Fanfic: Harry Potter e o Livro Perdido | Tema: Harry Potter
– Bem, foi isso... – terminou Harry enquanto Hermione e Rony o olhavam pasmas, tinha acabado de contar tudo o que tinha ouvido na sala dos professores. Já era noite e estavam todos, os quatro sentados na sala Precisa esperando Gina e Dino.
– Mas eu ainda acho que não é por isso que tenho essa impressão do professor Mesmero... – disse Hermione andando pela sala - ... é como se a maneira dele falar, ou se comportar, eu já tivesse visto antes...
– Claro que já viu, eu cansei de lhe dizer que ele deve ser parente do Lockhart... – disse Rony jogando-se nas almofadas.
– Deixa de besteiras, não é do Lockhart, tem algo nele, que eu não sei como explicar, mas me é muito familiar... – falou Hermione.
TOC TOC.
Harry correu para a porta e a abriu, Gina e Dino entraram depressa e então depois de ver se não havia ninguém os seguindo, trancou a porta.
– Não se preocupe, ninguém nos seguiu... – disse Gina sentando-se no degrau da sala.
– Por que todo esse segredo Potter? – perguntou Dino confuso e então Hermione contou tudo de uma maneira resumida. Harry não poderia deixar Hermione contar de onde eles tinham tirado a idéia de que havia mesmo um súdito de Voldemort, e para não colocar mais ninguém em perigo e parecendo ler sua mente, ela somente contou o que eles estavam suspeitando.
– Entendeu agora? eu não sei direito o que é que está havendo, mas Corner está agindo estranho e ele não me pareceu muito contente quando eu disse que Rony estava bem...
– Deixa ver se eu entendi... – disse Dino encarando todos - ... Vocês acham que tem alguém, aqui na escola está praticando Artes das Trevas sem permissão. E se não bastasse, ainda acham que esse alguém está a serviço de Você-sabe-quem... – Eles confirmavam ao final de cada frase de Dino - ... Olha galera, eu não entendo muito dessas maluquices mas, não acha que a professora Minerva saberia de alguma coisa caso isso fosse verdade?
– E de onde você acha que tiramos essas suspeitas Dino?– disse Sara ficando em pé – Ser sobrinha da Diretora às vezes faz a gente ouvir mais do que deve... Ela pode controlar os alunos dentro da escola, mas não lá na floresta proibida, você sabe tanto quanto eu que lá tem vários tipos de seres mágicos, ela não pode proibir os seres de executar sua magia natural pode?
– E a maior prova, foi o que aconteceu a Rony... – disse Hermione levantando-se - ... foi um feitiço, eu sei e os professores também...
– Além disso, só queremos que Gina fique de olho em Corner... – disse Harry – Ela o conhece melhor, saberá se ele vem agindo diferente do normal ou não... e você irá ajudar Dino, ainda falta falar com Neville, pois precisamos ficar de olho em Malfoy também...
– Está certo, mas, se virmos alguma coisa como vamos fazer para chamar vocês? – perguntou Gina coçando a cabeça – se for algo urgente por exemplo, não vamos poder sair correndo pra contar...
– Por isso eu tive uma idéia... – respondeu Hermione – Sara me passa aquela caixa azul... – a garota lhe entregou a caixa e então Hermione a abriu orgulhosa – Esses são espelhos comunicadores, ouvi Lupin certa vez contando como ele e... – Harry teve a nítida impressão de que Hermione falaria Sírius, pois ele tinha um espelho daqueles, e Harry o par. Olhou para a garota e viu seu olhar e então ela praticamente mudou o que pretendia dizer - o pai de Harry se comunicavam quando estavam afastados ou cumprindo alguma detenção separados, claro que fiz umas modificações, eles têm alcance ilimitado, e todos nós vamos poder conversar caso precisemos...
A jovem começou distribuir os espelhos, tinham mais ou menos uns 10cm de altura e largura.
– Mas achei que esses espelhos só podiam servir para duas pessoas? – perguntou Dino pegando o seu.
– Bem, eu dei uma ajudinha no feitiço e basta você tocar com a varinha no espelho e dizer o nome da pessoa com quem quer conversar... legal não é?
– Hermione... você é tão inteligente que chega a assustar sabia? – Disse Dino encarando o espelho assustado.
– Vou interpretar isso como um elogio... – disse Hermione sentando-se ao lado de Rony - ... Agora vocês entendem por que razão não podemos comentar nada?
– E vocês já pensaram que... – começou Gina - ... talvez não seja nenhum deles?
