Fanfic: Dragon Ball GT Kai | Tema: Dragon Ball
HÁ CERCA DE UM ANO ATRÁS...
— Pessoal, é a nossa chance! Temos de destruí-lo agora que ele está fraco e vulnerável! - enxergando o momento propício de acabar com a terrível Máquina Mutante definitiva, Trunks exclamou antes de saltar da parede e disparar três esferas de ki de cor azul de sua mão direita.
Os demais, também jogados contra o alto da parede daquela sala pela liberação desenfreada de ki do recém forçadamente despertado feto acinzentado, se lançaram ao ataque a sua maneira. Os ataques combinados de Goten, Trunks, Marron e Gill mutilaram o corpo da criatura, que então enxergou Uub vindo ao seu encontro para o ataque final.
— Eu fico curioso para saber o quão forte você seria, mas se o Trunks diz que você é perigoso, é melhor que ninguém venha a saber disso. Adeus!
O Kamehameha de Uub obliterou a existência daquele ser que era o trabalho de uma vida. Foi assim que Dr. Myuu assistiu o aparente fim de Baby nos confins do Planeta M, o qual se encontrava no interior do Planeta M-2.
— Acabou Doutor Myuu, não há mais o que você fazer! - disse Trunks ao se posicionar diante dele com o resto do grupo.
Estando de joelhos e derrotado, tudo parecia perdido quando uma nave idêntica a utilizada pelos Irmãos Para Para surgiu como num teleporte, com alguém saindo de dentro dela e aparecendo ao lado do cientista.
— Rild? - Uub o reconheceu e rindo, o general recolheu Myuu para dentro da nave que subiu ao céu, foi tudo muito rápido.
Um compartimento se abriu no céu holográfico daquela sala, dando acesso à saída do Planeta M e a atmosfera do Planeta M-2, não demorou muito e logo a nave já estava no espaço, Dr. Myuu e General Rild haviam escapado.
— Essa não, eles fugiram! - exclamou Goten.
— Goten, Uub, acalmem-se. - interveio Trunks. - Nós vencemos, impedimos seus planos e temos as esferas, eles já não podem fazer mais nada!
Na nave espacial de fuga, Dr. Myuu lamentava a sua derrota.
— Terráqueos, saiyajins, duas raças imundas!
— Você é o Doutor Myuu, tenho certeza de que pode criar outro Baby se dispor a isso. - disse Rild.
— É impossível, criar outro Baby do zero levaria uma vida! Além de que eu não criei Baby, só fui encarregado de completar seu desenvolvimento, minha maior criação foi Ludo e claro, você também. Mas isso não vai ficar assim, juro que vou me vingar algum dia, todos eles vão pagar caro por pelo que fizeram!
— Pode contar comigo Doutor Myuu, eu também tenho contas para acertar... com aquele orgânico maldito.
Esse tinha sido o desfecho do conflito no Planeta M-2, Uub e seus amigos seguiram viagem a partir dali, encontrando as Esferas do Dragão de Estrelas Negras restantes e entrando em um novo conflito contra Baby, que surpreendentemente havia sobrevivido àquela ocasião. Dr. Myuu e General Rild acabaram esquecidos nesse meio tempo, enquanto sua nave em forma de disco com um grande leme no formato de gatilho na parte inferior vagava sem rumo pelo espaço. O cientista permanecia trancado em seus aposentos, um laboratório improvisado, todos os dias, remoendo as frustrações de seu império ruído e de seus planos arruinados, os rostos daqueles jovens não lhe saíam da cabeça, em especial o do rapaz negro, de moicano e com grandes poderes que no final, destruiu com um só golpe o ser que tanto trabalho e dedicação lhe custou para desenvolver.
— Terráqueos, saiyajins, malditos sejam... Eu tenho que me vingar de vocês! - ele socou a mesa onde estava. - Maldito seja aquele moleque, maldito seja Uub!
