Fanfic: Harry Potter e o Livro Perdido | Tema: Harry Potter

Harry mal conseguiu dormir e tinha certeza de que ninguém naquela torre tinha dormido. O acontecimento daquele jogo tinha praticamente tomado conta de todos os grupos de conversa durante o jantar e se estendido até tarde na torre da grifinória. Ele ouvia várias versões da história, mas a única que realmente fazia sentido era a que Sara e Colin contavam. Lembrava-se de ter visto um balaço descontrolado em um dos treinos, e esse ter atingido Sara e deslocado seu ombro, mas depois não tinha visto mais nada sobre isso. 

Sentou-se na cama sem sono enquanto Simas, Dino e Neville roncavam. Tinha aula no grupo de N.I.E.M.S na segunda e nem ao menos tinha revisto alguma anotação. Levantou-se e andou pelo quarto passando os olhos pela cama de Rony que estava vazia. Não agüentou mais e saiu rumo ao salão circular, ao sair do dormitório ouviu vozes e então observou diante a lareira, Gina, Sara e Colin conversando. 

– E foi isso Gina... – disse Colin levantando-se - ... não tem como a gente provar alguma coisa se nem ao menos conseguimos ver o que foi que atingiu Rony... 

– Eu preciso saber quem foi... – disse Gina encarando o garoto – ... ou pelo menos saber o quê o atingiu. Madame Ponfrey disse que o que causou a pancada não foi um balaço ou Rony estaria sem cabeça à uma hora dessas, eu a ouvi dizer a prof. Minerva que se transformaria em um sapo com bigode se aquilo que atingiu ele não fosse um feitiço... 

– Sinceramente Gina... – disse Sara levantando-se - ... confesso que também achei que tivesse sido, mas se foi realmente um feitiço, como eu acho que é, qualquer um pode ter feito... 

– Como está o Rony? – perguntou Harry aparecendo atrás deles dando um susto em todos. 

– Ai, Harry, precisa andar tão silenciosamente assim? – perguntou Gina levantando-se de sobre salto. 

– Desculpe... – disse ele sentando-se ao lado de Sara. 

– Também não conseguiu dormir? – perguntou Sara assim que o garoto sentou-se, e ele apenas confirmou com a cabeça. 

– Eu vou pra cama... – disse Colin andando em direção as escadas - ... quem sabe com uma boa noite de sono meu cérebro consegue lembrar de mais alguma coisa... Boa noite... 

– Rony está bem... eu acho... – respondeu Gina também se levantando – Hermione ficou com ele e duvido que alguém a tirasse de lá, Madame Ponfrey fez tudo o que estava em seu alcance e que agora tudo dependia do Rony. 

– Mas então o acidente foi grave? – disse Sara preocupada e Harry apoiou seus cotovelos no joelho e seus olhos continuaram a mirar o fogo. 

– Sim e não... – respondeu Gina encarando os dois - ... Foi sim um feitiço, mas não sabem qual feitiço, e mesmo que eu ache que eles saibam, não iriam nos dizer... Hermione estava nervosa eu sei, mas disse que só podia ser um feitiço muito poderoso e só alguém que praticasse artes das trevas poderia ter feito... 

– Gina, quero pedir um favor a você... – disse Harry agora encarando a garota - ... Sei que você e Corner se conhecem bem e, queria que você o vigiasse... 

Harry pode observar que Gina o encarou preocupada e depois começou a sorrir como se ele tivesse feito uma piada. – Você não está pensando que foi ele, está? 

– Não é hora nem lugar para falar sobre isso, mas fiquei sabendo que Dumbledore acha que tem um “súdito” de Voldemort praticando Artes das Trevas no colégio, e se ele disse que tem, vou investigar cada aluno se isso for preciso... – disse Harry sério e a garota calou-se. 

– Gina... – disse Sara levantando-se e indo até ela - ... Corner foi até a ala hospitalar e estava um pouco estranho, e Malfoy disse que era melhor avaliarmos nossa lista de amizades, e... bem, eu não tenho tido uma boa impressão do Corner desde que começamos o ano letivo. Por isso se não for pedir muito, veja se realmente ele tem agido estranho, você o conhece melhor que ninguém... 