Todos olharam para ela curiosos, e a garota se mexeu na almofada – Sim, porque... somos poucos cobrindo os dois maiores suspeitos pelo que eu entendi, mas e se não forem eles?
Até aquele momento Harry não tinha pensado nisso, e se essa fosse a intenção? Desviar a atenção deles dos verdadeiros culpados colocando os mais prováveis.
– Eu também pensei nisso... – ouviu Sara dizer - achei até provável que pudessem estar querendo desviar a atenção de alguém que oferecesse menos suspeita, mas não existe ninguém em Hogwarts capaz de driblar os olhos dos professores a não ser Malfoy ou algum outro da Sonserina. Ele não se deixa amedrontar se tiver alguém como escudo, e, sinceramente temos um novo professor que poderia muito bem estar acobertando essas escapadas...
– Você está falando do Snape? – perguntou Rony coçando a cabeça e Hermione o olhou com cara feia.
– Dumbledore confia no Snape... – respondeu Gina - ... você cansou de ouvir a Hermione dizer isso Rony...
– Estou falando de alguém que não conhecemos direito, de alguém que chegou aqui na escola e praticamente ganhou a confiança dos alunos sem o mínimo esforço... – disse Sara e Harry percebeu na hora de quem é que se tratava.
– Professor Mesmero... – disse ele baixinho e Dino começou a gargalhar.
– Você pirou por um a caso Sara? O Mesmero tem tanto amor pelo Malfoy quanto Harry tem pelo Snape... – disse ele.
– E se isso for só uma encenação? – disse Harry sentando-se novamente - ... Quem suspeitaria de um professor que todos gostam, de estar ensinando ou ajudando os interessados em Artes das Trevas?
– Harry tem razão... – disse Hermione agora levantando-se - ... Desde o primeiro dia que ele entrou aqui, não tenho muita afeição por ele. E esse comportamento intolerante dele pelo Malfoy, é de se suspeitar...
– Mas mesmo assim, somos muito pouco para ficarmos de vigia... todos da Sonserina podem ser suspeitos não?
– Estamos indo com calma pois não sabemos em quem confiar... – disse Harry encarando Dino - ... quando soube dessa desconfiança da diretora, eu pensei em começarmos com o AD, mas depois do que aconteceu com a Edgecombe naquela vez, achei melhor colocar só gente de confiança... começando por vocês dois.
O garoto pode ver um olhar de orgulho nos seus amigos quando disse isso. Dino se esforçara bastante nos últimos tempos de AD e, Gina tinha sido muito corajosa e bem inteligente contra os comensais nos últimos dias.
– E quem mais vai entrar? – perguntou Gina – Eu posso chamar Luna...
– Por enquanto Gina, acho que só nós e o Neville... – disse Hermione - quanto menos gente souber que estamos de olho em Malfoy e Corner, mais informações conseguiremos...
– Eu posso ver com Luna se ela consegue tirar alguma coisa da Chang... – disse Gina – Ela ainda mantém contato com ela...
– Já é um bom começo... – disse Harry – Agora acho melhor voltarmos para a torre, temos muita coisa para rever para os NIEMs.
Depois de uma interminável revisão de Astronomia para o dia seguinte, Harry subiu com Rony para o quarto. As garotas ainda haviam ficado conversando e revendo as últimas anotações. O garoto não se sentia bem mas não quis comentar nada, fazia um bom tempo que as mesmas sensações de cansaço o estavam acompanhando. Puxou os cobertores enquanto Rony vestia o seu pijama e um peso em sua cabeça o fazia sentir vontade de deitar-se na cama e ficar ali por horas. Foi ao banheiro, lavou o rosto e quando chegou ao dormitório, Rony já roncava alto. Harry olhou pela janela e a lua em forma de foice brilhava em meio às nuvens escuras que ultimamente eram a marca das noites. Harry não tinha comentado nada, mas tinha a impressão que o clima, apesar de muitas vezes quente tinha um vento que soprava gelado, como que trazendo um aviso do mal que estava por acontecer. Não sabia se Voldemort tinha o poder de interferir no tempo em si, mas não duvidava que sua maldade era sentida em tudo a sua volta. Olhou mais uma vez a lua que agora era uma mancha clara escondida entre as nuvens e então se deitou. O seu corpo parecia uma pedra quando se deitou na cama, e a escuridão do dormitório foi o encobrindo. Harry abriu os olhos e encarou a escuridão, sentiu um ar frio no seu rosto, mas ele lembrava-se de que as janelas estavam fechadas, não havia por onde entrar aquele ar frio. Sentiu mais uma vez suas pernas andando sem que ele as comandasse. Em meio à escuridão, Harry percebeu algo se movendo. Apertou os olhos e então sentiu algo sobre seus pés, era como se tivesse um terreno fofo debaixo deles. Um vento frio novamente castigou a face do garoto e então as coisas ao seu redor começaram a aparecer. O garoto não sabia se realmente havia alguma luz ou se seus olhos tinham se acostumado com a escuridão. Viu uma pequena coisa se mover ao longe, e motivado a saber onde estava deu um passo, mas seu pé escorregou e quando olhou para baixo, viu somente um vazio, como se estivesse no alto e um precipício. Ele recuou assustado e levantou a cabeça, estava no meio da neve, só a razão de estar lá ele não sabia. Mais uma vez olhou em volta, havia muitas sombras negras cercando o lugar, talvez estivesse em algum descampado, coberto de neve.
