Fanfics Brasil - Sensações de Adolescente Harry Potter e o Livro Perdido

Fanfic: Harry Potter e o Livro Perdido | Tema: Harry Potter


Capítulo: Sensações de Adolescente

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Harry voltou a escola perto da hora do jantar, estava um pouco confuso e ainda pensava em qual razão teria um testralho para ir até lá. 

– O que você tem? – perguntou Rony enquanto entravam na torre – Você está estranho desde que voltamos de Azkaban... 

– Shaklebolt me disse uma coisa que me deixou muito encucado... – disse Harry tirando sua blusa e jogando em um cesto. 

– Não acredito que ficou encucado só por que Tonks vai dar algumas aulas... – falou Rony vestindo as calças limpas. 

Harry sentou-se na cama e ficou pensativo por alguns instantes e depois andou até o amigo. – E você nem se quer imagina por que razões colocaram Tonks aqui? 

Rony olhou para Harry confuso e ao mesmo tempo apreensivo, então se sentou na cama a espera que Harry continuasse. 

– Tonks veio a mando do professor Dumbledore, esse grupo foi só uma idéia dele para ter alguém de confiança aqui, não que não tenha, mas parece que tem alguém praticando arte das trevas sem permissão... 

– Caraca! – disse Rony impressionado – Mas, como alguém poderia praticar artes das trevas sem a Minerva saber? 

Ouviram uma batida na porta e então Hermione colocou a cabeça para dentro. 

– Podemos? – disse ela e Rony fez sinal para que entrassem. Hermione entrou rapidamente e sentou-se ao lado de Rony enquanto Sara fechava a porta. – Sobre o quê estavam conversando? 

– Harry estava me dizendo que Shaklebolt lhe contou a razão de termos àquelas aulas de defesa... – disse Rony e então Hermione ficou curiosa. 

– Resumindo, Tonks vai dar essas aulas pois foi Dumbledore quem a mandou, usando bem as palavras de Shacklebolt, tudo leva a crer que tem um servo de você sabe quem aqui na escola... 

– COMO?- disseram Sara e Rony juntos. 

– Isso é impossível! A professora Minerva saberia... – respondeu Hermione praticamente levantando da cama. 

– Não se ele pratica seus feitiços na calada da noite e na floresta proibida... – respondeu Harry. 

– Mas e todos os feitiços de proteção, e encantamentos? – perguntou Rony nervoso. 

– A floresta proibida tem vários outros seres mágicos, ela tem sua própria proteção, e além disso ela tecnicamente não faz parte da escola, estamos proibidos de ir até lá... – disse Hermione. 

– A professora Minerva detectou o uso da magia, mas como é fora dos domínios da escola, não pôde descobrir quem foi. – disse Harry – por isso, Shacklebolt pediu para que se víssemos alguma coisa suspeita que os avisasse... – Harry deu um suspiro e então seus olhos encontraram os de Sara, não sabia se tinha relevância ou não contar sobre o testralho, e quando pensou em não contar... 

– Tem mais alguma coisa, não tem? – perguntou Sara andando até ele. 

– Eu vi um testralho próximo a ilha... digo, estava parado próximo ao portão. – disse Harry encarando a garota. 

– O que é que um testrálho estaria fazendo lá? – perguntou Hermione. 

– Talvez Shacklebolt tenha ido nele... – disse Harry lembrando-se que ele mesmo montara um para ir ao Ministério. 

– Não, ele usou chave de portal como nós... – respondeu Rony coçando a cabeça. 

– Isso é muito estranho... – disse Sara – O que um testrálho estaria fazendo em Azkaban? Eu duvido que conseguisse algum alimento por lá.. 

– Acho que precisamos dar uma palavrinha com Hagrid... – disse Hermione andando em direção a porta. 

– Ei espera aí... – disse Ron andando atrás – Fiquei a tarde toda fora, mereço pelo menos um beijo não? 

– Acho melhor eu ir com ela... – disse Sara. 

Antes de a garota sair, Harry segurou sua mão a impedindo de ir. Foi se aproximando lentamente até sentir seus lábios tocarem os dela. Foi como se apertasse um botão e, algo quente percorresse todo o corpo do garoto. Novamente aquelas sensações que tivera na noite anterior lhe invadiam sem freios. 

– Hei, Harry pegamos a Corvinal na semana que vem ... ops.. – disse Rony entrando no dormitório e vendo a cena ficou sem graça. 

– Er, vejo você depois Harry... – O garoto pode perceber que o rosto de Sara estava ruborizado, e ele não soube o quê responder. 

– Hermione está lhe esperando...– disse Rony para a garota e então voltou sua atenção para Harry que acabou se jogando na cama- Desculpa cara... eu não... Que cara é essa? – perguntou Rony depois de ver o rosto de Harry rubro. 

– Não... é nada... – respondeu Harry, mas viu a cara de Rony. Harry conhecia Rony desde o seu primeiro ano em Hogwarts, sempre compartilharam tudo juntamente com Hermione. 

– Dá pra falar... – disse Rony perdendo a paciência – eu te conheço, está com problemas... vamos logo por que prometi revisar a matéria com Mione... 

Harry ficou um pouco constrangido, na maioria das vezes Rony é quem pedia conselhos a ele mas Hermione e ele estavam namorando há mais tempo que Harry. Isso fazia de Rony um cara mais experiente, apesar de viver discutindo com a monitora-chefe. Harry não sabia como dizer o que sentia por que nem ele mesmo sabia o que era. Encontrou os olhos de Rony a espera de alguma palavra e então respirou fundo e sentou-se na cama. 