– E vocês deram ouvidos aquela doninha oxigenada? – perguntou Gina em deboche mas Harry a encarou sério. 

– Conheço Malfoy melhor do que ninguém Gina e ele não daria pistas falsas se sabe de alguma coisa. E eu acho que ele sabe... – disse Harry e a garota calou-se. 

– Está bem, mas quero saber direitinho essa história de que tem alguém aqui... – disse a garota mas Sara a interrompeu. 

– Se tudo correr bem, nos encontramos na sala Precisa, no sétimo andar amanhã ... – disse Sara - ... leve Dino, e aí contaremos tudo. 

– Está bem... boa noite... – respondeu Gina subindo as escadas. 

Harry encarava a lareira sem piscar, tinha alguma coisa nas palavras de Malfoy, que ele tinha certeza já ter ouvido antes. 

– Por que está pedindo para Gina ficar de olho no Corner? – disse Sara sentando-se no braço da poltrona e ele voltou sua atenção a ela. 

– Pode até parecer besteira minha, mas senti uma dor em minha cicatriz no exato momento em que ele apareceu... 

– Você tem certeza? – perguntou a garota andando até ele e Harry se apoiou na borda da lareira. 

– Que minha cicatriz doeu, isso eu tenho certeza... mas se foi por causa dele... eu tenho minhas dúvidas...- respondeu Harry. 

– Acho melhor irmos dormir, temos que dar força para Hermione amanhã... – Harry ouviu a voz da garota e então sentiu o toque de sua mão em seu ombro e então a encarou. 

– Estou pensando em procurar Tonks... – disse ele. 

– Está achando que realmente foi Malfoy quem fez aquilo com Rony? – perguntou Sara vendo Harry sentar-se na poltrona. 

– Ainda não sei... – respondeu ele jogando a cabeça para trás e colocando a mão sobre sua cicatriz – Droga... 

– Você precisa descansar, passamos por um bocado de coisas hoje... – ouviu a voz da namorada e então abriu os olhos. 

– Não vou conseguir dormir... – disse ele agora lhe encarando, sentia sua cabeça pesada e por mais que tentasse sabia que rolaria na cama a noite toda - ... minha cabeça está cheia demais... 

– Então... vou ficar aqui com você...– ouviu a garota dizer e então segurou suas mãos. 

– Não quero que se sacrifique por minha causa, você agüentou as pontas enquanto eu ia com Rony para a enfermaria... merece um descanso... – disse ele com um sorriso. 

– Não tenho sono, e não fiz nada além do que você me pediu... o pessoal estava meio atordoado com tudo e assim foi fácil comandar, além disso, estou mais preocupada com você... 

– Não precisa se preocupar, eu estou bem... – respondeu o garoto, mas ele mesmo sentia que não queria ficar sozinho. 

A garota se levantou e sentou-se do seu lado e o encarou – Já te disse, você é um péssimo mentiroso... 

Harry sorriu e então a abraçou, decididamente ela o conhecia melhor do que ele mesmo. 


Rony ainda ficou dois dias em observação na Ala hospitalar antes de voltar para a torre, o baile dos namorados que estava programado tinha sido adiado para desespero e indignação das presidentes da comissão, Lilá e Parvati. Harry e Sara visitavam Rony freqüentemente mas mesmo que tentassem, Hermione não saia de perto do garoto. 

– Eu já disse que eu estou bem... – resmungava Rony sentado na cama - ... não precisa ficar aqui me paparicando... 

– Sua mãe disse para eu não tirar os olhos de você, e é isso que vou fazer ouviu? – respondia Hermione andando em direção ao quartinho da enfermeira – E você só vai subir em uma vassoura quando a Madame Ponfrey dar carta branca. 

– Agora eu sei por que ela e minha mãe se dão bem... – murmurou o garoto a Harry e Sara – Hermione parece mais com a mamãe do que a Gina... 

– Pelo visto, fizeram as pazes... – disse Harry sorrindo ao ver o bom humor do amigo. 

– Acertamos as nossas diferenças... – respondeu Rony ficando com as orelhas vermelhas enquanto olhava meio sem jeito para Sara. 

