Fanfic: Harry Potter e o Livro Perdido | Tema: Harry Potter
Os pequenos raios de sol iluminaram aquela manhã de janeiro, os alunos que tinham ido passar as férias em casa já estavam de volta e as aulas tinham começado para o desespero de Simas e Dino. Rony andava mais sério e calado do que de costume e Harry tinha certeza de que o garoto estava pensando em ir até Azkaban. Porém todas as vezes que Harry tocava nesse assunto Rony fingia não ouvir e mudava de assunto. Naquela manhã de sábado, Harry levantou-se e saiu do dormitório deixando Neville e Dino fazendo coro enquanto roncavam, desceu as escadas em caracol e viu-se diante da lareira que crepitava iluminando ainda mais o salão comunal da grifinória. Parecia que os alunos decididamente haviam dormido até mais tarde, mas Harry não vinha dormindo bem há dias. Sentou-se em uma das poltronas em frente à lareira e apoiou a cabeça para traz, estava com uma leve dor na sua cicatriz o que ele achava ser conseqüência do baile.
— 10 galeões pelos seus pensamentos... – ouviu alguém dizer enquanto se endireitava no sofá.
— Troco os galeões por beijos... – disse ele sorrindo ao ver Sara dando a volta pelo seu lado e sentando a sua frente na mesinha de centro.
— Olha que esses são muito mais caros... – respondeu a garota sorrindo lhe dando um selinho – Pela sua cara não parece ter dormindo muito bem... voltou a ter pesadelos?
— Não... só não consegui dormir... – disse Harry voltando a recostar-se no sofá – acho que a dor que sinto na cabeça é por causa disso...
— Está preocupado com Rony não é? – perguntou Sara – Você acha que ele está planejando alguma coisa?
— Seria muito burro se dissesse a você que não estou pensando nisso... – respondeu Harry – Conheço o Rony há anos... se isso passou por minha cabeça não sendo nem se quer parente do Sr. Weasley imagina na cabeça dele que é filho...
— E o que vai fazer? Hermione está muito preocupada, Rony tem andado muito quieto e evita conversar com ela....
— Também não fala diretamente comigo, sempre acorda antes que todos e vai dormir depois – disse Harry agora se endireitando e encarando a garota – ontem mesmo vi claridade debaixo das cortinas da cama dele... tenho certeza que ele está planejando ir até Azkaban, e se ele for eu vou com ele...
— Como? Harry você sabe muito bem o que acontece toda vez que chega a quilômetros de um Dementador... e está pensando em mergulhar de cabeça no meio deles? – disse Sara encarando o garoto – Em primeiro lugar, não tem como chegar lá... e pra falar a verdade ninguém que fugiu de lá pelo que eu saiba voltou pra contar a história, não sabemos nem onde fica...
— Os testralhos sabem... – disse o garoto olhando para os olhos brilhantes da namorada, sabia que ela estava preocupada mas não poderia deixar um amigo na mão se ele viesse lhe pedir ajuda – usamos eles para chegar ao Ministério no meu quinto ano... é só dizer onde você quer ir e ele vai... e além disso, desde que Voldemort voltou... Azkaban vem sido guardada por Trasgos...
— Mas mesmo assim, e eu conheço os testralhos... só não lembro se os consigo ver... isso pode ser um problema... – disse Sara prendendo o cabelo com um palito.
— Como assim... eu não vou deixar você ir... é muito perigoso...
— Perigo é deixar você ir sozinho até lá com um bando de... seja lá o que for... prontinhos pra fazer você de alvo... ou você acha que vou ficar aqui de braços cruzados enquanto meu namorado banca o herói... – disse ela encarando os olhos verdes esmeralda do garoto.
Harry mordeu os lábios tentando não sorrir da piada feita pela garota mas era impossível, não queria deixar ela fazer o que sempre fazia de quebrar a seriedade dele quando queria ser duro com ela mas definitivamente ela o tinha nas mãos.
— ... Não vou deixar você colocar sua cabeça a prêmio sozinho, assim como tenho certeza que Hermione até já deve estar de olho em Rony... – falou Sara apoiando suas mãos nos joelhos de Harry que as segurou com força - ...não sei como ainda não aprendeu...
O garoto apenas sorriu e lhe fez um carinho no rosto, na realidade sabia que Sara já imaginava que tanto ele quando Rony iriam fazer alguma coisa, só o quê é que ainda não sabiam.
Naquela manhã, Harry aproveitou a saída de Hermione e Sara para ter uma conversa com Rony. Sabia que o garoto deveria estar no dormitório já que era o único lugar onde não haveria nenhum aluno naquele dia de folga antes do fim de semana. Subiu as escadas e abriu a porta vendo a cama do colega a sua frente. Rony por sua vez, assustou-se e tentou disfarçar que lia alguma coisa.
— Dia... – disse Harry andando até seu malão que estava embaixo da cama. – Já tomou seu café?
— Estou sem fome... – respondeu Rony tentando esconder algo discretamente para debaixo do travesseiro.
— Ronald Weasley sem fome? – perguntou Harry com sarcasmo vendo a reação do colega mas não dizendo nada – Isso sim é que é surpresa...
— Estou tentando manter a forma... – falou Rony se levantando - Sabe como é... não quero que Mione me troque pelo idiota e musculoso Krum...
— Por que não me conta a verdade... e me mostra quais são seus planos Rony... – disse Harry sentando-se em sua cama e encarando o garoto que parara como uma estátua sem saber o que dizer.
— Por que não tem nada que precise ser dito... – respondeu o garoto voltando para a cama – não estou planejando nenhuma maluquice se quer saber... eu não teria nenhuma chance...