– Não é bem um... problema... – disse Harry limpando a garganta – é que ultimamente eu... tenho me sentindo estranho sabe... 

O garoto percebeu o rosto de Rony empalidecer de repente, e voltou a sentou-se no malão. – Está sentindo aquelas coisas de novo é? 

– Não tem nada a ver com Voldemort... Rony... – respondeu Harry – São coisas... sabe... 

– Coisas... que coisas? Eu não estou entendendo...- Perguntou Rony coçando a cabeça. 

Harry já estava perdendo a paciência, e então levantou-se nervoso e andou até a janela. Será que Rony não entendia o que ele queria dizer? – Coisas Rony... quando estou com a Sara... 

– Ah! Isso? – disse Rony respirando aliviado – não me dê mais sustos assim cara, achei que era algo sobre... você sabe... 

– Então você já sentiu isso... – falou Harry virando-se rapidamente para encara-lo, no mesmo instante sentiu um pouco de esperança e aquele embrulho no estômago começava a se desmanchar. 

– Senti não... ainda sinto... – respondeu Rony com um ar de experiente – é a coisa mais natural do mundo, achei que você e Sara já... 

Harry viu Rony girando as mãos e demorou um pouco para entender o gesto, o que ele queria dizer com isso? De repente veio um estalo em seu cérebro e o garoto disse depressa: - Não... é claro que não... 

– Quer dizer... – perguntou Rony impressionado. 

– Olha Rony... esquece ta... foi um erro eu perguntar isso pra você... 

Harry estava visivelmente corado, até mais do que os cabelos dos Weasley, levantou-se e se dirigia para a porta mas Rony o impediu. 

– Não precisa ter vergonha disso... – respondeu Rony sem jeito – eu também não... 

– Ãh? - Harry ficou um pouco espantado, pois tinha certeza de que o amigo era mais experiente com garotas do que ele, vira Hermione ir com Rony até o quarto dos garotos nos dias em que ele estava na toca. 

– É isso que você ouviu... – respondeu Rony com azedume. 

Harry seguiu o amigo até a cama de Rony, e sentou-se na cama de Dino esperando ouvir a continuação da frase de Rony. 

– ... Hermione é absolutamente tudo o que eu gosto em uma garota, é bonita, tem senso de humor, esperta... e sem dúvida muito mais à frente sabe... moderna... 

– Moderna? – perguntou Harry tentando entender o que o amigo dizia. Rony estava ficando com as orelhas vermelhas, e isso queria dizer que Rony certamente estava falando do modo de agir de Hermione. 

– Sabe, como o que você fez com a Sara aquele dia em que fizeram as pazes... – respondeu o garoto - Ela veio com uma história de que eu devia pedir conselhos a você sabia? Disse que sentia falta desse tipo de... como é mesmo que ela chamou? Ah... comportamento impulsivo... 

Harry sentiu o rosto corar novamente, o que fizera com Sara foi pura e simplesmente uma questão de desespero. Sentia falta da namorada, e depois do que tinha feito pra ela não tinha outra saída se não apelar. 

– Mas é difícil sabe... eu sei o que Hermione está falando... mas não sei como fazer.... – respondeu Rony – Quando ela começa a me agradar, fazer carinho, e nos beijos então! Cara, às vezes sinto que vou explodir... mas aí, bate aquele medo de não saber o que fazer... e... acabo praticamente fugindo... 

Vendo o estado que Rony estava, Harry se sentiu até mais aliviado. Achou que talvez ele fosse o único garoto que não soubesse o que fazer, mas Sara não parecia fazer tanta questão de que... 

– O que foi que aconteceu? Foi Sara quem... 

– Não... acho que ela até esperava que eu reagisse... – respondeu Harry sentando-se na frente dele – Mas sou eu, eu é quem não consegui me controlar... digo, não que mostrasse a ela que estava... você sabe... mas... 

– Estamos com um problemão... – respondeu Rony. 

– Eu não sei o que fazer quando sinto esse tipo de coisa... – disse Harry finalmente – Amo a Sara, ela sabe disso. Sempre conversamos sobre tudo, sem problemas. Acho que ela percebe quando isso acontece por que sempre me olha diferente. 

– Isso é um bom sinal, de que ela só está esperando você tomar a parada... – respondeu Rony dando um suspiro – mas e eu? Não sei o que posso fazer... Hermione tem tantas expectativas, você conhece as garotas... e se eu não corresponder? 

No fundo era essa a dúvida que estava pairando na cabeça de Harry, todos sempre esperavam grandes feitos dele. E Sara não seria diferente, pelo menos ele achava que não. Mas e se estivesse entendendo tudo errado. Se Rony estivesse enganado? 

– Tenho medo que Mione ache que eu não gosto mais dela. 

– Ela jamais pensaria isso Rony... – respondeu Harry tentando animar o amigo, na verdade pensava o mesmo. Será que Sara faria isso? Então piscou e ouviu uma vozinha dentro da sua cabeça “É claro que não, se ela não deixou de amar você quando a maltratou, não vai deixar só por uma coisa dessas”. – Acho que você devia conversar com Mione, Rony... 

– Sei lá... não tenho muita coragem pra isso... 

– Pra falar a verdade... nem eu..– respondeu Harry. Mas tinha que ajudar Rony, conhecendo Hermione como ele conhecia, sabia que ela com certeza tentaria fazer qualquer coisa para fazer Rony se tocar, mas também poderia fazer a coisa errada sendo tão precipitada. 