– Vou falar com Hermione... – disse Sara percebendo que Rony ficara tímido ao falar sobre seu relacionamento - ... podem conversar à vontade... 

Harry sorriu e lhe deu um selinho antes dela desaparecer na porta do quartinho no fim da sala. O garoto olhou para Rony e percebeu que ele olhava um ponto fixo da porta, como se estivesse sonhando acordado. 

– Você está bem? 

– Eu estava pensando no que aconteceu... – disse Rony vendo Harry sentar-se nos pés da cama - ... Eu me lembro de gritar para Colin e dizer sobre os balaços que vinha em direção a Sara e aí, senti uma coisa... 

– Que coisa? – perguntou Harry interessado, se Rony lembrava-se de alguma coisa, seria muito valioso para ele. 

– Eu não sei bem, sabe, aquela sensação de que alguma coisa vai acontecer... – Rony olhou para Harry e então continuou - ... olhei para traz, e vi um vulto embaixo da arquibancada, sabe, por traz das cortinas e então quando virei novamente para defender o gol daquele idiota do Silvester, pareceu que fui atingido por algo macio na nuca e ao mesmo tempo meu corpo todo começou a doer e ai... acordei aqui... 

– Um vulto? – perguntou Harry e Rony confirmou. 

– Bom, pode ser que tenha sido só uma impressão... afinal estávamos voando de um lado para o outro não é? 

– É, e você estava a 15 metros do chão... – respondeu Harry, mas aquela informação o estava deixando inquieto. 

– Por isso... – respondeu Rony - ... E por falar nisso, pode me escalar para o próximo jogo... vamos pegar a Sonserina não? 

– Mas você está bem para montar numa vassoura? – perguntou Harry preocupado. 

– É claro! Você acha que eu vou perder a chance de ver a cara do Malfoy quando fecharmos o campeonato com a sétima vitória? 

– Foi o que eu disse... – respondeu Hermione que aparecia com Sara e Madame Ponfrey na moldura da porta - ... A senhora tem certeza? 

– Srta Granger, eu trabalho em Hogwarts desde quando a Srta não pensava em nascer, portanto, acho que tenho sabedoria suficiente para dizer que o Sr. Weasley pode até voar em um dragão se eles permitissem levar passageiros... 

– Eu não disse, eu estou bem Hermione... – disse Rony com um sorriso de satisfação – E eu não vou ficar de fora do próximo jogo, quero ver com meus próprios olhos a cara daquela doninha quando levantarmos a taça. 

– Bem, se vocês estiverem dispostos... combinamos com Gina e Dino na sala Precisa depois do jantar, temos umas coisas para conversar... – disse Sara e tanto Rony quanto Hermione a encararam. 

– E o que a gente tem pra conversar com aquele imbecil do Dino? – retrucou Rony de muito mau humor. 

Harry sorriu enquanto via Hermione girar os olhos nas órbitas, era bom ver que aquele acidente não tinha sido tão grave, pois Rony já parecia ter voltado ao normal. 

– Nos vemos depois... – disse Harry segurando na cintura de Sara e saindo da ala hospitalar. – E não quero ver reclamações Rony... – acrescentou ele antes de sair por completo. 

Harry lembrava-se bem de Sara ter combinado com Gina de conversarem no dia seguinte ao acidente, mas como a Sra. Weasley apareceu, Gina praticamente desapareceu da torre apoiando a mãe e Sara acabou adiando o que tinham combinado. 


Durante à tarde, Rony já estava de volta à torre da Grifinória e as discussões e relatos sobre o acontecido já tinham tomado proporções incríveis. Por incrível que possa parecer, Rony não tinha dito uma só palavra sobre o vulto à não ser a ele, Sara e Hermione. Mas, várias versões da história podiam ser ouvida em vários pontos do castelo, uma mais espantosa do que a outra. 

– Mais uma... – dizia Rony enquanto acompanhava o grupo até a biblioteca para uma tarde com Astronomia e Transformações – agora eu fui atingido por uma estrela cadente... 

– Veja pelo lado bom... – disse Sara com um sorriso - ... até uma estrela cadente não passa pelo gol do Weasley... 

