvou! Alan Mayberry estava nos esperando dentro do apartamento dela e você não tem ideia do psicopata assustador que ele é…


Fred: Ele parecia bem inofensivo quando eu vi… afinal, a Daphne o deixou bem à vontade…


Daphne: Freddie, eu não tive escolha! Alan pediu para ver os papéis do caso e eu só quis impedi-lo de ver as nossas pistas! Eu não tive a intenção de beijá-lo, eu fiquei com medo dele descobrir o cartão que achamos e…


Fred: Na verdade, você quis me enganar, Daphne. Você duas quiseram. Se eu não tivesse chegado naquele momento, talvez eu nunca soubesse do segredinho de vocês…


Daphne: Freddie, eu nunca quis te enganar! Não existem segredos entre nós, somos amigos desde a infância, somos uma equipe!


Fred: VOCÊ NÃO É DESSA EQUIPE! Você não trabalha conosco! Pare de achar que você faz parte disso!


Velma: Fred, cale essa boca e se acalme! A Daphne não teve escolha…


Fred: Ela não teve escolha nenhuma além de me magoar?


As lágrimas escorriam involuntariamente pelo rosto de Daphne e ela parecia arrasada por ouvir palavras tão duras de Fred. Ainda assim, com uma força admirável, ela o enfrentou.


Daphne: Uau, eu magoei você UMA VEZ, uau!  UMA MALDITA VEZ em 10 anos! Quantas vezes você já me magoou, Fred? A primeira vez que eu lembro, foi naquele baile idiota da escola que você me levou como um troféu e depois fingiu que eu não existia no dia seguinte! A segunda vez eu nem me lembro, porque você me magoou tanto que é até difícil de lembrar. Ah, é claro, tem também o meu namoro com o Jared Herring, você não me deu um segundo de paz enquanto estávamos juntos, fez de tudo para eu terminar com ele, fez até eu acreditar se eu me livrasse dele ficaríamos finalmente juntos, mas depois que eu terminei você me evitou por meses… E as outras garotas? Com quantas garotas você já saiu, Fred? Nem eu e nem você sabemos os nomes delas, não é? Quantas delas eram amigas minhas ou mulheres com quem eu trabalho e convivo? E eu tive que ser amiga de quantas namoradas suas? Quantas noivas suas eu tive que convidar para ir ao meu aniversário só para ter você por perto?  Você não faz ideia de como eu me sinto em relação a tudo isso! Não venha me falar sobre dor só porque você está doendo agora, Fred, você não faz ideia do tamanho da minha dor!  Enfim… olha, eu nem sei por que eu estou falando tudo isso, você não se importa com o que eu sinto, você não se importa se um mafioso assassino entra no meu apartamento, me pega pelo braço e me ameaça... contanto que VOCÊ não se machuque, tanto faz!


 Daphne tinha muita raiva em sua voz, e soluçou profundamente quando terminou de falar. Seu rosto estava vermelho de tanto chorar. Após ouvir tudo aquilo, Fred se calou e parecia envergonhado. Por um instante, eu pensei que tudo ficaria bem, mas de repente, Daphne pegou os dois cartões dentro de sua bolsa, atirou-os contra nós e correu para o seu prédio.


Velma: Hey, aonde você pensa que vai? Precisamos voltar para a Liberty para solucionar esse mistério!


Daphne: Eu não trabalho para a porcaria da NYPD, esqueceu?


Fred correu em direção a ela e a segurou pelo braço, mas ela se soltou com raiva.


Fred: Daphne, espera, vamos conversar…


Daphne: Eu não tenho nada para conversar com você, eu não trabalho para você!


Velma: Daphne, você não pode voltar para o seu apartamento, Alan estava lá, lembra? Ele pode voltar a qualquer momento, é perigoso!


Daphne: Tanto faz se eu morrer, eu já estou morta por dentro…


Fred: Daphne, por favor, venha conosco, vamos conversar! Pare de fugir!