– Ok... – respondeu Rony parecendo mais tranqüilo – Vamos logo, se eu me atrasar, Hermione me massacra... 

– Vou ficar, estou pregado...– respondeu Harry deitando-se na cama – Se ver a Sara, pede para ela passar aqui...
Harry observou Rony sair do dormitório, e não viu mais nada depois disso. 


– Prontinho, fiz alguns panfletos e entreguei aos monitores... – dizia Hermione contente enquanto sentava-se para tomarem café na manhã seguinte – Como dormiu? 

– Bem... – respondeu Sara em meio a um bocejo – mas acho que ainda não tirei o atraso... sabe, eu detesto admitir, mas, depois que comecei a freqüentar a torre norte tenho dormido como uma pedra... 

– Talvez seja aquele chá que ela dá pra você beber... – respondeu Hermione – Você sabe, aquele cheiro enjoado também pode ser meio... sei lá... um aromático... li sobre isso... 

– Seja o que for, pelo menos está me ajudando... – disse Sara pegando algumas torradas e colocando em seu prato – Tem alguma coisa no profeta diário? 

– Deixa ver... – disse a garota desaparecendo atrás das folhas do jornal – Bem, a passagem de um cometa de duas caudas, novamente aquela coisa de auto defesa, algumas casas e notícias sobre o Gringotes... não, nem mais uma palavra sobre o tal Sinistro e nem mesmo sobre Hogsmade... Ah, a não ser que continua fechada pelo menos até a próxima semana, a Madame Rosmerta deve estar furiosa... faz praticamente cinco meses desde aquela encrenca toda... 

– Dia... – disse Rony sentando-se ao lado de Hermione e lhe dando um beijo no rosto – alguma coisa interessante? 

– Hermione estava me dizendo que a não ser as mesmas besteiras de sempre... não tem nada de novidades... – respondeu Sara bebendo um gole do seu suco. – Ah, conversamos com Hagrid, os únicos Testralhos de Londres são os dele... 

Harry entrou no salão alguns minutos depois carregando sua Firebolt, deu um olhar para Rony, que apenas sorriu. Pousou a vassoura ao lado e sentou-se do lado oposto a Sara lhe dando um beijo no rosto sussurrando um bom dia no ouvido da garota. 

– Bom Dia... – respondeu ela estranhando o comportamento do garoto – Pelo jeito está animado... aconteceu alguma coisa que eu não estou sabendo? 

– Vamos pegar a Corvinal daqui a uma semana... – disse ele colocando suco em seu cálice – e estive pensando em fazer um treino, mas como não encontrei nenhum outro jogador... a não ser minha batedora favorita por aqui... o que me diz de fazermos um treino só nós dois? 

– E o Rony? – respondeu Sara sorrindo – Até onde eu sabia ele era o goleiro... 

– Eu e Hermione temos algumas coisinhas pra fazer... – respondeu o garoto recebendo um olhar de espanto de Hermione. A garota olhou para Sara espantada e Sara sorriu. 

– Bem, então... – disse Hermione – vou até o salão comunal terminar de prender os avisos e... depois você me encontra lá está bem Rony? 

Rony concordou com a cabeça e então depois de Hermione lhe dar um beijo que Harry achou particularmente algo cinematográfico, a garota saiu rapidamente do salão. 

– Me passa o jornal Rony... – disse Harry tentando disfarçar já que a maioria dos alunos que tomavam café dava risadinhas pelo que tinham visto. 

– Depois vou pegar a vassoura da Kate emprestada... 

Harry não conseguiu ouvir o que Sara tinha dito, a visão que tinha do jornal por alguns instantes o fez perder a fala e pelo chute que Rony lhe deu por baixo da mesa para que ele falasse alguma coisa, algo lhe dizia que ele havia ficado com um ar muito diferente.

– O que foi? - ouviu Sara lhe perguntar – Você está pálido...

– Não... nada... – disse ele com uma voz meio mórbida, percebeu que Rony lhe lançou um olhar um tanto preocupado mas ele apenas fechou o jornal. 

– Vou fazer melhor... – disse Sara agora notando algo diferente no garoto – vou com você, mas vou apenas vê-lo treinar... quero dar uma lida nesse jornal... 

Depois de terminarem o café, Harry foi caminhando para o campo de quadribol, apoiando a sua firebolt em um ombro e segurando na mão de Sara. O sol parecia que finalmente iria aparecer, e por essa razão não ia ser um desperdício de tempo dar algumas voltas. 

– Quer dar uma volta? – disse o garoto depois de dar alguns rasantes sobre a arquibancada onde Sara estava sentada. – Sei que você adora voar... 

– Não... obrigado – respondeu a garota num tom sombrio. 

– O que tanto você olha nesse jornal? – respondeu ele agora desmontando da vassoura. 

– Duas coisas... – disse Sara o estendendo sobre o banco. – Uma, não tem mais nenhuma reportagem daquela repórter... sabe, Kenaz Jones que falava sobre o Sinistro... e em segundo...isso. 

Harry olhou para onde a garota apontava, justamente a foto do tal cometa de duas caudas que ele havia sonhado. 

– E porque você está estranhando esse cometa? – perguntou ele tentando parecer o mais calmo possível. 

– Eu tive a impressão de já ter visto esse cometa antes... – respondeu ela – só não sei onde... 

– Como assim? – Harry estava um pouco confuso e curioso ao mesmo tempo. 