— E o que foi que você escondeu debaixo dos cobertores quando eu entrei... – respondeu Harry agora andando até a cama do garoto – Livros e anotações eu sei que não é porque você não é de fazer revisão alguma sem a Hermione.
— Já disse que não é nada... só algumas... cartas... – disse o garoto ficando com suas orelhas vermelhas.
— Ah.. sei... – respondeu Harry um pouco descontente. – Deixa de besteiras Rony, sempre contamos tudo um ao outro... eu sei que tem planejado alguma coisa... tem passado tempo demais rodeado de livros e anotações sobre Azkaban... e História. Posso não ser tão estudioso quanto Hermione mais leio as entre linhas...
— Eu só estive dando uma olhada... não consigo acreditar que não tenha uma só maneira de conseguir livrar meu pai dessa acusação... andei vendo casos... sabe... como o que aconteceu com Hagrid e bicuço... tentei ver se achava alguma coisa que pudesse ajudar papai com essa acusação... mas é impossível... não teve uma só pessoa que foi pega pelo ministério que tenha conseguido escapar de Azkaban... a não ser é claro, Sírius...
— Mas ele era um animago... e não acho que seu pai consiga aprender a ser um...– Harry olhou para o garoto com um brilho nos olhos e parou de falar. – Animago... Rony... poderíamos tentar... digo, Hermione é ótima em transfiguração... Azkaban não é mais guardadas por Dementadores desde que Voldemort voltou... talvez se encontrássemos um animago que conseguisse entregar uma varinha ao seu pai...
— Ele pudesse fazer algum feitiço para sair de lá... – respondeu Rony com o mesmo brilho esperançoso nos olhos. – mas... quem?
Essa dúvida ficou com os garotos, pois foram interrompidos pelos risos e brincadeiras dos companheiros de quarto.
***
As aulas e seções de treinamento do time de quadribol vinham tomando a maior parte do tempo dos alunos, e Hermione agradecia Harry por manter Rony tão ocupado que assim não ficava pelos cantos. Sem falar o grau de dificuldade que estavam enfrentando com a chegada dos exames de NIEMs. Todos os professores antes das aulas vinham com o mesmo discurso, de que era seu último ano, e já estava na hora de quem não tivesse interesse em alguma profissão, que começasse a pensar urgentemente antes que as provas vocacionais começassem. Harry sabia exatamente o que queria, ser um auror, já Rony estava atolado com um monte de folhetos que Hermione havia lhe dado para decidirem juntos o que iriam fazer da vida. Sara era a mais preocupada de todas, não conseguia ter sucesso nas opções que queria, e muito menos Snape lhe dava uma folga com poções. Harry sabia que o seu professor estava apenas se vingando por ela ter sido praticamente tirada da Sonserina, sendo que era uma das alunas mais brilhantes. Harry agradecera muito ao chapéu seletor quando corrigiu esse erro no seu quinto ano, porém depois que ela fizera aquele feitiço do tempo acabara perdendo a memória e foi como se tivessem passado uma borracha em tudo que haviam passado. Harry se pegava pensando em como seria depois de tudo, da escola, de ser maior de idade e poder finalmente se livrar dos Dursleys. Talvez até visse a foto de seu primo Duda na televisão um dia desses, fazendo parte dos 10 bandidos mais procurados do mundo, ou até mesmo o encontrando nas ruas de Londres, claro que sabia que Duda jamais iria lhe cumprimentar, e por isso Harry o conheceria pelo simples fato dele estar no lugar do seu tio Valter e ser tão parecido com um porco do que com o pai. Porém o garoto tinha algo que o impedia de fazer qualquer plano, Voldemort estava de volta e parecia cada vez mais decidido a não deixar Harry ser feliz. Infelizmente aquela cicatriz que ele sempre gostara era a marca de sua ligação com o pior bruxo que já tinha existido. E essa ligação estava cada vez mais forte principalmente nesse seu último ano, quando Voldemort passou a não só saber o que Harry sentia, mas ser o próprio Harry Potter.
— Estivemos pensando... – disse ele certa tarde no salão comunal enquanto reviam novamente as tarefas de transformações. – Sírius conseguiu sair de Azkaban na sua forma animaga... será que....
— Nem pensar... – interrompeu-o Hermione já imaginando o que eles estavam tramando – Não tem como vocês acharem algum animago que queira entrar em Azkaban e ajudar o Sr, Weasley a sair...
— Não era bem isso o que estávamos pensando Hermione... – respondeu Rony tentando achar as palavras - se papai tivesse a chance de ter pelo menos uma varinha lá...
— Eu sei o que estão pretendendo fazer... – disse Sara – É nobre de sua parte mas vocês acham que vão conseguir se desviar dos Trasgos de lá? Deve ter um membro do Ministério em cada 20 centímetros da prisão...
— É... com os dementadores fora de lá... pelo menos seria mais fácil pra entrarmos... – disse Harry – Temos a capa de Invisibilidade... e se soubéssemos exatamente como é Azkaban... talvez tivéssemos chance...
— Vocês ficaram malucos? – disse Hermione com o rosto completamente pálido – Estão não só arriscando o pescoço mas também a vida de vocês? Achei que se preocupasse com sua tia Sara... a professora Minerva vem enfrentando um bocado de coisas pra manter a escola e cuidar de nós e é assim que você a retribui? Dando forças para uma maluquice dessas?
