Fanfic: Harry Potter e o Livro Perdido | Tema: Harry Potter
– Você o que?
– Isso que você ouviu... – dizia Harry recostando-se no parapeito da janela do salão comunal da grifinória. Acabara de contar o que tinha acontecido quando estava com Sara na Orla da Floresta. – Me sinto um perfeito idiota...
– Você precisa urgentemente conversar com a Sara... – falou Rony coçando a cabeça – Eu pelo menos saio correndo quando acontece isso...
– Mas aí é que está... por um lado queria sair correndo e por outro não consegui mexer um músculo...
– Um músculo eu acho que você conseguiu mexer sim... – disse Rony sorrindo mas Harry não achou a mínima graça.
– Muito engraçado, Rony... – disse Harry com azedume -...e o pior foi ter que usar ela mesmo para me esconder de Hagrid...
– Juro que não queria estar na sua pele... – disse Rony agora abrindo o livro – o que a Sara falou?
– Eu nem tive coragem de olhar pra ela depois disso... – respondeu Harry olhando para fora, não tinha nem certeza se voltaria a olhar para Sara de novo, ou se ela mesmo iria falar com ele, provavelmente o achava o pior garoto do mundo.
– Bem, acho melhor vocês começarem a se falar... temos que treinar para o jogo contra a Corvinal...
– É eu sei... – respondeu Harry voltando a olhar para o amigo. Mas isso não aconteceu, Harry não almoçou, fez o possível e o impossível para não ver Sara no almoço e também fingiu estar dormindo durante à tarde, tudo o que menos queria era olhar, ou pelo menos imaginar o que Sara estaria pensando dele. No jantar também não foi diferente, Harry não esperou Sara, mal a olhou quando ela se sentou a mesa com Hermione, Rony e Gina.
Por mais que ele quisesse ficar e conversar com Sara, algo o fazia se esquivar da garota, levantou-se rapidamente assim que ela se sentou e saiu da mesa. Sentiu-se mais horrível do que de costume.
– Onde vai? – ouviu a voz de Rony e evitou olhar para ele, sabia que Sara estaria lhe olhando – Vou para o dormitório... tenho que dar uma última olhada nas táticas de jogo... – respondeu ele saindo do salão.
Correu rumo a escadaria de mármore e subiu os degraus de dois em dois, sabia que não conseguiria evitar Sara por muito tempo, geralmente ela o persuadia quando ficava esse clima todo entre eles.
– Clima? Que clima? – pensava ele – Você é quem provoca tudo isso...
– Senha? – ouviu uma voz que fez ele pular.
– Ãh... ah Licor de Menta – respondeu Harry e o retrato girou.
Seus pensamentos estavam lhe deixando louco, não sabia direito o que falar com Sara, talvez se tentasse não se sentisse tão idiota. Mas tinha medo de que talvez ela não quisesse falar com ele depois do que havia, sem querer, “mostrado” a ela que sentia.
– Você é um tremendo idiota... – dizia ele enquanto entrava na sala circular e seguia para o dormitório.
– Por que está me evitando?
– O quê? – disse ele virando-se rapidamente, ele esperaria tudo menos ter que ouvir aquela pergunta, principalmente vindo daquela voz.
– Eu perguntei a você, se pode me contar qual é o motivo dessa vez para você fingir que eu não existo...
Era Sara, apoiada na longa mesa que havia no canto da torre da grifinória, com os braços cruzados o encarando. Harry daria tudo para não ter que falar sobre o assunto, era constrangedor demais lembrar da cena quanto mais comentar.
– Como é que você...
– Não é o único que sabe as passagens secretas do castelo Potter...
– Droga, me chamou pelo sobrenome... ela está furiosa... – pensou ele engolindo em seco, mas Sara não estava com uma expressão de raiva, estava mais para decepção – Tudo menos esse olhar... – pensou ele novamente
– E aí? Vai me contar ou eu vou ter que adivinhar? – ouviu Sara agora andando em direção a ele – Bem, acho que vou tentar adivinhar então, É por causa de Voldemort? Oh, não... agora deve ser as táticas de quadribol que você esqueceu de revisar...
– Isso não tem nada a ver ... sou eu! Ok...– ouviu sua voz dizer tão alto que alguns secundanistas o olharam assustados. – Se eu soubesse o que está acontecendo você seria a primeira a saber!
Na verdade, Harry sabia exatamente o que estava acontecendo, só é claro que ele não ia falar sobre isso na frente de um bando de gente estranha. Girou os calcanhares e foi em direção a escada, a subindo de dois em dois degraus, para o dormitório dos garotos. Por sorte não havia ninguém além dele, mas isso não durou muito.
– Quando é que você vai começar a ser sincero comigo? – disse Sara batendo a porta do dormitório dos garotos atrás de si – O que foi que eu fiz agora?
– Eu já disse, não é você! Sou eu!
Harry estava perdendo a cabeça, não queria ser rude com Sara, mas essa mania de querer sempre estar a par de tudo o que acontecia com ele o deixava maluco.
– Não me venha com essa! Você ficou assim depois do que aconteceu ontem na Orla... – disse Sara com uma voz mais calma que fez o garoto se assustar e ela não parou para encara-lo - ... Só estávamos nós dois, se não fui eu... Com certeza teve a ver comigo... E não me olhe dessa maneira e nem se faça de bobo porque sabe muito bem do que eu estou falando...
Harry se sentiu completamente indefeso diante da calma com que ela estava colocando as palavras, não esperava que fosse assim conversar sobre esse tipo de coisas com Sara. Mesmo por que ela estava com tantas preocupações na cabeça que o garoto achava ridículo lhe dar mais uma com que se preocupar.
– Dá pra dar um tempo! – disse ele levantando-se de súbito da cama – Eu já disse que não tem...
– Ah não... – disse Sara com os braços cruzados e agora o encarando de uma maneira que fez Harry ficar completamente sem palavras – Ótimo... então você estava pensando em outra pessoa...
– O QUÊ???- perguntou Harry sem esperar.
– Se o que aconteceu ontem, não tem a ver comigo... então... não vejo outro motivo pra você ficar... daquele jeito...