– Onde é que eu estou? – pensou o garoto.
Nesse instante viu um ponto luminoso cortando o céu, talvez fosse um avião, mas a luz ficava maior a cada minuto. Ficou observando aquela luz crescente e sentiu uma dor terrível na sua cicatriz. Mas não conseguia desviar os olhos daquela luz que se movia como se tivesse vontade própria. A Luz foi se aproximando, ou ele estava sendo levado até ela. Harry não sabia dizer, mas viu uma parte daquela luz se dividir em duas e uma delas continuar seu caminho através do céu. Agora ele entendia, era o mesmo cometa que vira em um de seus sonhos. O mesmo cometa que estava sendo anunciado no jornal por meses. Esse era o evento astronômico que Tonks tinha falado.
Olhou novamente para o cometa que passava agora no céu à sua frente com mais calma, não devia se preocupar, era só uma lembrança do que havia lido no jornal. A calda do cometa começou a tomar mais distancia uma da outra, como se cada uma tivesse o próprio cometa a seguir. Harry ficou observando aquele estranho fenômeno boquiaberto sem entender, e para sua surpresa, uma das caudas pareceu se desprender do cometa e vir em sua direção. O garoto tentou correr, mas era como se suas pernas estivessem presas no chão. O céu começou a se mover como se fosse uma cortina de nuvens abrindo espaço para aquela bola dourada que vinha diretamente para ele. Um medo horrível foi crescendo dentro de Harry do mesmo jeito que à distância entre ele e aquela bola de fogo ficava cada vez menor.
Harry olhou apavorado aquela bola de fogo vir caindo e estranhava, um cometa jamais agiria daquela forma. Tinha de ter uma explicação. E não demorou a isso acontecer, Harry sentiu novamente a forte dor em sua cicatriz. Olhou novamente para aquela bola que vinha em sua direção crescendo cada vez mais e agora ela parecia ter um rosto, ou pelo menos ele achava que era um rosto. A sua cicatriz doeu mais fortemente, e o jovem teve a nítida impressão de ouvir uma gargalhada acompanhar a chegada. Ele não podia fugir, podia sentir o calor se aproximando, e a luz começar a ficar cada vez mais forte. Levou a mão aos olhos para proteger da claridade e sem saber se era por seus olhos estarem embaçados pela dor ou se realmente era verdade, viu duas fissuras no cometa, eram como olhos vermelhos. Olhos que ele já tinha visto antes, e quando se deu conta de quem pertencia os olhos, ouviu a voz nasalada e horrenda de Voldemort pronunciando palavras que ele nunca tinha ouvido antes. Em meio a estas, ele conseguiu entender apenas três, as mesmas que ele tinha ouvido em um outro sonho, Cometa, poder e escuridão. Harry sentiu um calor insuportável e então a claridade o cegou.
– Bom Dia!!!
Harry sentou-se na cama quase ao mesmo tempo em que ouvia Rony lhe acordar e puxar as cortinas de sua cama deixando entrar um sol forte pela janela.
– O que é que você tem? – perguntou Rony e Harry virou-se para ele.
– Nada... – disse o garoto passando a mão sobre a testa, sua camisa estava ensopada e o rosto completamente molhado. Tinha tido outro pesadelo.
– Anda rápido, as garotas estão nos esperando e a aula da professora Sinistra foi transferida para agora de manhã... – disse Rony o encarando – Tem certeza de que não está passando mal? Você está com uma cara...
– Estou bem... – disse Harry já se levantando - ... Vou tomar um banho e encontro vocês no salão principal...
– Ta certo, mas vê se não demora ou vamos nos atrasar... – respondeu Rony saindo do dormitório.
