Fanfics Brasil - Um Tiro no Escuro Harry Potter e o Livro Perdido

Fanfic: Harry Potter e o Livro Perdido | Tema: Harry Potter


Capítulo: Um Tiro no Escuro

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– O que o professor Mesmero estaria fazendo em Hogsmade?- perguntava Rony enquanto esperavam Sara e Hermione para irem ao salão jantar. 

– É isso o que eu queria saber... – disse Harry – Em primeiro, por que disse que não iria e de repente mudou de idéia. Em segundo, qual seria o motivo para estar tomando tanto cuidado para que ninguém o visse... terceiro... 

– Por que estaria com aquela expressão tão diabólica que só de pensar me dá calafrios... – ouviu a voz de Sara terminando sua frase e estendeu seu braço passando por sua cintura. 

– Isso é muito estranho mesmo... – falou Hermione – Nós ficamos a maior parte do tempo andando pelas ruas de Hogsmade, cruzamos com a guarda de professores que a professora Minerva mandou mas o professor Mesmero não estava com eles... 

– Talvez ele tivesse aparecido durante aquelas horas que você ficou na loja de livros antigos se decidindo o que levaria... – falou Rony com rancor abrindo a passagem do retrato e saindo pelos corredores. 

– Ou então, o tempo que perdemos enquanto você espionava a Zonko’s para o Fred... – respondeu Hermione cruzando os braços e o olhando firme para o namorado que parou e lhe encarou em resposta. 

Harry olhou para Sara e continuaram a andar enquanto Hermione e Rony não desviavam o olhar um do outro. Harry girou os olhos e deu um profundo suspiro – E eu achando que eles só precisavam era de um tempo sozinhos... 

– Talvez precisem... – respondeu Sara parando e olhando para os dois – Vocês vêm ou não? 

Hermione desceu as escadas e passou por Rony encontrando Sara e Harry no meio da escadaria, Sara olhou para Harry novamente e ele olhou para o amigo no alto da escada, e então, Sara correu para alcançar Hermione enquanto Rony sentava-se nos degraus. 

– Por que é que estão brigando novamente? – falou Harry recostando-se na parede ao lado. 

– Eu não sei... – respondeu Rony encarando os pés de Harry - ... estou começando a achar que... meu namoro com Hermione está... 

– Deixa de bobagens... – respondeu Harry sentando-se ao lado de Rony - ... Você gosta da Hermione ainda... ou não? 

– Eu não sei como seria viver sem ela... se foi isso que você me perguntou... –respondeu Rony agora alisando os cabelos – Mas ela está diferente comigo agora... voltou a pegar no meu pé, vive insinuando que eu não sou mais o mesmo, que ela não é tão importante pra mim como ela pensava... cara, isso ta me cansando... 

– Eu sei como é...mas, ninguém falou que as garotas são fáceis... – disse Harry sorrindo - ... você já viu Sara e à mim, já deve ter uma idéia do quanto à gente se afastou e voltou... eu amo aquela teimosa, e prefiro ficar com ela brigando comigo a sem ter ela me atazanando... 

– Pra você é fácil falar, Sara não é como Hermione – disse Rony – Mione tem um gênio difícil, é autoritária e vive a me fazer cobranças... às vezes acho que, tudo o que faço para ela não é suficiente... 

– Então por que você não conversa com ela... conta como se sente... talvez isso ajude – respondeu Harry - ... você mesmo me deu esse conselho quando eu paguei o maior mico na frente de Hagrid com a Sara... lembra? 

– Faça o que eu digo, e não faça o que eu faço... –respondeu Rony – Não consigo chegar na frente de Hermione e falar uma coisa dessas... 

– Rony, Hermione ama você... e vai compreender... – disse Harry se levantando – você sabe, ela quer que você demonstre que gosta dela também... 

– Como? Eu não sei como agir... me apavoro sempre que estamos sozinhos... – disse Rony – achei que Mione me conhecesse, ela sabe que não sei bem como demonstrar o que sinto... 

Harry não sabia como ajudar Rony, e pela primeira vez ficou sem saber o que fazer. Então se lembrou do que tinha acontecido entre ele e Sara alguns minutos antes de verem o professor Mesmero entrar na floresta. 

– Rony, você não se perguntou o que eu e Sara estávamos fazendo no meio da Floresta? – disse ele tentando ao máximo não ficar vermelho e não gaguejar. 