Harry sentiu um embrulho no seu estômago pior do que tivera quando ouvira Sara dizer que se preocupava com ele no ano anterior. Algo gelado caiu sobre ele como se estivesse mergulhado no lago em pleno inverno.
– Deixa de besteiras... – disse ele fazendo de conta que Sara acabava de fazer uma piada – não é nada disso...
– E o que é então? – disse Sara andando até a janela e se apoiando na borda – O que quer que eu pense? Você diz uma coisa e faz outra? – Agora ela tinha o brilho que Harry detestava ver em seus olhos, o mesmo que dera a ele quando discutiram antes do quadribol, quando ele a magoara – Eu sei o que sentiu Harry...
– Como sabe o que foi que eu senti! – explodiu ele dando-lhe as costas, não conseguia encarar Sara .
– Por que eu senti o mesmo seu idiota! – disse Sara perdendo a calma, o rosto dela estava banhado em lágrimas. Harry virou-se assustado – Será que você acha que é o único ser vivo capaz de sentir esse tipo de coisa?
– Eu não...
– Pois eu sinto lhe informar que não é...
– Eu não disse que era...
– ... eu me senti atraída por você, Potter, mas a única explicação que consigo entender pra você estar se esquivando de mim é você estar pensando em outra garota enquanto me beijava...
Aquelas palavras soaram nos ouvidos de Harry como se fosse em volume máximo, sentia que seu estômago dava voltas intermináveis. Como podia ter sido tão imbecil a esse ponto, claro que isso seria a primeira coisa que passaria pela cabeça de Sara. Ele ficara tão preocupado em se esconder para não ter que encara-la que tinha dado a impressão errada à garota.
– Eu sei qual é o seu problema... – ouviu a voz de Sara agora mais baixa – seu problema sou eu...
– Se quer saber a verdade – disse ele a encarando e andando até ela – É, meu problema é você... você é a única garota que me faz sentir esse tipo de coisa... nunca me senti assim e isso me assusta... eu a amo tanto que não consigo ... me controlar, quando sinto o seu perfume... tenho... essas... sensações estranhas que fazem eu perder a cabeça... Tenho medo de fazer uma besteira e assustar você... – Agora podia sentir a respiração da garota sobre seus lábios, seu perfume, e até mesmo sentir o gosto dos seus lábios mesmo não os tocando. Não precisava de palavras, tinha certeza de que Sara tinha lhe entendido. Sentiu os cabelos de sua nuca se arrepiarem quando ela o tocou, ele a princípio não tinha percebido mas a tinha literalmente prendido contra a parede ao lado de sua cama. Suas mãos apoiadas na parede, uma em cada lado dos ombros de Sara enquanto seu corpo a impedia de fugir.
– Você nunca faria nada que me fizesse sentir medo Harry... – ouviu a voz fraca de Sara enquanto abria seus olhos, e via o quanto estavam próximos. Sara passou seus dedos por seu pescoço e o beijou. Harry sentiu seus braços amolecendo e já não estavam mais na parede, estavam deslizando pelas costas da namorada até se apoiarem em seus quadris enquanto seu corpo continuava a prende-la contra a parede. Harry afastou seu rosto alguns milímetros para poder vê-la.
– Pela milésima vez esse ano... – disse ele com um suspiro – Me perdoa?
– Eu lá tenho outra alternativa? - respondeu Sara.
Harry sentiu os braços de Sara o envolverem pelo pescoço e sentiu a cabeça de sua namorada descansar sobre o seu ombro e ele sorriu. Sentiu-se feliz por ter ouvido o que estava com medo de saber.
Durante toda à noite Harry mal conseguiu dormir, principalmente por que o seu comportamento no dormitório tinha sido ouvido por Rony e Harry teve que explicar tudo e com detalhes pela manhã. – E não aconteceu nada? – ouviu ele perguntar – Nadinha?
– Eu já te disse que não... – respondeu Harry abotoando os últimos botões da camisa do seu uniforme - ... a não ser que ela me beijou de um jeito que eu jamais tinha sentido antes...
– Quem beijou quem? – perguntou Dino enfiando a cabeça para fora dos cobertores.
– Não interessa... – respondeu Rony a Dino, Harry sabia que um pouco da aspereza de Rony, era pelo fato de Dino estar saindo com a irmã dele, por isso, tudo que ele, Rony fazia era tentar não dar idéias ao garoto. – O papo aqui é entre Harry e eu...
– Você ainda não aceitou que eu namore a Gina não? – respondeu Dino se levantando rindo – mas pode se acostumar... se depender de mim ela será a Sra. Thomas...
– E desde quando Gina toma as decisões? Ela não tem nem idade para ter uma vassoura quanto mais um namorado! – Ouviu Rony dizer em alto e bom som, contudo Dino deu-lhe as costas e rindo respondeu – Ela tem idade suficiente para fazer muito mais coisas do que você imagina...
– O que você quer dizer? – Harry viu seu amigo seguir Dino para fora do dormitório. Harry achou graça de Rony, porém estava um pouco nervoso com o grupo de estudos que começaria à noite, nove em ponto. Tinha a sensação de que alguma coisa não ia sair bem, contudo esses pensamentos logo se esvaíram de sua mente quando se deparou com a imensa mesa da Grifinória coberta de guloseimas, e particularmente ele se sentia faminto. Sentou-se ao lado de Sara enquanto Rony sentava-se meio sem jeito próximo a Hermione, Harry olhou para ele quando percebeu que Hermione provavelmente esperava um beijo do namorado e lhe deu um ponta-pé, mas pelo barulho ele tinha acertado era outra coisa.
– EI!!! – ouviu uma voz vindo debaixo da mesa – Veja lá onde mete esse pé.. quase quebrou meu nariz!
– Eu não estou acostumado a ter nariz debaixo da mesa... – respondeu Harry a Dino quando viu a cabeça do garoto ser colocada para fora – o que é que você estava fazendo aí debaixo?
– Se estiver olhando para as pernas da minha namorada... eu mesmo quebro seu nariz... – respondeu Rony de mau humor.