Harry sorriu ao ver o amigo contente, era bom ter Rony e Hermione de volta. Embora tivessem uma longa tarde de revisões já que Hagrid não pudera dar aula por razões que ninguém até aquele momento sabiam. 

A simples menção das palavras estrela cadente, fez voltar aos pensamentos de Harry o sonho que tivera há alguns dias. Tinha visto uma espécie de estrela cadente em um livro esquisito, mas achara que era um cometa, principalmente por que ele tinha duas caldas. 

– Vou aproveitar que estou aqui para verificar minhas anotações de Herbologia – disse Hermione se levantando. 

– E por que você ... – começou Rony mas não teve tempo para terminar. Michel Corner apareceu juntamente com Teo Boor. 

– Alô... - disse Teo enquanto se aproximavam da mesa onde Harry, Rony e as garotas estavam. 

Os olhos muito azuis de Michel Corner pararam diretamente em Sara, Harry segurava firme um exemplar de Transfiguração Metamórfica nas mãos e não soube dizer se a dor em sua cicatriz foi por vê-lo ou por sentir vontade de acerta-lo por olhar daquele jeito para a garota. Rony encarou Michael com o mesmo olhar de Harry. Porém Teo não dera atenção aos dois – Estava comentando com Michael... e como você é a monitora chefe Granger, queríamos saber se iram continuar com o grupo de estudos...- terminou Teo. Harry praticamente largou o livro sobre a mesa com um estrondo. 

– Precisam falar com a Tonks, é ela quem vai decidir... – disse Harry impedindo Hermione de falar. 

– Bem, então vamos falar com ela ... – disse Michel agora desviando seu olhar de Sara e encarando Harry. – Acho muito bom termos alguma ajuda em defesas já que fomos prejudicados com isso... nos últimos anos.

– Ela deve estar na sala dos professores ... – disse Harry – por que não vão até lá se tem urgência em saber... 

– Urgência, não temos... – respondeu Boor – Mas queríamos praticar...

– Eu não acho que ela demore muito a dar outra aula, os exames estão chegando...– disse Harry sem tirar os olhos de Michael – ... mas, tentem olhar no mural no salão principal, se tiver uma aula foi posto o Horário lá...

– Está bem então... – Teo sorriu abobadamente para eles – ... como você está Weasley? Espero que esteja bem...

– Estou, melhor que antes... – respondeu ele olhando agora para o garoto e desviando de Corner. 

– Que bom saber disso... – respondeu Corner, mas Harry percebeu que ele não tinha achado nada bom – Vamos Boor, tenho que passar no corujal antes de irmos falar com aquela professora... 

Os garotos se dirigiram para fora da biblioteca, Harry continuava a encarar Michel de uma maneira que nem ele mesmo entendeu. Não sabia se era por que o garoto lançava olhares para sua namorada que nem se quer havia levantado a cabeça para olhar os presentes, ou era pelo que Corner havia demonstrado logo após Rony dizer que estava bem. Ele tinha de admitir, tinha algo estranho com aquele garoto. Sentiu uma pequena pontada na sua cicatriz quase ao mesmo instante em que Michel o encarou antes de sair. 

– Por que é que você está olhando assim para o Corner? – perguntou Sara. 

– Não vou com a cara dele... – disse Harry com convicção. 

– E por que? – disse Hermione sorrindo – Por que ele está de olho na Sara também é? 

– Não seja ridícula Hermione – disse Sara rapidamente – Pelo que sei, Michael está muito bem com aquela oriental... Cho Chang... pelo menos é isso o que ouvi Parvati e Lilá conversando na semana passada... com uma modelo daquelas por que iria olhar pra mim...

– Talvez porque garotas comprometidas façam mais o estilo dele... – respondeu Harry com azedume. – E se pegar ele aos cochichos, risinhos e olhares pra cima da minha garota eu o estuporo sem perdão! 

– Eu o ajudo... – respondeu Rony – podemos acerta-lo por engano durante as aulas... 

– Garotos... – disse Hermione girando os olhos das órbitas. 

– Que negócio é esse de “garotos”? Eu nunca fui com a cara dele e Harry também não! – respondeu Rony apoiando Harry. 

– Você não foi com a cara dele por que eu contei sobre ele e Gina, assim como acontece com Dino... por que não admite que ninguém vai ser bom o bastante para Gina! 

