Fanfics Brasil - kiwi. Cigarrete Daydreams (Satoru Gojo x Original Character)

Fanfic: Cigarrete Daydreams (Satoru Gojo x Original Character) | Tema: Jujutsu Kaisen


Capítulo: kiwi.

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“Hard candy dripping on me 'til my feet are wet 
And now she's all over me, it's like I paid for it” 


 


 


 


 


Chapter Eight – Kiwi  


A sexta-feira se desenrolou lentamente para Satoru Gojo, mesmo com a agitação de suas responsabilidades como professor e detetive na polícia de Shibuya. A dualidade de sua vida profissional o ocupava, mas a perspectiva do encontro iminente com Saori Miyasaki pairava em sua mente, criando uma ansiedade sutil que se infiltrava em cada momento.  


Enquanto lecionava, as palavras fluíam mecanicamente, mas sua mente divagava para a expectativa do encontro. As horas pareciam se arrastar, e Satoru, que estava acostumado a controlar todos os aspectos de sua vida, se via inquieto com a incerteza desse encontro em particular. 


As investigações na polícia demandavam sua atenção, mas sua mente ocasionalmente se desviava para pensamentos sobre o que vestir, que mangás escolher e como se comportar estando à sós com Saori.  


Horas antes, o detetive dedicou um tempo meticuloso para deixar seu apartamento em um estado impecável, embora já fosse conhecido por sua organização. Cada objeto estava milimetricamente posicionado, como se cada detalhe pudesse influenciar o curso da noite.  


Em frente ao espelho, Satoru passou mais tempo do que o habitual decidindo o que vestir. Múltiplas trocas de roupas ocorreram enquanto ele avaliava diferentes combinações, buscando encontrar o equilíbrio perfeito entre casualidade e elegância. Uma indecisão incomum para o homem que costumava controlar todas as variáveis de sua vida.  


O cabelo, normalmente impecável, tornou-se objeto de sua atenção constante. Ele o arrumava de cinco em cinco minutos, assegurando-se de que cada fio estivesse no lugar. A fragrância do perfume era uma preocupação adicional; ele checava periodicamente se não estava exagerado, querendo impressionar sem parecer excessivamente esforçado.  


A ansiedade crescia a cada minuto que se aproximava das 19h. A indecisão sobre o jantar o deixava inquieto. Cozinhar seria uma demonstração de suas habilidades, mas a incerteza sobre as preferências de Saori o fazia ponderar se seria mais seguro pedir algo.  


Os ponteiros do relógio avançavam implacáveis, e Satoru se encontrava em um estado de nervosismo que raramente experimentava. Ele se via à mercê das expectativas do encontro, onde a incerteza e a ansiedade revelavam um lado seu que raramente era exposto. 


Pontualmente às 19h, a campainha ecoou pelo apartamento, provocando um solavanco em Satoru Gojo, que estava até então no sofá. Suas mãos, ligeiramente suadas, buscaram disfarçar a ansiedade enquanto ele se levantava. Uma estranha secura na garganta se fez presente. O que tem de errado comigo hoje? Tô parecendo um virjão.  


O homem que normalmente enfrentava desafios com confiança agora experimentava uma dose incomum de nervosismo. A dualidade entre o detetive destemido e o professor confiante parecia dissolver-se diante da perspectiva do encontro com Saori Miyasaki. Cada passo em direção à porta era uma batalha contra a ansiedade, revelando uma vulnerabilidade que ele jamais permitia aflorar. 


Assim que abriu a porta, se segurou para não arregalar os olhos e deixar óbvio que estava encantado com o que via. Na realidade, Saori estava vestida como sempre. Mas aos olhos do platinado, era justamente o contrário. O calor a obrigava a usar um shorts jeans preto de cintura alta que Satoru considerou perigosamente curto para sua saúde mental. Ela optou por uma camiseta encontrada de maneira despretensiosa em seu closet, revelando-se como uma blusa já meio antiga com o rosto de seu personagem favorito de Naruto, Kakashi Hatake. O contraste entre a casualidade da escolha e a ousadia discreta do conjunto deixou Satoru momentaneamente surpreso, uma reação que ele se esforçou para dissimular. No entanto, a combinação aparentemente simples ressaltava os contornos da figura de Saori de maneira que não passou despercebida aos olhos atentos do platinado. 