Harry pode perceber um olhar de espanto em Hermione e um sorriso que ele interpretou, como que se ela não tinha certezas sobre o sentimento de Rony por ela, aquela atitude já havia mudado sua opinião.
– Estava procurando minha cobaia... – disse o garoto massageando a ponta do nariz - ... estava treinando para a aula de transfiguração amanhã... Ah, por falar em aula... vamos começar com o grupo de estudos hoje não?
– Bom... eu... – Harry iria começar a falar mas Hermione o interrompeu.
– Vamos sim Dino... temos que nos encontrar na sala dos professores às nove... Temos que ver quantos irão participar e o quê, iremos aprender...
– Creio que a nos defender não? – disse Michael Corner, um Corvinal que vinha até a mesa da Grifinória, provavelmente pedir informações sobre o grupo.
Harry sentiu uma terrível dor na sua cicatriz em forma de raio, como se alguém tivesse comprimido sua pele com um arame em brasa no mesmo instante que olhou para o garoto. No seu quinto ano, aquele tinha sido namorado de Cho Chang, um caso que Harry já nem se lembrava, também o tinha visto no baile de ano novo quando Harry observava Snape tocar seu braço, sentindo também sua cicatriz doer no mesmo instante. E aquela terrível dor voltou mais forte e o fez dar um gemido audível.
– Autt!!!
– O que foi? – ouviu Hermione perguntar, não poderia dizer que novamente sentira a cicatriz arder. E ainda mais pelo motivo que ele achava até ridículo.
– Alguém pisou no meu pé... – respondeu ele meio sem jeito levando a mão à testa e encontrando o olhar de Rony. Por incrível que pareça o garoto entendeu e disse um “desculpe” um tanto falso. Harry levantou a cabeça e viu Snape passar ao fundo da sala se retirando do salão principal rapidamente. Talvez fosse isso, ele não tinha tido mais encontros com Snape, e como sentira sua cicatriz arder no dia do baile ao olhar seu antigo professor talvez ele estivesse novamente entrando em contato com Voldemort. Viu de relance Michel Corner sair de seu campo de visão quando Gina o chamou e então viu Sara o encarando.
– Poderia ter arrumado uma desculpa melhor... – respondeu ela encarando o garoto.
– Desculpa? – perguntou ele um pouco confuso.
– Não se faça de bobo, sei que o que você sentiu não foi à dor de um chute ou qualquer coisa no seu pé...
Harry sentiu como se uma pedra de gelo despencasse em seu estômago. Era só o que faltava, depois desses meses todos sua namorada agora resolvera aprender a ler mentes. Sabia que a jovem era capaz, pois ela havia conseguido isso no ano anterior o que foi uma sorte. Mas perdera esse poder quando recebera um feitiço imperdoável de Bellatrix. Salvara-se por um milagre, graças a uma pedra que havia pertencido a Merlin que se destruíra, Sara a usava no momento em que fora atingida e a pedra recebera toda a carga.
– Por que diz isso? – Ele olhou rapidamente para Rony e Hermione e ambos o encaravam com uma expressão que o fez se sentir culpado por alguma coisa.
– Você sentiu sua...- Rony disfarçou e apontou para a testa sem ninguém perceber.
– Snape estava saindo... – respondeu Harry encarando os companheiros – Deve ter sido por isso que a cicatriz doeu...
– Será que não é ele quem está praticando Artes das Trevas? – perguntou Rony apreensivo.
– Quando é que você vai colocar nessa sua cabeça que Snape está do nosso lado! – Ralhou Hermione – Harry, você tem que contar a McGonagall! Sara você tem que contar isso a sua tia... Vol... – Hermione parou de falar e olhou para a garota.
– O que foi? – perguntou Harry ao ver Sara, ela estava encarando a mesa da sonserina que parecia um pouquinho mais feliz que o normal.
– Não.. nada... – disse ela ao olhar para eles – Só estou achando os sonserinos um tantinho mais animados hoje não acham?
Harry olhou para eles quase no mesmo instante em que as corujas chegaram.
– O que será que os fez tão feliz? – perguntou Rony voltando-se para Harry.
– É isso o que me preocupa, geralmente o que é bom para eles... não é nada bom pra nós... – disse Harry.
Uma coruja enorme parou diante de Hermione e ela pegou o jornal e desapareceu por trás dele.
– Queria ser uma mosca para saber por que é que eles estão rindo... – disse Rony.
– Não é preciso... – respondeu Hermione mostrando um jornal – Vejam só... “Depois da aparição súbita de alguns trouxas no St. Mungus e na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, agora foi à vez de alguns Dementadores darem uma voltinha pelas cidades Trouxas...”
– Como?? – Harry perguntou espantado.
– “De acordo com o Ministério, os Dementadores apareceram em uma convenção de adoradores, onde eles assistiam em uma enorme tela. “Pelo que foi nos passado pelos nossos colegas INOMINÁVEIS, eles invadiram a um micena... – Hermione olhou para Sara e Harry .
– Que negócio é esse de Micena? – perguntou Rony.
– Não é Micena... é Cinema... – disse Hermione - Depois eu explico...” disse o Sr. Silvester Cooper, membro do Conselho que está substituindo os afazeres do Ministro enquanto tomam uma decisão sobre quem será o novo Ministro. – Continuou Hermione.
– Decididamente... esses Dementadores sabem como se divertir... – ouviram a voz de Draco Malfoy dizer alto e olhando para a Hermione – Acho melhor você mandar uma coruja para seus pais Granger.... tem certeza de que eles estão bem?
– Tenho certeza de que os pais de Hermione são inteligentes o bastante para...
– Pena que o seu pai não foi tão inteligente... foi pego e paga pelo seu crime em Azkaban! – retorquiu Draco.
– Sr. Weasley pelo menos foi mais esperto... – disse Harry encarando Malfoy - ... ele demorou mais para ser pego... já o seu pai....
O sorriso de Malfoy desapareceu no instante em que o professor Mesmero apareceu.
– Tenho certeza de que essa é apenas uma conversa amistosa não? – disse ele em um tom calmo.