– Vai ver é só uma besteira minha... – disse ela vendo a preocupação do garoto – Mas, acho que descobrimos o que a cobra Mãe estaria fazendo em Hogsmade... me chame de maluca, mas acho que esse repórter do Profeta pode ser muito bem Narcisa Malfoy. 

– Isso explicaria muita coisa, principalmente o motivo desse “Sinistro” estar solto em Hogsmade... provavelmente como Lucius não pode mostrar a cara por que com certeza pode voltar para Azkaban deixou a mulher fazer o trabalho... 

– Ou manter os olhos de Dumbledore longe do mundo dos trouxas... – disse Sara com uma voz fraca que fez Harry sentir um arrepio. – Não sei não, mas algo me diz que esse cometa e aquele livro que foi roubado tem algo a ver um com o outro...

Harry apenas olhou para a namorada sem saber o que responder, sonhara com aquele cometa, e o pior, vira Sara naquele caldeirão mas ele não sabia quem estava lhe vigiando. O que ela tinha a ver com tudo aquilo? 

– Quando será a nossa primeira aula? – perguntou ele tentando mudar de assunto. 

– Acho que hoje... – disse Sara abrindo um sorriso – Hermione já comunicou os outros monitores, agora é só olhar no quadro de avisos da torre. Por falar nisso... eu queria conversar com você... 

O garoto sentiu um embrulho no estômago ao ouvir aquilo. 

– Sobre? 

– Rony... – disse Sara com o rosto um pouco vermelho. 

– Rony? – perguntou ele mais aliviado. 

– Não queria me meter no romance dos dois... mas Hermione está preocupada... 

– Se é sobre o Sr. Weasley... – ia começando Harry mas Sara o interrompeu. 

– Hermione acha que Rony não gosta mais dela... 

– Como? Isso é besteira... Rony é louco por ela, me disse isso ontem mesmo ... – respondeu o garoto. 

– Eu sei, e foi isso o que eu disse a ela... mas é que... ai Harry eu fico meio sem jeito de falar sobre isso com você... – respondeu Sara corando ainda mais. 

– Estou ficando confuso... – disse ele abrindo um sorriso, já até imaginava de qual era o assunto que Sara estava tentando conversar. – Pode conversar comigo sobre qualquer coisa... 

– É eu sei, embora você é quem ultimamente tem esquecido disso... – respondeu Sara o encarando – acontece que Hermione tem andado muito com Parvati, você sabe, ela e Lilá passaram as férias com os namorados... e, como elas tem o maior prazer em dizer, “Agora são mulheres de verdade”. Eu acho isso uma verdadeira besteira, mas elas tem dado alguns conselhos para Hermione e a Mim... 

Harry abriu a boca para perguntar qual era o motivo de Parvati estar dando conselhos sentimentais na relação de Sara e dele mas a garota praticamente adivinhou e respondeu a pergunta. 

– Não se preocupe, eu não saio por ai praticando o que a Parvati e Lilá andam aconselhando, mas Hermione tem dado muita importância ao que elas tem dito. Sabe, o lance de serem “mais experientes” tem feito Hermione levar o papo muito á sério. E apesar de eu viver dizendo para Mione que Rony faz qualquer coisa por ela, Lilá diz que ele gosta dela, mas não sente nenhum “Désir” – respondeu Sara recebendo um olhar curiosos de Harry. 

– Um o quê? 

– De acordo com Lilá, Rony não tem correspondido às investidas de Mione... – respondeu Sara – e a “Sexóloga experiente Lavander Brown” diz que é por que ele não tem nenhum interesse físico em Hermione... é isso... 

– E a Hermione acreditou nessa baboseira da Lilá? – perguntou Harry tentando segurar o riso. – Lilá é tão experiente nesse assunto quanto Trelawney é boa vidente... Hermione deveria saber disso... 

– Foi o que eu disse pra Hermi... – Sara parou de repente e encarou o garoto – Ei, como é que você sabe disso? 

– As garotas são como os garotos... - respondeu o garoto agora engolindo em seco, não sabia se Lilá era experiente ou não, mas Hermione era muito mais inteligente pra saber que Rony só tinha medo de decepcionar ela. - ... ou você acha que tanto Parvati quanto Lilá, que são a miss popularidade de Hogwarts não seriam capazes de mentir pra manter-se no reinado... 

Harry percebeu o olhar de que não tinha convencido Sara sobre o assunto, mas ela abaixou os olhos então ele se aproximou mais da garota a puxando bem junto ao corpo. 

– ... Rony só tem medo de decepcionar Hermione... – disse ele passando os braços pela cintura da garota – Ele fica nervoso porque sabe que... bem, você sabe, os garotos geralmente saem falando por aí sem sentimento algum, e... Rony sabe que ela espera que seja maravilhoso... Simas e Dino são como Fred e Jorge, pegam uma garota e já levam para o armário de vassouras, e falam isso na maior para impressionar... eu e Rony sabemos que de tudo o que eles falam somente alguns pontos é verdade... mesmo por que se Dino falasse algo sobre Gina, Rony o mataria ... – ele sorriu timidamente - E Rony tem medo de não ser capaz de ser bom o bastante para Hermione... é isso...

– É eu sei... já ouvi as histórias de Dino e Simas... – disse Sara agora o encarando – Pra eles, uma garota é apenas sinônimo de diversão. Mas Rony...

– Rony ama Hermione... – disse ele encarando Sara – Assim como eu amo você...

O garoto viu Sara sorrir, mas o olhar dela não parecia muito contente. Fazia um bom tempo que estava notando algo diferente nela mas com tudo o que aconteceu no baile, o Sr Weasley ser pego pelo ministério, a súbita invasão de trouxas e agora essa suspeita sobre um “servo” de Voldemort tinha o deixado meio ausente. 