Harry pôde perceber que Rony não conseguiu achar uma resposta convincente para dar a Hermione e ele, Harry tinha de socorre-lo. 

– Eu admito que ele tem arrastado asa para cima da Sara, mas foi pelo jeito que ele olhou depois do nosso jogo contra a Lufa que me fez ficar encucado com ele... 

Hermione encarou Harry e Rony se virou para olha-lo, Harry não tinha nem tocado no assunto desde o ocorrido, mas já que tinham um encontro do AD à noite, era melhor deixar a par os seus dois melhores amigos. - ... Malfoy apareceu no corredor da Ala Hospitalar depois que Rony foi atendido, e disse uma coisa que nos fez começar a suspeitar de Corner... A razão para chamar Dino e Gina, é por que Gina conhece Corner melhor do que nós, e tenho minhas razões para achar ele meio diferente... 

– Como assim, diferente? – perguntou Hermione e Rony encarou Harry esperando uma resposta. 

– Bom, eu não achei que ele estivesse muito contente depois que soube que Rony estava bem... E Malfoy disse que se fosse o Rony, tomaria cuidado já que tinha vários inimigos... – disse Sara encarando Harry, o garoto sabia exatamente que Malfoy tinha dito a palavra “Assassino”, para definir o Sr. Weasley, mas a jovem tinha amenizado as coisas. 

– Malfoy me pedindo para tomar cuidado? – perguntou Rony confuso – Ele mesmo não perderia a chance de acabar comigo se tivesse uma chance... mas o que ele quis dizer com vários inimigos? 

– Pelo que eu entendi... – disse Harry – Ele disse que isso pode não ser só coisa de inimigos... Agora você entende por que razão eu estou desconfiando do Corner? Se tem uma coisa que preste em Malfoy é o problema com a concorrência, não admite que tenha um ser vivo que se saia melhor do que ele em alguma coisa... e se ele deu uma pista, acho que é por que ele sabe de alguma coisa.

Hermione encarou Rony e este não teve reação. Talvez fosse apenas impressão, mas Harry sentia que tinha alguma coisa errada com Corner. Ele parecia decepcionado ao ver que Rony estava bem mas não quis comentar nada. 

– E por isso vocês querem que Gina vigie o Corner... – disse Hermione finalmente falando - ... é, se tiver algo errado com ele, ela vai saber nos dizer... 

– Você me disse que Gina só saiu com ele uma vez! – Falou Rony e Harry olhou para Sara. 

– Ah, para com essa superproteção Rony! Gina é bem grandinha para ter uma babá no pé dela... – respondeu Hermione. 

Harry levantou-se e encarou Sara que o acompanhou. – Olhem, não importa quantas vezes Gina saiu com Corner, o que importa é que ela o conhece melhor do que nós... – disse Harry colocando um ponto final na discussão – Vamos Sara? 

O garoto pegou em sua mão e saiu da biblioteca, era incrível como Hermione e Rony podiam discutir por qualquer coisa. Não fazia nem uma hora que ele tinha recebido alta da Ala hospitalar e já estavam discutindo. 

– É bom ver Rony e Hermione discutindo novamente... – disse Sara enquanto percorriam o terceiro andar rumo a torre da Grifinória. 

– Também acho isso... prefiro ver aqueles dois discutindo a ver Hermione daquele jeito que vi há dois dias... – respondeu Harry e então segurou o braço de Sara e ela lhe olhou - ... Rony me contou que viu um vulto atrás dos enfeites na arquibancada dos professores... 

– Hermione me contou... – disse Sara recostando-se na parede, estavam próximos à sala dos professores e no entanto tinha duas gárgulas tagarelas que estavam chiando por vê-los ali. – Ori e Glumberg, vocês querem parar de discutir... o sétimo ano da Grifinória não tem aula... 

– E o que você pensa que somos? – respondeu Ori cruzando os pequenos bracinhos e empinando o nariz – Claro que já sabia disso! E estava dizendo isso a Glumberg aqui... ele é quem é o desinformado! 

– É justamente o contrário... – retrucou a gárgula da direita dando as costas para Ori - ... eu é quem sabia... 