Harry nunca vira a amiga tão nervosa antes, nem mesmo quando Rony dançara com Lilá Brown em um baile. Rony não tomou uma só atitude e o garoto viu Sara apenas encarar Hermione que agora tinha os olhos marejados. Harry soube nesse exato momento que a amiga não falara aquilo por mal, só estava assustada e muito preocupada com o que pudesse acontecer a eles caso Rony decidisse ir até Azkaban.
— Está bem Mione... – Harry ouviu a voz de Rony enquanto o via abraçar a amiga que praticamente se agarrou no pescoço dele. - Não se preocupe... pensaremos em outra coisa ... que não haja perigo...
— É melhor leva-la para o dormitório Rony... vou pedir para Dobby preparar algum chá para acalma-la.... – disse Sara levantando-se.
— Vou com você... – respondeu Harry a acompanhando para fora da Torre.
Enquanto andavam pelos corredores tentando chegar até a cozinha do castelo, Harry lembrava-se dos tempos de AD, fazia um bom tempo que queria voltar a treinar com os seus companheiros só que agora iria ser mais difícil já que não teriam tantos alunos assim para ensinar.
— Por que está tão quieto? – ouviu a voz de Sara enquanto desciam as escadas de pedra que levavam até os corredores escuros das masmorras.
— Estava pensando, com os NIEMs chegando... poderíamos ver se... sei lá... talvez fosse legal se juntássemos os membros do AD novamente... eu sou bom em DCAT, Hermione é boa em Transformações... talvez se juntássemos um bom pessoal pudéssemos achar uma maneira de salvar o Sr. Weasley...
— Você ainda não desistiu de se tornar um animago não é? – perguntou Sara parando diante do imenso quadro de frutas onde ficava a entrada da cozinha.
— Meu pai era um animago, Sírius era um animago... e eu também gostaria de ser... – respondeu ele esperançoso. – se pudesse...
— Harry, isso leva tempo... sei que os Marotos levaram praticamente 3 anos tentando aprender....– respondeu Sara empurrando o quadro e vendo a passagem – mas se é o que realmente quer, eu não posso impedir... mas quando penso no Sr. Weasley em Azkaban – a jovem deu um suspiro - Deve ter outra forma... como se... pudéssemos descobrir quem foi que matou Fudge...
— Só se entrássemos no Ministério... – disse Harry.
— Tenho certeza que se descobrirmos o que a cobra mãe foi fazer em Hogsmade... saberemos quem matou Fudge... – respondeu Sara.
— Você quis dizer... teríamos provas... – respondeu Harry acompanhando Sara para dentro da passagem – por que sabemos exatamente quem seria capaz de matar
— Você tem certeza de que realmente Narcisa Malfoy está por traz disso?
— Se tratando dos Malfoy... eu esperaria o pior... – respondeu Harry enquanto desapareciam passagem adentro.
Logo pela manhã, Hermione parecia estar mais tranqüila. Rony passara praticamente a noite toda com uma luz acesa por debaixo das cortinas de sua cama de colunas. Neville estava com a cara enfiada em “As mais exóticas plantas da América do Sul” enquanto Simas e Dino apenas conversavam enquanto vestiam seus uniformes.
— Dia... – Harry ouviu a voz de Dino enquanto abria as cortinas de sua cama.
— Bom dia... – respondeu Harry educadamente – por que estão madrugando?
— Temos que começar a estudar para os NIEMs, vão começar em Junho... e os resultados têm que ser no mínimo um Excelente em uma das disciplinas para conseguirmos nos formar... – respondeu Simas fazendo uma careta – E você? Já pensou no que vai fazer?
— Auror... – disse Harry tentando arrumar seus cabelos – Se eu conseguir tirar um “Excede Expectativas” em Poções, quem sabe...
— Pelo menos você já sabe o que quer ser... já eu... – disse Simas seguindo Dino pela porta.
Harry os viu desaparecer pela porta e então começou a se trocar, tinha muita coisa pra fazer e uma delas era pensar em uma boa desculpa para Hermione para voltarem com o AD. Talvez a desculpa dos NIEMs fosse boa o suficiente, mas ele tinha uma idéia até muito melhor, reunir uma boa equipe de bruxos para salvarem o Sr. Weasley. Está certo que seria uma maluquice, mas não podia simplesmente ficar parado. Ele jamais ficou, e agora não seria a primeira vez. Se dirigiu até a cama de Rony abotoando sua camisa enquanto via Neville concentrado no seu livro.
— Rony? – disse ele puxando as cortinas vendo o corpo do seu amigo praticamente coberto por folhas de pergaminho e livros espalhados pela cama. – Acorda... temos aula daqui a 30 minutos...
Harry sacudiu Rony que depois de alguns minutos resmungando coisas como “agora não mãe” ou “só mais cinco minutos” abriu os olhos muito vermelhos.
Rony jogou alguns dos papéis para poder sair da cama e então começou a se vestir, Harry pegou alguns dos pergaminhos e olhando-os.
— O que está procurando exatamente nesses livros sobre Azkaban? – perguntou em voz baixa para que Neville não ouvisse.
— Estava tentando saber se existia alguma falha... ou alguma outra entrada... mas não tem nenhum mapa... nem uma tubulação de ar ou coisa assim...- disse Rony vestindo sua capa – é muito difícil achar uma coisa que decididamente tenho certeza que não existe...
— Só por que você não encontra, não quer dizer que não exista... – respondeu Harry - pode não ter tubulação de ar... mas deve ter de esgoto ou algo assim... ou você acha que os prisioneiros de lá não tomam banho?
— Será? – perguntou Rony esperançoso.- Sírius não estava um encanto quando o encontramos...
— Ajudo você com isso mais tarde... preciso conversar com você e Hermione... acho que podemos voltar a estudar com o AD... – Disse Harry.