— Kakashi, huh? - Satoru Gojo tentou, rapidamente, pensar em algo para disfarçar seu claro nervosismo. No entanto, Saori, astuta como sempre, já havia notado desde o momento em que o platinado abrira a porta. - Dizem por aí que somos parecidos. Você gosta de caras com cabelo branco, então? 


A resposta afiada de Saori não deixou espaço para desconforto prolongado. 


— Parecidos? Não lembro em qual episódio o Kakashi dá em cima da Sakura. - Respondeu acidamente. - Vai me deixar entrar ou vamos ficar parados na porta?  


Dando um leve sorriso claramente sem graça, cedeu passagem para Saori, que adentrou seu apartamento com uma despreocupação que surpreendeu o platinado. Ela se dirigiu ao sofá, sentando-se com uma casualidade que deixou Satoru se questionando se, afinal, ele era o único nervoso naquela situação.  


Enquanto Saori se acomodava no sofá, Satoru fechou a porta e seguiu até a sala, tentando recuperar a compostura. A atmosfera, inicialmente carregada de uma tensão sutil, começava a ceder espaço para uma dinâmica mais descontraída. Ele se aproximou, buscando uma abordagem mais casual.  


— Então, Kakashi é o seu favorito? - Satoru puxou assunto, escolhendo um tom mais leve. - Eu sempre achei que compartilhávamos uma semelhança, principalmente na habilidade de surpreender.  


Saori levantou as sobrancelhas, um sorriso irônico dançando em seus lábios. 


— Ah, realmente? Você costuma ler livros eróticos em momentos de tédio?  


A resposta dela fez Satoru rir, e a atmosfera de nervosismo começou a se dissipar. O platinado optou por um tom mais descontraído.  


— Livros eróticos, não, mas eu sou fã de algumas surpresas. - Ele se sentou no sofá, mantendo a conversa fluida. - E falando em surpresas, você se veste assim todos os dias ou está tentando me impressionar? 


Saori soltou uma risada.  


— Estou apenas sendo eu mesma. Se isso te impressiona, o problema é seu. E você, leite azedo, sempre se veste assim de forma tão... casual?   


— Nem sempre. Hoje é uma exceção especial. - Ele piscou, dando um toque de mistério à resposta. - Você já deve estar enjoada de me ver de terno e gravata.  


— Na verdade, sua cara é que me deixa enjoada. - Respondeu a jovem, mantendo sua expressão impassível como sempre.  


— Acho que se minha cara te deixasse tão enjoada assim… - Gojo se aproximou da mais nova, desafiando a proximidade. Ele permaneceu de pé à frente dela, sua presença imponente ocupando o espaço entre eles. Com destreza, ele separou uma mecha do longo cabelo castanho, que exalava o suave aroma de shampoo de baunilha. Entrelaçou os fios entre os dedos por alguns momentos antes de continuar. - Você não estaria aqui, estaria? - Sorriu de maneira convidativa, como se estivesse lançando um desafio sutil.  


Saori, mesmo com a provocação evidente, manteve sua postura firme. Ela ergueu um leve sorriso, um olhar desafiador nos olhos.  


— Talvez eu esteja aqui para descobrir se existe algo mais por trás dessa cara enjoativa.  


O clima entre os dois, antes leve e descontraído, ganhou uma nuance mais intensa. A proximidade física e a troca de olhares carregados de tensão sutil criavam um jogo intrigante. O apartamento, que testemunhava a evolução dessa noite, tornou-se palco de uma dança delicada entre a atração e a hesitação.  


