Fanfic: __A SOLUÇÃO DO DUQUE__ | Tema: RBD e ÉPOCA

            -Como soube? – Perguntei ainda em choque.

          - Um dia ouvi uma conversa entre nossos pais. Duque Wycliff disse que você deveria saber o porquê a família frequenta a missa em seu aniversário, mas que a duquesa o proibiu de mencionar sobre o outro bebê. Falou também que de nada valia saber a existência de alguém morto.

              - Morto?

          - Não ouvi muito, porém parece que seu irmão morreu no parto. Um pena não? Sempre imaginei como seria ter um irmão.

           - Será que tem sepultura? Quero dizer...se está enterrado por aqui.

          - Deve estar em algum lugar, mas não como filho do duque. Oficialmente você é filho único.

          Lady Dulce confirmou apenas os fatos que já tinha: eu poderia ou não ser filho do duque. A forte semelhança com o sr. Christopher confirmava, porém se encontrasse a sepultura do filho do duque Wycliff voltaria à estaca zero. Por outro lado a história se encaixava perfeitamente com o que a madre me contou: um pároco deixara me no orfanato, enquanto aqui a sobrinha do pároco fez o parto do sr. Christopher. O mais certo era que a resposta estaria com a duquesa Wycliff, agora, perguntar a ela seria o mesmo que atirar no meu próprio pé. Não poderia levantar suspeitas sobre não ser o sr. Christopher ou tudo estaria perdido.

          - Então, vamos procurar pela sepultura? – Disse ela bastante animada.

          - Não sei se deveria. Acho que não mudaria em nada.

          - Você não quer saber mais sobre seu irmão? O nome dele...de que morreu...quem é o mais velho. Eu certamente gostaria de saber se fosse comigo.

          - Bom, verei isso em outro momento. – Na verdade era tudo o que mais queria, poder investigar mais, porém não com ela nos meus calcanhares. Preferi mudar de assunto -  Aproposito, o que faz aqui na vila? – Perguntei notando que até o momento não sabia o motivo do nosso encontro.

          - Meu pai pediu para ver datas disponíveis para o casamento. Ultimamente só fala comigo sobre esse assunto. Você precisa fazer a corte, meu pai está desconfiado que tenha mentido pela sua falta de visitas desde que declamou amor eterno. – Revirou os olhos ao terminar a frase.

         - Estava de repouso!

        - Pois não está mais. – Observou ela.

        - Diga a vossa graça que vou amanhã cedo.

[...]

      Não tinha animo para fazer a corte naquele momento. Precisa continuar com as investigações. Pensei em várias formas de abordar esse assunto com o duque ou a duquesa, contudo acreditava que falar sobre um segundo filho levantaria suspeitas demais: 1° Porque faria os dois desconfiar dos empregados causando até demissões; 2° Faria o duque questionar a morte do filho e chegar na minha existência e provavelmente descobriria tudo sobre a vida secreta do sr. Christopher; 3° Revelar ao duque minha suspeita poderia ter um final bastante trágico, não sabia o quanto custou a ele esconder esse segredo e que poderia fazer para mantê-lo escondido do mundo.

          Estava sentado observando lady Dulce cuidar de suas plantas por mais de uma hora na estufa em seu quintal. Ela percebera que não estava muito comunicativo aquela manhã, todavia irritou-se com o silêncio absoluto.

          - Eu juro que não lhe entendo. Descobriu algo realmente importante e não sabe o que fazer. Poderia ao menos dizer o que pensa, seria menos insuportável sua visita.

          - Perdoe me, Dulce. De verdade estou preso em meus pensamentos.

         - Pois faça algo. Interrogue o duque. Questione a duquesa. Reúna os empregados e faça uma sabatina. Faça qualquer coisa, mas faça.

          - É bastante faço para a senhorita dizer. Não sei o que mais podem estar escondendo de mim. Mexer em segredos de família é quase uma sentença de morte.

          Ficamos em silêncio por uns minutos. Dulce trocara uma planta de vaso e colocara esterco em outro. Ela mostrava-se muito habilidosa com a terra. Suas roupas pelo contrário desconheciam a habilidade de ficar limpas. Definitivamente não chegava a conclusão se o vestido que usava era verde ou palha, estava tão sujo que assustava uma lady usar tais trapos.

          - Vejo que temos visitas hoje – disse o Duque Saviñón da porta da estufa.

          - Bom dia, vossa graça. – Respondi a ele com uma reverência.

          - Bom dia. Gostaria de conversar a sós com o senhor. Poderia me acompanhar?

          Lady Dulce pareceu tão surpresa quanto eu com o convite. O assunto de certo não era do seu conhecimento. Ela fez sinal que ia nos seguir, porém o pai fez sinal negativo.

          Segui o senhor até seu escritório. Diferente do escritório do duque Wycliff aquele era modesto, uma mesa e três cadeiras compunham o ambiente todo. Nenhum enfeite ou quadro, apenas a janela para lhe dar luz e vida. Sentamos um de frente ao outro e o homem começou logo a falar.

          - Sabe, sr. Christopher, esse noivado já se estendeu por tempo demais. Tive muita paciência com seus caprichos e esperei que os estudos terminassem. Vosso pai agora é contrário ao casamento e minha filha aproveitara dessa vantagem.

          - Não estou entendendo onde quer chegar, vossa graça.

          - Dulce fará de tudo para prolongar esse noivado. Quero que tire sua honra.

          - O que disse? – Quase engasguei com a saliva da boca.

          - Não se faça de inocente para mim. Sei muito bem o que esteve fazendo em Londres, tenho meus contatos. Noites sem fim de bebedeiras e mulheres. Só preciso que tire sua honra. A seduza como achar melhor. Algo a fará casar, se não for pelo seu charme barato de libertino que seja por um filho. Não me importam os meios, só faça.

        Apesar de parecer uma loucura as palavras do duque eu o entendia. Estava tão desesperado para casar a filha que aguentaria qualquer comentário maldoso para conquistar seu objetivo. Poderia facilmente atender seu pedido, contudo a dignidade dava me socos no estômago. Sei que minha missão ali era realmente o casamento antes de conhecê-la. Dulce dificilmente deixaria encantar-se com meia dúzia de palavras românticas. Tampouco deixaria meus avanços resultar em caricias. Ela era diferente e na certa amar também exigia uma receita nova. Para mim não seria difícil desejar o seu corpo, muito menos dizer palavras bonitas. Eu vim preparado para casar, só não contava com uma coisa: a noiva.

        - Senhor, acredito que não será necessário chegarmos a esse extremo.

        - O Senhor não a conhece, sr. Christopher. Dulce é muito inteligente e está preparada para lhe convencer a desistir do casamento. Vejo que já o controla sem muito trabalho.

        - Ela não me controla! – Acentuei minha frase com um tapa na mesa, mas não convenci nem a mim mesmo.

        - Pois bem. Prove o que diz: acelerando o casamento. 

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Budino - Disse ontem que leria essa semana, 

estou contando com isso. Gosto de ler os comentários 

antes do final de uma temporada. Me dá chances de 

mudar algo. 

Vamos comentar !!!