Fanfics Brasil - midnight memories. Cigarrete Daydreams (Satoru Gojo x Original Character)

Fanfic: Cigarrete Daydreams (Satoru Gojo x Original Character) | Tema: Jujutsu Kaisen


Capítulo: midnight memories.

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“Midnight memories, oh, oh, oh. Baby, you and me, stumbling in the street.” 


 


Chapter Four – Midnight Memories  


 


No início do dia, Satoru Gojo enfrentou uma série de aulas intensas, mergulhando profundamente no mundo complexo da Farmacologia Criminal. Seu curso atraía estudantes ávidos por conhecimento, mas para ele, o desafio era manter sua típica descontração enquanto transmitia informações detalhadas.   


Durante o tempo em que lecionava, sua mente ocasionalmente divagava para Saori, visto que a mesma parecia sempre disposta a testar sua paciência, seja pelo simples fato dela o olhar com desprezo ou as risadinhas irônicas que a mesma volta e meia soltava durante a aula. Entre perguntas afiadas e olhares provocadores, Satoru mal podia negar que havia algo mais por trás da fachada de hostilidade que criaram.  


Em contrapartida, Saori encontrava-se imersa em mais uma tarefa que Yashiro lhe incumbira. Apesar de pessoalmente discordar da lógica de punir Akihiko por um erro cometido por Mahito, sabia que na Red Dragon as regras eram claras: responsabilize-se por seus subordinados ou enfrente as consequências.   


Vestida impecavelmente como o temido anjo caído, Saori abordou Akihiko, um homem de aparência bruta que escondia uma gentileza que a tocava profundamente. A relação deles ia além das formalidades da organização criminosa; Akihiko havia sido um dos primeiros a cruzar seu caminho quando foi vendida para Yashiro, cuidando dela desde sempre. Estar ali para cumprir esse tipo de ordem era extremamente difícil e justamente por saber disso, é que o mais velho a mandara para cumpri-la.    


— Você sabe que não é pessoal, certo? - Ela tentou amenizar o peso da situação.   


— Tudo bem. Eu vacilei. - Akihiko, sempre calmo diante das adversidades, aceitou seu destino com resignação.   


A verdade era que, por trás da aparência rígida, Akihiko representava uma figura paterna para Saori, preocupando-se com seu bem-estar de maneira única. Ele nunca a tratou com malícia, sendo o alicerce mais próximo que ela tinha naquela organização sombria.   


— Mahito era um idiota. - Afirmou, buscando dissipar a tensão.   


— Sim, era. Mas eu deveria tê-lo controlado melhor. - A expressão do homem carregava um lamento genuíno.   


Os olhos de Saori ardiam, e a emoção ameaçava transbordar. Queria chorar diante da injustiça da situação.   


— Eu realmente sinto muito, Akihiko-san. - A voz dela tremia.   


— Está tudo bem, Saori-chan. - A gentileza no sorriso de Akihiko era reconfortante. - É só um dedo, não vou morrer por isso. Prossiga sem hesitar.   


Akihiko não apenas reconhecia a verdadeira identidade por trás da máscara de anjo caído; ele a compreendia mais do que ela mesma. Não era surpresa que ele soubesse quem realmente estava por trás daquela faceta, por mais que este fosse um segredo dividido apenas entre Saori e Yashiro.   


— Prometo ser rápida. Vamos estancar o sangue, e eu te darei morfina logo em seguida para aliviar a dor. - Saori falou, preocupada.   


— Saori-chan, não precisa ser tão gentil. Conheço as consequências, e mesmo assim não instruí meu subordinado corretamente. - A explicação de Akihiko era permeada por uma resignação tranquila. - Faça logo antes que Aiwaza-sama se irrite com você.    


Saori respirou fundo, contendo o choro que tentava escapar por seus olhos. A força era necessária naquele momento.   


— Mais uma vez, sinto muito, Akihiko-san.   


E no silêncio tenso que se seguiu, apenas o grunhido de dor rompeu a quietude. 


 


 


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A sexta-feira chegou antes que pudessem perceber. Apesar de não ter nenhuma aula programada com Satoru no dia de hoje, ambos acabaram se esbarrando no estreito corredor da universidade, cada um carregando consigo a bagagem de seus próprios mundos. O silêncio tenso que pairava entre eles era palpável, contrastando com o burburinho animado dos estudantes ao redor.   