Malfoy deu-lhe as costas e então o professor os encarou novamente – Não interrompi nada... ou interrompi?
– Só me impediu de quebrar a cara dele... – murmurou Rony baixinho.
– Vejo vocês daqui a pouco na minha aula... – disse o homem indo a direção a porta do salão principal. – Ah, Senhor Potter... o senhor não teve nenhum problema por ter me ajudado nas aulas... ou teve?
– Não... – respondeu Harry confuso – Eu deveria sentir alguma coisa?
– Oh, não,... não quis dizer que deveria... mas é que uma aluna da Sonserina queixou-se para o Professor Snape de que meus feitiços estavam deixando vestígios... – disse o professor com um olhar melancólico - ... bem, vejo vocês mais tarde....
O professor saiu do salão comunal e Harry ficou um pouco preocupado.
– Por que o professor Snape iria se preocupar com os feitiços do Professor Mesmero? – perguntou Rony curioso.
– Eu vou tentar falar com meus pais... – disse Hermione levantando-se - ... não tinha com que me preocupar, mas depois do “aviso” do Malfoy... comecei a ficar preocupada.
– Ele só disse aquilo para nos provocar... mesmo por que, os trouxas não podem ver os Dementadores...– respondeu Harry enquanto Sara pegava o jornal para ler – Além disso Hermione, se tivesse acontecido qualquer coisa com alguém de sua família, a McGonagall já teria lhe avisado...
– Harry tem razão... – disse Rony pegando na mão da garota – e, temos aula com o Mesmero daqui a pouco.
Hermione sentou-se enquanto Parvati e Lilá apareciam, estavam animadíssimas e sentaram-se do lado de Hermione.
– Isso é tão legal... – dizia Parvati batendo palmas – nós duas temos que organizar tudo muito bem organizado.
– Organizar o quê? – perguntou Rony curioso.
– O baile dos namorados... – disse Lilá com orgulho – nós estamos na comissão que irá promover um baile do dia dos namorados aqui em Hogwarts. E o melhor de tudo é que Hogsmade finalmente foi aberta a visitas...
– Outro baile? – perguntou Harry espantado – Sua tia está querendo animar o pessoal pelo jeito...
– É o único jeito de mantê-los ocupados não? – disse Sara folheando o jornal - Tendo mais coisas com o que pensar além dos exames finais...
– Já estamos com tudo planejado... – continuava Lilá eufórica.
– Que tal irmos para a aula... – disse Hermione levantando-se rapidamente. – Essa conversa sobre baile dos namorados está me cansando...
Harry levantou-se assim como Sara e Rony, pegaram suas mochilas e seguiram para a aula de DCAT. Durante todo o trajeto, percebeu que Sara havia ficado calada.
– O que foi? – perguntou ele segurando em seu braço antes de entrar na sala.
– Ah... nada, só estava pensando... – respondeu ela com um sorriso.
– Em quê? – perguntou ele.
– No que o professor Mesmero falou sobre os vestígios do feitiço... – respondeu ela.
– Isso deve ser só uma besteira do Snape... ele não vai com a cara do Professor Mesmero... – respondeu ele – E inventou alguma coisa para poder azarar ele...
– Será? - perguntou Sara e Harry pegou em sua mão.
– E você ainda duvida? – disse ele sorrindo e entrando na sala.
Eles se sentaram na carteira, próximo a janela ao lado de Hermione e Rony, não demorou muito para Mesmero entrar na sala com o sua habitual chegada.
– Vocês tem certeza que ele não é parente do Lockhart? – Harry ouviu Rony dizer enquanto faziam sua tarefa algum tempo depois. O professor estava andando meio curvado, e parecia mancar de uma perna, Harry até pensou em perguntar para ele se tinha sofrido algum acidente mas estava ocupado demais tentando prestar atenção no seu feitiço ilusório.
– Como estão vendo... – dizia o professor Mesmero enquanto os alunos prestavam atenção na enorme figura que ele fizera aparecer com um feitiço – é pura e simplesmente uma figura ilusória... qualquer um de vocês poderia fazer isso... mas somente um bruxo bastante qualificado... assim como eu, conseguirá... precisa-se de anos....
– Com essa modéstia... – Harry ouviu Rony falar ao seu lado - ... Não tenho mais dúvidas esse Mesmero é parente do Lockhart...
Harry não pode deixar de sorrir com a comparação, estavam todos em grupos de quatro separados pela sala apenas vendo uma demonstração de feitiço ilusório.
– ... Agora... é a sua vez... – disse Mesmero parado diante da classe se apoiando na mesa. – Vamos lá...
Harry estava parado diante de Sara e tentava se concentrar para fazer isso com perfeição, mas por algum motivo ele não conseguia. O professor passou por ele examinando o desempenho dos outros alunos.
– Aconteceu alguma coisa com ele? – perguntou Rony fazendo Harry prestar atenção no professor.
– Por que? – perguntou Hermione.
– Ele está com o braço enfaixado.... – disse Sara.
– Vai ver se queimou fazendo alguma poção... – disse Rony voltando a tentar fazer seu feitiço.
Mesmero agora andava em direção a Harry, arrastando sua perna direita enquanto sorria gentilmente.
– Ótimo Srta. Granger... – disse ele vendo a perfeita ilusão da rosa diante dela.
– O senhor está bem? – perguntou Sara e Harry a olhou rapidamente.
– Como? – perguntou ele e vendo Sara olhar para seu braço ele sorriu sem graça – Ah, bem... tive um pequeno desentendimento com umas ervas da professora Sprout... elas não estão acostumadas com minha presença...
– E por que o senhor foi até as estufas? – perguntou Rony curioso.
– Er, bem, faltava alguns ingredientes e como Hogsmade estava fechada... – começou ele e Harry notou que seu professor começara a ficar nervoso - ... a professora Sprout se prontificou a me emprestar... e disse para eu ir até as estufas... só esqueceu de me avisar que tinha uma muda de Salgueiro lutador lá... continuem trabalhando... estão ficando muito bons...
Ele deu uma gargalhada e então voltou a andar entre os alunos.
