Fanfics Brasil - Capítulo 2 - Estou indo para casa de volta para o meu lugar De um jeito diferente (Camren)

Fanfic: De um jeito diferente (Camren) | Tema: Fifth Harmony, Harry Potter, Camren, Shawn Mendes, One Direction


Capítulo: Capítulo 2 - Estou indo para casa de volta para o meu lugar

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POV CAMILA


[Play] Home - Daughtry


“Acho que me perdi” – pensei sentada em algum café qualquer no centro de Londres. Mesmo dentro do estabelecimento, eu conseguia ouvir a cidade acordando. A névoa matinal que pairava sob o rio Tâmisa começava a se dissipar, à medida que o sol ia surgindo no horizonte. A silhueta majestosa do Palácio de Westminster e do Big Ben se destacava contra o céu cinza. Mesmo sendo bem cedo, as ruas começavam a se encher de vida à medida que os londrinos e turistas se apressavam para começar o dia. Os táxis pretos e os ônibus vermelhos de dois andares percorriam as ruas, criando uma paleta de cor bem característica de Londres.


Já tinha passado algumas horas desde que eu havia saído de casa e não encontrava a estrada que levava para a parte rural de Londres. Eu não queria ter que aparatar para a Toca. Ouvi notícias de que Voldemort estava tomando o Ministério e se eu aparatasse talvez eles pudessem saber onde me encontrar. Eu não tenho dúvidas que o Lord das Trevas ficaria muito feliz em me ter e usar-me contra Harry. Apesar de estar meio perdida para encontrar o caminho, me lembro perfeitamente da primeira vez que visitei os Jauregui’s na Toca…


FLASHBACK:


Era um dia ensolarado quando aparatei com o Sr. Jauregui na Toca. Instantaneamente meu estômago revirou e eu corri para o matagal mais próximo que eu encontrei, largando minhas malas no chão e colocando para fora todo o café da manhã que minha mãe Sinuhe havia preparado para mim.


- Oh querida, aparatar pela primeira vez tem seus efeitos - disse Michael Jauregui dando pequenas palmadinhas em minhas costas enquanto me ajudava segurando meus cabelos - Vou pedir para Clara preparar um cházinho e logo logo vai passar esse mal estar.


- Obrigada Sr. Jauregui - agradeci com um sorriso fraco enquanto limpava minha boca com as costas da minha mão - Será que podemos deixar isso…


- Claro, menina. Sei que Shawn ficaria te zoando o dia todo. Conheço bem meu filho. Será nosso segredo, sim? - ele piscou com um sorriso radiante, pegando minhas malas do chão - Agora vamos. Todos estão te esperando.


E foi a primeira vez que eu pude reparar no lugar em que aparatamos. Meus olhos se arregalaram assim que vi a enorme construção torta na minha frente. A Toca, como era chamada, não era uma casa comum. Ela se erguia com torres inclinadas, janelas de formatos diferentes e um série de estruturas anexas que pareciam ter sido construídas ao longo dos anos, conforme a família ia crescendo. Chaminés sobressaiam dos diversos telhados, cada uma emitindo fumaça em padrões espirais. Aquilo tudo definitivamente era sustentado por magia.


O jardim ao redor da Toca era igualmente encantador. Diversas flores coloridas ornamentavam a entrada, enquanto outras plantas mágicas se misturavam à flora daquele lugar. Galinhas corriam soltas pelo quintal, enquanto mais ao fundo podia-se ver uma horta bem farta com vários pés de frutas e verduras diversas. Era palpável o cuidado e o carinho que a Sra. Jauregui cuidava de tudo ali. 


Era a primeira vez que eu estava visitando Shawn e sua família. Depois de Harry ter dito o quão divertido havia sido passar as últimas férias com os Jauregui’s, eu fiquei com uma enorme vontade de passar meus últimos dias com eles, antes de retornarmos para o nosso terceiro ano em Hogwarts.


Acompanhei o Sr. Jauregui até a porta de entrada da Toca, sempre olhando tudo com muita curiosidade. Antes mesmo que Michael pudesse encostar na maçaneta, a porta se abriu em um estrondo e Clara Jauregui apareceu toda sorridente em nossa frente com os braços abertos.


- Camila, querida! - disse Clara me puxando para um abraço caloroso - Que bom que você finalmente veio nos visitar, Shawn fala tanto de você. Bem-vinda à nossa humilde Toca.


- Obrigada, Sra. Jauregui. Estou muito feliz de estar aqui.


Clara me soltou depois de alguns segundos e eu finalmente pude olhar ao redor. Estar dentro da Toca conseguia ser mais incrível ainda do que olhá-la de fora. A sensação de aconchego e acolhimento era quase que imediata. Os cômodos eram cheios de cor e vida, com móveis bastante desgastados pelo uso e objetos mágicos em cada canto que você olhava. Ao lado esquerdo, eu pude ver a cozinha que estava bastante movimentada, com uma mesa grande cheia de comidas deliciosas que eu tinha certeza de terem sido preparadas pela Sra. Jauregui. 