— Mas por que você quer voltar com estudos extras? Já não temos estudo suficiente?
— A minha idéia de voltar com o AD é completamente diferente dessa desculpa... quero ver se tem alguém mais capaz de entrar em Azkaban...
— Mas... em quanto tempo? – perguntou Rony em voz baixa.
— Não sei, mas custe o que custar... seu pai não vai ficar muito tempo em Azkaban...
Enquanto Harry percorria os corredores indo em direção ao salão principal, tinha que procurar Hermione e lhe contar sobre o AD, se é que Sara já não tinha lhe dado a idéia. Quando passou pela sala dos professores topou com o professor Snape saindo da sala.
— O que faz nos corredores Potter! – disse ele em uma voz de desdém.
— Estou indo para o salão principal... é o horário do café pelo que eu sei.– respondeu Harry rapidamente e então ouviu um resmungo vindo de dentro da sala. Snape o olhou rapidamente e fechou a porta atrás de si.
— Não meta o nariz onde não lhe diz respeito... – disse Snape fazendo Harry o fuzilar com os olhos. Pirraça passou raspando por sua cabeça e atacou dois alunos da sonserina que vinham em direção as escadas. Harry pode perceber a indecisão de Snape, de ir atrás de Pirraça ou ficar e verificar se Harry iria mesmo para o salão principal. Harry continuou a seguir o seu caminho para despistar Snape e então, deu mais alguns passos e virou-se, viu Snape correr escadaria acima atrás de Pirraça. Harry voltou a sala dos professores e então quando tocou na maçaneta a porta se abriu o fazendo quase cair com o susto.
— Ppo... Potter?- ouviu a voz vinda de uma figura que lhe fez dar um pulo.
— Professor Mesmero? – perguntou ele respirando aliviado. A roupa do seu professor parecia um tanto surrada, e havia um rasgo no seu braço. Harry teve a impressão de que com certeza ele devia ter vindo de uma briga com o Salgueiro. – O Senhor está bem?
— Oh, bem... sim... só me desentendi com um dos arbustos da Prof. Sprout... – disse ele e Harry achou aquele olhar familiar. - ... Sabe... é um Hobbie meu, adoro plantas, principalmente aquelas mais perigosas...
Harry viu seu professor levar sua mão ao ombro de Harry mas acabou parecendo sentir alguma coisa a tirou rapidamente e começou a acompanhar Harry.
— Vejo que você e o Professor Snape não tem uma relação muito amistosa... – disse ele encarando o garoto.
— É, nós não nos damos muito bem... – confirmou Harry – e... acho que ele também não deve ter uma relação muito boa com o Senhor não? Digo... todos os outros professores de DCAT... ele não gostava de nenhum...
— Ah, claro... já me disseram que esse cargo era amaldiçoado... – disse ele com um sorriso meio sem graça – Um aluno me disse que esse sempre foi o cargo que ele desejou, mas, Dumbledore nunca lhe deu... e a diretora da escola mantém tudo do jeito que o antigo diretor fazia. E convenhamos... um professor por ano não é muito encorajador...
— E por que o senhor aceitou o cargo? – perguntou Harry curioso – Digo, o senhor não tem medo de que realmente ele esteja enfeitiçado ou algo assim?
Mesmero deu um sorriso estranho, Harry poderia jurar que algo ameaçador pairou por seus olhos naquela hora e então ele voltou a olhar para o garoto – Só os tolos acreditam nesse tipo de coisa... e tenho motivos para estar aqui...
Harry o encarou curioso, ele mudara de expressão tão drasticamente que Harry sentiu os cabelos de sua nuca se levantarem.
— ... Bom, nos veremos na próxima aula... meu caro Sr. Potter... – disse Mesmero parecendo voltar ao mesmo jeito amistoso de antes. Harry ficou um pouco confuso e aquela coisa dentro dele que lhe dizia que já tinha visto aquele olhar antes, estava o deixando ainda mais convencido.
A semana havia sido tão puxada e cansativa como era de se esperar. Todos os professores começaram com os preparativos para o exame final que fariam com que os alunos finalmente se tornassem bruxos profissionais. E com tantas opções, Hermione começava a entrar em pânico por não saber exatamente o que seria. Era a primeira vez, pelo menos que Harry se lembrava de que Hermione não sabia onde procurar respostas. Nem na primeira aula de vôo o garoto a tinha visto tão nervosa.
— Hermione, quer parar com isso? – dizia Gina estirada no sofá em frente à lareira – Você pode ser qualquer coisa... acho que a única coisa que não vai conseguir é ser jogadora profissional de quadribol... por que é péssima com a vassoura...
— Estou falando sério Gina, não tenho idéia do que eu posso ser... sou boa em feitiços, ótima em Transfiguração, e modéstia parte boa em poções... mas... tem várias coisas que isso qualifica... Medibruxa, Auror, professor... é difícil.
— Só de ouvir você já estou ficando cansada disso sabia? – respondeu Gina levantando-se irritada – não há uma alma nessa escola que não fale dos NIEMs... até Pirraça está todo ouriçado com isso..
— E por que o Pirraça estaria “ouriçado” com isso? - perguntou Hermione vendo Gina se dirigir para a passagem.
— E como é que eu vou saber? – respondeu Gina – Só sei que eu vou dar uma volta e ver se não ouço mais falar nessas coisas... estou de saco cheio...
Hermione ficou sentada no chão da sala circular apoiada a mesa de centro, rodeada por panfletos e livros sobre profissões bruxas. – Droga... será que não vou ter nenhuma luz no fim de todas essas opções? – disse ela olhando um dos panfletos que dizia “A nobre profissão de um Medibruxo”.