Fred pegou mais uma vez no braço dela para impedi-la de ir. Daphne se debateu para escapar das mãos dele e gritou tão alto que as pessoas na rua começaram a olhar para eles. Quando ela conseguiu se soltar, ela deu um tapa no rosto dele.


Daphne: É você que está fugindo, Fred! Há 10 anos! É você que sempre estragou tudo! Eu não sou seu troféu, Fred! Nem sou a sua mãe, eu não vou te abandonar e te machucar, quando é que você vai entender isso? E você também não é o seu pai, então, por favor, pare de me machucar!


As palavras tiveram tanto efeito sobre Fred que ele se desarmou completamente e não teve forças para segurá-la novamente. Nem mesmo Sigmund Freud conseguiria ser tão terapêutico em poucas palavras. Daphne correu para o prédio sem que pudéssemos impedi-la, e tudo o que eu fiz foi suspirar, pegar os cartões caídos no chão e puxar Fred para dentro da van. Durante o caminho, o silêncio entre mim e Fred se tornou constrangedor, mas a expressão consternada que ele tinha no rosto dizia que era melhor permanecer assim (apesar do meu instinto desejar lembrá-lo que eu  estava certa em nossa última discussão, e também desejar evidenciar o quão culpado ele era e o quão errado ele estava). Durante o caminho até o departamento, tudo o que fiz foi mandar uma mensagem para Shaggy, Daphne e Marcie com a frase mais motivadora que eu encontrei naquele momento: “Eu estou com vocês e vai ficar tudo bem”.


***


            Para a minha surpresa, Fred nos conduziu de volta ao departamento, e eu só percebi isso quando vi que dois veículos do FBI estavam estacionados em frente à porta principal, ocupando as nossas vagas. Três ou quatro jornalistas de grandes emissoras nos aguardavam ali, nós passamos pelos federais mostrando nossas credenciais e logo os jornalistas nos atacaram feito abutres. Não respondemos nenhuma pergunta e eu me questionava secretamente o que estava havendo. Fred, porém, estava bem menos confuso, e seu rosto demonstrava alguma culpa. Ao chegar ao departamento, os agentes nos aguardavam e pareciam bastante frustrados.


            Velma: Miller, o que está havendo aqui? Pensei que iríamos à Liberty periciar a trilha dos K9s!


            Miller: Ora, não é óbvio, doutora? O FBI assumiu o caso. Game over para nós.


            Velma: Como assim? Ainda estamos investigando tudo, a perícia não concluiu o seu trabalho e eu não ordenei que fizessem isso! Quem notificou os federais?


            Shaggy: O capitão notificou, Velma.


            Shaggy estava extremamente frustrado e irritado, e ao se aproximar jogou a amostra de tecido do terno de Alan em cima de meu balcão com muita raiva. Fred estava visivelmente envergonhado por sua atitude e não conseguia olhar nos olhos de nenhum de nós.


            Velma: Fred, eu não acredito que você tomou essa atitude sem nos consultar, você ouviu o que o Sr. Applegate disse sobre os federais…!


            Fred: Foi algo necessário, Velma.


            Velma: Foi uma vingança contra a Daphne, não é, seu cretino?


            Fred ficou tão envergonhado por sua atitude que não conseguiu responder.


            Velma: Foi o que eu imaginei, seu filho da puta imaturo, como pôde fazer isso? Deixar seus problemas pessoais influenciarem em um caso grave como esse? Se qualquer coisa acontecer com um de nós, a culpa é sua, está me ouvindo?


            A atitude irracional de Fred me irritou tanto que eu me afastei para não bater nele. Aparentemente, meus colegas sentiam o mesmo, pois todos me seguiram até o laboratório e ignoraram totalmente a autoridade do capitão Jones.