– Vamos entrar na sala... – disse Sara girando os olhos nas órbitas e pegando na mão de Harry – esses dois não vão parar tão cedo... 

A sala dos professores estava completamente vazia, a não ser pelo armário no fundo da sala, que tinha uma aparência antiga e muito mal cuidada. Antes de começarem a conversar, Sara foi até lá e olhou dentro dele. 

– O que está fazendo? – perguntou Harry curioso. 

– Me certificando de que não tem ninguém ali... – respondeu ela fechando as portas do armário – bem, podemos conversar agora sem ninguém para nos interromper... 

Harry recostou-se na longa mesa de madeira enquanto Sara andava até ele. 

– Quem você acha que pode ter sido? – ouviu a voz da garota novamente e esticou seus braços para traze-la para mais perto. 

– Eu não tenho idéia... – respondeu ele – digo, Corner me pareceu decepcionado quando viu Rony hoje na biblioteca... 

– Você está achando que foi ele? – perguntou Sara. 

– Minha primeira alternativa era Malfoy... – respondeu Harry andando até a janela – mas, fiquei desconfiado dele depois do nosso encontro e fui investigar, pelo o que Dino me contou essa manhã, ele estava ocupado demais comandando um coro nas arquibancadas... então... 

– Mas o quê Corner tem contra o Rony? – disse Sara andando até ele. 

Quando Harry abriu a boca para responder ouviram alguém falar com a gárgula do lado de fora. Mais que depressa, Sara o puxou para trás do armário de vestes dos professores. 

– Eu não quero que ninguém me interrompa estão ouvindo? – alguém dizia entrando na porta. E a batendo, Harry sentiu um frio horrível no seu estômago, principalmente por que a voz era de Tonks. Pensou em ir até ela e falar o que Rony tinha visto, mas Sara o segurou. 

– Harry, não... Se algum professor nos pegar aqui estamos perdidos... – disse ela em um sussurro – A sala dos professores é restrita aos alunos... Desilusionar! 

Harry sentiu uma sensação familiar e em menos de minutos ele não via mais os próprios pés. 

– Mas então por que razão entramos aqui? – perguntou ele mas não via Sara. – Cadê você? 

– Estou bem aqui... – e o garoto sentiu a mão da garota pegando a sua - ... não tinha outro lugar para podermos conversar sem sermos ouvidos... shit... ela está vindo para cá... 

Harry enfiou a cabeça para o lado e viu Tonks vir até o armário. E o abrir. 

– Ah, aqui está... Corpus Inflamare! – ouviu a voz dela e então ela fechou a porta do armário novamente e Harry viu uma chama acesa na lareira à frente. Ficou olhando para aquele fogo, não sabia o que Tonks estava pretendendo. E então de repente ouviu uma voz bastante familiar. 

– Tonks? 

– Até que enfim… - respondeu a mulher dando um pulo – Já ia entrar em contato... 

– Eu só estava esperando que a lareira fosse acesa... – disse a voz na lareira, Harry sentiu a sua mão ser apertada por Sara, e ela pelo jeito também tinha reconhecido a voz, era Lupin - ... Molly me contou o que foi que aconteceu com o filho, ele está bem? 

– Está... acabei de o ver com Hermione na biblioteca... – respondeu a mulher agora andando até a lareira – Ainda não sabemos o que foi que aconteceu, apesar de todos afirmarem que foi um balaço, eu tenho certeza de que foi um feitiço do “espinho de fogo”, eu conheço um quando o vejo... 

– Você tem ficado de olho no professor de DCAT como eu pedi? 

– Tenho sido uma verdadeira sombra... – respondeu Tonks – ... mas... o perdi de vista durante o jogo...

– Eu lhe disse para não tirar os olhos dele, não confio em Mesmero, Tonks! 

– Ta eu sei... me desculpe – Harry ouviu Tonks responder – Mas ele estava nas arquibancadas dos professores, eu estava de olho nele e quando aconteceu aquilo com o pequeno Weasley, eu virei e ele não estava mais lá. Não vi quando saiu... 

– De agora em diante, Tonks, acho melhor não tirar os olhos dele... – falou Lupin e Harry pode notar que ele parecia preocupado. 