— Cara... você viu o tamanho daquele cara lá no lago? – Hermione ouviu a voz de Dino que entrava com Simas Finnigan. – Da onde foi que ele surgiu? – perguntava o outro garoto.
— Mas do que é que vocês estão falando? – perguntou Hermione interessada.
— De um cara que praticamente apareceu do nada lá no lago... – disse Simas arrumando suas vestes.
— É... Estávamos na beira do lago vendo quem conseguia tirar o Lula gigante de lá quando aquele garoto enorme apareceu?
— Garoto enorme? – perguntou Hermione preocupada, não podia acreditar que Hagrid tivesse novamente trazido seu irmão para Hogwarts, e principalmente o libertado no pátio da escola
— É, ele é todo esquisito sabe? Tem umas bochechas enormes e rosadas... – disse Dino sorrindo.
— E cabelos claros... – acrescentou Simas.
— Parece muito com um porco... – completou Dino fazendo Simas cair na gargalhada.
— Bela comparação Thomas...
— E onde foi que vocês viram esse garoto? Para onde é que ele estava indo? – perguntou Hermione com um brilho estranho nos olhos.
— Ele estava no lago... – respondeu Dino estranhando o comportamento da garota.
— Cuidado Granger, se o Weasley ficar sabendo do seu interesse por aquele “porco” você vai estar muito encrencada...- completou Simas caindo ainda mais na gargalhada.
Hermione no entanto deu as costas a eles e saiu do salão comunal sem nem se quer dizer alguma coisa.
— Cara... a Hermione está me deixando de cabelo em pé sabia? – dizia Rony saindo do vestiário do campo de quadribol. – Esse negócio dos NIEMs tem deixado ela ainda mais maluca do que de costume...
— Ela ainda não decidiu o que vai fazer? – perguntou Harry jogando sua capa dentro de uma cesta de roupas.
— Pelo contrário... ela quer fazer tudo! – respondeu Rony colocando a blusa de lã vermelho tijolo – Ela fica me falando sobre... como seria bom ser um Medibruxo, ou como ela seria bem vista no Conselho educacional sendo uma historiadora ou algo assim... isso me deixa ainda mais pra baixo por que ela fica tiririca toda vez que eu digo que estou pensando em ser um Auror.
— Temos muita prática nesse assunto... – sorriu Harry meio sem graça amarrando os tênis - vamos logo por que tenho que falar com Hermione sobre o AD...
— Você ainda não falou com ela sobre isso? – perguntou Rony.
— Não tive tempo, eu até tinha me esquecido... sabe, naquele dia em que resolvi que voltaríamos com o AD, encontrei o professor Mesmero...
— Aquele cara é muito estranho sabia? – disse Rony e Harry ficara espantado – Sabe, Hermione vive me dizendo que tem alguma coisa nele que faz ela lembrar de alguém... mas ela não consegue se lembrar de quem...
— É... eu também tenho essa impressão... – disse Harry – E Sara me disse que também não gosta dele.. e até o professor Lupin tem pedido informações sobre ele a Sara...
— Pelo jeito, ele não tem muitos admiradores não? Está pronto? Vamos... – disse Rony acompanhando Harry para fora do vestiário.
Harry e Rony percorreram todo o gramado que levava até o pátio externo da escola, atravessaram a ponte e então entraram no jardim com o chafariz. Estavam prestes a entrar pela porta lateral quando Harry ouviu uma risada um tanto familiar. Rapidamente parou e olhou para os lados.
— O que foi? – perguntou Rony estranhando o comportamento de Harry.
— Tive a impressão... – quando ia dizer as palavras viu um menino alto e muito magro aparecendo diante dele. Não podia acreditar no que via, aquele era um dos capangas de seu primo, Pedro, o braço direito de Duda estava ali parado diante dele.
— Quem é esse? – perguntou Rony a Harry vendo o outro garoto ir até eles com um sorriso amarelo em seu rosto.
— O que está fazendo aqui? – perguntou Harry sem ao menos prestar atenção na pergunta de Rony.
— Então é aqui que você estuda é? – disse o garoto dando uma boa olhada em volta – não tem cara de ser o St. Brutus... Dudão sempre nos disse que você estudava lá, mas, tô achando que ele se confundiu... conheço St. Brutus... e ela não chega nem perto do que é isso...
— Nossa... nunca pensei que você fosse tão inteligente.... – disse Harry secamente - descobriu isso como? Alguém lhe disse ou foi.. você quem deduziu sozinho?
— Está querendo levar uns socos é? – disse Pedro cerrando o punho e mostrando-o diante do rosto de Harry.
— E você está querendo ser transformado em lesma é? – disse Rony apontando a varinha para ele.
— AhAh... Como você vai me transformar em lesma com esse palito? – retrucou o garoto rindo abobadamente .
— Assim... “Cara de lesma”– disse Rony apontando a varinha para o garoto e dizendo um feitiço, um raio laranja saiu de sua varinha atingindo Pedro que começou a se contorcer como uma minhoca recém tirada da terra.
Harry encarou Rony sem saber o que dizer, poderia ter feito outra coisa, como lhe dar um soco, deixa-lo petrificado por algumas horas mas a única coisa que passou por sua cabeça na hora era por que e como o garoto trouxa havia entrado em Hogwarts.
— Por que está me olhando assim? – Harry ouviu Rony e o encarou – Foi ele quem começou...
— Temos que achar Hermione, esse cara é amigo de Duda, é completamente trouxa... – disse o garoto agora vendo o rosto preocupado de Rony.