Rild apenas ouvia do outro lado da porta em silêncio, a espera de uma nova ordem que nunca vinha, seu criador só parecia piorar mentalmente enquanto seu ódio só aumentava e nisso semanas se passaram, tendo inclusive chegado ao ponto do combustível da nave espacial acabar. O veículo, já sem rumo, se tornou apenas lixo flutuando no espaço, a situação se tornou tão incômoda que Rild considerou matar Myuu e fazer as coisas do seu jeito, mas o fato de que só o cientista poderia fazê-lo mais forte para que pudesse humilhar o orgânico que o superou em batalha o segurou. Mais alguns dias se passaram e a nave foi seguindo seu curso aleatório até o pacato dia em que se aproximou de um planeta de atmosfera esverdeada, a entrada colocou a mesma em chamas, abrindo os olhos de Rild que jazia sentado com os braços cruzados em uma poltrona. Dr. Myuu se viu em desespero e correu na direção dos corredores a procura do general.
— O que está acontecendo?! - ele perguntou ao entrar na sala onde Rild estava, sentindo então a turbulência que o jogou no chão.
A nave prosseguiu sua descida na atmosfera do planeta até no fim colidir em um pequeno planalto rochoso, destroçando o mesmo. Uma cratera acabou resultante do ocorrido que também deixou a nave em pedaços, Myuu ainda estava vivo por sobre os escombros, com leves danos em seu corpo robótico, o general o havia protegido com seu próprio corpo que não sofreu dano algum.
— O senhor está bem Doutor Myuu? - Rild perguntou ao sair de cima dele.
— Estou... Obrigado Rild. - o antigo líder das Máquinas Mutantes de M-2 se colocou em pé e moveu os escombros ao seu redor, logo o cientista também se levantou. - Onde estamos?
— Sabe que estamos perdidos desde que os sistemas da nave pararam de funcionar, não tenho a menor ideia. - ele respondeu com certo desdém antes de sair flutuando pela grande fresta da nave partida.
— Aonde você vai? Não me deixe aqui Rild!
O cientista o seguiu correndo e saindo escalou a cratera com certa dificuldade, encontrando o general lá em cima, admirando seriamente a paisagem ao redor e ao contemplar o que ele estava vendo, o doutor se viu incrédulo.
— Não pode ser!
— O que foi Doutor Myuu?
— O céu esverdeado, a vegetação de puro azul, as águas cristalinas como esmeralda... É Namekusei!
— Namekusei? O planeta original das Esferas do Dragão? Impossível, você mesmo me disse que, de acordo com suas pesquisas, esse planeta havia sido destruído há vários anos.
— Eu sei, mas não havia nenhum planeta como esse em nossa base de dados, não um planeta habitado!
— Hmm... Agora que você falou, estou detectando vários kis nesse lugar.
— Hehehehehehaha! Eu não acredito, isso só pode ser um presente dos deuses! Sabe o que isso significa Rild?
— Sim, eu sei... - ele também sorriu malignamente. - As Esferas do Dragão...
— Isso mesmo! As Esferas do Dragão originais de Namekusei! Mwahahahahahahahahahaha!
A gargalhada maligna pareceu ecoar até os confins de Nova Namekusei, anunciando mais um triste evento na história do povo namekuseijin do Universo 7.
AGE 790 - LINHA DO TEMPO OFICIAL
No presente, Dr. Myuu se encontrava pensativo enquanto analisava alguns dados em um computador, dentro de um estranho, escuro, porém moderno laboratório. Ao ver seu colega, o outro cientista, com a voz tão pigarrenta quanto a do primeiro que o indagou das sombras.
— No que está pensando? - ele então viu Myuu girar a cadeira para o seu lado antes de responder.
— Estava pensando no dia em que Rild e eu chegamos aqui.
— Temos trabalhado duro desde então não é mesmo?
— Sim. - Dr. Myuu se levantou e começou a caminhar pelo laboratório. - A minha tecnologia e seu intelecto somado ao meu nos renderam grandes frutos, eu mal posso esperar...
— Falta pouco Doutor Myuu, falta pouco para enfim nos vingarmos dos desgraçados que arruinaram nossos planos!