— Vamos. - disse o platinado, quebrando a leve tensão do momento anterior. Saori o olhou confusa. - Ora, eu te disse que te mostraria minha modesta coleção de mangás, não? Pode ficar tranquila, eu não mordo. A menos que você queira, claro.  


Saori revirou os olhos com a resposta do detetive. Sempre tão egocêntrico, como se realmente fosse tudo isso.  


A jovem seguiu Satoru pelo corredor do apartamento, curiosa sobre o destino desse passeio inusitado. Ao chegarem diante de uma porta que ela não havia notado antes, Satoru a abriu revelando o interior do quarto. Saori observou atentamente o ambiente. O espaço, apesar de ordenado, exalava um charme caótico característico de quem se entrega às paixões pessoais.  


Inúmeras prateleiras abrigavam títulos de diferentes autores e gêneros, formando uma verdadeira sinfonia literária. Contudo, um exemplar de "O Silêncio dos Inocentes" se destacava, capturando a atenção de Saori.  


Em uma outra prateleira, uma coleção de DVDs, uma relíquia em tempos de streaming, desafiava a modernidade. Quem diabos ainda assiste a DVDs nos dias de hoje? Depois de analisar rapidamente alguns títulos de filmes que o mais velho possuía, finalmente encontrou o que procurava: mangás.  


Satoru, notando o interesse de Saori, sorriu como se estivesse expondo um segredo pessoal.  


— Gosto de manter os clássicos ao lado das novidades. Sempre tem algo especial em folhear um bom mangá, não acha?  


Saori assentiu, sua expressão indicando um misto de surpresa e aprovação. Era raro ver esse lado do platinado, uma faceta que ia além do professor e do detetive. Os mangás contavam uma história diferente, uma narrativa que conectava Satoru a um mundo de imaginação e escapismo.  


— Achei que você só se interessava por coisas sérias, como um detetive durão. - Comentou Saori, desviando o olhar dos mangás para encarar Satoru.  


Ele deu de ombros, mantendo uma expressão descontraída.  


— Todo mundo tem seu escape. Além disso, quem disse que um detetive não pode ser fã de quadrinhos?  


Os dois passaram mais tempo explorando a coleção, discutindo títulos favoritos e compartilhando opiniões sobre os enredos. O clima descontraído do quarto contrastava com a tensão sutil que ainda pairava entre eles, criando uma atmosfera intrigante. 


Em meio à conversa, Satoru pegou um volume específico e o estendeu para Saori.  


— Esse é um dos meus favoritos. Acho que você vai gostar. 


A troca, apesar de simples, simbolizava uma forma de conexão mais profunda entre eles. O quarto, antes um território íntimo de Satoru, transformou-se em um espaço compartilhado, repleto de histórias e possibilidades que iam além dos capítulos impressos nos mangás. 


Saori olhou atentamente para o volume de Monster que o mais velho lhe entregou. — Gosto de Naoki Urasawa. Odeio isso, mas tenho que admitir, até que você tem bom gosto pra um velhote de merda. 


Gojo riu, apreciando a sinceridade irreverente da mais nova.  


— Acho que vou levar isso como um elogio.  


Saori ergueu uma sobrancelha, desafiadora.  


— Aceite como quiser, branquelo. Não estou aqui pra bajular seu ego. Mas acha mesmo que eu já não li Monster? Não me subestime só porque gosto de shounens.  


Satoru, surpreso com a revelação sobre seu conhecimento em mangás, manteve um sorriso divertido.  


— Minhas desculpas, Miyasaki-san. Parece que subestimei sua expertise.  


Os dois continuaram a conversa sobre mangás, compartilhando suas preferências e explorando títulos diferentes. A atmosfera no quarto tornou-se mais descontraída, e a tensão sutil que persistia entre eles começou a se dissolver. 


— Está com fome? Posso preparar algo para nós, se quiser.  


Saori, surpreendida pela oferta, avaliou-o por um momento antes de responder.  


— Cozinhar, velhote? Não te vejo como alguém com habilidades culinárias.   