Rony encarou Harry e este respirou fundo antes de continuar. 

– Não é bem o que você está pensando... – disse Harry sentindo suas bochechas começarem a queimar – bem, talvez seja quase o que você está pensando... 

– Você quer me contar ou não! – falou Rony perdendo a calma. 

– Estávamos conversando... perto da casa dos gritos... então Malfoy e a boneca inflável dele apareceram, batemos boca como sempre e então Sara me puxou para sairmos dali antes que a coisa ficasse feia... conversei com ela, estava disposto a abrir mão dela... 

– De novo com essa história Harry! Quantas vezes eu tenho que lhe dizer que quanto mais tenta afastar Sara, mais a aproxima... – falou Rony levantando-se. 

– Eu sei... ela deixou isso bem claro, quando disse que mesmo que eu tente afasta-la ela vai sempre estar comigo e não importa o que eu diga ou faça... – disse Harry também se levantando - ... e pode ficar tranqüilo que isso não vai mais passar pela minha cabeça... vou proteger Sara mas com ela junto a mim. Mesmo por que, se Mesmero não tivesse aparecido, acho que aconteceria algo entre nós... – na verdade, Harry tinha certeza disso, mas não ia dizer isso a Rony. 

Rony encarou Harry com os olhos arregalados, e Harry se sentiu como se fosse um garotinho que tivesse feito algo errado e tinha sido pego em flagrante. - Não me olhe como se eu fosse um dos bichinhos de Hagrid... – resmungou Harry. 

– Não estou olhando... é que só me surpreendeu.... – respondeu Rony. 

– O que eu estou querendo dizer, é que você tem que deixar as coisas acontecerem... – disse Harry - ... Deixa as coisas rolarem para ver até onde vai chegar... não atropelar tudo... acho que é isso que está fazendo com que eu e Sara comecemos a nos acertar... 

– Mas não sou eu quem está atropelando tudo... é Hermione... – respondeu Rony desanimado - ... amo a Hermione, mas... 

– Vou falar com a Sara... – disse Harry dando um tapinha nas costas de Rony para lhe apoiar – você sabe que ela conta tudo, e Sara vai ajudar... pode ter certeza.... 

Harry e Rony se encaminharam para o salão principal. 


Naquela noite enquanto Harry deitava-se na cama, ele ficava imaginando o que teria acontecido caso o Professor Mesmero não tivesse aparecido. Talvez ele não tivesse chegado a “pegar o pomo” como Rony lhe disse certa vez, ele não queria que isso acontecesse no meio da floresta, sem nenhum conforto. Tinha que ser mágico, ser bonito e inesquecível. Pois era isso que Sara esperaria, e era isso que aconteceria se dependesse dele. Por alguns poucos minutos ele pegou-se novamente tocando o corpo de sua namorada e sentindo o gosto da sua pele e de seus beijos sobre seus lábios. Era uma confusão de pensamentos passando todos ao mesmo tempo, de sentimentos e sensações que Harry não sabia explicar. Só sabia que seu corpo explodia, gritava desesperado necessitando do calor que só Sara era capaz de lhe dar. Mas quando voltava a pensar sentia um medo, de decepcionar a garota, e se não fosse tudo o que ela esperaria, se ele, Harry, não soubesse o que fazer? Como seria, como faria ou, como começaria... 

– É melhor esquecer isso e dormir... tem um treino amanhã... – murmurou ele enquanto afundava sua cabeça no travesseiro. Mas era difícil, mesmo por que pensar em ficar com Sara, pensar em estar com ela lhe aquecia o coração e foi com o pensamento em Sara que Harry adormeceu. 

Vagou por uma escuridão sem sonhos, sentia-se cansado e com dores por todo seu corpo, principalmente na sua cicatriz. A cabeça parecia estar pesada, mais pesada do que geralmente andava. E foi com essa sensação de desgaste que ele levantou na manhã seguinte. 

A sensação de cansaço o acompanhou durante toda a semana, Harry deitava na cama e levantava praticamente pior do que se deitava. Mas com toda a agitação que antecipava o jogo contra o novo time da Lufa-Lufa, e a animação de Rony, tudo passou em segundos quando ele levantou na manhã do jogo, embora Harry achava que ela não tivesse passado, só aliviado ao ver o amigo feliz e com uma disposição que fez Harry ficar espantado. 