— Isso mesmo... Doutor Gero. - o outro cientista saiu das sombras enquanto Myuu se voltou para ele outra vez, Gero continuava o mesmo homem velho de bigode e longos cabelos brancos, vestindo as mesmas calças marrons, a mesma blusa amarela com listras de ombros largos, o mesmo colete preto e o mesmo chapéu também preto, com o símbolo da Red Ribbon. - Tanto Son Goku quanto Uub irão sofrer e é exatamente por isso que mal posso esperar...
Os cientistas trocaram um olhar maligno, pois o momento que eles tanto esperavam já se acercava.
Haviam se passado três dias desde o 30º Torneio de Artes Marciais e assim como fizeram os saiyajins do Universo 6, tanto Soba como os visitantes do Planeta Regnum haviam voltado para seus lugares de origem. O único que ainda estava na Terra era Rejick, que sem ninguém saber, fazia o seu reconhecimento do planeta para acaso precisasse tomá-lo no futuro. Enquanto isso, Goku cumpriu a promessa que fez a Upa durante o torneio logo no dia seguinte ao mesmo, indo visitá-lo na Terra Sagrada de Karin na companhia de Uub. Mestre e discípulo se divertiram muito com Upa, Bora e a Tribo Karinga, até que chegou a hora de partirem no dia seguinte e então Goku se lembrou de outro velho amigo que morava ali perto: Nam. O guerreiro que Goku enfrentou no 21º Torneio de Artes Mariciais ainda mantinha o aspecto físico dos velhos tempos, mas sendo um homem bem mais velho, possuía uma espessa barba em seu rosto, além de também estar muito mais forte e com uma experiência invejável como lutador. Uub acabou se sentindo em casa ao estar em um vilarejo com pessoas simples, que mesmo distante, era muito parecido com o seu e ali ambos ficaram por horas, partindo depois para a gelada Vila Jingle, sendo essa uma ideia de Uub, que queria apresentar Suno e Oitavo ao seu mestre. O que ele não contava é que Goku já os conhecia e estes os receberam por lá de braços abertos, ficando com eles até a manhã do dia seguinte, momento em que Goku se empanturrava com o grande café da manhã que Suno havia preparado.
— Ai que coisa! - ela disse ao colocar uma travessa com pães à mesa, antes de se sentar ao lado de Goku. - Até agora não acredito que o mestre de quem você falava era o Goku, eu sabia que não podia ser só coincidência você ser um garoto tão forte como ele era.
— Pois é, eu também não podia imaginar que vocês já se conheciam! - Uub respondeu sorridente, sentado do outro lado da mesa.
— Eu conheci a Suno e o Oitavo quando era criança ainda. - Goku falava de boca cheia.
— E ele nos ajudou derrotando a Força Red Ribbon que tanto fez mal para as pessoas da nossa vila, não é mesmo Goku?
— Hum? Oh sim, eles eram uns caras muito malvados.
— E depois de tanto tempo, você está aqui outra vez.
— Pois é! - enquanto comia, Goku desviou o olhar para a sua esquerda e viu que a ruiva de olhos castanhos o observava comer com um sorriso sereno, usando a mão esquerda para apoiar rosto com o cotovelo sobre a mesa. - O que foi? Aconteceu alguma coisa?
— Você cresceu e se tornou um homem. Me diga Goku, você ainda é solteiro?
— Não, eu sou casado, tenho dois filhos e uma neta!
— Oh... - ela disse ainda sorrindo, mas com uma leve decepção no olhar. - Sua esposa é uma mulher de muita sorte.
Concentrado na comida, Goku não deu muita atenção e Uub, que parecia não saber o que comentar, perguntou:
— Onde está o Oitavo?
— Não sei. - respondeu Suno. - Antes de ir para casa ontem, ele disse que passaria aqui hoje de manhã. - eis que se ouvem batidas na porta. - Acho que deve ser ele. Entre!
A porta então se abriu e o Androide #8 entrou na casa com um sorriso no rosto.
— Bom dia!
