Fanfic: Love Secrets | Tema: #emmaswan #ouat #reginamills #swanqueen

O baile de noivado da princesa Branca de Neve e do príncipe David Nolan foi um sucesso! Não se falava em outra coisa, a não ser a beleza e elegância da rainha Eve e suas filhas. Entretanto, a caçula da família esteve um pouco ausente nesta noite. Estaria Emma com inveja do noivado de sua irmã ou havia algum outro motivo para tal sumiço? Esta autora ficou bastante intrigada. Falando em inveja, o irmão gêmeo de David, James Nolan, foi outro que não deu o ar da graça no baile de noivado do seu irmão. É de se esperar que, depois da declaração de seu pai, a relação entre eles tenha ficado um pouco estremecida. Ainda assim, todo mundo sabe que o rei George fez a escolha certa e que o seu reino não duraria nem um ano, nas mãos do filho errado.

CRÔNICAS DA SOCIEDADE DE LADY CAMPBELL,
31 DE MARÇO DE 1813

– Regina, desce aqui! O doutor Whale veio para ver a sua mão.

Cora berrava na sala de estar. Definitivamente, ela não conseguia ver o sucesso da rainha Eve. A verdade é que Cora sempre a invejou. O panfleto do dia falava do bem sucedido noivado de Branca e da beleza de sua mãe. Isso foi o bastante para deixar a senhora Mills bastante irritada.

– Vem logo, Regina!

Ainda contra a sua vontade, Regina desceu as escadas e caminhou até a sala onde o doutor a esperava. Os acontecimentos da noite anterior ainda pairavam sob sua cabeça. Aquilo tinha mesmo acontecido? O sorriso que se formou em seu rosto logo desapareceu.

– Ai!

– Desculpa. Está um pouco inflamado. E vai precisar de pontos...

– Tudo bem.

O doutor deu outra agulhada no ferimento, na esperança que o anestésico local começasse a agir logo. À medida que a expressão de dor sumia do rosto de Regina, notava-se o sucesso do procedimento.

– Foi um corte bem feio. Como aconteceu? – o doutor Whale questionava enquanto dava os pontos.

– Não sei bem… Quando notei já estava sangrando. – ela tentava desconversar.

– Bom, poderia ter sido pior. Poderia ter algum resíduo dentro. Quem realizou o primeiro curativo fez um ótimo trabalho.

– É, parece que sim.

– Só mais um pontinho e… Pronto. Acabei. Vou te receitar alguns anti-inflamatórios. Você deve ficar bem. Volto em uma semana para retirar os pontos. Tudo bem?

– Tá bom. Obrigada doutor.

Enquanto Cora o acompanhava até a porta e conversava sobre algum assunto nada interessante, Zelena se aproximava de sua irmã, cheia de curiosidade.

– Então, não sabe o que aconteceu, né? Bom, eu sei. Eu vi você estourando a taça enquanto observava a Emma e o Killian dançando. Até quando você vai tentar se enganar, irmã?

– Você poderia, por favor, não me irritar com isso?

– Isso? Qual é, Regina. Até um cego conseguiria ver você se contorcendo de ciúmes.

– Regina com ciúmes? – Cora interrompeu a conversa – Isso significa que ela finalmente tem um pretendente?

– Obrigada, Zelena! – Regina respondeu com ironia.

Sem dar mais explicações, Regina retirou-se da sala e voltou ao seu quarto. Sendo imediatamente seguida por sua irmã.

– Ótimo, Zelena! Isso era tudo que eu precisava. Agora a nossa mãe vai ficar no meu pé querendo conhecer esse tal pretendente de quem eu tenho ciúmes!

– Então apresente um pretendente a ela!

– O quê? – Regina realmente estava confusa.

– Regina, a nossa mãe está tão preocupada em nos casar primeiro que as filhas da Eve, que vai acreditar em qualquer coisa que você falar. Apresente algum cara e ela vai acreditar que ele está te cortejando.

– Mas onde eu vou arrumar alguém para fingir?

– Você não tem um amigo ou sei lá?

– Por acaso a nossa mãe nos deixa ter amigos? – ela revirou os olhos.

Zelena andava de um lado para o outro no quarto, com as mãos nos quadris.

– Já sei! – ela pulou no meio do quarto – Aquele cara que te salvou, qual é mesmo o nome dele?

– Daniel.

– Isso. Daniel. Você pareceu gostar dele. Ele parece ser um cara legal. Ele pode te ajudar.

– Sem chances, Zelena. Você acha mesmo que a nossa mãe vai acreditar que eu estou apaixonada por ele? Ou melhor, acha mesmo que ela vai aceitar que eu seja cortejada por um cavaleiro?