O platinado riu, inclinando-se com um toque de mistério.  


— Nem só de batalhas e investigações vive um homem, não é? Não sou um master chef como o Sanji, mas se lembra o que te disse antes?  Eu sou bom em surpreender. 


Saori, intrigada, consentiu com um aceno de cabeça.  


— Está bem, surpreenda-me então, branquelo. Estou curiosa para ver o que você é capaz de fazer na cozinha. - Respondeu. - Mas já aviso que posso ser bastante chata quando o assunto é comida. Se estiver ruim, não vou poupar comentários. 


— E existe alguma ocasião em que você poupe comentários? - Satoru riu, de forma descontraída.   


Os dois se dirigiram à cozinha, iniciando uma nova etapa da noite que prometia revelar facetas inesperadas de Satoru Gojo para Saori Miyasaki. 


O detetive, movendo-se com destreza pela cozinha, começou a preparar sua especialidade: macarrão à carbonara. Saori observava discretamente, surpreendida pela habilidade do platinado com as mãos, que pareciam tão hábeis na culinária quanto nas situações mais tensas.  


Enquanto ele se concentrava nos afazeres culinários, Saori não pôde deixar de notar os detalhes em sua aparência. Os olhos azuis brilhantes, focados na tarefa, refletiam uma intensidade que contrastava com a descontração da cozinha. O cabelo, de forma estranhamente simétrica, caía sobre a testa, dando-lhe uma aparência quase artística. O formato dos lábios e do nariz completava a composição única do rosto de Gojo.  


Curiosamente, enquanto a cozinha era preenchida com o aroma tentador da refeição que estava sendo preparada, Saori percebeu-se cativada não apenas pelo aroma, mas também pelos traços que compunham rosto de Satoru Gojo. O momento parecia transcender a simples preparação de uma refeição, transformando-se em uma cena em que cada detalhe dele capturava sua atenção de maneira inesperada. 


Embora a mais nova estivesse estranhamente cativada pelos detalhes peculiares do rosto do platinado, uma voz interior a repreendeu por permitir que pensamentos pessoais tomassem conta. Ela se proibiu de mergulhar mais profundamente nessa linha de pensamento, recordando-se de sua missão e das ordens de Yashiro.  


Num esforço para manter a objetividade, ela desviou o olhar, afastando-se das considerações pessoais. A personalidade de Satoru, que a irritava mais do que tudo, tornou-se o foco predominante. Essa lembrança, aliada à determinação de cumprir seu dever, impediu que qualquer envolvimento emocional se manifestasse. 


Com um toque final na preparação, Satoru anunciou com um sorriso satisfeito:  


— O jantar está servido, Miyasaki-san.  


Saori, enquanto saboreava um bom vinho tinto, sentou-se à mesa preparada por Gojo. Ela olhou para o prato à sua frente, analisando-o de forma crítica. Surpreendentemente, ela proferiu:  


— Até que não está tão ruim, velhote. Você pode ter algumas habilidades na cozinha, afinal.  


Satoru, inclinando-se ligeiramente com uma expressão de modesta satisfação, respondeu:  


— Há mais coisas sobre mim do que você imagina. E todo bom detetive sabe que a habilidade de cozinhar é uma ferramenta útil na vida.   


— Existe alguma coisa que você não saiba fazer?  


O platinado respondeu com uma risada.  


— A vida é cheia de surpresas, Miyasaki-san. Quem sabe o que mais posso fazer? 


Durante a refeição, Satoru Gojo e Saori Miyasaki mergulharam em uma conversa animada. O platinado revelou mais sobre sua vida como detetive, intercalando histórias intrigantes com um toque de humor descontraído. Saori, apesar de sua relutância inicial, não conseguia evitar ser envolvida pela narrativa peculiar de Gojo.  


— Sabe, ser detetive tem suas vantagens. Conhecimento é poder, e eu gosto de estar sempre no controle das situações. — Satoru comentou, levantando a taça de vinho em um gesto casual.  