            Miller: Doutora, nós não tivemos progressos com as amostras, mas os detetives descobriram que as fichas dos doadores de órgãos são todas falsas. Os atestados de óbito e as informações contidas nelas são falsos, o que comprova que os órgãos chegaram ilegalmente aos hospitais através de algum esquema de tráfico de órgãos.


            Biggs: E o departamento de crimes cibernéticos conseguiu rastrear outros desvios de dinheiro da Liberty para Silmido. Aparentemente, essas transferências são sazonais, ocorrem uma vez ao ano, sempre no mesmo mês de maio, há mais de trinta anos…


            Meus colegas estavam me tratando como capitã, mas eu estava tão tensa que sequer conseguia absorver as informações que eles me traziam. Tudo o que eu conseguia pensar eram nos riscos que estávamos correndo agora que pessoas corruptas do FBI (que, possivelmente, eram amigas dos malditos VIPs) estavam no controle do caso.


            Shaggy: E os cães não acharam Alan em nenhum lugar da Liberty, nem mesmo na geladeira sinistra... tipo, então eu acho que ele não foi responsável pelos assassinatos...


            Velma: Alan estava esperando Daphne no apartamento dela quando chegamos lá. Ele nos fez uma série de perguntas e realmente não parecia saber sobre as mortes, nem sobre o frigobar... Enfim, bom trabalho, equipe, e muito obrigada pelo empenho de todos vocês. Podemos encerrar os trabalhos por hoje? Acho que foi um dia muito difícil para todos nós, e precisamos de algum descanso para lidar com toda essa merda amanhã.


            Todos concordaram e começaram a se retirar.


            Shaggy: Tipo, cadê a Daph?


            Velma: É uma longuíssima e complicada história, Shaggy. Se não se importar, te conto no caminho.


            Shaggy concordou, retirou Scooby-Doo do canil e deixamos o departamento em seguida. O capitão Jones não estava mais lá quando saímos.  Expliquei tudo para Shaggy durante a caminhada de volta para casa, mas não consegui trazê-lo para o meu apartamento porque um Mc Donald´s no meio do caminho o atraiu.  Ao chegar em casa, Marcie me abraçou com alegria, disse inúmeras vezes o quanto estava feliz por eu estar segura e eu me senti muito sortuda por ter alguém tão especial do meu lado. Antes que eu pudesse preparar algo para comer, a minha campainha tocou, e do outro lado do olho mágico estava Daphne, com o rosto inchado de tanto chorar.


            Daphne: Será que eu posso ficar aqui até papai colocar uma fechadura biométrica no meu apartamento e contratar novos seguranças? Eu estou com medo de ficar sozinha em Blake Tower, meus pais não se importam comigo, minhas irmãs estão poluindo Blake Manor e as melhores suítes do Waldorf Astoria estão ocupadas, então eu não tenho para onde ir.


            Eu abri a porta imediatamente e fiquei feliz em vê-la, pois estava preocupada com a segurança dela depois da discussão. Antes que ela pudesse se sentar, eu disparei a falar sobre a atitude idiota de Fred e sobre o quanto todos nós estávamos frustrados com isso. Daphne, porém, não esboçou nenhuma surpresa. Ao invés de dizer qualquer coisa, ela apertou o botão da TV e colocou no canal de notícias. Lá estava a repórter falando sobre o nosso caso com uma expressão muito séria no rosto. Mas, ao invés de dizer exatamente o que havíamos descoberto sobre a Liberty, ela dizia “A corretora Liberty, Applegate Bank e Blake Bank estão sendo investigadas por envolvimento em um esquema internacional de lavagem de dinheiro e tráfico de órgãos”. Meu coração disparou, mas antes de eu dizer qualquer coisa, Daphne mudou de canal, e todos os canais de notícias tinham a mesma manchete sensacionalista como título.


            Daphne: Não precisa me dizer mais nada, Vel. Eu já estou sabendo o que o Fred fez. 




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Autor(a): kendrakelnick

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