– Eu não tenho dado muita atenção a você não é? – disse ele se levantando e ajoelhando-se diante de Sara. – Você tem andado diferente... 

– Não se culpe por tudo o que vem acontecendo comigo... – respondeu Sara. Harry percebeu que ela evitava o encarar. – Tem coisas que... nem eu mesmo consigo entender... 

– Está falando sobre as visitas a torre da Trelawney? 

– Você já sentiu como se... fizesse coisas, mas não se lembrasse de que as tivesse feito? – a jovem olhou firmemente para o garoto mas não esperou para ouvir a resposta. – Ontem mesmo por exemplo, quando voltei da torre norte, eu me lembro de ir até lá, e beber chá com Trelawney... mas não me lembro de nada do que conversamos... a não ser ela me dizendo que adorava nossas conversas... mas quê conversas? Eu não me lembro de nada... 

O garoto não sabia o que responder, fazia um bom tempo que achava que havia alguma coisa errada com essas visitas a torre norte, mas não ousava se quer questionar a namorada. Mesmo por que Sara sempre cumpriu qualquer pedido da tia sem questionar, e mesmo com a memória alterada a jovem continuava com o mesmo comportamento com relação à tia. 

– Vai ver... é aquela coisa que ela chama de chá que deixa você sem lembrar de nada... – disse ele tentando acalmar a garota - ... não tem que dar muita importância a isso... 

– Mas eu sinto Harry... que todas essas conversas que tenho com Trelawney, tem importância sim... – respondeu Sara – ainda não sei o que são, mas...- então ela respirou fundo e lhe fez um carinho - ... já estou jogando meus problemas pra cima de você outra vez... me desculpe, você tem muito mais com que se preocupar... do que com as minhas maluquices...

– Ei, você sabe que tudo o que tem a ver com você... diz respeito a mim também... – respondeu o garoto sério – Nunca escondemos nada um do outro... lembra, foi isso que combinamos quando decidimos ficar juntos... 

Viu os olhos de Sara novamente voltarem a mira-lo com carinho, não era justo ele dizer aquilo se, estava escondendo de Sara o que vinha sonhando e o que estava sentindo todas as vezes que estavam juntos. A garota praticamente se jogou em seu pescoço e ele não teve outra alternativa se não a abraçar com todo o carinho. 

– Eu jamais esqueci disso... – Harry ouviu a voz de Sara – mas, você... às vezes se esquece disso não é... não tem nada que queira me dizer? 

O garoto congelou, evitou olhar para Sara pois sabia que iria engasgar na hora de dizer-lhe o que sentia. 

– Ontem mesmo, no dormitório dos garotos... – ouviu novamente Sara – Eu... eu não sei muito bem o que foi que aconteceu... às vezes parece que você, foge de mim...

– Não é isso... só... não quero apressar as coisas e muito menos fazer a coisa errada – respondeu ele finalmente. Nessa hora pareceu que um peso enorme tinha sido tirado de seu peito. Sentiu a mão da namorada fazendo um carinho em seu rosto e olhou para ela, e ficou espantado ao ver que ela sorria.

– Se isso te faz ficar mais tranqüilo... não é o único a sentir isso... – ao ouvir a garota dizer essas palavras, Harry conseguiu respirar um pouco mais aliviado, estava diante de Sara agora, encarando aqueles olhos que ele admirava e amava mais que qualquer coisa em sua vida. Tocou o rosto de Sara com as mãos e depois de alguns instantes, sentiu os lábios de Sara tocando os seus em um beijo intenso. 

– Vocês não podiam fazer isso em um lugar mais reservado? – ouviu uma voz bastante conhecida, Rony vinha carregando sua Cleensweep em um dos ombros e parecia um pouco chateado – Existe a Orla da floresta e a Sala de requisição pra esse tipo de coisa... 

– Pelo jeito... as coisinhas que você e Mione fizeram não deram muito certo não? – disse Harry agora com mau humor – E estávamos sozinhos antes de você chegar... 

– O professor Mesmero requisitou a presença dos dois monitores chefes... – disse Rony jogando-se no banco. 

– E o que ele quer? – disse Sara tentando conter o riso 

– Na verdade... eu não faço idéia... – respondeu Rony – Ah... e a nossa próxima aula de Adivinhação é com Firenze, Trelawney está indisposta e ouvi a professora Minerva dizer que vai viajar ou sei lá o quê... 

– Bem... – disse Harry abraçando Sara pela cintura e lhe dando um beijo no pescoço – pelo menos agora você se livra daquele cheiro que te deixa doente... 

– Acho que vou deixar vocês treinarem... o horário do grupo de estudos já saiu? – Perguntou Sara sorrindo. 

– Foi por isso que vim... – disse Rony – Hermione recebeu um aviso da professora Minerva faz uns 15 minutos... ela precisa da sua ajuda para arrumar as coisas para o encontro... 

– Eu estava mesmo querendo ter uma conversa com Hermione... – respondeu Sara – Vou até lá... mas não se atrasem, principalmente você, Sr. Potter... é o responsável pelo grupo e tem que estar à par de tudo ouviu? 

– Não se preocupe... – disse Rony - ... o grupo só vai se reunir amanhã pelo que ouvi Hermione... agora vamos logo, tenho que me distrair um pouco... 

Harry sorriu, e antes que Sara saísse de seu alcance, ele a puxou para dar-lhe um beijo. 