– E desde quando a professora Sprout tem mudas de Salgueiro Lutador dentro das estufas? – perguntou Hermione com dúvida.
– Vai ver... desde que descobriu que os alunos pudessem chegar com carros voadores... – disse Rony sorrindo.
Harry sorriu mas tinha sentido algo um pouco estranho dessa vez que vira seu professor Mesmero. Mas não quis comentar nada de início, talvez a professora Sprout realmente estivesse lhe dando algumas ervas que ele precisasse.
– acho melhor irmos... – disse Hermione – temos um grupo de estudos para começar hoje, e quero revisar a matéria antes de sairmos...
– Ótimo... era tudo o que eu queria... – murmurou Rony nos ouvidos de Harry enquanto saíam.
Às nove horas os quatro subiam as escadarias para a sala dos professores, Harry não ouviu nem falou uma só palavra sobre seu professor e a sensação que teve durante a aula. Estava confuso e ao mesmo tempo chateado por não ser sincero com os seus amigos e principalmente com Sara. Olhou-a de relance que caminhava mais adiante com Hermione, aparentemente estava bem, embora não conversasse tanto quanto Hermione. Rony estava calado o que fazia Harry se sentir ainda pior. Talvez o garoto achasse que estivesse zangado mas na realidade a única pessoa com quem Harry estava furioso era com ele mesmo. Viraram a direita no alto da escadaria do terceiro andar e seguiram pelo corredor avistando alguns alunos parados diante da porta. Havia alguns alunos da Corvinal e também da Lufa-Lufa. Por incrível que pareça, Harry não viu Malfoy. Lilá e Parvati correram para Hermione quando esta apareceu a segurando uma em cada braço praticamente a arrastaram a garota para um canto.
– Ei Harry!!!
– Ah, olá Neville... - disse Harry dando um passo para trás pois Neville acabara tropeçando na própria capa.
– Você sabe quem vai ser o professor? – perguntou Neville ajeitando-se.
Neville era o garoto mais desastrado e com menor memória que Harry conhecia, no entanto, acabou conseguindo, não só o respeito como a admiração de Harry depois de que o garoto havia participado da confusão no Ministério.
– Susan está ansiosa porque não se deu muito bem nos NOM´s de DCAT... – disse Neville corando levemente – sabe como é... depois da Umbridge e daquela coisa no ano passado... ela acha que pelo menos com um lobisomem como professor ela correu menos perigo...
Harry e Rony deram um sorriso um tanto forçado enquanto Neville voltava para a companhia da Lufana. Ernest McMillan também cumprimentou os garotos ao passar com Ana Abbott. Harry olhou para o lado e viu Sara escorada na parede encarando a porta, estava ao lado de um aluno corvinal que conversava animadamente com Michel Corner e este lançava olhares furtivos para a garota.
– Harry... você está ouvindo?
Harry sentiu um cutucão em suas costelas e notou que Rony havia dito alguma coisa. Porém não deu muita atenção, como que se sentisse algo terrível passar por sua cabeça ele andou até Sara.
– Sara... eu... – congelou ao ver os olhos da garota o encarando. Mas ficou ainda mais surpreso quando sentiu os braços dela o abraçando.
– Então quer dizer que teremos um grupo para aprender a nos defender? - Harry ouviu a voz arrastada vindo de trás de um grupo de alunos da Lufa-Lufa, Malfoy aparecia no meio do “corredor” que os seus gorilas abriam empurrando os alunos. - Como coisa que essas aulinhas medíocres vão conseguir proteger esse bando de sangues ruins!
– Eu não acredito que aquelas garotas... – Hermione acabava de chegar e parou a frase quando viu Malfoy parado diante a porta. Harry percebeu que provavelmente ela ouvira as últimas palavras do Sonserino pois sua cara praticamente passou de indignação para raiva. – Se você não quer estar aqui... faça o favor não só a mim mas a todos de dar meia volta e ir se esconder nas masmorras...
– Até parece que vou obedecer a ordens de uma...
– Se concluir a frase eu quebro isso que você chama de cara Malfoy! – Rony já estava com os punhos serrados. Harry rapidamente se desvencilhou de Sara para segurar o amigo.
– Queria ver você tentar... – disse ele dando uma risada de desdém. – cuidado, você pode ir fazer companhia ao seu pai...
– Antes de isso acontecer, você é quem vai estar lá... - respondeu Harry com veemência.
Naquele mesmo instante, parecendo adivinhar o que ocorria do lado de fora, a diretora, Professora Minerva McGonagall abriu a porta. Malfoy que parecia agora encarar Harry com tanto ódio obrigou-se a ficar calado.
– Podem entrar agora... – disse a professora Minerva em um tom sério – Temos que fazer algumas anotações antes.
Malfoy empurrou os alunos que tentavam entrar pela porta, Harry que agora pode soltar as vestes de Rony, e esperava juntamente com ele para entrar na sala. Hermione então entrou na sala seguida de Sara e por fim ele e Rony entraram. A sala estava completamente vazia, a não ser pelo armário onde Harry lembrava-se de ter se escondido, certa vez, era onde guardavam as vestes dos professores. No interior da sala, se encontravam os diretores das casas, Professor Flitwick, diretor da Corvinal estava em pé sobre uma cadeira conversava com a professora Minerva, Já a professora Sprout, diretora dos Lufanos tentava colocar uma redoma de vidro sobre uma planta que parecia mais um arbusto muito mal cuidado e que dava golpes contra ela. Bem ao fundo da sala Snape estava parado encarando o professor Mesmero com desprezo. Era visível que a presença de Mesmero não o agradava nem um pouco.
– Reuni alguns de vocês por intermédio do Professor Dumbledore... – começou dizer a professora Minerva – O Ministério pediu para que formássemos um grupo de estudos ...
Houve alguns murmúrios difusos pela sala, Harry estava parado ao lado de Rony e olhava os rostos apreensivos dos outros alunos.
– Agora é que eles pensam nisso? – disse ele a Sara que sorriu.
Malfoy por sua vez fazia questão de mostrar que achava tudo um tanto medíocre, mas por saber que se encrencaria caso abrisse a boca diante da professora Minerva que não ia com sua cara, lançava olhares para a direção de Harry.