– O que é que deu em você? – perguntou Harry quando levantou e o viu já vestido com a roupa do time. 

– Tenho uma ótima sensação... – disse ele enquanto pegava sua vassoura e andava até a porta. 

Harry o olhou um pouco estranho, Rony estava tão triste durante a semana, como poderia estar com tão bom humor agora? Chutou os cobertores e começou a se vestir, Dino e Simas ainda dormiam a sono alto. O garoto vestiu a calça do uniforme do time e começava a tirar a camisa do pijama ouviu uma batida na porta. 

– Não precisa bater na porta Rony... você sabe que está aberta..– disse andando até a porta e a abrindo, mas não era Rony. – Sara! 

Harry tentou colocar a camiseta o mais rápido que conseguiu, mas tinha ficado tão envergonhado que demorou a perceber que o buraco que tentava colocar a cabeça era a manga. 

– Deixa que eu te ajudo... – ouviu Sara dizer puxando novamente a camisa.
– Não... Pode deixar... – respondeu ele tirando a blusa novamente e praticamente se escondendo atrás dela. Colocou novamente a blusa só que dessa vez a cabeça no lugar certo. 

– Não precisa ter vergonha de mim... – disse Sara com um sorriso ajeitando seus óculos que tinham entortado quando colocou a blusa - ... teríamos problemas se você fosse a garota e eu o garoto... 

Harry sorriu apesar de sentir o seu rosto corar, por que estava sentindo vergonha se haviam passado algo muito mais intimo a poucos dias? 

– E, além disso... você fica bem melhor sem ela... – disse Sara mostrando a blusa vermelha sobre o peito do garoto. - ... mas, não vim aqui pra paquerar você... vim em uma missão muito importante... 

– Missão importante? – perguntou ele bagunçando ainda mais os cabelos tentando arrumar – Temos um jogo e você já deveria estar pronta... 

– Não sou tão demorada quanto as miss popularidade... Ah, por favor Harry para de tentar arrumar o seu cabelo... – disse ela impedindo ele de levar as mãos à cabeça e, ela mesma o arrumando - ... deixa assim... viu... 

Ela o colocou diante do espelho e mesmo que ele soubesse como bagunçar seu cabelo, sentir Sara lhe tocando, sentindo seu perfume era muito melhor. Ele virou-se para ela e sorriu passando seus braços por sua cintura. 

– Te acho lindo de qualquer jeito... – respondeu ela lhe dando um selinho. 

– Às vezes tenho lá minhas dúvidas se não é você que precisa de óculos... – disse ele com um sorriso beijando seu pescoço. Harry sentiu novamente os dedos delicados da mão de Sara massageando sua nuca e aquilo estava o deixando fora de controle. 

– NÃO Vó! Não vou tomar banho agora... 

Os dois levaram um susto e Sara segurou-se para não gargalhar ao ver Neville resmungando enquanto Dino jogava o travesseiro sobre ele para que parasse. 

– Por que não me disse que tinha os garotos dormindo... – sussurrou Sara. 

– Aqui é o dormitório dos garotos... o que você queria? – perguntou Harry ainda com Sara em seus braços. – Não vai me dizer que missão importante é essa? 

– Vamos lá pra fora, assim podemos conversar... 

Harry pegou seus tênis, capa e luvas e acompanhou a garota para o corredor do lado de fora que ligava os dois dormitórios. Havia uma agitação enorme lá em baixo no salão comunal, e Parvati e Lilá saíram do dormitório das garotas. 

– Conversei com Hermione ontem, ela disse que não sabe mais o que fazer para que Rony fosse sincero com ela. Então pensei que, talvez a gente pudesse armar alguma coisa... - falou Sara escorando-se na parede - Talvez trancá-los em algum lugar e deixa-los lá até esclarecerem as coisas... 

– Sabe que isso passou pela minha cabeça? – disse Harry sorrindo parando diante de Sara e a encarando com os braços cruzados – Mas Hermione é muito inteligente, conseguiria escapar de lá rapidinho... 

– É eu sei... – respondeu Sara desanimada - ... mas o que podemos fazer então para ajudar, Hermione ama aquela cabeça de vento e ele.... 

– Não faz nada... é eu sei, ele me disse... – falou Harry alisando os cabelos sedosos da namorada – Ele tem medo de fazer tudo errado... 