Harry correu para o banheiro e tomou um banho rápido, e voltou ao dormitório para vestir seu uniforme. Não que se sentia mal, mas estava exausto como se tivesse viajado quilômetros de um pólo ao outro. A razão de ter sonhado com aquele cometa não era uma novidade para ele, mas a maneira com que o cometa se transformava em Voldemort era inédita. E isso sim o estava lhe perturbando. Percorreu o corredor do sétimo andar e pegou alguns atalhos, chegando rapidamente ao salão principal.
– Bom dia... – ouviu a voz de Hermione sentada ao lado de Rony.
– Bom dia... – respondeu ele sentando-se ao lado de Sara. Não queria preocupa-la com isso mas tinha que procurar alguma ligação entre Voldemort e aquele cometa.
– Tem certeza de que é mesmo um bom dia? – ouviu a voz de Sara e então olhou para ela – Você está pálido...
– Só estou um pouco cansado, não dormi bem... – respondeu ele e então sentiu sua cicatriz dar uma fisgada. Movido por um impulso, olhou para a porta de entrada e viu Michael Corner e logo atrás dele Snape entrar. Harry tentou disfarçar mas viu o olhar que seu professor de Poções lhe lançou antes de seguir para a mesa da Sonserina.
– Nossa! Vamos logo ou vamos perder a aula... – disse Hermione.
– Tem certeza de que está bem? – ouviu a voz de Sara e então a encarou.
– Eu vou ficar bem... – respondeu ele pegando em sua mão.
Harry não gostou muito da maneira de olhar de Snape, mas não comentou nada com ninguém. E pelo visto, também não tinham notado que sua cicatriz tinha doido. Antes de sair, Harry olhou novamente para o salão mas Snape não estava mais o encarando.
– Durante um eclipse solar, a sombra da Lua na Terra tem sempre menos que 270 km de largura. O motivo é óbvio: A Lua é muito menor do que o nosso planeta! – Dizia a professora Sinistra em mais uma aula de Astronomia. Harry não tinha muita dedicação as aulas teóricas e já nas práticas ele era muito pior. Mas com muito esforço conseguira um “Excede expectativa” e por isso tinha que comparecer as aulas. Não sabia o que isso ajudaria na profissão que ele escolhera, mas, tinha de cumprir ou não se formaria. Ele olhou para Sara que estava sentada ao seu lado e ela parecia distante, não quis puxar assunto pois isso implicaria em ter que contar a ela sobre o tal sonho que ele particularmente não entendia. Abaixou os olhos e começou a rabiscar o pergaminho enquanto a professora continuava - Como a sombra se move à pelo menos 34 km/min para Leste, devido à órbita da Lua em torno da Terra, um eclipse solar dura no máximo 7 minutos e meio.
Harry voltou seus olhos para fora, fazia um tempo espantosamente lindo, como não se via há vários meses.
– Ah, você ganhou de novo Weasley... – Harry ouviu Simas reclamando e virou o pescoço, seus amigos jogavam o jogo da velha e pelo jeito Rony estava ganhando de lavada.
– Aula interessante não? – perguntou Rony sarcástico e Harry apenas confirmou com a cabeça virando-se novamente para frente da sala. Agora sua professora parecia muito mais empolgada do que antes só ele não sabia a razão já que não via o que eclipse e planetas tinham a ver com ser auror.
– Durante um eclipse solar, o céu se torna escuro o suficiente para se observar os planetas e as estrelas mais brilhantes... Inclusive os cometas! Eis o porquê de este eclipse em especial ser tão espetacular!
– Que evento? – Harry ouviu a voz de Anthony Goldstein e voltou sua atenção a professora – Não vimos nada de tão especial no Profeta a não ser a passagem do cometa Hauros que faz meses tem sido anunciado...
– Bem... – disse a professora sem graça - o senhor sabe como as previsões astrais podem ser incorretas... – Harry notou que Lilá Brown e Parvati pareceram se incomodar com o comentário da professora - e ninguém conseguiu prever esse eclipse que pegou muitos bruxos e até mesmo trouxas de surpresa... mas isso só vai enriquecer ainda mais o fenômeno que foi visto pela última vez à quase 18 anos! Além do eclipse em si, teremos nos céus, como o nosso colega Sr. Goldstein nos informou, o cometa Hauros que tem esse nome por ter sido visto primeiramente por Herbert Hauros, um astrônomo muito conceituado e com quem eu tive o privilégio de aprender o que sei. Mas voltando ao assunto...
