Fanfic: Love Secrets | Tema: #emmaswan #ouat #reginamills #swanqueen

A temporada mal começou e aparentemente já há algumas rivalidades formadas. Ainda que seja de conhecimento geral que a filha dos poderosos Mills não seja o maior exemplo de simpatia, nem mesmo esta autora conhece o motivo da desavença. 

CRÔNICAS DA SOCIEDADE DE LADY CAMPBELL,
16 DE MARÇO DE 1813

Mais tarde nessa semana, ao ler o periódico do dia, Regina se deparou com o seu nome estampado. Zelena já havia avisado por diversas vezes que a cara fechada da irmã poderia ser mal interpretada por outras pessoas. Em sua defesa, Regina alegava ter herdado essa característica de sua mãe. Oh, céus. Sua mãe. Ela a mataria quando visse isso. 

– Preciso dar um fim nesse exemplar. – pensou rápido. 

– O que vai fazer? Tem um espalhado em cada esquina. 

Zelena estava correta. Já se passavam das dez horas da manhã. A cidade inteira já estava com seu jornal sensacionalista em mãos. Ela não se incomodava que as outras pessoas tivessem lido. Apenas não queria que a sua mãe lesse. 

Não importa se todos estariam falando sobre isso. Absolutamente ninguém seria capaz de tocar nesse assunto perante Cora Mills. As pessoas costumavam até mesmo evitar contato visual com ela, ninguém se atreveria a ir questioná-la sobre as suas filhas. Ela jamais aceitaria isso. 

Sabendo disso, Regina amassou o papel transformando-o em uma pequena bola e o arremessou na primeira lixeira que viu. 

Mais tarde nessa semana, Regina estava em seu quarto, se preparando para o primeiro evento da temporada que aconteceria no salão de baile de Lady Harriet. 

– Que ótimo! Agora uma de vocês é o assunto do baile. – Cora resmungou, quando finalmente leu o panfleto que suas filhas tentaram esconder a todo custo. 

– Não olhe para mim. Eu não fiz nada. – Zelena se defendia. 

– Obrigada, irmã. – Regina parecia zangada. 

– Vamos. Não podemos nos atrasar. Essa fofoca já é ruim o suficiente. – ela arrumava os vestidos de suas filhas – Regina, seja simpática, sorria para as pessoas. Nenhum homem quer se casar com uma mulher mal humorada. 

Sua filha Regina foi sensata e não retrucou. Fingiu estar concentrada arrumando seu cabelo. Ela conhecia Cora Mills o suficiente para saber que qualquer coisa que dissesse seria motivo de mais um sermão. 

A carruagem logo chegou e elas seguiram para a grande mansão de Lady Harriet. Ao adentrar pelos portões, a decoração exagerada chamou a atenção. O jardim era coberto pelas mais belas flores, haviam lustres espalhados por toda parte. Dentro do salão, torres de taças de champanhe, muita comida, ponches e uma mesa com os mais variados e refinados tipos de doces. 

Seguindo a tradição, no primeiro baile, a anfitriã chamava uma a uma as famílias, para que as mães apresentassem suas filhas. Parecia uma tradição idiota, mas todos ansiavam por esse momento. Os rapazes organizavam-se em um grande círculo, por onde as moças desfilariam, mostrando sua beleza e carisma. Ao final das apresentações, a anfitriã nomearia uma garota como diamante da temporada e essa se tornaria a mais disputada entre todas. 

Chegava a hora da apresentação. As mães enlouquecidas arrumavam os vestidos de suas proles. Esse era o momento para o qual haviam se preparado a vida toda. 

– Viscondessa Elizabeth, apresentando sua filha Ellen. 

– Duquesa de Judith, apresentando Moana e Mirian. 

Assim, uma a uma, as mulheres da famílias desfilavam enquanto os homens observavam com atenção. 

– Rainha Eve, apresentando suas filhas Branca de Neve e Emma. 

Por um momento, pôde-se ouvir algumas risadinhas, quando pronunciados os nomes das filhas do Rei Leopoldo. Não podia ser diferente, depois do que a Lady Campbell escreveu sobre seus nomes no início da semana. 

– Condessa Ruth, apresentando Theodosia. 

– Marquesa Sally, apresentando Rachel, Sarah e Odete. 

– Rainha Cora, apresentando Zelena e Regina. 

Ao ouvir seu nome, Regina tentou sorrir da forma mais sincera possível, a fim de evitar comentários sobre sua simpatia. 

Sem sucesso. Assim que entraram na roda, as pessoas começaram a cochichar e apontar, deixando-a bastante desnorteada. 

Não havia como ser diferente. Regina não sabia controlar suas emoções. Estava sempre escondendo-as por baixo de sua cara fechada. Era como uma armadura para ela. Evitando que as pessoas se aproximassem e que a magoassem. 

***

O baile seguia tranquilo. As pessoas dançavam e conversavam, pareciam estar realmente se divertindo. Logo, essa tranquilidade acabaria. Lady Harriet estava prestes a anunciar quem seria a grande estrela da temporada. 

Diferente de outras anfitriãs, ela não havia considerado apenas a apresentação, mas estava atenta ao comportamento das moças a noite toda. Já havia sido jovem e também havia passado por isso. Não gostaria que o nervosismo do momento reduzisse as chances de alguma menina. Precisava ter certeza que estava escolhendo a pessoa certa. 