Já era noite quando o garoto e Rony voltaram para os dormitórios, Harry conversara bastante com Rony sobre essas “sensações” dos garotos e lhe pareceu que Rony ficara um pouco aliviado depois que Harry disse que provavelmente Hermione também sentia, só é claro de modo diferente. Contudo, a preocupação de Rony era verdadeira, Hermione estava achando que ele não gostava mais dela e por essa razão isso fez o garoto ficar furioso com Parvati e Lilá. 

– Onde é que Hermione ta com a cabeça pra dar ouvidos aquelas duas desmioladas? – retrucou o garoto enquanto desciam para o jantar. – A única coisa que elas fazem na vida é seguir o conselho daquela ... bruxa... sei lá como se chama mas que elas veneram... Hermione mesmo brigou feio com as duas quando elas queriam andar de camisolas pela torre dizendo que era apenas um teste... Bom, eu vou dormir antes que Hermione apareça e venha com mais perguntas...

Harry acompanhou Rony escadaria acima, estava exausto e ainda tinha que começar estudar para os NIEMs. E depois que soubera sobre os testralhos, acabara ficando ainda mais intrigado. 


Na manhã seguinte Harry abriu os olhos com Edwiges bicando a janela, empurrou as cortinas para o canto da cama e então lentamente foi até ela. Tivera uma noite não muito boa, passara a noite toda vagando na escuridão e sentia-se como se estivesse preso em alguma coisa onde não podia se mexer. 

– Bom dia... – disse ele olhando para o pergaminho que ela trazia em sua pata. 

Ela deu uma bicada carinhosa na sua mão e levantou vôo tão rápido que o fez ficar pensando o que era mais importante do que o café da manhã. Harry dirigiu-se até sua cama e então se sentou com o pedaço de pergaminho aberto nas mãos. 

“Harry, me encontre na Orla da Floresta, tenho algo muito importante e quero que veja. Beijos, Sara” 

– O que será que é tão importante para ela querer que você vá até a Orla da Floresta? – ouviu a voz de Rony por cima do seu ombro. 

Harry levou um susto, não tinha percebido que Rony havia acordado e estava ao seu lado. 

– O que me preocupa é o que ela está fazendo lá fora, sendo que ela está cansada de saber que não podemos sair do castelo... – disse Harry tirando logo seu pijama e colocando uma roupa. 

– Eu vou com você... – respondeu Rony rapidamente. 

– Não... – disse Harry aparecendo depois de colocar a camisa – Vá e encontre Hermione... conte a ela o que aconteceu... 

– E o que foi que aconteceu? 

– Ah, você entendeu.... - disse Harry jogando a jaqueta Jeans surrada sobre a camiseta – mostre esse bilhete a ela.... vou até lá... 

Sem pensar em nada, Harry desceu as escadas do dormitório correndo, não imaginava o quê seria tão importante para que Sara saísse do castelo, McGonagall deixou isso muito claro, nada de passeios no pátio, isso queria dizer que incluía a floresta também. 

Pegou alguns atalhos, e chegou a escadaria de mármore. Alguns alunos já estavam tomando seu café e aproveitando o dia que estava um pouco menos frio. Atravessou o saguão de entrada e a porta de carvalho, descendo os degraus rumo ao lago. Deu a volta pelo lago passando pela ponte externa, contornando a cabana de Hagrid e seu enorme canteiro de abóboras e seguiu por entre as árvores. Sara estava sentada com Edwiges pousada sobre o braço. 

– Sara... que idéia maluca foi essa de sair do castelo! – disse ele um pouco sério e confuso ao mesmo tempo – Você... 

Edwiges bateu as asas e voou até seu dono contente, Harry teve a nítida impressão de que tinha algo muito estranho acontecendo. 

– Eu sei muito bem o que foi dito... – respondeu Sara séria – Mas vim aqui por que Hagrid me pediu... 

Sara levantou-se parecendo estar nervosa, Harry preocupou-se ela não parecia estar muito bem quando a deixou no dormitório feminino na noite passada depois do jantar. 

– Desculpe... – disse ele colocando Edwiges sobre um pedaço de árvore – Você disse que Hagrid te pediu? 

– Sim... – disse ela agora com um sorriso andando até um tronco enorme com uma abertura bem no centro que passava facilmente a cabeça de uma pessoa. – Hagrid queria me mostrar isso... 

A jovem fez sinal para que se aproximasse, Harry ficou apreensivo no início, mas então ela pegou em sua mão e o conduziu até o pequeno buraco na árvore. No seu interior havia um pequeno monte de gravetos e folhas, Harry teve um pouco de trabalho para conseguir distinguir o que realmente era. Apertou os olhos e então ouviu algo se mexendo no interior. 

– Mas isso é.... 

– O ninho da Edwiges... – disse Sara sorrindo – E esses são os filhotinhos dela... 

– Filhotes? – disse o garoto pasmo, não tinha nem se quer passado pela sua cabeça que algum dia Edwiges pudesse ser mãe. Ela sempre tinha sido independente e muito temperamental para ele achar que fosse capaz de ter uma família. 

– Geralmente é isso que acontece quando uma coruja macho e uma fêmea decidem formar uma família... – disse Sara sorrindo da reação do garoto – Edwiges é fêmea e o Edward é macho... o que você queria? 

– Não, é que... – Harry estava tão abobalhado com a notícia que se esquecera de Edwiges, ela voou em sua direção e lhe deu uma bicada forte na orelha, talvez esperando que ele lhe desse os parabéns – Ai... calma aí... 