Os olhares que trocaram foram tudo, menos amigáveis. Satoru, com seu usual sorriso descontraído, mantinha um brilho perspicaz nos olhos, enquanto Saori, com expressão desafiadora, não recuava diante do olhar penetrante do professor.   


Apesar do conhecimento compartilhado na sala de aula, ali, naquele corredor, a atmosfera estava carregada de uma rivalidade não dita. Cada passo que davam parecia ecoar a tensão que crescia entre eles. Foi um momento em que palavras não eram necessárias. As trocas de olhares aguçados falavam volumes sobre a complexidade da relação entre eles. Era como se aquele corredor fosse um campo de batalha silencioso, onde a rivalidade e a atração colidiam em uma dança perigosa.   


Com passos decididos, seguiram seus caminhos opostos, deixando para trás a energia carregada. A dualidade entre a sala de aula, onde a aprendizagem era a prioridade, e o corredor, onde rivalidade e desafios eram a norma, revelava uma intricada tapeçaria de emoções não resolvidas.   


Ao meio-dia, Satoru deixou a universidade para se juntar à equipe da delegacia de Shibuya. O terno substituiu a bata de professor, e sua postura descontraída se transformou em uma seriedade investigativa. Enquanto enfrentava os desafios do departamento de polícia, mantinha uma reputação destacada, graças à sua sagacidade e capacidade de resolver casos aparentemente insolúveis.  


Em meio a interrogatórios, análises forenses e reuniões estratégicas, Satoru continuava a inspirar respeito e admiração entre seus colegas. Sua mente afiada desvendava quebra-cabeças complexos, e sua presença carismática era um ativo valioso, tanto na sala de aula quanto nas ruas de Shibuya.    


— Seu humor melhorou bastante depois que começou a dar aulas. - Comentou Suguru, enquanto ambos tomavam café na copa da delegacia. - Achou alguma aluna que tem interesse?  


— Na sua cabeça eu não passo de um pervertido que não consegue manter o pau dentro das calças? - Exclamou Gojo.   


— É, exatamente isso. - Respondeu o moreno. - Você é mulherengo e não resiste a um rabo de saia.   


Satoru bufou em resposta. Não é como se seu amigo estivesse completamente errado. Mas ele realmente estava gostando da arte de lecionar. Ainda que o princípio de tudo fosse realmente um rabo de saia.   


— Ok, ok. Eu realmente sou um depravado, admito. - Se rendeu. - Mas dessa vez não tem nada a ver com isso, eu juro.   


— E eu sou a reencarnação de Albert Einstein. - Debochou o colega. - Mas tudo bem, você finge que me engana e eu finjo que acredito para te deixar feliz.   


Satoru mostrou o dedo do meio como resposta e caminhou de volta para sua sala. Era melhor trabalhar do que ficar ouvindo baboseiras de seu melhor amigo.   


Do outro lado da cidade, Saori manteve-se impassível diante dos outros membros da Red Dragon. Afinal, ninguém ali sabia que na verdade era o tão temido anjo caído. Seu semblante sério e profissional escondia as feridas emocionais que queimavam profundamente. O peso da responsabilidade, a lealdade à organização e a imagem do sorriso resignado de Akihiko ecoavam incessantemente em sua mente.   


Ao chegar ao escritório de Yashiro, Saori adotou a postura fria que lhe era característica.  


— A missão foi cumprida. Akihiko-senpai aceitou as consequências.   


Observando-a com seus olhos perspicazes, Yashiro, conhecido por sua malícia, percebeu a complexidade por trás da fachada da moça.   


— Boa. Precisamos manter a disciplina. Continue assim, querida.   


A resposta de Yashiro carregava uma sugestão maliciosa, como se ele entendesse os conflitos internos dela. Sentindo a necessidade de escapar momentaneamente da opressão da Red Dragon, Saori ousou em abusar do aparente bom humor de seu chefe.    


— Com licença, Aiwaza-sama. Gostaria de sair para relaxar um pouco hoje à noite.   


O líder da organização observou-a com uma expressão intrigante, ponderando se permitiria ou não. A verdade era que ele se deliciava com o fato de poder dominar Saori não somente entre quatro paredes. Ela pertencia a ele inteiramente.    


— Pode ir, querida. Você merece depois dessa semana, mas não beba demais.   