— Oh, bom dia Oitavo! - disse Goku, com a boca cheia novamente.
— Senta aqui com a gente! - disse Uub para o androide se achegar ao seu lado.
— Obrigado, eu troxe uns biscoitinhos, espero que gostem! - Oitavo colocou sobre a mesa o prato que trazia, removendo o pano que o cobria.
— Wow, são biscoitos de coco! - os olhos de Uub brilharam e ele então pegou um para provar. - Hmm... Estão deliciosos!
— Obrigado Uub, fui eu mesmo quem fiz!
— E então Oitavo, vamos lutar hoje?
— Outra vez? - relutante, Oitavo coçou a cabeça com o dedo indicador.
— Você não mudou nada mesmo, não é Oitavo? - perguntou Goku. - Continua não gostado de lutas.
— Pois é, eu sinto muito Goku.
— Bom, não tem problema, a gente já lutou ontem e já é um pouco tarde, daqui a pouco o Uub e eu precisamos ir também.
— Precisamos? - questionou Uub.
— Que pena... - disse Suno.
— Está bem, mas antes eu quero aproveitar os biscoitos que o Oitavo trouxe! - Uub começou a comer um após o outro.
— Espera aí Uub, deixa um pouco para mim!
— Nada disso mestre! - Uub se exaltou com a boca cheia. - Os doces eram só meus, nós combinamos lembra?
— Ah puxa...
Suno e Oitavo se puseram a rir até a hora passou e chegou o momento de seus visitantes partirem.
— Obrigado pelo café da manhã, estava uma delícia!
— De nada Uub, uma pena não poderem ficar para almoçar, tomara venham nos visitar outra vez em breve. - disse Suno.
— Nós viremos, com certeza! - afirmou Goku. - Foi bom ver vocês de novo.
— Também foi bom te ver de novo Goku. - disse Oitavo.
— Bem, nós já vamos, obrigado pela comida! - Goku partiu, flutuando em direção ao céu.
— A gente se vê, tchau! - disse Uub, ajeitando o Bastão Mágico em suas costas, antes de seguir seu mestre enquanto se despedia.
— Adeus! - gritou Oitavo ao acenar.
Saindo dali, mestre e discípulo partiram para acima das nuvens, onde o Sol poderia aquecê-los naquela região fria.
— O Upa, o Nam, o Oitavo... Eu não os via a um tempão...
— Todos eles devem estar bem mais fortes do que quando o senhor os conheceu, não é?
— Sim e ver o quanto eles evoluíram depois de tanto tempo me faz querer treinar ainda mais para ficar ainda mais forte! - Goku fez uma pausa e então continuou, perguntando. - O que você pretende fazer agora Uub? Vamos treinar juntos de novo ou você vai voltar para ilha e treinar com o #17?
— Na verdade, eu estava pensando em ir para casa e descansar um pouco.
— É sério?
— Com tudo o que tem acontecido desde a viagem pelo universo até esses meses em que estive treinando para o torneio, eu acabei ficando muito tempo fora de casa. Sinto falta dos meus pais e dos meus irmãos e irmãs, acho que vou aproveitar e passar um tempo com eles.
— Bem, você é quem sabe. Só vê se não relaxa muito ou vai acabar enfraquecendo.
— Ah isso não! Só porque vou para casa, não significa que vou parar de treinar!
— Heheheh, sorte sua poder treinar em casa. Eu quando estou em casa, quase não consigo fazer outra coisa se não trabalhar no campo e isso é muito chato, aliás, estamos há três dias fora e se eu chegar tarde para o almoço em família que a Chi-Chi estava planejando, ela vai acabar ficando uma fera comigo.
— Agora entendi porque o senhor estava com pressa de irmos embora e mesmo assim nós acabamos ficando mais tempo depois do café da manhã.
— É mesmo, há essa hora, o meu sogro, o Gohan, o Kuririn e as famílias deles já devem estar lá! - ele exclamou desesperado. - Eu já vou indo, manda um abraço meu para a sua família, vou lá visitar vocês por esses dias!