– Que é que aquela cabeça oxigenada ta olhando? – ouviu Rony murmurar ao seu lado.
Harry seguiu o olhar de Malfoy, ele olhava para Sara que estava parada ao seu lado prestando atenção na tia. O garoto passou o braço pelo ombro da garota a trazendo para mais perto.
– ... Para evitar aborrecimentos e de que alguns pais digam que favoreço certos alunos.. – Harry viu nesse instante, a professora lançar um olhar para Malfoy - cheguei à conclusão de que Grifinória precisaria de um novo diretor, e nada melhor de que um antigo aluno da casa para cumprir esse cargo. Porém, como o professor Lupin ainda não assumiu seu lugar na escola, avisarei que esse é meu último ano com a casa Grifinória... e sem mais delongas, e vendo que nossa convidada já está presente... queiram dar as boas vindas a sua instrutora. As aulas serão ministradas pela professora Nynphadora Tonks, ela é auror e foi designada pelo Ministério da Magia para auxiliar os alunos a se defender.
Os garotos viraram o rosto rapidamente para a entrada e viram uma bruxa, bastante nova e com os cabelos cor púrpura que fechava a porta.
– Desculpem meu pequeno atraso... – disse ela desconsertada. – Me compliquei um pouco para chegar até aqui...
A professora Minerva não mostrou expressão alguma no seu rosto, Harry a achou ainda mais abatida do que vinha demonstrando e isso queria dizer que havia mesmo algo muito preocupante acontecendo do lado de fora.
– Por que será que Lupin não assumiu o cargo? – Harry ouviu Rony perguntar a Hermione que deu de ombros.
Harry sabia que ele estava a serviço de Dumbledore, mas que serviço seria mais importante do que tomar conta dos alunos?
As atenções foram rapidamente voltadas para o vulto negro que acabara de se levantar. Snape percorreu a sala com um olhar que fez Harry sentir um arrepio. Mesmo com o corpo completamente congelado ele não desviou os olhos quando percebeu que Snape o encarava, até sentir novamente uma fisgada na cicatriz, no entanto, Snape não tocou seu braço. Harry esperava que ele falasse alguma grosseria ou até mesmo implicasse com Tonks mas, ele simplesmente andou em direção a saída fazendo sinal para a diretora como se pedisse permissão e então desapareceu pela porta. Harry não entendeu a razão de sentir a cicatriz doer mas não comentou.
– Vou deixa-los com a sua instrutora... – disse a professora Minerva – Temos algumas decisões para tomar, professores.. queiram me acompanhar por favor...
A professora Minerva saiu da sala juntamente com os outros três professores, com certeza havia se retirado do cargo de diretora da grifinória pelas reclamações da mãe de Malfoy, ou até mesmo pelos outros pais dos sonserinos.
– Ninguém me tira da cabeça que foi a família da PitParkinson... – Harry ouviu a voz de Hermione e então se virou para ela e Rony.
– Não, pelo que ouvi dizer... – respondeu Suzan que estava pendurada no braço de Neville - ... escutei no banheiro das garotas, foi os Corner.. digo, a família de Michel Corner procurou o conselho no Ministério e disse que Hogwarts não era mais a mesma, disse que a direção dava muito favoritismo para a grifinória... que além de ter celebridades e burlarem regras eles ainda tinham apoio da diretora.... Desculpa Sara... mas foi o que eu ouvi...
– A professora Minerva não nos favorece... – disse Harry nervoso, vendo Sara dar um sorriso sem graça para Suzan. – Sempre tomamos um esporro daqueles todas as vezes que nos encrencamos...
– Bem, vamos começar logo com isso... – ouviu-se a voz de Tonks – Pra começo de conversa... nem pensem em me chamar de Prof. Nynphadora por que isso me irrita... me chamem por Tonks... pura e simplesmente Tonks.
Harry viu Malfoy cochichar alguma coisa nos ouvidos de Pansy que começou a sorrir, com certeza debochava da instrutora. Hermione encarou a turma de sonserinos com cara feia, mas Pansy revidou a ameaça com um olhar de desafio.
– Muito bem... devido a várias circunstâncias e também aos problemas que temos enfrentado, o conselho do Ministério me informou que deveria ensinar a vocês, que estão no seu último ano a se defenderem... – disse ela andando pelo círculo que os alunos formavam – Mesmo que eu ache que alguns alunos aqui não precisem...- O olhar de Tonks parou diante de Harry e ela sorriu para ele – Mas voltando...
– O que aquele bando de velhotes espera que você nos ensine? – disse Pansy Parkinson com desdém – Você-sabe-quem não mata sangues puros... certamente estamos a salvo.... pelo menos os sonserinos... – o olhar de Pansy foi direto para Hermione.
– Srta Parkinson... vejo que a senhorita, apesar de Sonserina não tem muita noção do que diz... o professor Snape não lhes ensinou nada... – disse Tonks virando-se para a garota – Creio que ele deve ter ensinado... mas a senhorita se achou muito superior a ele para aprender não é mesmo?
Aquelas palavras de Tonks fizeram os olhos de Pansy faiscarem de raiva.
– ... O lord das trevas não poupa ninguém... bruxos, mestiços, trouxas... todos que estiverem em seu caminho desaparece, e eu não ficaria muito contente se fosse você, achando que meu sangue puro me salvaria... se não for pego por ele, provavelmente será castigado por seus seguidores, e se eles não precisam de você... – Tonks fez um movimento de varinha e um cogumelo de fumaça apareceu na frente de Pansy – Para ele e seus amigos, ninguém é insubstituível, e uma garotinha como você é insignificante... Então, caso alguns de vocês pensem em ter certas vantagens com o Lord das Trevas, acho melhor pensarem melhor...
Harry nunca ouvira Tonks falar tão seriamente como falava diante deles, ela não parecia mais tão divertida quanto antes, quando à vira na cede da Ordem, mas talvez fosse melhor assim já que ele mesmo reparara nas expressões de deboche por parte dos sonserinos.