– Fazer o quê errado? – perguntou Sara agora séria – Harry, Hermione disse que Rony vem fugindo dela como foge das aranhas... Ela está disposta a acabar com o namoro se ele continuar desse jeito, até tentei amenizar as coisas, e disse a ela para ter mais paciência e deixar tudo acontecer no tempo certo, não atropelar tudo por que talvez ela estivesse assustando ele... mas também não posso culpa-la se quiser cobrar algo do Rony, eles nasceram um para o outro... 

– Assim como nós? – disse ele se aproximando mais da garota.
– Também acha isso? – perguntou ela apoiando suas mãos na cintura de Harry. 

– Desde o dia em que você invadiu o dormitório dos garotos... – respondeu ele sentindo-se à vontade para se aproximar mais de Sara - ... ou melhor, quando senti suas mãos me tocando quando caí da vassoura... naquele bendito ataque no campo de quadribol... 

– Por falar em quadribol... – disse Sara desviando do rosto do garoto -... temos um jogo... 

Harry pegou na mão da garota antes que ela entrasse no dormitório, e a puxou contra si a segurando firme – Fugindo? 

– E desde quando eu fujo de você? – perguntou ela sorrindo – Só sei que se eu ficar muito próxima de você... não vou conseguir me concentrar no jogo... 

– E se eu não ganhar um beijo de boa sorte... – respondeu Harry a apertando mais com os seus braços - ... eu é que não vou conseguir me concentrar.... 

– Ok, você venceu... mas depois não vem ralhar comigo só por que eu perdi algum balaço... – disse Sara lhe dando um selinho e se afastando embora Harry não a deixasse sair. 

– Você não perdeu um balaço que seja até hoje... – disse ele enquanto dava mais um selinho na garota - ... Te espero lá embaixo... 

Sara entrou para o dormitório enquanto Harry encontrava Hermione sentada em uma mesa, parecia até muito abatida a principio, mas quando ele chegou perto dela ela abriu um sorriso. 

– Nervoso? – perguntou ela fechando o livro. 

– Não sei... – respondeu ele sentando-se ao seu lado - ... tenho uma sensação ruim... não é nada disso que você está pensando...- Harry a encarou por que ela tinha aquele brilho de preocupação no olhar, com certeza lhe diria para não jogar ou qualquer coisa do gênero. – não tem a ver com Voldemort ou a minha cicatriz... só me deu uma sensação estranha... 

– E contou isso a Sara? – perguntou Hermione ainda com o mesmo brilho no olhar. 

– Não... por que contaria? Não é nada demais se sentir indisposto ou é? – perguntou ele a encarando – Me desentendi com Malfoy como sempre e estou ainda confuso com o professor Mesmero, e... duvido que Malfoy não tente nada... 

– É de se esperar não é? - respondeu Hermione – A sonserina precisa que Grifinória perca para poder ter esperanças de conseguir a taça de quadribol... 

– Bom... eles que tentem fazer alguma coisa.... – respondeu ele agora se levantando e olhando o livro - ... Está estudando? Não vai assistir ao jogo? 

– Bem, eu iria... – disse Hermione em uma voz baixa e Harry percebeu que ela estava um pouco deprimida - ... mas não sei se agüento, sabe como é... 

– Não acredito que não irá assistir por causa do Rony... – disse ele rapidamente - ... Você sabe que o único rosto que ele quer ver quando ganharmos é o seu Hermione... 

– Esse ano a história se inverte... – respondeu ela encarando o livro – No ano passado eu estava dizendo isso para Sara.... - Então a garota olhou para o livro e voltou a olhar para Harry. 

– Do que é que está falando? – perguntou ele um pouco curioso. 

– Por que Sara também não queria assistir ao jogo no ano passado... e foi exatamente isso que eu disse a ela... que era o rosto dela que você queria ver quando pegasse o pomo... – respondeu Hermione. 

– Então por que não vai se sabe que é isso que Rony quer... – disse Harry com um sorriso - ... ele ficaria muito contente em ver você lá... 

– É... talvez... – respondeu Hermione com um sorriso forçado. 

Harry tinha certeza de que isso era realmente o que Rony e Hermione queriam, o único problema era a falta de comunicação entre os dois. Ele sabia disso, acabara de passar por essa confusão de sentimentos não havia muito tempo, e esperava que fosse assim também com seus amigos. 