– Dá pra você ser um pouquinho mais solidário? – disse Sara – Sua coruja teve bebês, podia pelo menos dar os parabéns a ela não? 

Edwiges voou para junto dos seus filhotes e pela estalada de bico, Harry percebeu que ela devia estar esperando alguma reação diferente daquela que ele tivera. 

– Ah, bem.. eles são.... – Harry olhou novamente para os filhotinhos, eram decididamente horríveis, mas não podia dizer isso a Edwiges. Significaria levar um monte de bicadas nervosas – lindos... 

– Eu não disse... – Ouviu Sara tirando seu cachecol e colocando em volta do ninho - ... Vão ficar mais aquecidos assim. 

– Então era por isso que Edwiges praticamente desapareceu... – disse ele a Sara e a garota voltou a encara-lo – E onde está Edward... 

– Caçando eu suponho... – respondeu a garota agora arrumando os cabelos - ... Hagrid me atacou no salão principal e pediu que eu o acompanhasse... ele ficou me perguntando se eu tinha ido ao corujal nos últimos dias, ou se tinha visto Edward... como eu fui me esquecer da minha coruja... eu não acredito... 

– Mas eles se viraram bem sozinhos não? – disse Harry fazendo-lhe carinho no rosto – Digo, nós sabemos como é Edward e Edwiges... nunca fazem o que uma coruja tem que fazer... 

– Às vezes eu acho que eles não sabem o que são... – respondeu a garota com um sorriso – Eu os trato como se fossem pessoas, e chego até achar que são capazes de entender o que eu digo... 

– E quem sabe? Talvez entendam mesmo... – então ele pegou em sua mão e a fez sentar-se em um tronco e ajoelhou em sua frente - ... Edwiges sempre foi uma amigona... agora ela encontrou alguém com quem constituir uma família...- ele voltou a olhar para o tronco - Isso quer dizer... que somos avós daquelas... – ele se aproximou mais do ouvido de Sara – coisinhas? 

– Tios eu acho... – respondeu ela sorrindo – e não chame os bebês de coisinhas na frente da Edwiges... querendo ou não, para uma mãe, os filhos são sempre os melhores, e mais lindos... 

– Por isso a expressão Mãe Coruja... – respondeu ele sorrindo – Edwiges vai levar isso ao pé da letra... 

– Bem, Sr. Potter... Agora temos uma família para ajudar a tomar conta... – disse Sara levantando-se enquanto Edward vinha até ela e pousava em seu braço. – Hagrid disse que pode vir dar uma olhada nelas de vez em quando... enquanto estivermos ocupados com os NIEMs. 

Harry levantou-se e foi até ela, Sara colocava Edward junto a Edwiges e este começava a tratar a coruja com carinho enquanto ela dava comida aos filhotes. Harry passou os seus braços pela cintura de Sara apoiando seu queixo sobre o ombro da garota, os filhotes podiam até ser horríveis aos olhos dos outros, mas Harry teve certeza de que aos olhos do casal de corujas eram os mais lindos do mundo.

– E você... – disse ele enquanto admiravam a mais nova família – está melhor? 

– Estou... na medida do possível... – respondeu Sara – às vezes acho que eu devia contar sobre o que, eu acho que acontece na torre norte para alguém sabe? Sei lá, contar a minha tia ou até mesmo a Lupin, ele tem sido um verdadeiro pai pra mim... tem tomado conta de tudo, e ele ama você Harry, tanto quanto amaria um filho... 

O garoto olhou para ela um pouco surpreso, sabia do carinho que Lupin tinha para com ele, mas não sabia que era tanto. 

– Talvez seja por que conheceu meus pais... – disse ele sorrindo timidamente - ou por que era o melhor amigo de Sírius... 

– Ou por que ele tenha perdido praticamente tudo pelas mãos de Voldemort... – respondeu Sara – Ele me contou várias coisas sobre a época dos marotos Harry, ele realmente tinha seu pai e Sírius como sua família. E sente que tomando conta de você, pode ter um pouquinho disso de volta... 

– Eu também gosto muito do Prof. Lupin... – disse ele a encarando – não sabe como senti inveja por você passar horas e horas conversando com ele, eu os via sempre sentados na mesa conversando animados... e queria poder fazer isso de vez em quando... 

– Ele é seu tutor agora... – disse Sara vendo Harry ficar surpreso – Vai poder passar quanto tempo quiser com ele... Pode parecer engraçado, mas, Sírius deixou um testamento, passando tudo o que tinha a ele e você... 

– Eu já disse que não quero nada daquela família... – respondeu Harry sério, ele jamais aceitaria algo que havia pertencido a Família Black. 

– O que Sírius deixou a você não pertenceu à família Black, e sim, a ele. A pequena fortuna que o tio banido dele deixou para ele depois que morreu... Lupin é responsável por você Harry, pelo menos, até terminar a escola. 

Harry sentiu algo estranho no seu interior, um carinho ainda maior por seu professor. Se não tivesse com quem morar quando terminasse a escola, iria pedir se Lupin gostaria de passar uns tempos com ele. 

– Eu imaginei... – disse ele – e você... já pensou naquela proposta? 

– Sobre o que está falando? – perguntou Sara. 

Harry fez com que ela olhasse para dentro da árvore onde havia o ninho de Edwiges e novamente a abraçou. – Sobre isso... termos uma família... 

– Ah... eu achei que já tinha lhe respondido... – respondeu ela continuando a olhar para as corujas – Lá na rua dos Alfeneiros, antes de irmos para a nova Toca... 