Saori, após um gole, respondeu com um sorriso irônico:  


— Poder é uma coisa, mas muitas vezes você parece mais interessado em causar confusão do que em resolver os casos. Não me surpreenderia se você estivesse envolvido nas encrencas em vez de resolvê-las.  


Satoru riu, reconhecendo a observação perspicaz da jovem. A dinâmica entre eles se desdobrava, cada um desafiando o outro de maneiras inesperadas.  


Após a última garfada, Satoru se levantou da mesa com um sorriso satisfeito, indicando que o jantar havia chegado ao fim. Saori, prontamente, começou a recolher os pratos, mas o platinado a interrompeu com um gesto.  


— Miyasaki-san, relaxe. Você não precisa lavar a louça. Deixe que eu cuido disso.  


A jovem, um tanto surpresa com a oferta, arqueou as sobrancelhas.  


— Está falando sério? Mas você foi quem cozinhou, nada mais justo que eu lave a louça.   


Satoru riu, exibindo um olhar amigável.  


— Claro que estou falando sério. Uma mulher que sai em um encontro comigo não deve se preocupar com absolutamente nada.   


Saori, mesmo insistindo por um momento, acabou cedendo diante da determinação de Gojo. Enquanto ele se ocupava com a pia, a jovem se acomodou no sofá, observando-o com uma mistura de curiosidade e desconfiança. Então, é assim que um homem deveria tratar uma mulher? 


O platinado rapidamente terminou seus afazeres na cozinha e se dirigiu à sala. Conforme Satoru se acomodava ao lado de Saori no sofá, a proximidade entre eles parecia amplificar as sensações, criando um clima elétrico que flutuava no ar. Saori tentou manter-se descontraída, mas a presença do platinado exercia uma influência intrigante sobre ela. 


— Então, velhote. Que anime da sua época medieval vamos assistir? Espero que seja algo decente. - comentou Saori, tentando desviar sua atenção do turbilhão de emoções. 


— Já que você disse que gosta de animes de esporte, pensei em vermos Slam Dunk. É um clássico dos anos 90. - Disse.  


— Sim, eu sei disso. Mas eu odeio basquete. - respondeu Saori, mantendo uma expressão desafiadora.  


— O que?! - Perguntou Satoru surpreso. - Mas basquete é o melhor esporte que a humanidade já inventou!  


Saori bufou. — Claro que não. É entediante. Futebol, sim, é o melhor esporte que a humanidade já inventou. Que Kami-sama abençoe os britânicos.  


— Ok, ok. Mas dê uma chance, eu juro que o anime é bom! - insistiu Satoru, com um brilho nos olhos que denotava sua empolgação com a escolha.  


O início de Slam Dunk na tela anunciava uma nova fase da noite, enquanto o enredo se desdobrava, revelando uma dinâmica entre Saori e Satoru que ia além das palavras trocadas e das aparências superficiais. 


Ainda que relutante em admitir, Saori encontrou-se envolvida pela trama, rindo espontaneamente com as hilárias situações apresentadas. O protagonista, em particular, se tornou um surpreendente alívio cômico, arrancando risadas não só dela, mas também de Satoru.  


Observando de soslaio, notou que até mesmo o detetive cedia ao encanto do anime. Ele se entregou às gargalhadas, abraçando uma das almofadas como um adolescente despreocupado. Era uma visão que Saori não lembrava de ter presenciado antes, uma faceta descontraída de Satoru que a intrigou.  


No entanto, rapidamente, ela repreendeu seus próprios pensamentos. Onde eu tô com a cabeça hoje? Preciso me focar no que importa.  


— Pode pausar? - pediu Saori, levantando-se do sofá.  


— Claro, mas você já vai? - disse Satoru, com um leve desapontamento na voz.  


— Não, seu idiota. Só vou fumar um cigarro.  


Gojo torceu o nariz. Ele sempre se esquecia desse mau hábito dela. O platinado não respondeu, mas apontou para a varanda, indicando que ela poderia fumar seu cigarro em paz.  