A arquibancada estava lotada de alunos, Harry tentava não ligar para o alvoroço causado pelos sonserinos e mesmo pelos grifinórios que respondiam as provocações. O time parecia estar bem, mas de todos, Rony era o mais otimista. 

– Vai ser moleza... – Harry o ouviu dizer a Simas e estranhou pois geralmente Rony era o mais nervoso e Harry nunca tinha dito isso a ele, mas era o mais pessimista da equipe. 

Por mais que tentasse fingir, Harry não conseguia entender de onde vinha aquela sensação estranha que tinha desde que havia colocado o pé pra fora da cama. 

– Por que é que eu tenho isso... – disse ele baixinho na sala do capitão do time. 

– Falando sozinho capitão? – ouviu a voz de Sara e a viu lhe encarando da porta. 

– Só pensando alto... – respondeu Harry levantando-se e andando até a garota - ... sabia que você fica ainda mais linda vestida assim? 

– Deixa disso... – respondeu ela lhe dando um beijinho – Não sei se foi só impressão minha mas, não acha que o Rony está um pouquinho estranho? 

– Por que está perguntando isso? – perguntou ele pegando na mão da garota e a trazendo para mais perto. 

– Não sei... é que ele parece estar tão confiante... não é nada parecido com o comportamento dele... – disse ela séria - ... sei lá, pode ser que ele esteja tentando mudar por causa da Hermione, mas... está muito feliz pro meu gosto. 

– Vai ver... ele e Mione fizeram as pazes... – respondeu Harry fingindo inocência, claro que isso não tinha acontecido pois ele tinha conversado com Hermione não fazia muito tempo na sala comunal, mas não ia dizer a Sara que também estava achando o comportamento de Rony estranho. Novamente sentiu aquele pressentimento de que algo ruim, estava prestes a acontecer e então abraçou a garota. - Eu sei que você vai achar estranho... mas, tente tomar cuidado lá... 

– Agora é minha vez de perguntar por que você está dizendo isso? – respondeu Sara lhe encarando e Harry passou as mãos pelos cabelos tentando pensar em uma desculpa rápida e convincente. 

– Não tenho boas recordações das últimas vezes que você subiu em uma vassoura... só isso... – disse ele, mas sabia que a desculpa era péssima, principalmente por que nem ele acreditaria em uma coisa dessas. 

– Ei, vocês dois vêm ou não vem... – falou Rony enfiando a cabeça para dentro da sala - ... vamos logo por que não vejo a hora de voar... 

– Ok.. vamos... – disse Harry saindo da sala do capitão acompanhando Sara. Ele detestava aqueles minutos antes da partida pois tinha que dar as instruções e falar para seu time. Ele não se achava capaz disso mas, já que professora McGonagall o havia dado esse cargo no ano anterior, ele não poderia decepciona-la. – Olhem, o time da lufa-lufa está muito bem reformulado, tem dois ótimos artilheiros; mas em compensação tem dois péssimos batedores e, embora seu apanhador seja menor, tem uma vassoura não muito veloz... 

– Uma Shooting Star pra ser mais exato... – disse Simas e começou a rir – Como eles esperam ganhar de uma Firebolt? 

– Não quero que fiquem subestimando o adversário... – disse Harry – não importa que vassoura eles tenham, quero que joguem bem e concentrem-se em marcar gols e deixem o Pomo comigo... vou fazer o possível para pegá-lo... Rony, defenda o gol o quanto puder e Colin... Sara precisa que tente fazer seu melhor, ela não pode defender Rony sozinha... 

– Vou fazer o melhor Harry... – disse o garoto e Harry Sorriu.

– Estão nos chamando... – disse Harry pegando sua capa e a vestindo, colocou seus óculos e pegou sua firebolt. Estava na hora, ele cruzou os vestiários com o time, seu coração estava aos saltos, era como se tivesse entrando em campo pela primeira vez. Pegou na mão de Sara e então a olhou, se perguntando por que aquela sensação de que algo aconteceria estava cada vez mais forte. 

– Tem certeza de que não tem nada errado? – perguntou a garota e ele sorriu. 

– Tem, você esqueceu de me dar um beijo de boa sorte... – respondeu ele lhe dando um selinho. – Ok, montem nas vassouras... e... 

– Vamos chutar alguns texugos! – disse Rony empolgado. 

– Veja lá como fala Weasley... – respondeu Colin mal humorado. 