– Então não mudou de idéia? – perguntou ele novamente a fazendo o olhar. 

– E por que eu mudaria? – disse ela parecendo confusa. 

– Depois de tudo que fiz você passar... das brigas e coisas horríveis que disse a você... – respondeu ele sentindo seu rosto pegar fogo. 

– Confesso que pensei em desistir... – disse ela séria, Harry ficou sério no mesmo momento mas então ela continuou – Mas eu não conseguiria ficar longe de você... aí... já viu... 

– Então... você quer passar o resto dos dias comigo? – perguntou ele a trazendo para mais perto do seu corpo . 

– Sim... – respondeu ela com um sorriso. 

– Tem certeza? – perguntou ele a poucos centímetros do seu rosto – Olha que a vida de um bruxo pode ser muito longa sabia? 

– Ah sei... o professor Binns já deixou isso muito claro nas aulas dele, mas estou disposta a arriscar... – disse ela com um sorriso. 

Harry passou seus braços pela cintura da garota a trazendo para mais perto. Sentia seu coração batendo tão forte que parecia que iria sair pela boca. Seu corpo todo correspondia de uma maneira que ele não conseguia entender. A pulsação na região do baixo ventre começou, fazendo com que uma sensação estranha e gostosa ao mesmo tempo passasse por seu corpo e a tentasse transmitir a Sara pelo seu beijo. Sua respiração começou a ficar mais e mais rápida, quase ao mesmo tempo que sentiu que o modo com que ambos estavam se beijando era cada vez mais intensa. Por um breve segundo, não tinha nenhum só pensamento em Voldemort, ou qualquer outra coisa. Era como se sentir o calor e o perfume de Sara fosse a única coisa que precisava na vida. Mas não poderia deixar tudo aquilo que estava sentindo vir à tona, isso poderia fazer Sara se assustar, ele não era como Simas e Dino. 

– Hum...Hum... 

Rapidamente Harry abriu os olhos e viu os dois pequenos e brilhantes botões negros embaixo dos longos cabelos espessos de Hagrid. 

– Hagrid? – disse ele depois de Sara ter tido o mesmo lapso em olhar na direção de onde vinha o Hum...Hum... 

– Vocês deveriam estar no castelo, se não estou enganado não? – disse Hagrid tentando parecer inocente, mas Harry sabia que ele devia estar ali a um bom tempo. 

– É ... – disse Harry meio sem graça. 

– Chamei Harry para ver os filhotes... – Ouviu a voz de Sara que iria andar em direção ao ninho mas o garoto a puxou para sua frente e segurou firme em seus ombros, Harry tentou deixar claro que não queria que ela se afastasse dele, pelo menos naquela hora. O garoto percebeu que por alguns instantes, sua calça Jeans tinha ficado um tanto apertada, e era melhor que se mantesse escondido atrás de Sara por enquanto. 

– Ah sei...– disse Hagrid um pouco constrangido, e Harry pode perceber um certo rubor em sua face – Bem, eu vim trazer alguma ração para elas, como devem saber, corujas bebês precisam de proteínas... 

Sara fez um movimento novamente mas Harry a segurou, agora pela cintura a puxando bem para perto do seu corpo. A jovem pareceu ter entendido, pois acabou o olhando e sorrindo um tanto sem graça, mas não comentando, o que Harry estava imensamente grato. 

– Er... Você não disse como descobriu elas a mim Hagrid... – Harry ouviu novamente a voz de Sara . Hagrid pareceu ficar mais descontraído com a pergunta e depois de apoiar um imenso saco do lado do tronco deu um enorme sorriso. 

– Não sei se lembram, mas depois da nossa última aula eu encontrei um bebê unicórnio... ele está muito bem por enquanto, já que a mãe parece ter desaparecido e abandonado, sinceramente eu acho que deve ter morrido... mas, bem, isso não vem ao caso, eu as vi juntas certa vez, e então as vigiei nos últimos meses... digo, a coruja macho fazia sempre o mesmo trajeto, do corujal para este mesmo ponto da floresta, então essa semana quando vim até aqui ver como estava o bebê unicórnio, encontrei sua coruja Harry, vindo até aqui carregando um rato no bico. Fiquei curioso e assim encontrei... 

– Hum, e... er... elas tem quanto tempo? – perguntou Harry tentando parecer interessado no assunto. 

– Mais ou menos umas duas semanas... – respondeu Hagrid colocando um pouco de serragem dentro do tronco e voltando a olhar para eles – Eu devo dizer a vocês, estas corujas são muito raras. È difícil encontrar um casal de corujas das neves tão brancas como as suas, e devo dizer que elas serão como os pais... 

– Sinceramente... elas não são nem um pouquinho parecidas com os pais... – disse Harry sorrindo. 

– Mas vão ficar... – disse Hagrid sorrindo também – dentro de algumas semanas... 

Hagrid sorriu mais uma vez e então de súbito encarou os dois – Mas o que é que ainda estão fazendo aqui, deviam estar no castelo... Andem, vamos...

Harry sentiu a pesada mão de Hagrid praticamente o empurrando gramado a fora rumo ao castelo, por sorte Harry já tinha voltado ao normal.



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Autor(a): vision2018

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– Você o que? – Isso que você ouviu... – dizia Harry recostando-se no parapeito da janela do salão comunal da grifinória. Acabara de contar o que tinha acontecido quando estava com Sara na Orla da Floresta. – Me sinto um perfeito idiota...– Você precisa urgentemente conversar com a Sara... – falou Rony ...


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