– Então, vamos logo ao que interessa... – disse ela com a varinha em punho – Acho que não preciso mencionar os feitiços imperdoáveis já que todos já os devem conhecer... porém, pelas novas normas do Ministério eu deveria demonstra-las, mas não quero ver ninguém fazendo companhia a Madame Ponfrey na minha primeira aula... Acho que feitiços de defesa seriam um bom começo. Que tal formarmos pares e praticarem o feitiço Protego?
– Que coisa estúpida... – Harry ouviu Malfoy murmurar mas Tonks pareceu não dar muita atenção a ele. Continuou a andar pela sala enquanto os garotos se dividiam em duplas.
Harry virou-se para Sara enquanto ouvia Rony resmungar ao lado. Hermione parecia completamente transtornada pelas atitudes de Malfoy diante Tonks. – A Srta. McGonagall já tem com quem praticar? – disse ele encarando Sara.
– Estava avaliando as propostas... – respondeu a garota sorrindo.
– Praticar primeiro e namorar depois... – Harry ouviu a voz de Tonks que passava por trás deles – Usem feitiços convocatórios para jogar algo em seus parceiros e algumas azarações sem nenhuma gravidade para que possam se defender... está bem?
Harry olhou para Sara diante dele, estava com a varinha apontada mais ou menos como se estivesse em posição de duelar.
– Quem começa? – perguntou ela jogando os longos cabelos para trás.
– As damas primeiro... – respondeu ele sorrindo – Eu me protejo...
– Tarantallegra!... – disse Sara com a varinha apontando a Harry.
– Protego! – bradou o garoto ao ver um raio roxo cintilante sair da varinha da garota, um raio azul perolado saiu de sua própria varinha e o cercou. Harry viu os raios da varinha de Sara ricochetearem no escudo azul e praticamente desaparecerem.
– Muito bem... – respondeu Sara sorrindo – como se isso fosse difícil pra você... já executou feitiços mais complexos do que este...
Harry apenas sorriu encabulado, era verdade que se saíra muito bem em Defesa contra artes das trevas, e sabia feitiços difíceis bem mais difíceis.
– Abaixa a cabeça Harry!!
O garoto esquivou-se rapidamente e um vaso espatifou-se contra a parede, ele olhou para o lado e viu Ernest McMillan com o rosto rubro. – Desculpe... Ana repeliu o vaso na direção errada...
Harry voltou sua atenção para o resto da turma, eles pareciam muito concentrados, e realmente estavam tentando aprender. Nunca em sua vida Harry tinha visto algum aluno, além é claro de Hermione, ser tão aplicada.
– Anda Rony... – ralhava Hermione pois Rony estava conversando com Dino – Viemos aqui para estudar...
– Será que tudo para eles é razão para provocação? - Harry voltou a sua atenção para Sara que encarava Pansy. – PitParkinson está remedando Hermione.
– Ainda bem que Mione não viu... – disse ele tentando não começar uma encrenca na primeira aula da Tonks. – Anda... é sua vez... Ricktusempra!
– Protego! – disse Sara fazendo o raio púrpura que saia da varinha de Harry parar a poucos centímetros dela.
– Muito bem... – ouviram a voz de Tonks dizer atrás de Sara - ... seu escudo bloqueou o feitiço, mas tente se concentrar mais pra que ele a proteja, o escudo não é muito eficiente longe do corpo de um bruxo...
– Mas Tonks... – Harry ouviu a voz de Hermione ao lado começar a dizer em um tom que só eles poderiam ouvir – Nenhum bruxo das Trevas vai usar esse tipo de coisa numa batalha...
– Hermione tem razão... – ouviu-se Dino que fazia par com Lilá Brown – Moody nos disse que eles não iriam nos avisar que tipo de Maldição ou azaração iriam usar... é bom estarmos preparados para tudo...
– E ele tem razão... – respondeu Tonks – Moody pode ser esquisito mas, é o melhor auror que o Ministério já teve... mas estou seguindo as ordens da diretora do colégio Sr. Thomas, existem muitos aqui que poderiam usar esse tipo de Maldição nos próprios colegas... só basta-me virar as costas... e...
Mas não precisou esperar tanto para que isso acontecesse, Pansy atirou um vaso cheio de alguma coisa em direção a eles, atingindo as costas de Sara a sujando com pó branco. Harry olhou para Sara e segurou-a antes que a garota se voltasse contra Pansy que disse um “Desculpe” que tinha mais cara de um “Bem feito”.
– Não liga, depois acertamos as contas.. – disse ele para Sara enquanto a ajudava a limpar as vestes. Harry viu o olhar de Tonks ir direto para o grupo da Sonserina que treinava mais à frente. Eles pareciam muito despreocupados como se estudar maldições era coisa de primeiro ano. Malfoy falou alguma coisa no ouvido de Pansy que deu alguns sorrisinhos e concordou com a cabeça. Alguma coisa ruim passou pela cabeça de Harry, tinha absoluta certeza de que fosse o que fosse que estivessem planejando, não ia ser nada bom. Quando o garoto voltou a ficar de frente para Sara, ouviu Tonks repreendendo Michel Corner por usar a azaração do corpo preso em Lisa Turpin que estava estatelada no chão. – MobiliCorpus! Ouviu Tonks dizer, como se o corpo da garota fosse levantado por cordas invisíveis – Sr. Potter, faça o favor de ajudar a Srta Granger com qualquer outro espertinho que tente estuporar um companheiro... volto daqui a pouco... - a professora saiu da sala com o corpo da garota flutuando atrás de si.
– E como ela espera que Granger impeça a gente de se divertir... – Harry ouviu a voz de Malfoy no fundo da sala.
– Talvez por ela ter mais poderes sendo monitora chefe do que você ,seu cara de doninha... – respondeu Rony já com as orelhas vermelhas.
– Ai, Ai... o Weasley defendendo a namorada... – ouviu-se a voz de Parkinson mais ao fundo – Não pense que só por que tem sangue puro Weasley, você pode escapar dos bruxos das trevas.
– Você fala com tanta certeza...Pit – respondeu Sara já com a varinha em punho – Já começou a fazer a lista dos seus inimigos para sua família acabar com eles? Pensei que tivesse coragem o suficiente para liquida-los sozinha...