– Ta, ta. Desculpa... esqueci que você namora uma... – respondeu Rony.. 

– Eu não disse que o Rony estava estranho ... – Harry ouviu Gina falar para Sara e sentiu uma pontada em seu estomago. 

Ouviu a voz estranha no microfone anunciando o início da partida, não era mais Lino Jordan quem estava radiando as partidas e tão pouco Zacharias Smith, já que este era artilheiro da equipe lufana, e sim um garoto novo da Corvinal. Harry não o conhecia, e sentia falta de ouvir as reclamações de Lino sempre que a Grifinória jogava. 

– Capitães... venham até o centro... – disse a voz possante de Vitor Krum no centro do campo. – Querrro um jogo limpo... e sérrrio está bem? Comecem... 

A Goles foi lançada para o alto, Harry viu Simas passar por ele como uma bala agarrando a goles e praticamente desaparecendo. Harry não conseguia ver mais o que acontecia pois tinha que pegar o pomo. Deu algumas voltas pelo campo olhando cada centímetro que conseguia, quanto mais o tempo passava, mais forte ficava aquela sensação que o estava incomodando. Parou atrás do gol de Rony para ver onde estava Sara e a viu voando mais abaixo acertando um balaço e evitando que o artilheiro lufano viesse para cima de Rony. 

– Essa foi por pouco... – ouviu a voz de Rony e Harry decidiu voltar a sua caça ao pomo, tinha perdido minutos preciosos para saber como andava a partida. 

– O jogo agora está 50 a 60 para a Grifinória... – ouvia Reimond informando a situação - ... e Finnigan está com a bola novamente mas, ihhh foi acertado por McKlen... cara essa deve ter doido... 

– Vamos logo... – Harry murmurava enquanto tentava ver se encontrava o pomo, ele tinha quase certeza de o ter visto próximo ao goleiro lufano, mas quando se aproximou viu que era apenas o reflexo do relógio. O garoto pode notar que o apanhador Lufano deveria ser novo, estava praticamente fazendo tudo o que Harry fazia. Seria uma ótima vítima para Finta de Wronski, mas Harry não tinha como se concentrar com aquela bendita sensação de que algo estava para acontecer. 

Harry apertou os olhos para ver como estava a partida, Gina agora avançava com Simas e Natália para o gol lufano enquanto Colin lançava e tentava evitar um balaço de acertar os artilheiros grifinórios. 

– Onde é que está a Sara? – pensou ele parando de voar acima do centro do campo. 

TUMP!
– Se continuar parado aí... não vou dar conta de afastar os balaços... – ouviu a voz de Sara e virou-se rápido – Seria pedir demais se você achasse o pomo logo? Não agüento mais aquele batedor lufano dizendo gracinhas... 

– Que tipo de gracinhas? – perguntou Harry mas não teve tempo de ouvir a resposta, os artilheiros lufanos vinham em formação em V para cima de Rony. Harry viu Sara partir para o encontro de um balaço e chamar Colin para perto dela e ambos acertaram o balaço com tanta força que praticamente o V se desfez . 

– E foi um belo ataque de McGonagall e Creevey... é bom que tenha alguém importante aqui pois os batedores Grifinórios acabam de descobrir um contra ataque muito bom para o Ataque Cabeça-de-Falcão... 

Harry sorriu orgulhoso por Sara ser tão boa no quadribol quanto era nos estudos, agora era sua vez de ser tão bom, tinha que achar o pomo, talvez essa sensação toda fosse apenas ansiedade pois se conseguissem vencer os lufanos estavam com a taça de quadribol nas mãos. Ele encostou seu peito sobre o cabo de sua Firebolt e disparou novamente em sua caça ao pomo. Apertou os olhos e então quando menos esperava, o viu sobrevoando o chão, estava próximo ao portão que levava os vestiários. Harry olhou em volta e o apanhador lufano estava no outro lado do campo e com a vassoura que tinha, era difícil que conseguisse chegar até o pomo antes de Harry o pegá-lo. Deitou-se para frente e disparou rumo ao encontro de 150 pontos. A bolinha bateu as asas e começou a voar baixo próximo ao chão, Harry apoiou-se o mais perto do cabo da vassoura que conseguiu e então fechou os dedos em volta da bolinha dourada. Levantou a mão sentindo as asas da bolinha baterem entre seus dedos, mas o estádio estava em silêncio. Harry olhou em volta e os jogadores iam todos em uma única direção, a direção do gol da grifinória. Mais que depressa ele colocou a bolinha bem segura dentro de seu bolso e partiu a toda velocidade para junto dos outros, o coração a mil por hora enquanto seus pés tocavam o chão. 