Ao fim do dia, enquanto as sombras se estendiam pelas ruas de Tóquio, Saori sentiu uma urgência intensa de escapar da frieza impiedosa da organização. As luzes de neon e a agitação da cidade convidavam-na a encontrar um refúgio temporário.   


Adentrou um pub local, decidida a afogar as agruras do dia em álcool e esquecer temporariamente as demandas da Red Dragon. A atmosfera descontraída do local contrastava vividamente com o mundo sombrio que Saori normalmente habitava. Ela pediu uma bebida forte, ansiosa por essa fuga momentânea.   


Enquanto saboreava o líquido âmbar, permitiu-se sentir, mesmo que por breves momentos, a liberdade fugaz que lhe escapava entre os dedos. Os pensamentos turbulentos se dissiparam, substituídos pelo calor do licor e pela música envolvente que preenchia o pub.   


Ao levantar o copo em um brinde solitário, a jovem reconheceu a necessidade imperiosa de momentos de fuga, de espairecer a mente em meio ao caos que se desenrolava à sua volta. À noite, repleta de mistérios e promessas, estendia-se diante dela, e por algumas horas, ela seria apenas ela mesma, desvencilhada temporariamente das correntes opressoras que lhe cercavam.  


Em meio à penumbra do pub, Saori, afogando as tensões do dia, pensou ter vislumbrado a figura arrogante e prepotente de Satoru Gojo. Em um primeiro momento, achou que fosse o álcool lhe subindo a cabeça, mas ela nem havia começado a beber para valer ainda. Semicerrou os olhos, tentando enxergar com mais clareza, e quando viu um sorriso debochado nos lábios do platinado assim que seus olhares se encontraram, Saori soube que realmente não era mera ilusão de sua mente.   


Saori e Satoru, agora no mesmo ambiente, trocaram olhares carregados de uma tensão intrigante. O álcool parecia ter desencadeado uma faísca entre eles, enquanto os risos e as provocações continuavam a fluir no pub. A mais nova foi a primeira a se aproximar.    


— Você não tem cara de quem bebe, sensei. - Saori provocou, dando início a um jogo sutil. - Devo te chamar de sensei agora, certo?   


— Surpresa em me ver fora da sala de aula como um ser humano normal, Miyasaki-chan? - A voz de Satoru, cheia de sarcasmo, reverberou entre eles. - E você pode me chamar do jeito que preferir.    


O sorriso provocativo de Satoru, em resposta às palavras de Saori, revelava uma tensão palpável. A energia entre os dois tornava-se mais intensa.   


— Talvez eu esteja surpresa. Talvez não. Mas com certeza estou curiosa para saber o que mais você guarda sob essa fachada de professor e detetive. - A resposta dela, carregada de insinuação, pairou no ar. - Além do mais, acho que já não está mais na idade de frequentar um lugar desses, não concorda?   


— Você e esse complexo de idade. De qualquer maneira, posso me juntar a você se não já estiver acompanhada? - A proposta de Gojo veio com um brilho excitante em seus olhos azuis.   


— Pode sim, branquelo. Todos nós merecemos uma folga de nossas rotinas. Só não sei se um velhote como você consegue me acompanhar. - Saori respondeu, desafiadora.   


— Não ia começar a me chamar de sensei? - Peguntou Gojo.  


— É mais divertido te ver ficando irritado quando te chamo de velho ou de branquelo. - Respondeu.    


— A idade é só um número, Miyasaki-chan. E você pode se surpreender com o que um "velhote" como eu é capaz. - A voz de Satoru carregava uma ousadia desafiadora.  


Os dois decidiram, então, entrar em uma competição de bebida, transformando o pub em um campo de desafios. Cada gole era seguido por olhares intensos e provocações crescentes.   


A competição tomava forma, enquanto Saori e Gojo se entregavam a uma disputa para ver quem aguentaria beber mais. O álcool tornava-se um catalisador para a tensão entre eles, transformando o simples ato de beber em um jogo onde as fronteiras entre provocação e atração se tornavam cada vez mais difusas.  


Os copos esvaziavam rapidamente, e a atmosfera no pub tornava-se mais descontraída, permeada pela influência do álcool. Ambos continuavam a competição, os olhares intensos e as provocações agora carregadas com a leveza provocada pela bebida.   