Pansy fez o movimento para pegar a varinha também e Harry segurou Sara antes que Pansy investisse sobre ela.
– São muito idiotas se pensam que iram conseguir se defender se Você-sabe-quem estiver a fim de matar um de vocês... – disse Malfoy encarando os demais – Ele é e sempre vai ser o bruxo mais poderoso que já existiu.
– O bruxo mais poderoso é Dumbledore! – respondeu Harry com convicção – Dumbledore não precisou se esconder quando Voldemort deu as caras, Voldemort correu com o rabo entre as pernas só em ver Dumbledore!
– Oh... falou o “garoto que sobreviveu”... – respondeu Malfoy com um brilho diabólico em seus olhos – Não seria tão valente em dizer o nome de Você-sabe-quem se Dumbledore não estivesse por perto. Pois saiba que ele pode muito bem se aposentar...- e com um sorriso de desdém acrescentou – ou ser obrigado a isso...
– Do que é que essa doninha saltitante está falando? – perguntou Rony encarando Malfoy que agora dava um sorrisinho de desdém que fez o sangue de Harry borbulhar nos ouvidos.
– Está falando por falar... – ouviram Hermione dizer - ... só quer provocar para tirar vocês da equipe de quadribol...
– Ninguém pediu sua opinião Granger... – falou Pansy encarando os garotos.
– Deixe-a falar... Não terá tanto tempo quando estiver servindo de diversão para.... – mas antes que pudesse terminar a frase, a boca de Malfoy foi alvo de um soco de direita. Harry não ouvia mais nada a não ser o sangue pulsando em seus ouvidos e a mente fervilhando. – Antes disso acontecer... você estará servindo de brinquedo para os Trasgos em Azkaban!
– Você vai me pagar muito caro por isso Potter! – urrou Malfoy com a varinha apontada para o garoto – Cruc....
– Expelliarmus!
– Estupefaça!
Harry viu a varinha de Malfoy sair voando quase ao mesmo tempo em que era atirado contra a mesa onde havia os pertences de Tonks. Os gorilas correram para acudi-lo, Parkinson que só então o garoto notara tinha fingido um desmaio. Completamente tonto de um sentimento que até então ele não sabia que o tinha, Harry viu Tonks com a varinha apontada para Malfoy, não sabia exatamente quem foi que o atingira tão rápido, Sara, Hermione, Rony e ele estavam com as varinhas apontadas para o grupo de Sonserinos.
– Tonks... Malfoy iria lançar uma maldição! – Harry ouviu Hermione falar rapidamente.
– Não seja ridícula Granger! – Mila Bulstrode começou a falar – Não se pode lançar esse tipo de maldição!
Hermione mordeu o lábio inferior furiosa, pois no mesmo instante que Mila dizia isso piscava para Pansy que subitamente recuperara-se do desmaio.
– Eu falei que isso não ia dar certo... – disse Lilá parecendo horrorizada.
– Todos para seus dormitórios... agora! – falou Tonks nervosa. Harry nunca a vira daquele jeito antes.
– Tonks... posso...
– Agora não Potter... – disse ela séria – O que estão esperando... vamos... todos para suas torres agora!
Harry viu Hermione ficar para trás com Rony enquanto ele saia com Sara para o corredor, Malfoy parecia muitíssimo satisfeito com o que acabara de fazer e ao passar por ele ouviu alguma coisa sobre “um grupo medíocre e pobre desses é pura perda de tempo”.
– Então forme o seu próprio grupo... – retorquiu Harry a plenos pulmões para que Malfoy o ouvisse.
Malfoy deu um sorriso de desdém – Ótima idéia Potter... mas, que pena que só pensou nisso agora... – disse Malfoy com um sorriso.
Harry ameaçou ir atrás dele mas sentiu seu braço ser segurado com força.
– Deixa ele...
– Você ouviu? – respondeu ele a Sara que estava ainda segurando sua mão.
– Ouvi, e acho melhor mantermos um olho bem atento sobre ele... – disse Sara soltando o braço do garoto – O que é que ele quis dizer com isso?
– Malfoy sabe do que está falando...
Harry virou-se e viu Theo Boor e Michel Corner saindo de dentro da sala, os dois calaram-se quase no mesmo instante em que viram ele e Sara ali. Michel pareceu não se importar com o olhar recriminador de Harry e então cumprimentou Sara com um sorriso que fez Harry ficar ainda mais nervoso.
– Droga... aquela doninha conseguiu estragar uma aula proveitosa... – Harry ouviu a voz de Rony que aparecia do seu lado. – Queria ter tido tempo de acerta-lo com aquela azaração.
– Se Malfoy fosse um pouquinho mais esperto... teria reparado que havia bem mais bruxos que não gostam dele do que os que têm medo... – disse Hermione – Você viu a quantidade de varinhas que estava apontada para ele quando Tonks chegou?
– O que aconteceu? – perguntou Sara para Hermione – Tonks vai continuar com as aulas... vai dar detenção...
– Ela sabia muito bem que Malfoy era capaz de tentar usar uma maldição... por isso só vai informar a professora Minerva e ter uma conversa séria com o Snape...
– E você acha que ele vai se importar se o Malfoy ia ou não Cruciar alguém! – retorquiu Rony. – Snape passa a mão na cabeça dos sonserinos... e às vezes tenho lá minhas dúvidas se está ou não do nosso lado.
– Não seja ridículo Rony... é óbvio que ele está do lado de Dumbledore...
Harry não conseguia prestar atenção no que seus amigos diziam, as palavras de Malfoy sobre Dumbledore zumbiam ainda em seus ouvidos e não melhorou depois de subirem os outros três andares até a torre da Grifinória.
Autor(a): vision2018
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A queda de Harry não havia sido tão grave como todos estavam pensando, mas mesmo assim teve que passar a noite na ala -hospitalar. Mas o que mais estava preocupando não só os alunos da Grifinória mas todos era o estado de Simas Finigann. Depois de ter aparentemente dormido na vassoura, foi levado também para receber cuidados. &ndash ...
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