— Você tem certeza Harry.. Hogwarts é o lugar mais seguro do mundo, não tem como os trouxas entrarem aqui...
— É claro que tenho certeza... servi de saco de pancadas pra ele e Duda desde o jardim de infância... – respondeu Harry – O que me deixa confuso, é, como ele veio parar aqui?
— Sei lá... mas acho melhor avisar alguém... não é comum ter trouxas andando pela escola sem ser convidado... – disse Rony agora andando com Harry para dentro da escola.
— Vamos tentar avisar a professora Minerva... ela vai saber o que fazer... – disse Harry.
— Será que tem mais algum solto por aí? – perguntou Rony preocupado.
— Se tem um desses... imagino que pode ter mais Rony... – respondeu Harry subindo as escadas com Rony em seu encalço.
— Onde vai com tanta pressa? – dizia Hermione encontrando Sara no saguão de entrada.
— Vou até os porões... preciso que Dobby dê um jeito no dormitório das garotas já que Lilá decidiu que seu gatinho podia brincar lá...
— Eu já disse pra ela evitar deixar aquele gato por lá...
— Você deixa o bichento por lá Hermione... – disse Sara cruzando os braços – além disso, todos deviam ter a chance de ter os bichos nos dormitórios... desde que se responsabilizassem por eles... e... – Sara olhou intrigada para a garota - ... de onde está vindo?
— O Bichento é muito comportado, e aquele gato sarnento e enjoado da Lilá vive comendo e arranhando nossas coisas... se ela não der um jeito nele... eu dou...
— Já te disse, vou avisar Dobby... e você não me respondeu, de onde está vindo?
— Olá Sara... – Sara ouviu uma voz que a fez praticamente entrar em choque.
A garota virou-se lentamente enquanto Hermione olhava para as costas de Sara sem entender. Não poderia ser verdade, mas era, aquela voz Sara conhecia muito bem, havia encontrado a jovem na rua Magnólia na saída da locadora.
— Lia? – disse Sara virando-se e ao mesmo tempo em que perdera a fala seu rosto estava lívido. – O que...
— Cara, isso é muito legal... que lugar é esse? Uma espécie de... sei lá... um parque temático?
Sara não soube o que responder, Lia olhava tudo com admiração e Hermione encarava a garota e olhava para Sara novamente.
— Nossa! Como é que eles fazem para que os retratos desses quadros se mexam? É uma espécie de televisão, é? – continuou Lia enquanto Hermione tomava fôlego e coragem para cutucar Sara.
— Sim ... – disse Hermione batendo no ombro de Lia e mostrando mais um quadro de um homem que escrevia sobre a mesa e de vez em quando as encarava. - Sara, você não tem que procurar a Prof. Minerva?
Sara entendeu rapidamente o que Hermione queria dizer, um trouxa transitando em Hogwarts? Tinha algo muito, mais muito errado acontecendo. A garota subiu os primeiros lances de escada correndo desembestada pulando de dois em dois degraus. Não sabia onde sua tia estaria naquele momento e por essa razão era melhor ir direto a sala no alto da torre onde antigamente era a sala do professor Dumbledore. Estava quase na escada que levava a torre da Grifinória quando esbarrou adrupdamente em Harry.
— Sara! Você não vai acreditar... eu acabei de cruzar com um dos amigos de Duda... aquele idiota do Pedro que vivia me fazendo de saco de pancadas... e... – disse o garoto encarando Sara que parecia cansada.
— Bem... ele não está mais tão trouxa... acabei de transforma-lo em lesma.... – disse Rony.
— Outro? – perguntou ela ofegante – Acabei de encontrar Lia lá embaixo... Hermione ficou com ela fingindo que estávamos em um parque temático.
O sangue de Harry congelou ao ouvir aquilo, se Pedro e Lia estavam em Hogwarts, era possível que mais pessoas estivessem por lá.
— Rony, vá e tente ver com Hermione se encontram mais alguém trouxa perambulando por aqui, Sara e eu, vamos até a sala da professora Minerva... temos que pedir ajuda...
Harry pegou na mão de Sara e correram para o andar onde a professora Minerva tinha sua sala. Subiram o último lance de escada e então Sara disse a senha e a gárgula começou a subir como uma imensa escada até o topo da torre. Harry bateu na porta e nem ao menos esperou a professora mandar entrar. Praticamente a escancarou.
— Professora... eu... – disse ele mas acabou ficando calado ao ver Professor Dumbledore ali sorrindo ao vê-los.
— Como vai Harry? – disse o professor abrindo um enorme sorriso.
— Estou bem, professor... – disse ele um tanto perplexo ainda.
— Que bom que o Senhor está aqui... tem trouxas aqui em Hogwarts... – disse Sara rapidamente sem ao menos cumprimentar a tia.
— O quê? Isso é...
— Claramente possível Minerva... – disse o professor Dumbledore encarando a professora que agora tinha o rosto lívido. – Achei que isso aconteceria, seria a primeira coisa que fariam quando conseguissem o livro.
— O Senhor não está falando daquele livro que roubaram do museu está? – perguntou Harry rapidamente.
— Vejo que as notícias do mundo trouxa já passaram por aqui a algum tempo não? – respondeu Dumbledore sorrindo.- Bem, vim aqui para informar sua diretora que poderia haver essa possibilidade já que nosso mundo parece estar sendo... divulgado aos trouxas que ousam a ver diante do próprio nariz...
— Como assim? E toda aqueles feitiços de proteção? – perguntou Sara ficando nervosa – Não pode ter falhado...
— Voldemort e seus comensais começaram a agir... – disse a professora Minerva com um semblante ainda mais preocupado que Harry jamais pensou que fosse possível.