- Venha. Você deve estar morrendo de fome. Parece tão magrinha - disse Clara colocando as mãos em meus ombros e me olhando de cima a baixo.


- Na verdade eu acabei de…


Mas antes que eu pudesse terminar de dizer qualquer coisa, sons de passos agitados se fizeram presentes e os gêmeos Dylan e Cole surgiram pela escada correndo, passando por mim e a Sra. Jauregui sem ao menos perceber que estávamos ali. Logo atrás veio Timothe correndo com uma cara fechada, claramente bravo com os irmãos.


- Devolvam meu livro, idiotas! - ele esbravejou enquanto corria atrás dos gêmeos ao redor da mesa da cozinha.


- Tim, você está estudando em plenas férias - falou Dylan com um sorrisinho irônico.


- Nós estamos só te ajudando a relaxar - complementou Cole balançando o livro que eu pude enxergar como sendo algo sobre o Ministério da Magia.


- Alguém nessa família precisa estudar e ter um emprego decente, não é mesmo? - disse Timothe com a sobrancelha franzida e as mãos fechadas em punho.


Um silêncio pairou pelo cômodo e até mesmo os gêmeos se entreolharam sem graça. Sra. Jauregui olhava tudo claramente em choque, sem conseguir dizer nenhuma palavra sequer. Mas foi Michael que soltou um riso frouxo e entrou no meio dos irmãos.


- Dylan e Cole, devolvam o livro do seu irmão - o Sr. Jauregui pediu educadamente em um tom de voz brando.


Cole jogou o livro para Timothe que o pegou no ar, olhou para todos e saiu dali subindo as escadas correndo.


- Desculpe por isso, Camila - Clara olhou para mim com totalmente sem graça.


- Tá tudo bem, Sra. Jauregui -  eu disse - Briga de irmãos é normal.


- Isso - ela sorriu fraco - Briga de irmãos.


- Seja bem-vinda a nossa humilde mansão, Camilinha - disse Dylan com um largo sorriso se aproximando e me dando um abraço apertado.


- É bom te ter aqui - Cole falou, bagunçando meus cabelos - Shawn vai finalmente poder parar de falar de você a cada cinco minutos.


E antes que eu pudesse responder, mais sons de passos foram ouvidos e Shawn apareceu no fim da escada com os cabelos molhados e uma toalha presa no pescoço.


- Cala a boca, Cole - resmungou meu amigo.


- Hey, como você está? - Shawn perguntou com um sorriso tímido que eu retribui prontamente.


- Estou bem. É bom estar aqui.


- Agora vamos todos comer. O café da manhã já está na mesa - falou a Sra. Jauregui com um sorriso radiante - Cadê sua irmã para ajudar Camila a se instalar no quarto dela?


Shawn deu de ombros e antes que pudesse responder, a porta dos fundos se abriu e Lauren, com seus treze anos, entrou segurando uma pequena cestinha com alguns ovos. Apesar de sua pouca idade, Lauren esbanjava beleza. Seus olhos verdes brilhavam com a luz do sol entrando pela porta aberta, deixando-os mais claros do que costumavam ser. Mesmo depois de passar por tudo que passou em seu primeiro ano com o Diário de Tom Riddle e de Harry tê-la salvo por tão pouco, Lauren não deixava de exalar confiança e determinação.


- Estou aqui, mamãe - disse a menina - Estava pegando os ovos no galinheiro.


- Ohhh é mesmo. Tinha me esquecido - lembrou Clara - Querida, ajude Camila a se instalar no seu quarto, por favor. 


- Claro, vai ser divertido ter uma colega de quarto - Lauren sorriu e eu poderia dizer com toda a certeza do mundo que ela tinha um dos sorrisos mais lindos que já vi.


A pequena Jauregui se aproximou pegando uma das malas que o Sr. Jauregui colocou ao meu lado.


- Vamos? - ela disse, me olhando com aqueles olhos verdes brilhantes.


- Vamos.


FIM DO FLASHBACK


Suspirei e me levantei da mesa deixando algum dinheiro para pagar meu café. Sai dali para o ar frio de Londres. Shawn já havia me explicado como chegar à Toca uma vez, mas foi há tanto tempo que eu também nunca precisei me lembrar, os Jauregui’s sempre vinham me buscar quando ia passar o resto das férias na casa deles. Mas eu iria encontrar o caminho certo ou o ônibus certo até Ottery St. Catchpole nem que tenha que andar toda Londres para isso.



POV LAUREN


– Shawn – chamou Lauren em um sussurro batendo de leve na porta do quarto do irmão.