— Claro!
— Até mais Uub!
— Até mais mestre!
Goku aumentou sua velocidade rumo ao sul enquanto Uub se manteve a voar mais tranquilamente para uma direção levemente diferente da que seu mestre seguiu, rumo as ilhas do sul.
Voltar para casa era sempre uma alegria para o jovem terráqueo, lá do alto pôde ver seus irmãos brincando enquanto jogavam uma bola de um lado para o outro em um divertido jogo de queimada. Iup Iup, agora com doze anos, mas ainda de cabelos lisos, forte, sem camisa, trajando botinas e um calção azul, chegara da colheita matinal ainda há pouco para se juntar à brincadeira e logo Uub pretendia fazer o mesmo, para tanto desceu rasante em direção ao pátio terroso de sua simplória casa.
— Deixa comigo irmão! - gritou o pequeno Hcivopops ao pedir a bola, agora com dez anos, mas ainda energético, com um moicano como o de Uub, só que menos arrepiado, descalço de calças roxas e meio kimono marrom, com a alça do lado esquerdo.
Iup Iup lhe jogou a bola para que o mesmo atirasse contra o time das meninas, o arremesso do garoto foi forte, mas mesmo assim, Nokay, agora com catorze anos, conseguiu segurar a bola com certa dificuldade. Ela ainda mantinha seus cabelos presos por uma trança e vestia seu vestido laranja.
— Consegui!
— Ai não... - disse Hcivopops ao ver sua irmã mais velha sorrir ao puxar o braço para arremessar a bola de volta em sua direção.
— Cuidado Hcivopops! - gritou Iup Iup.
A bola veio voando na direção do pequeno garoto, que ficou parado sem reação, até que Uub aterrissou em sua frente e a segurou com apenas uma mão:
— Assim não irmãozinho, você tinha que ter jogado desse jeito! - Uub arremessou a bola de volta com uma força exagerada, atingindo Nokay em seu belo rosto, a levando ao chão. - Oops...
— Irmãozão! - exclamou Hcivopops ao vê-lo.
— Bem vindo de volta Uub!
— Valeu Iup Iup! - Uub cumprimentou seu irmão, tocando os punhos.
A pequena Umay, agora com oito anos, não sabia se cumprimentava Uub ou se ajudava Nokay, que ainda estava no chão. Ainda era tímida, desarrumada, cabelos mal penteados e vestido indiano verde. Eis que então ela viu sua irmã mais velha e companheira de equipe se levantando com cara de encapetada e ao verem aquilo, Iup Iup e Hcivopops começaram a se afastar de Uub lentamente.
— Uub, seu maldito! Vai pagar caro por isso! - estando com a cara esfolada, ela pegou a bola e colocou uma força surreal em seu braço.
— Irmãos? - Uub olhou para os lados e viu que Iup Iup e Hcivopops já estavam longe para não receberam a bolada que o seu irmão mais velho receberia no rosto, o atirando arrastado no solo.
— Isso! - Nokay comemorou, batendo a palma de sua mão com a de sua irmãzinha.
— Aiaiaiaiaa...
— Você está bem irmãozão? - perguntou Hcivopops ao se aproximar de Uub com Iup Iup e vê-lo ali estirado, tremulando com a bola de borracha comicamente enterrada na cara.
Minutos depois, Uub estava lá dentro, sentado em uma cadeira enquanto sua mãe, Idibab, de vestido indiano vermelho e cabelos levemente escondidos por um lenço na cabeça, limpava o rosto dele enquanto ria.
— Para alguém que aguenta até mesmo explosões planetárias, eu diria que você foi bem imprudente filho.
— Eu sei mãe, quando fica uma fera, a Nokay tem a capacidade de me fazer ficar com tanto medo que eu abaixo o meu ki. Me pergunto se é por isso que o Mestre Goku tem tanto medo da Senhora Chi-Chi.
— Mesmo assim, você nem se machucou. - ela terminou de lhe limpar o rosto. - Pronto filho, viu só?