– Ela vai acreditar se você souber jogar! Além disso, nós não precisamos que ela aceite. Nós precisamos que o nosso pai aceite. Cora pode ser difícil, mas o papai faz qualquer coisa pelas filhas dele. Use isso ao seu favor.

– Você acha que vai funcionar?

– É claro que vai! E você ainda vai ganhar um bônus: vai poder fazer ciúmes a Emma. Só assim saberemos se essa paixão é recíproca.

No fim das contas, Zelena tinha razão. Seria como matar dois coelhos com uma cajadada só: Cora iria sair do pé da Regina e, de brinde, ela poderia fazer Emma se contorcer de ciúmes. Não seja boba, Regina. Emma não gosta de você. Ela pensou.

Agora que elas tinham um plano, Regina só precisaria fazer com que Daniel concordasse. E é claro que ela contaria o plano para ele. Por mais que parecesse uma pessoa ruim, por sua cara fechada, Regina era uma pessoa de bom coração. Ela jamais brincaria com os sentimentos de outra pessoa assim.

Fugindo de sua mãe, Regina pegou um de seus cavalos e saiu galopando pela floresta. Ela esperava encontrar Daniel por aí, mas infelizmente isso não aconteceu.

***

Na casa da rainha Eve, o clima ainda era de festa. O baile tinha sido alegre e cheio de elegância. Entretanto, Emma parecia pensativa.

– Aconteceu alguma coisa, Ems? Você parece distante…

Se alguém perceberia isso, com certeza esse alguém seria a Branca. Ela se aproximou da irmã, que estava sentada no jardim e sentou-se ao seu lado.

– Você quer conversar? Estou aqui para te ouvir.

Emma sabia que podia confiar na Branca até de olhos fechados, mas por algum motivo, Emma não sentia vontade de falar. Não é como se Branca fosse julgá-la. Não. Ela jamais faria isso. Ainda assim, Emma sentia-se envergonhada. E, acima de tudo, não queria enxergar a verdade: estava apaixonada por Regina.

Ainda sem falar uma palavra, Emma se debruçou por cima de sua irmã e começou a chorar. As lágrimas percorriam seu rosto, lhe trazendo um certo alívio. Ela precisava desabafar.

– Pode chorar, meu amor. Estou com você. – Branca tentava acalmá- la.

– Preciso te contar uma coisa, mas não sei se tenho coragem. – ela baixou a cabeça, demonstrando vergonha.

– Você pode me contar qualquer coisa!

– Ela me beijou, irmã! E eu senti meu mundo desabando naquele beijo. – lágrimas voltaram a molhar seu rosto.

– A Regina? – sua irmã perguntou calmamente.

Emma apenas assentiu com a cabeça.

– Acho que estou apaixonada. – completou.

Admitir isso, para Emma, não era fácil. Ela sabia que um escândalo desses poderia arruiná-la e arruinar a sua família. A própria Branca poderia sair prejudicada. Ora, o rei não iria querer seu filho se casando com a irmã de lésbica suja.

– Eu notei a forma como vocês se olham e posso garantir que é recíproco. Tenho certeza que Regina também está apaixonada por você. Isso é algo bom, Emma.

– Bom? Como pode ser bom? Eu deveria estar me apaixonando por homens. Eu deveria estar planejando um casamento. Como envergonhar a minha família pode ser algo bom?

– Você não me envergonha, Emma. Muito pelo contrário. Eu te admiro muito. Além disso, o amor é uma dádiva. Nós não escolhemos por quem nos apaixonamos.

– Ninguém pode saber disso. Por favor, prometa-me que nunca contará a ninguém.

– Eu prometo. Você tem a minha palavra de que eu jamais irei falar sobre isso. Mesmo achando que os nossos pais iriam te aceitar e te acolher.

– Eles não podem saber! Nunca! Não poderia viver com o peso de lhes dar esse desgosto.

– Como preferir, irmã. – Branca a abraçou.

Conversar com Branca fez Emma se sentir um pouco melhor. Mas não o suficiente para tirar o peso que ela sentia em suas costas. Ainda assim, as recentes descobertas de Emma clareavam a sua mete. Agora tudo fazia sentido: ela gostava de mulheres. Bom, de uma mulher específica. Por isso que não conseguia se sentir atraída por nenhum dos pretendentes.  

Apesar de saber que,a partir de agora, sua vida ficaria ainda mais complicada. Emma encontrava um pouco de conforto em saber que não era incapaz de amor. Ela apenas estava procurando o amor nas pessoas erradas. 

***