– Sara! – disse ele enquanto tentava passar entre os jogadores.
– É o que eu estou tentando dizer... – ele ouviu a voz da namorada, pelo menos ela estava bem – tinha mais de um balaço... tenho certeza disso... 

– Ninguém tem acesso à não ser os professores e os capitães Srta. McGonagall – dizia a professora Hoock, até aquele dia, ela só tinha aparecido no primeiro treino da Grifinória, e agora estava lá. Harry observou em volta, Gina chorava desconsolada e então viu aos pés de Sara o corpo de Rony estendido no chão. 

– Rony! – disse ele chegando até o amigo que estava desacordado – O que foi que aconteceu? 

– Mobili Corpus... – disse a professora McGonagall e Rony começou a flutuar – Madame Hoock, encerre a partida enquanto levo o Sr. Weasley para a Ala hospitalar... 

– Madame Hoock eu não lancei aquele balaço... – dizia o batedor lufano – eu juro... 

– Muray tem razão... – acrescentava Colin – Eu e Sara batemos nos dois balaços praticamente juntos... estávamos defendendo Weasley... ele foi pego pelas costas... 

– Mas onde está esse balaço? – perguntava ela e Harry pode ver que ninguém tinha visto que ele tinha pegado o pomo. – Eles não aparecem ou desaparecem sozinhos... foi pênalti para a Grifinória e.. Ah, Sr. Potter, escolha alguém para cobrar a penalidade... temos um jogo para terminar.... 

– O jogo já acabou... – disse ele tirando o pomo do bolso e o soltando – Vou com Rony... Sara... tome conta do time... 


Harry não soube o que fazer ou que atitude tomar quando viu Rony com a cabeça manchada de sangue, Gina estava apavorada agarrada no pescoço de Simas chorando e a impressão de que algo grave tinha acontecido com seu melhor amigo tinha o deixado como em estado de choque. Ele correu em direção a enfermaria da escola e encontrou a porta fechada, o que será que tinha acontecido? Por alguns minutos ele ficou ali olhando para a porta sem saber se a abria ou não. 

– Rony!... Harry! – ouviu a voz de Hermione que vinha correndo pelos corredores – Cadê o Rony? O que foi que aconteceu?? Eu estava vendo o jogo e então... ele... ele... 

– Calma... a professora Minerva está com ele... Madame Ponfrey está resolvendo... – disse Harry sem ter noção se realmente Rony estava bem. 

– Eu preciso ver o Rony... eu... eu não... 

Hermione se jogou no pescoço do garoto e Harry sentiu seus ombros ficarem encharcados pelas lagrimas da amiga. Harry também estava nervoso, ele não sabia o que havia causado aquele acidente com Rony e não tinha explicação para isso. Ele era o capitão da grifinória, ele era o único que poderia ter tido acesso e com certeza teria que responder a varias perguntas. 

– Cadê o Rony... – ouviu a voz de Gina que chegava com todo o time da grifinória. - Quero saber como ele está... 

– Está lá dentro... – disse ele agora se vendo livre de Hermione que agora era amparada por Gina – Professora Minerva está com ele... Cadê a Sara? 

– Está conversando com o Smith... os dois têm certeza que tinha outro balaço em campo... – disse Simas encarando Harry ao lado de Natália e Colin. – Não sei como puderam ver alguma coisa... 

– Tinha mais de dois balaços Harry... – afirmou Colin zangado - ... tenho certeza.... eu e Sara batemos nos dois quase ao mesmo tempo... 

– E um balaço não iria ser tão rápido a ponto de acertar o Weasley... – retorquiu Natália McDonald - ... Eu vi os dois balaços irem em direção aos lufanos na hora em que o Weasley caiu... alguma coisa o acertou pelas costas... 

– Ah é? E como vamos provar isso? – perguntou Simas – Ninguém além de nós estava lá em cima... com certeza Colin ou McGonagall mandou o balaço pro lugar errado! 

– Ninguém mandou o balaço para o lado errado! – disse irado Colin. 