— E então, velhote, vai me contar alguma história intrigante da sua vida de detetive? - Saori indagou, com um sorriso travesso.   


Satoru, também sentindo os efeitos da bebida, aceitou o desafio.   


— Hmmm, que tal a vez em que persegui um criminoso pelas ruas de Shibuya enquanto comia um dango? - Ele sugeriu, entre risos.   


— Sério? Parece mais um roteiro de filme. - Saori riu. - Mas acho que prefiro as suas histórias de sala de aula. Como tem se saído já que é um novato nisso?    


— Não me subestime. Posso ser muito... surpreendente. - Satoru respondeu, sua voz assumindo um tom mais íntimo.   


— Ah, velhote, você tem me surpreendido bastante hoje. Principalmente porque aparentemente é um especialista em álcool. - Saori provocou, brindando com um sorriso malicioso.   


— Miyasaki-chan, eu diria que você também é surpreendente. - Satoru murmurou, desviando o olhar de maneira sugestiva.  


Entre risadas e goles no pub, Saori decidiu abordar um assunto intrigante.   


— Você deve ser alvo constante das investidas das alunas da universidade, não é? - Ela provocou, olhando para Satoru com um brilho divertido nos olhos.   


Satoru, acostumado com a dinâmica das paqueras universitárias, respondeu com um sorriso malicioso.   


— Bem, Miyasaki-chan, meu charme natural é algo que algumas alunas não conseguem resistir. - Ele piscou, brincando.   


— Imagino que sim. Só não sei como você lida com toda essa atenção. - Saori comentou, tomando um gole de sua bebida.  


Satoru, ainda com o sorriso brincalhão, respondeu:   


— Apenas mantenho minha aura de mistério e profissionalismo. Mas por que essa curiosidade?   


— Oh, não é curiosidade. Apenas percebo claramente as intenções delas. - Ela riu, observando o semblante de Satoru.   


— Então, você percebe, hm? Algumas alunas têm que se esforçar mais do que outras. - Ele brincou, provocando.   


Saori, com um sorriso malicioso, rebateu:   


— Podemos dizer que sou boa em observar as reais intenções das pessoas. E talvez elas estejam querendo algumas aulas particulares com você.   


Entre risadas e goles em seu whisky, Saori decidiu acender um cigarro, recebendo um olhar descontente de Satoru.   


— Sério? Cigarro? Eu odeio esse cheiro. - Satoru reclamou, torcendo o nariz.   


— Relaxa, branquelo. Eu preciso de alguma coisa para amenizar a tensão. - Saori respondeu, soltando uma risada suave.   


— Há maneiras mais prazerosas de relaxar, sabia? Esse cheiro é insuportável. - Ele retrucou, expressando claramente seu desagrado.   


— Oh, perdão por perturbar o senhor perfeitinho com o cheiro do meu cigarro. - Saori provocou, soprando uma nuvem de fumaça na direção do platinado. - Mas quem quis se juntar a mim foi você.    


— É apenas desagradável. - Satoru cruzou os braços, com um semblante levemente irritado.   


— Que pena. Eu estava começando a achar que você aguentava qualquer coisa. - Ela riu, dando uma tragada.   


— Aguento muitas coisas. Mas definitivamente não suporto esse cheiro. - Ele respondeu, mantendo a expressão de irritação.   


A troca de olhares entre eles parecia adquirir uma nova dimensão, enquanto Saori, imperturbável, continuava a saborear o cigarro, desafiando as sensibilidades de Satoru. O pub tornou-se o cenário de uma disputa silenciosa entre o desejo de relaxar de Saori e a aversão inegável de Satoru ao cheiro do cigarro, uma tensão adicional que pairava no ar entre os dois.   


Não demorou muito para que os efeitos do álcool começassem a se manifestar no organismo de Satoru Gojo, obscurecendo a percepção do desagradável odor que antes lhe incomodava. Por algum motivo, naquela noite, ele estava profundamente absorvido pela aura enigmática que Saori emanava. Secretamente, seus olhos fixavam-se nela, ansiosos por capturar cada detalhe, como se quisesse preservar na memória cada movimento que ela fazia. Ela é realmente bonita.  