Ao sair para a varanda, Saori acendeu um cigarro, deixando o vento noturno levar a fumaça para longe. Não demorou muito para que Satoru, apesar de odiar o cheiro do cigarro, aparecesse na porta, olhando-a com uma expressão intrigada. 


— Se odeia tanto o cheiro de cigarro, que porra tá fazendo aqui?  


— Honestamente, não tenho uma resposta pra isso. - Respondeu o platinado, apoiando seus braços na sacada. - Mas sério, você deveria pelo menos diminuir a quantidade de cigarros que fuma por dia.  


Saori soltou uma risada irônica. — Não esperava que você fosse o tipo de pessoa preocupada com a saúde alheia. Estou decepcionada, tiozinho.  


— Não se engane. Minha preocupação é mais egoísta do que altruísta. Eu só odeio o cheiro. - Admitiu ele, com um olhar direto nos olhos dela.  


A jovem revirou os olhos. — Bom, nesse caso, posso garantir que não estou fumando para agradar ninguém, especialmente você.  


Satoru permaneceu na varanda por um momento, observando-a enquanto ela fumava. O platinado, ainda que receoso, perguntou:  


— Com que idade começou a fumar?  


Saori tragou seu cigarro, agora já pela metade, antes de responder. — Acho que com 13 ou 14 anos, por aí. Estou acostumada com cigarro desde criança. Seria quase um milagre se eu não começasse a fumar também.  


Satoru apenas sabia que ela havia sido abandonada pelos pais biológicos e acolhida por Yashiro Aiwaza, mas não tinha ciência do restante do passado da mais nova.  


— Seu tutor fuma?  


— Foi ele quem me deu meu primeiro cigarro. - Contou. - Foi até engraçado. Ele só fuma malboro ou charuto cubano, então eu comecei a tossir loucamente quando dei a primeira tragada. Na realidade, nem sabia direito como tragar um cigarro. Do jeito que Yashiro explicava não fazia o menor sentido.  


— Claro que não fazia sentido. Você era só uma criança. - Satoru tinha um tom de voz irritado. - Aliás, qual a graça desse negócio? O gosto é péssimo e a fumaça arde os olhos.  


Saori riu, acendendo outro cigarro, pois aquele de outrora já havia acabado. — Não é para ter graça; fumar é uma válvula de escape. Sinto que sem isso... - Ela tragou o palito entre os dedos. - Fico a ponto de enlouquecer. 


Satoru sentiu o peso nas palavras da mais nova e os olhos castanhos se tornarem negros. Com certeza, havia muitas coisas sobre Saori Miyazaki que ele desconhecia.  


— Quanto ao gosto, realmente tem algumas marcas bem ruins. - Continuou a jovem. - Mas este aqui é feito de canela e cravo, então os lábios ficam adocicados. Você gosta de doces, não? 


— Gosto. Eles me ajudam a pensar de alguma maneira. Acabei ficando viciado por conta disso. - Respondeu o platinado. - Será que eu poderia... Experimentar? 


Saori o olhou confusa. Mas mesmo sem entender o pedido, estendeu o cigarro para o mais velho, que abaixou a mão da jovem. O contato da pele quente de Satoru com a gélida dela, causou leves arrepios na espinha.  


— Não quero fumar. - Disse ele, enquanto se aproximava mais ainda da jovem, que agora sentia o coração pulsar forte dentro do peito. - Quero experimentar de outra maneira...  


Satoru astutamente envolveu Saori com seu braço direito. Surpresa com o movimento repentino e a proximidade de seus corpos, ela até mesmo deixara seu cigarro cair entre os vãos de seus dedos. Estava ofegante e o platinado sorriu de maneira vitoriosa. Ele sabia que causava esse tipo de efeito nela quando estava perto demais.  


Os rostos, estavam agora a apenas alguns centímetros distantes. Saori conseguia sentir o hálito fresco de Satoru contra sua pele e o platinado surpreendentemente não se incomodou com o cheiro de tabaco que ela exalava. Estava focado demais nos lábios entreabertos da mais nova, tão convidativos.  