– Teve algum sucesso com os lobisomens? – perguntou ela. 

– Não... – respondeu ele – não é fácil quando as pessoas que são como eu não admitem que são. E o Ministério não tem o registro de todos... e como Minerva nos informou, pelo menos três estavam em Hogsmade e eu sei que Lobo Grayback estava transitando por lá... 

– Provavelmente eles trabalham para Você-sabe-quem... – disse Tonks. 

– Ou para os Comensais... mas uma coisa é certa, Grayback está trabalhando para Voldemort. – disse Lupin em resposta e Harry continuou a apurar os ouvidos. - ... estou investigando ainda, mas preciso de tempo... 

– E isso é algo que não temos... – respondeu a Tonks 

– ... tem visto Harry? Queria conversar com ele mas não tenho tido tempo... – acrescentou Lupin.

– Ele me parece bem, claro, ficou um pouco abalado com o que aconteceu com o amigo, mas Sara não desgrudou dele... – disse ela - ...Ah, antes que eu esqueça, Dumbledore já descobriu quando vai ser o tal evento interplanetário que os trouxas estão informando? 

– Não tenho visto Dumbledore, pelo menos não pessoalmente... – respondeu Lupin e Harry novamente sentiu a mão de Sara apertar-lhe o braço - ... e tem sido um pouco difícil com o que está acontecendo, mas você tem ficado de olhos bem abertos nos alunos não? Aqueles que eu lhe avisei... 

– Tenho, e depois do que aconteceu na minha primeira aula... o filho de Lúcio tem um concorrente muito forte... – respondeu Tonks.
Harry levantou o braço para tentar ouvir mais e sem querer tocou na estátua que estava ao lado do armário, ela balançou e então caiu com um estrondo no chão, Tonks levantou a cabeça e olhou para a sua direção parecendo confusa. Harry encostou-se na parede empurrando Sara junto com ele, uma fissura na parede se abriu e ele acabou caindo para trás em uma espécie de buraco onde a passagem se fechou logo que os engoliu. 

– Sara? – perguntou ele tateando o chão, com a escuridão ele tirou a varinha do bolso - Lumus! 

– Ilusionar... – ouviu a voz de Sara e então ela se materializou na sua frente. – Ilusionar!
Agora a jovem apontava a varinha para ele e Harry começou a ver suas pernas e então seu corpo e logo estava visível outra vez. 

– Você tem alguma idéia de onde estamos? – perguntou Sara ao garoto. 

– Talvez em uma das passagens secretas, Fred e Jorge me disseram que havia muitas... – respondeu ele agora tentando iluminar os caminhos. 

– Onde é que essa vai dar? Eu não me lembro de ter lido no mapa do maroto alguma passagem na sala dos professores... 

– Talvez, os marotos não soubessem... – disse ele a Sara mas então olhou para ela e ela começou a rir – é, eu também acho que eles conheciam o castelo melhor do que qualquer um... 

– Será que não é essa aquela que está bloqueada? – perguntou Sara – Me lembro de ter lido alguma coisa, quando os Weasleys lhe entregaram o mapa... 

– Pode ser... – disse ele a acompanhando – só o que me está encucando, é por que Lupin investigaria os lobisomens? 

– Harry, é simples... não virão Narcisa em Hogsmade? Talvez estes trabalhassem para ela, não deduzimos que ela era a tal “alguma coisa” Jones, que espalhou o tal Sinistro? – Harry confirmou com a cabeça enquanto andavam em um corredor estreito que parecia agora descer. – Então? Agora temos certeza de que era uma cilada para pegar você... mas de que evento interplanetário trouxa Tonks estava falando? 

– Não tenho idéia, mas o que me preocupa é o professor Mesmero, se não é ele o tal discípulo de Voldemort que Kingsley falou... 

– Isso explicaria por que não vou com a cara dele... – disse Sara chegando a uma espécie de porta e apontando a varinha – Lumus! 

– E por que eu tenho a impressão de já tê-lo visto antes... – disse Harry agora forçando a passagem e a abrindo. O garoto colocou a cabeça para fora e então sorriu. – Você não vai acreditar, mas estamos nos porões da Lufa-Lufa...