Observava atentamente a maneira como ela levava o cigarro aos lábios, apreciando os instantes em que seus olhos se fechavam em sincronia com as tragadas e as exalações de fumaça que escapavam de seus pulmões. Notava, com uma espécie de fascínio, a constante mania dela de passar as mãos pelo longo cabelo castanho, como se cada gesto fosse uma nota em uma melodia que só ele podia ouvir. O rubor suave em suas bochechas, resultado da ingestão da bebida, só a tornava mais intrigante aos olhos de Satoru. Estranhamente, ele se sentia mais atraído por ela do que em qualquer outro momento anterior, uma sensação que atribuía em parte à influência do álcool, mas também a algo mais profundo.  


Entre risos embriagados e passos desordenados, Satoru, visivelmente mais afetado pela bebida, tomou a decisão de que era o momento de retornar para casa. Saori, também sob o efeito do álcool, percebeu que ele não estava em condições de seguir sozinho. A noite, tingida pela iluminação suave dos postes, tornou-se um cenário envolvente para o desdobrar dos acontecimentos entre os dois, enquanto compartilhavam não apenas o espaço físico, mas também a atmosfera carregada de uma conexão crescente.  


Mesmo sob a influência da bebida, Saori sentiu o irritante senso de responsabilidade de garantir que Satoru chegasse em casa são e salvo. Ela sorriu, meio divertida e ofereceu-lhe apoio enquanto caminhavam pelas ruas quase desertas.   


— Vamos lá, vela de sete dias. Vou te levar para casa. - Saori disse, enquanto o vento noturno brincava com os fios soltos de seu cabelo.  


— Vela de sete dias? Que porra você tá falando? - Satoru indagou, confuso. O humor de Saori estava além de sua compreensão. - E quem disse que preciso que me leve pra casa? Eu posso muito bem ir sozinho.   


— Explicar a piada faz com que ela perca a graça, sabia? - Bufou. - Vela porque você é um branquelo de merda e de sete dias porque você é alto como uma, otário. - Explicou. - O álcool corroeu os únicos dois neurônios que você tinha? Mal consegue andar em linha reta e quer ir pra casa sozinho? Só fala logo onde você se esconde, inimigo da melanina.   


— Você tem sempre uma piadinha pronta pra fazer sobre mim?   


— Aparentemente tenho sim. Já disse que é até divertido ver você com essa cara de tacho toda a vez que eu faço alguma delas. Você está acostumado a ser bajulado por toda mulher que encontra, não é mesmo?   


— Toda menos você, sua fedelha arrogante. Se você não fosse tão bonita eu nem estaria aqui aguentando você me insultar a cada cinco minutos.   


— Ah, então o grande e inalcançável detetive da antinarcóticos acha que eu sou bonita? - Saori disse, comemorativa. - Devo dizer que fiquei honrada?   


— Sinceramente, vá se foder antes que eu me esqueça. Você me tira a paciência e meus bons modos. - Retrucou Satoru, irritado. - Vamos logo pra casa, pirralha.   


O trajeto até o apartamento foi repleto de risadas desajeitadas e tropeços da parte de ambos, já que Saori não se encontrava em seu estado mais sóbrio, mas finalmente chegaram. O apartamento de Satoru Gojo refletia sua personalidade única e sofisticada. Ao entrar, era possível perceber a combinação de elegância e descontração que o caracterizava. As paredes, pintadas em tons neutros, proporcionavam um ambiente acolhedor, enquanto a iluminação indireta destacava detalhes cuidadosamente escolhidos.   


O mobiliário era uma mistura de estilos modernos e clássicos, com poltronas confortáveis e uma estante repleta de livros que denunciava o intelecto do platinado. O tapete macio sob os pés adicionava um toque aconchegante ao espaço, contrastando com a ousadia de algumas peças de arte contemporânea que adornavam as paredes.  


A cozinha, aberta para a sala de estar, exibia utensílios modernos e elegantes. Uma garrafa de vinho estava estrategicamente posicionada sobre o balcão, indicando que Satoru apreciava não apenas o álcool, mas também os prazeres refinados da vida.   


O quarto, mantinha a mesma estética elegante. A cama, coberta por lençóis imaculados, era o ponto focal, proporcionando conforto e requinte. Cada elemento contava uma história sobre Satoru Gojo, revelando facetas de sua personalidade que iam além da delegacia de polícia e dos corredores da universidade. O apartamento, assim como seu ocupante, era um equilíbrio entre o clássico e o contemporâneo, entre o intelectual e o descontraído.  