— Valeu mamãe! - Uub agradeceu enquanto Idibab lhe beijou a testa. - Onde está o papai?
— Está no quarto, ele não tem se sentido bem ultimamente e isso me preocupa.
— É mesmo? Nossa... Eu vou lá ver ele.
— Vá sim filho, tenho certeza que o seu pai vai ficar feliz em te ver!
E assim o fez, Uub entrou no quarto e viu seu pai, Arubad, deitado na cama com sua túnica marrom, só que sem o turbante, revelando seus cabelos brancos como a cor da barba, seus olhos murchos se encheram de felicidade.
— Uub? Filho?
— Papai! - Uub se aproximou para abraçá-lo e ao soltá-lo perguntou. - Como o senhor está pai?
— Mais ou menos, estive pior do que agora nos últimos dias. - ele respondeu antes de cobrir a boca com uma toalha e tossir, expelindo um pouco de sangue ali, o que preocupou Uub, já que seu pai pareceu querer esconder aquela toalha. - Mas só de te ver, eu já me sinto melhor.
— O senhor tem tomado os remédios?
— Sim, mas o problema que tenho nos pulmões é crônico afinal. O que me entristece é ser um peso para você e o seu irmão Iup Iup há mais de dez anos.
— Não diga isso papai, o senhor nunca será um peso para a gente!
— Eu deveria ser o provedor de vocês, nem você e nem seu irmão deveriam se sacrificar como estão fazendo. Você tem um dom especial Uub, um dom que poderia estar sendo desperdiçado se Son Goku não tivesse aparecido em sua vida para lhe ensinar a usá-lo, acho que serei eternamente grato a ele por ter cuidado de você por mim nesses últimos anos.
— O Mestre Goku é uma pessoa incrível, mas o senhor ainda é o meu pai e eu te amo muito. Eu gosto muito de lutar e de ter o poder que eu tenho, mas nada disso importa se o senhor não estiver bem.
Arubad então pegou na mão de seu filho e disse:
— Uub, meu filho, me alegra ouvir estas palavras. Só o que peço é que, independente do rumo que tomar na vida, nunca se esqueça de quem você é, esse rapaz simples e de coração puro o qual eu tanto me orgulho de chamar de filho.
— Eu não irei me esquecer papai, eu prometo!
O silêncio fez com que Uub e Arubad trocassem um sorriso sincero e então o pai lhe falou:
— Pode me fazer um favor meu filho?
— Claro que sim pai, tudo o que o senhor quiser.
— Me ajude a ir até a varanda.
E assim Uub o fez, lhe apoiando pelo ombro direito enquanto a bengala apoiava o outro lado de seu corpo. O velho se sentou na cadeira de balanço, sentindo o vento da manhã em seu rosto, sua esposa se colocou ao seu lado e ele segurou sua mão enquanto via os seus filhos brincarem no quintal, beijando-a antes de falar:
— Obrigado querida, por me dar estes presentes tão lindos que são nossos filhos, eu sempre vou te amar.
— Eu também querido, mas por que está falando assim?
— Uub... Cuide dos seus irmãos, eu te amo meu filho... - Uub parecia preocupado, até que Arubad sorriu, o deixando mais tranquilo e o velho então olhou para o horizonte. - Esse vento é tão bom, você não acha?
— Sim... - sorrindo, Arubad foi lentamente fechando os olhos e sua cabeça foi se recostando na cadeira, o silêncio e a paz fizeram Uub não perceber o óbvio quanto a energia vital de seu pai, que naquele momento, desapareceu. Os olhos do jovem guerreiro, que logo entendeu o que acontecera, lacrimejaram. - Papai?...
Autor(a): fagnerlsantos
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Era um campo aberto onde havia uma árvore em que as folhas balançavam com o vento, o céu azul limpo parecia vazio de algum jeito. Embora fosse costume do povo de Uub cremar seus entes queridos que faleciam, o desejo de Arubad era ser enterrado em um prado verdejante aos pés de uma árvore, de modo que pudesse se sentir livre de suas dores at ...
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