– Aqui não é lugar para discussão... – Harry ouviu a voz poderosa de sua diretora do lado de fora da porta, Harry se aproximou dela mas ela fez sinal apenas para Hermione e Gina entrarem. – Ele está bem, Sr. Potter, está dormindo. 

– Mas o que foi que causou isso nele? A senhora tem certeza de que... 

– Acho que como capitão do time da Grifinória, tem que comandar os seus jogadores não? Aqui não é lugar para discussões ou acusações... Amanhã poderão vê-lo... 

Dizendo isso a professora entrou novamente na ala hospitalar, quase ao mesmo tempo em que Sara e o capitão do time Lufano aparecia. 

– Como está o Rony? – perguntou a garota. 

– Está bem... eu acho... – respondeu Harry sem saber direito, ele simplesmente tinha ficado sem reação alguma. 

– Potter, temos certeza de que alguma coisa atingiu o Weasley por trás... – disse o capitão lufano - ... o único problema é que não sabemos se foi realmente um balaço. 

– Eu acredito em vocês... – respondeu o garoto – mas acho que aqui não é o melhor lugar para discutirmos isso, a professora Minerva nos mandou voltar para as torres então é melhor deixarmos isso para mais tarde. 

Smith confirmou com a cabeça e se despediu andando em direção as escadarias. Sara encarou Harry e este se escorou na parede. O garoto sentia-se completamente perdido. 

– Vamos Harry... – disse Sara tocando em seu ombro - ... não podemos fazer nada aqui... 

– Oras, Weasley não bateu com as botas? – os dois ouviram uma voz atrás de si e viraram rapidamente, era Malfoy. 

– Se veio conferir se seu plano funcionou...– respondeu Harry tentando não fazer barulho - ... está enganado

– Ora Potter, eu vim aqui para saber se Weasley ainda viveria para ver eu pegar o pomo no nosso próximo jogo e você me acusa? – Disse Malfoy fingindo-se ofendido - Weasley tem muitos que não gostam dele. Principalmente depois que o pai dele matou o ministro... se eu fosse você, mandaria ele tomar mais cuidado... 

Harry se aproximou do garoto o encarando – O Pai de Rony não matou ninguém... e o que é que você quer dizer com isso? 

– Eu não sei de nada, e também não vi nada... – respondeu Malfoy dando as costas 

– Você quer fazer um favor de sumir daqui! – disse Sara perdendo a calma – Se não sabe, só os amigos são permitidos... 

– Eu reavaliaria minha lista de amizades se fosse você Sara... – disse o garoto continuando o seu caminho sem olhar para trás.

Harry ficou parado estático, sem saber o que falar ou o quê fazer. Sara tocou em seu ombro e então ele a encarou. 

– Como está o Weasley? – Agora era Boor e Corner quem apareciam. 

– Não sabemos... – respondeu Sara e então pegou no braço de Harry - Vamos... é melhor voltarmos para a torre – disse a garota e ele a abraçou. 

– Você está bem, Potter? – Perguntou Boor e Harry então olhou para Corner. 

– Rony vai ficar bem... só está dormindo... – disse Sara percebendo o que tinha acontecido. – É melhor irmos ou a Madame Pomfrey vai nos expulsar... 

Antes de sair, Harry olhou para os dois Corvinais, não saberia dizer se foi apenas impressão, mas pareceu a seus olhos que Corner não tinha ficado muito satisfeito em saber que Rony estava bem. 

– O que você tem? Sentiu a sua cicatriz arder não foi? – disse Sara a Harry enquanto iam para a torre, mas o garoto não respondeu. Tinha algo estranho no comportamento de Corner e ele sabia disso, mas não sabia o quê. 

– Acho melhor começarmos a agir... – disse ele encarando a namorada - ...algo me diz que esse acidente com Rony, foi mais um aviso do que acidente... 

– Você não está querendo dizer que... – falou Sara mas Harry a abraçou. 

– Infelizmente, acho que sim... – respondeu ele começando a andar em direção a torre da Grifinória, tinham que começar com o AD o mais rápido possível.



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Autor(a): vision2018

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Harry mal conseguiu dormir e tinha certeza de que ninguém naquela torre tinha dormido. O acontecimento daquele jogo tinha praticamente tomado conta de todos os grupos de conversa durante o jantar e se estendido até tarde na torre da grifinória. Ele ouvia várias versões da história, mas a única que realmente fazia sentido era a ...


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