Satoru finalmente deu o primeiro passo, quebrando a pequena distância que se fazia entre os dois. Primeiro, passou a língua levemente pelos lábios da jovem, que estremeceu em seu braço com o contato. Ele sorriu. Passou novamente, dessa vez mais avidamente e pôde sentir realmente o sabor doce que eles tinham.  


— E não é que você tinha razão? - Comentou o platinado, ainda perto o suficiente para que fizesse Saori sentir o estômago dar voltas. - É realmente doce.  


— Você realmente acha ético fazer esse tipo de coisa com uma aluna? 


Satoru riu, irônico. — Eu não suporto garotas que se fazem de inocentes. Olhe bem pra você, Saori. - Ele agora tinha a boca próxima ao ouvido da jovem, que continuava a ter arrepios involuntários por todo corpo. - Eu nem cheguei a fazer nada demais e posso sentir que você vai derreter nos meus braços. Você queria isso tanto quanto eu no final das contas, admita.  


Ao contrário do que Satoru esperava, Saori o puxou com força para mais perto.  


— Você venceu dessa vez, velhote idiota. Agora continue de onde parou antes que eu te jogue da sacada.  


Gojo sorriu, vitorioso, antes de finalmente selar seus lábios. O beijo começou urgente, como se tivessem fome um do outro. As línguas travam uma árdua batalha, disputando quem seria a dominante ali. Saori focou em passar as mãos nos cabelos platinados do mais velho, que eram macios como ela imaginou. Já ele, mantinha um aperto firme na cintura da jovem, puxando-a para si.  


Aos poucos foram entrando novamente para o apartamento, com Satoru tateando com móveis cegamente, pois não queria quebrar o beijo de forma alguma. Quando suas pernas finalmente encostaram no sofá, ele fez menção de que colocaria Saori ali, mas que fora mais rápida e quebrou o contato entre os dois, empurrando o mais velho para que pudesse sentar-se em seu colo.  


— Você bem que tem cara de ser mandona até nessas horas. - Comentou Gojo, sorrindo. 


— Não quebra o clima com essa sua voz irritante. Só fica quieto.  


Saori continuou de onde haviam parado, os beijos se tornando cada vez mais intensos. A mais nova já havia mordido tantas vezes o lábio inferior do platinado, que ele sabia que isso lhe renderia um inchaço mais tarde. Como vingança, Satoru passou a distribuir beijos longos e úmidos em seu pescoço, trilhando um caminho até sua orelha, onde ele sabia que era seu ponto fraco. Ali, ele chupou delicadamente o lóbulo esquerdo de Saori, mordiscando levemente no final. A jovem não conteve que um gemido abafado lhe escapasse dos lábios.  


Mas ela não ficaria para trás. A ereção do platinado já era mais do que evidente na calça jeans escura que ele usava. Ela focou em subir e descer em um ritmo torturantemente lento para Satoru naquela região, que à essa altura já pulsava por mais.  


Foi quando o apito de um celular roubou a atenção dos dois. Era o celular de Saori que estava com a tela iluminada em cima da mesa de centro. Ela arregalou os olhos, pois sabia muito bem de quem era a mensagem. Merda. 


Ela rapidamente saiu do colo de Satoru e assim que pegou o celular, confirmou sua suspeita.  


“Está tarde e acho que ele já deve ter se divertido o suficiente para um primeiro encontro. Venha para casa, agora.” 


Gojo, por outro lado, tinha um ponto de interrogação claro na testa.  


— Aconteceu alguma coisa? - Perguntou.  


— Foi mal, velhote. - Disse ela, recolhendo suas coisas. - Vou ter que te deixar na mão hoje. Literalmente. 


E tão rápido quanto ela se levantou, passou pela porta e se foi. Satoru bufou de irritação.  


— Maldita pirralha.  


 



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Autor(a): spacecowgirl_

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