— Quer dizer.. que... Voldemort é quem está fazendo isso? – perguntou Harry.
— Seus comensais fizeram questão de um vôo matinal a uns dois dias, e desde então o Ministério vem se dobrando para tentar apagar memórias, e como vejo que não foi o suficiente, decidiram os mandar para o nosso mundo e assim comprometendo a nossa segurança e a deles também. Pânico é o que eles estão querendo causar... vocês sabem o que os trouxas fariam se soubessem sobre nós não é? – O professor se aproximou mais de Harry e disse – Caos seria o ambiente perfeito... mas, recebi uma carta do professor Lupin... aconteceu alguma coisa que queira me contar Harry?
O garoto olhou para o professor que lhe encarava com os óculos de meia-lua, sabia que não precisaria contar nada. Não era a primeira vez que Harry achava que seu professor podia ler sua mente.
— Bem...
— Alvo, acho que poderá conversar com Potter uma outra hora... – disse a professora Minerva um tanto calma – precisamos resolver isso o quanto antes...
— Você tem razão, cara Minerva... – respondeu ele agora um tanto sério. – Temos coisas mais urgentes para nos preocuparmos...- e então com um sorriso para Harry o professor se dirigiu a sobrinha – Bem, já que o professor Mesmero não está no castelo... lembre-o de que quero ter uma palavrinha com ele, por gentileza Minerva...- o professor voltou a olhar para Harry e Sara – Prometo que voltarei com mais tempo para conversarmos, mas minha presença se faz necessária no Ministério... Não esqueçam que se precisarem me encontrar... Fawkes é a resposta...
Harry encarou o professor sem entender e então ele sentou-se próximo ao poleiro dourado em que a Fênix descansava – Ela sempre sabe onde estou...
— Harry e Sara... encontrem a Srta Granger e o Sr. Weasley os digam para reunir todos os monitores, precisaremos de toda ajuda possível para unir todos os trouxas que estão pelo castelo.
— Vou avisar Hermione... – disse Sara – provavelmente deve estar com Lia e vi a monitora da Lufa-Lufa no salão principal.
— Eu vou atrás do Rony.. – disse Harry. – E depois que os encontrarmos... o que fazemos?
— Levem todos para o salão principal, vou me encarregar de falar com os outros professores e ver o que podemos fazer quanto a isso...
Harry saiu da sala com Sara deixando o professor Dumbledore e a professora Minerva na diretoria.
***
— Mas por que razão Voldemort iria querer que os trouxas nos descobrissem, ele odeia gente descendente de trouxa, quanto mais os próprios... – dizia Rony encarando Harry que estava sentado na longa mesa da Grifinória no salão principal, enquanto Hermione e Sara conversavam com algumas garotas trouxas e os professores chegavam mais e mais com outros “intrusos”.
— Dumbledore disse que isso é coisa dele... que ele quer causar pânico...- disse o garoto tirando a capa e a jogando sobre a mesa – Talvez queira que os trouxas nos temam... mas o que mais me intriga é o que tem de tão importante nesse livro?
— Feitiço... oras... – respondeu Rony sentando-se ao lado do garoto – Ihhh... mais trouxas...
Harry virou a cabeça para o lado, Professor Flitwick entrava acompanhando um garoto bastante gordo e bochechudo. Se ele não estivesse em Hogwarts poderia jurar que aquele garoto era...
— Duda? – disse ele espantado chamando a atenção de Rony.
— Bem que eu achei aquele focinho conhecido... – disse Rony espichando o pescoço para ver.
— Queiram ficar aqui por favor... – disse Flitwick educadamente - Voltaremos daqui a alguns minutos para manda-los pra casa.
Nem bem o professor havia dado às costas e então Harry o viu de ponta cabeça. Duda o havia pegado pelas pernas o deixando de cabeça pra baixo.
— Como é que uma coisinha dessas vai me impedir de ver tudo por aí... eu não tenho medo dessas mágicas... – disse Duda pegando a varinha de Flitwick que agora caíra no chão. Havia mais ou menos uns 3 garotos tão grandes como Duda que se juntaram para apóia-lo.
— Que bom que não tem medo por que só estava esperando uma oportunidade para usar a minha varinha em você... – disse Harry praticamente pulando por cima da mesa. – Solta o professor Flitwick agora...
— Professor??? – repetiu Duda em tom de deboche e os três grandalhões começaram a rir – Isso aqui é um professor???
— Um dos melhores se quer saber... – disse Sara aparecendo para encara-lo.
— Ora... se não é minha querida...
— Se terminar a frase eu lhe transformo em porco! – disse Harry. – Coloque já o professor Flitwick no chão.
— Tem certeza de que isso é um professor? – disse Duda examinando o professor – Aahhh!!!
Um clarão verde azulado percorreu o braço de Duda o fazendo praticamente ficar imóvel, Harry olhou para o professor Flitwick que se retorcia como um papagaio preso pelas vestes azul turquesa e então ele se soltou e caiu com um estampido no chão.
— Trouxas... muito fortes porém... nada inteligentes... – disse ele levantando-se e ajeitando suas vestes azuis.
— O que aconteceu com ele? – Harry ouviu uma garota com os cabelos cacheados tão vermelhos quanto os da família Weasley dizer preocupada.
— Ah nada... só um “efeito especial”... – respondeu Hermione enquanto as atenções se voltavam para a porta de entrada do salão que se abria novamente.