— A cama é por ali, seu pudim de pinga. Você vai ficar bem? - Saori perguntou, preocupada, enquanto Satoru murmurava um agradecimento descontraído.   


No entanto, quando Saori se preparava para se despedir e deixar Satoru descansar, uma inusitada solicitação escapou dos lábios dele.   


— Saori.-  Era a primeira vez que ele chamava seu nome, e a sensação que essa simples palavra causou nela foi inesperadamente intrigante. - Passe a noite aqui. Já está bem tarde. - O pedido, impregnado de uma sinceridade incomum, deixou Saori surpresa, enquanto sua mente processava a proposta de compartilhar a noite naquele ambiente, ampliando as nuances do momento.  


— Está ficando caduco, seu velhote pervertido? Nem fodendo que eu vou passar a noite na mesma cama que você! - Bravejou.   


— Prometo que só vamos dormir. Mas posso dormir no sofá se você preferir.    


O álcool turvava o raciocínio de Saori, mas a vulnerabilidade nos olhos de Satoru a intrigava.  


— Está bem, mas vou tomar um banho primeiro. - Disse Saori, se rendendo. - E vou pegar suas roupas emprestadas também.   


Saori dirigiu-se ao banheiro para um banho, tentando inutilmente dissipar os efeitos do álcool. Parece que também havia excedido seus limites naquela noite.   


Ao retornar ao quarto, envolta em uma toalha, Saori percebeu que Satoru já estava deitado e aparentemente adormecido. Ela bufou irritada.   


— Como pode esse desgraçado dormir tão rápido? No fim ele não tinha intenção de ir para o sofá coisa nenhuma. - Murmurou para si mesma, observando o platinado deitado na cama.   


Não sabia se era o efeito do álcool que havia lhe subido mais do que deveria à cabeça, mas não havia reparado o quão bonito era Satoru. Quer dizer, sim, ela já havia reparado que ele era um homem bonito. Mas não tanto quanto agora que estava o semblante relaxado embalado em um sono profundo.    


Ao se aproximar do guarda-roupa, Saori percebeu que ele deixara roupas limpas preparadas para ela. Uma camiseta folgada e uma calça de moletom. Ela sorriu, reconhecendo o toque prático do mais velho.  


— Esse velhote realmente me irrita. - Resmungou, sentindo a frustração crescer.   


A proximidade inesperada na cama trouxe um calor surpreendente, mas a irritação pulsava mais forte. Ela deitou-se com uma expressão cerrada, questionando a quebra do combinado.   


— Vai ser só esta noite, mesmo. - Sussurrou para si mesma, fechando os olhos, enquanto a indignação borbulhava sob a superfície.    


O quarto estava impregnado com a fragrância amadeirada característica de Satoru, misturada ao sutil aroma de whisky. Saori, cercada por essa atmosfera envolvente, sentia-se estranhamente atraída. O álcool e a curiosa proximidade entre eles se entrelaçavam de maneira intrigante.  


Satoru agiu por instinto, envolvendo Saori em seus braços de maneira inesperada, provocando uma reação surpresa na mais jovem.  


— Me larga, velhote de merda! - Bradou Saori, tentando libertar-se dos braços robustos de Gojo, mas seus esforços foram em vão. - Eu vou quebrar essa sua cara de leite azedo se não me largar!  


Satoru murmurou algo inaudível, resistindo a soltá-la. A jovem persistiu em suas tentativas de escapar, mas ele, sendo consideravelmente maior e mais pesado, tornou impossível sua fuga. E com altas doses de bebida rodeando sua mente, com toda certeza não iria mesmo conseguir dali.   


Rendendo-se, Saori fechou os olhos, permitindo-se entregar ao sono. O aroma que emanava de Satoru, curiosamente, trouxe uma sensação reconfortante.  


E pela primeira vez em muito tempo, Saori experimentou uma noite de sono tranquila e serena. 



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Autor(a): spacecowgirl_

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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ALERTA: ESTE CAPÍTULO CONTÉM CENAS DE ABUSO SEXUAL E VIOLÊNCIA FÍSICA/VERBAL.   “You're too mean, I don't like you. Fuck you, anyway.   You make me wanna scream at the top of my lungs”      Chapter Five – Afraid    “O corre-corre da cidade grande...”    Saor ...


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