– Peço um momento da atenção de todos, por favor. 

Lady Harriet utilizava uma pequena taça e uma colher de chá para chamar atenção. O tilintar do metal no vidro fez com que a música parasse e todos se virassem para olhá-la. 

– É uma grande honra recebê-los em minha casa. – continuou – Durante a noite, observei os modos de todas que estão debutando este ano. Sem dúvidas, as mães fizeram um ótimo trabalho preparando-as para o grande passo que é o casamento. Tenho certeza que todas serão ótimas esposas. Mas, como é meu dever de anfitriã, devo escolher aquela que entre todas mais chamou minha atenção. O diamante dessa temporada é você, Emma Swan! 

Por um segundo, Emma engasgou com o seu ponche. Ser escolhida como o diamante da temporada era, de longe, o maior sonho de todas. De todas, menos da Emma.

Rapidamente, Eve arrumou a postura de sua filha e a guiou pelo meio do salão. Diferente da irmã, Branca de Neve parecia muito feliz com a escolha. 

– Você será um ótimo diamante, Emma! – falava eufórica. 

Ainda sem reação, Emma apenas sorria para as pessoas que a aplaudiam. 

É claro que essa era uma grande honra, mas também haviam muitas responsabilidades. Ela acabara de se tornar uma espécie de troféu, que todos iriam cobiçar. Enquanto todos os homens queriam se casar com a joia da temporada, todas as outras garotas iriam odiá-la de forma gratuita. 

Agora, Emma estaria cercada de olhares o tempo todo. E essa era a única coisa que ela não queria. 

– Espero que todos aproveitem a noite. – Lady Harriet encerrou seu discurso e rapidamente a música voltou a tomar conta do ambiente. 

Quase que imediatamente, os pretendentes começaram a cercar Emma, que parecia pouco empolgada. De longe, sua mãe gesticulava para que a mesma sorrisse e demonstrasse interesse nas conversas. 

Tentando agradar sua mãe, a jovem fez o maior esforço que conseguiu para dialogar com os vários homens que apenas queriam exibir como prêmio. Ela até dançou com um ou dois deles. Os mais aceitáveis, de acordo com ela mesma. 

De longe, Emma podia ver o seu pai rodeado de outros homens importantes. Nem precisava chegar perto para saber qual era o assunto: ela mesma. 

Tentando assimilar todo esse caos, a jovem loira resolveu passear pelo jardim. Sentou-se em um banco, um pouco distante, para fugir do barulho. Entretanto, outras pessoas também tiveram a mesma ideia. 

– Como essa garota foi a escolhida? – Cora andava de um lado para o outro, bastante descontente. 

– Qual é, mãe. A garota é muito bonita, vem de uma boa família… 

– Sabe quem também é bonita? Sua irmã! Ela merecia bem mais que aquela loirinha sem sal. 

Emma ficou intrigada e um pouco chateada com os insultos gratuitos. Quem aquela mulher pensa que é para falar assim dela? Ela não tinha esse direito! Havia sido escolhida como diamante, contra a sua vontade, mas havia sido de forma justa.

Pensou em se revelar e revidar, mas diante do ocorrido na modista, achou que poderia finalmente entender o motivo de tanta raiva. Continuou ali, parada, escondida, ouvindo a conversa alheia. 

– Se você não fosse tão antipática, Regina, seria você a escolhida e eu não teria que me preocupar em te arrumar pretendentes, porque eles iriam cair aos seus pés, como devem estar fazendo nesse momento. Aposto que a Rainha Eve já mandou que seus criados começassem a assar biscoitos para receber os pretendentes. 

Cora tagarelava irritada. Regina, finalmente, abriu a boca:

– A culpa não é minha se aquela familiazinha parece que come arco íris no café da manhã. – seu rosto demonstrava certo desprezo. 

– Espero que você se contente em casar-se com algum viúvo barrigudo. Você acabou com todas as suas chances de um bom casamento. E pior, estragou as chances da sua irmã também! 

Cora saiu batendo o pé, deixando suas filhas bem abaladas, principalmente a Regina. 

Apesar de ainda estar irritada com as barbaridades que ouviu sobre si mesma, Emma sentiu-se solidária com as lágrimas de Regina. 

– Oi… Você tá bem? – tentou se aproximar. 

– O que você quer? – a morena não parecia muito receptiva. – Você estava nos ouvindo?

– Desculpa. Foi inevitável. A sua mãe estava falando tão alto que qualquer um a menos de cinco metros poderia ouvir. Eu sinto muito pelas coisas que ela falou. Tenho certeza que você não é culpada de nada. Isso são só tradições bizarras e…

– Eu não preciso da sua pena, diamante da temporada. – pronunciou essa última parte com desprezo. 

– Qual o seu problema? Eu só estou tentando ser legal. Você é quem fica de cara feia para mim nos lugares. Eu nunca te fiz nada! – Idiota. Pensou consigo mesma. 

Emma deu as costas, não dando a Regina a chance de se explicar.

– É por isso que ela foi escolhida e nós não. – Zelena comentou. 

***