A professora McGonagall entrou com suas vestes verde-musgo esvoaçando enquanto caminhava rumo a frente do salão. Snape vinha em seu encalço acompanhado pela a professora Vector, e Sinistra. Harry nunca vira o rosto de sua professora tão preocupado, muito menos com aquela expressão de horror nos olhos. Será que teria acontecido algo muito pior? Pegou-se pensando enquanto a porta novamente se abria dando passagem para dois bruxos vestindo capas azul elétrico com um símbolo do Ministério da Magia brilhando no peito.
— Talvez estejam aqui para tentar apagar a memória deles... – ouviu Anthony Goldstein, o monitor da Corvinal cochichando para Flora Fawcett. Harry olhou novamente para a professora enquanto procurava Sara com os olhos.
— Quero um minuto da atenção de vocês... – ouviu a voz da professora Minerva alta e clara diante de todos. – Por favor, os alunos de Hogwarts sigam seus monitores e voltem para suas torres. O restante permaneçam aqui e gostaria que prestassem atenção no Sr. Shaklebolt aqui, ele irá lhes mostrar algo muito interessante.
— Vamos... – Harry ouviu Sara dizer logo atrás de Rony. Pegou na mão da namorada e seguiu Hermione juntamente com Rony e os outros alunos. O garoto sentia que havia alguma outra coisa acontecendo. Só o quê, é que ele não sabia.
— Não sei não... – disse Hermione depois de um tempo na sala comunal da Grifinória – Estou com uma sensação de que esse súbito aparecimento dos trouxas tem ligação com tudo isso que está acontecendo... de certo modo.
— Dã... – fez Rony dando um tapa na testa – Claro que tem haver... roubaram aquele livro não roubaram? Então? Estão querendo manter o ministério ocupado para provavelmente fazerem qualquer outra coisa contra nós... só o que é que a Ordem está fazendo que não descobre nada?
— Talvez por que já saibam da existência da Ordem oras... – disse Harry encarando todos – Faz tempo que acho que tem mais gente por aqui trabalhando para Voldemort, e não é só Snape ou os pais de Malfoy... Tem alguma coisa errada, e com Dumbledore fora de Hogwarts, acho melhor tomarmos partido...
— E... que tal voltarmos com o AD? – disse Hermione – Podíamos voltar com a Armada de Dumbledore, e praticar feitiços e coisas assim... só é claro, com o consentimento da professora Minerva...
— Harry conversou sobre isso comigo ...– disse Sara levantando-se e andando até a janela. – E acho até uma ótima idéia, sem Dumbledore no castelo seria muito bom ter gente leal a ele sem ser os professores...
— Bem... então, é melhor começarmos a colocar tudo em ação não é? Acho que sabemos que tudo o que está acontecendo é para desviar a atenção de Dumbledore por algum motivo, mas o problema é o quê? – disse Hermione olhando para Rony – Devemos começar a convocar os alunos novamente não?
— Primeiro é melhor falarmos com a McGonagall... não podemos formar um grupo de estudos sem a permissão dela ... – falou Rony.
Harry viu Sara parada diante da janela e teve a sensação de que ela estava com algum problema. Levantou-se sem ligar para o que Rony e Hermione falavam e se aproximou da garota.
— Está se sentindo mal?
— Não... – disse ela sem tirar os olhos da janela.
— Não? – perguntou ele se postando na frente da garota a impedindo de olhar para fora, Sara estava com alguma coisa, e ele tinha certeza de que não era nada de bom. Os olhos da namorada pareciam estar fora de órbita, como lembrava-se Harry de ter visto sua professora Trelawney certa vez quando fez a profecia de que Voldemort voltaria. Mas Sara virou-se para ele.
— É só um mal estar, você sabe que fiquei meio perturbada quando encontrei a Lia na rua Magnólia, e agora não foi diferente... bem.... se precisarem de mim... estarei no dormitório está bem?
A garota fez um carinho no rosto do namorado e então depois de lhe dar um selinho, Harry a viu subir as escadarias e o som da porta do dormitório se fechando.
— O que tem a Sara?
— Não sei Rony... estou achando ela muito estranha desde ontem... tem andado muito calada e pensativa ultimamente... – respondeu Harry continuando a encarar a escada para os dormitórios – Você não sabe de nada Hermione?
— Não devia contar... mas Sara voltou a ter aqueles pesadelos... – disse Hermione baixinho – ela não me contou o que viu exatamente, mas ouvi ela falando enquanto dormia...
— E o que ela dizia?- perguntou Harry preocupado
— Não entendi direito... – respondeu Hermione – mas disse pra ela procurar a professora Minerva... e vocês sabem o que ela acha sobre esse tipo de coisa... Não tem paciência com adivinhação e muito menos com a Trelawney... e só de pensar em fazer sua sobrinha ter... sei lá... que seguir os conselhos dela, a praticamente obrigaram a perder a paciência com a Sara.
— Você quer dizer que Sara tem... tido premonições? – perguntou Rony espantado.
— Não posso dizer que ela tem tido premonições por que não sei o que ela vem sonhando Rony... – retorquiu Hermione – Mas... seja o que for tem deixado Sara muito preocupada...
— E assustada... – respondeu Harry. Se tinha uma coisa que ele conhecia muito bem era quando acontecia as coisas com a namorada e ela não tinha explicação descente para o ocorrido. Principalmente se não sabia a quem recorrer.
Autor(a): vision2018
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Os dias que se seguiram, Sara parecia ter voltado ao normal. Estava sim um pouco cansada e raramente ficava na torre, depois de uma reunião com a tia, ela passava a maior parte do tempo fora da sala comunal. Harry só mesmo ficava com ela durante os intervalos e às vezes nos treinos do time da Grifinória. O primeiro grande jogo havia sido marcado p ...
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