O moreno abriu a porta de supetão, fazendo um grande barulho pelo corredor silencioso. Lauren pulou para trás assustada.


– Me desculpe, esqueci que não podemos fazer barulho – falou Shawn terminando de vestir seu casaco marrom surrado.


Revirei os olhos e sai puxando o meu irmão pela manga até os primeiros degraus da escada tortuosa.


– Não faça barulho – avisei olhando séria – Desça as escadas devagar.


Descíamos cuidadosamente as escadas sem nem ao menos respirar. As escadas da Toca eram uma atração à parte, descer era sempre uma aventura diferente. A estrutura de madeira rangia a cada passo que dávamos e fazer isso no meio da noite tornava tudo mais dramático do que já era. A única iluminação que tinha era a luz do luar que entrava pelo vidro das janelas tortas que tinha em cada andar. Eu obviamente ia na frente, cautelosamente escolhendo os degraus que sabia que não iriam fazer tanto barulho assim. Meus olhos fixos no chão, concentrando para que nada saísse errado. Eu podia ouvir a respiração pesada de Shawn atrás de mim a uns dois degraus de diferença.


Suspirei aliviada quando cheguei ao último degrau sem grandes problemas, dando acesso à cozinha, mas Shawn ainda descia e foi nesse momento que o garoto sonso pisou em uma tábua solta que rangia estridentemente no último lance de escada. Paramos ao mesmo tempo e nos olhamos assustados. Algo no andar de cima se mexeu e segundos depois um grande ronco de Michael Jauregui foi ouvido.


– Acho que é só papai se mexendo na cama – sussurrei.


Shawn terminou de descer as escadas e ambos saímos pela porta da frente com o maior cuidado possível. A lua cheia iluminava os campos da Toca e o céu claro estava repleto de estrelas cintilantes. A noite parecia calma, com um ar fresco gostoso que balançava as folhas das árvores.


– Lauren – chamou Shawn – Tem certeza de que quer fazer isso?


– Shawn, ás vezes acho que você não se importa tanto assim com Camila – eu disse, já caminhando apressada na frente do meu irmão.


– Não, claro que me importo. Camila é minha melhor amiga, só acho que devíamos falar para alguém, alguém adulto – falou Shawn.


– Você é uma espécie de adulto agora, não é? E eu pedi a sua ajuda. Problema resolvido – falei abrindo o armário de vassouras.


– Você vai mesmo fazer isso, não é? – perguntou meu irmão.


– Vou, Shawn.


Ele suspirou e pegou uma outra vassoura.


– Okay, vamos lá ver se está tudo bem e voltamos rápido – concordou Shawn.


Já estávamos montando as vassouras quando ouvi algum barulho vindo da parte da frente da casa.


- Você também ouviu isso? - eu perguntei apreensiva, olhando ao redor.


- O que? Não ouvi nada - Disse Shawn inclinando a cabeça, ouvindo atentamente.


- Shhh, escute - eu sussurrei colocando a mão na boca dele e ganhando um tapa logo em seguida - São passos. Parece que alguém está lá fora.


– Provavelmente é alguma galinha – ele sussurrou de volta.


Ficamos calados até que ouvimos barulho de passos novamente e depois resmungos sussurrados. As árvores balançavam suavemente e os arbustos pareciam se mover ligeiramente.


– Não acho que seja uma galinha – sussurrei de volta.


Nos olhamos assustados. Será que papai havia se dado conta de que não estávamos em nossas camas? Ou pior, nossa mãe.


Nesse momento, os sons dos passos se tornaram mais nítidos, parecendo se aproximar da frente da nossa casa.


– Acho que devíamos dar uma olhada - eu falei já dando alguns passos em direção ao matagal que se mexia estranhamente. 


- O que? E se for um dementador? – falou Shawn preocupado.


- Não é. Os dementadores não andam, idiota. Eles flutuam - falei revirando os olhos enquanto segurava a varinha com firmeza.


Nos aproximamos da frente da casa, enquanto os passos continuavam a se aproximar. O meu coração batia tão forte que parecia estar dentro dos meus ouvidos. 


- Acho que devíamos acordar os outros - sussurrou Shawn.


- Espere, Shawn. Vou investigar.


E antes que Shawn pudesse protestar, me dirigi a passos largos até quase adentrar o matagal que circundava a Toca. Meu irmão estava a alguns passos atrás de mim, aguardando ansiosamente.


– Shawn – chamei – Olhe.


Apontei para o meio do mato que rodeava a nossa propriedade. Algo se mexia ali no meio e parecia se aproximar cada vez mais. Arqueei as sobrancelhas em dúvida. Eu conhecia aquela silhueta, conhecia aqueles cabelos lisos e ondulados nas pontas.


– Shawn, espera – sussurrei – Eu conheço...


E antes que eu pudesse terminar de falar, a pessoa finalmente saiu do meio do mato.



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Autor(a): stefpina

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