Harry estava observando atento o clima do lado de fora, mas quando Anthony falou sobre o cometa, o garoto girou o pescoço tão rápido que sentiu seus músculos desaprovarem o movimento. A lembrança do seu sonho veio a sua mente mais forte que antes, mas ele não se lembrava de ver algum eclipse, só o cometa se dividindo em dois. Sentiu alguém lhe tocar no braço e então olhou para Sara que parecia concentrada no que a professora dizia, desviou sua atenção a professora que falava eufórica.
– Como é extremamente perigoso olhar o Sol diretamente, levaremos lentes apropriadas...
– Levaremos? – agora era Padma quem perguntava.
– Sim, iremos ver esse acontecimento do vilarejo de Hogsmade... – disse a professora – É algo que raramente acontece e vocês não poderam perder... Por isso, lembrem-se de na próxima vez que forem a Hogsmade, comprar esse equipamento caso não o tenham...Porque mesmo uma pequena exposição danifica permanentemente o olho, sem apresentar qualquer tipo de dor!
Houve uma espécie de murmúrio durante os minutos que se seguiram, Rony parecia empolgado com o assunto mas Harry não tinha uma boa impressão. Tinham muitas coisas para fazer, coisas a investigar. Não poderia sair do castelo, pelo menos isso era o que tinha sido especificado pela diretora. Então a professora fechou a caixa mágica e com um gesto fez desaparecer as imagens do quadro de giz e do quadro de imagens. Tornou a sentar-se.
– Espero que esse bando de babacas não faça como os antigos e saiam correndo achando que é um “mau presságio” ou que o mundo está acabando... – disse Draco debochando de Lilá que deixou escapar sua última consulta com a mestra da adivinhação.
– Sim, Senhor Malfoy, eu ia justamente abordar esse tema que o Sr. mencionou. A história dos eclipses, eles eram fenômenos celestes que traziam muita preocupação e angústia civilizações passadas e, até mesmo hoje, geram grande temor em alguns segmentos menos esclarecidos... Tanto entre os trouxas, quanto entre os bruxos.
– Será que Parvati e Lilá não vão parar de interromper a professora? – ouviu a voz de Sara. – Nem tudo é como a Trelawney diz...
– E você acha que elas acreditam em outra coisa que não seja aquela coruja? – disse Harry - ... mas eu achava que Trelawney tinha sido substituída pelo Firenze...
– Na verdade, Dumbledore dividiu as turmas entre os dois... – respondeu Sara acariciando a face com a pena - ... mas tenho absoluta certeza de que ela não gostou disso nem um pouco, quando a encontrava na sala dela, ela se referia a Firenze como pangaré... e não faz o mínimo esforço para esconder que o detesta...
– Ciúmes eu acho... – respondeu Harry já imaginando como Trelawney estaria se sentindo por ter um concorrente que ele tinha certeza era realmente melhor do que ela. Virou-se para a professora e continuou observando, estava muito empolgada com o rumo da aula.
– Quando ocorriam fenômenos como os eclipses ou mesmo a passagem de algum cometa, naturalmente as pessoas de antigamente, julgavam que os deuses estavam zangados ou que anunciavam tragédias, como guerra, fome ou a morte de algum rei. – Harry olhou novamente para Rony que agora estava dormindo sobre a carteira.
– Deixa a Hermione ficar sabendo sobre essa dedicação do Rony... – Harry ouviu Sara e ela sorriu para ele.
– Mas você não vai contar vai? – perguntou Simas preocupado.
– Não sou dedo duro... – respondeu Sara agora se virando para frente e Harry só olhou feio para Simas.
– Bem... Alguns bruxos ligados à arte da Adivinhação ainda acreditam que eclipses e cometas sejam realmente presságios e não um evento astronômico. Os eclipses eram atribuídos à ação de dragões, lobos, porcos ou serpentes que devoravam o Sol ou a Lua. Magos ou bruxos eram, então, convocados para expulsar os “monstros” ou os “maus espíritos”...
– Você sim é quem sabe expulsar um dragão... – Harry ouviu Rony dizer em meio a um bocejo.
– Eu não expulsei um dragão, só enfrentei um... – disse Harry em um murmúrio – E isso é completamente diferente Rony...
– Na Índia meus avós sempre contavam que quando eram pequenos, os mais velhos os instruíam a bater panelas e fazer muito barulho para afugentar monstros... – Agora era Padma Patil quem parecia muito interessada no assunto. Harry não agüentava mais ficar sentado naquela sala com o dia raiando lá fora, precisava de ar puro.
– Sim Srta. Patil, eles acreditavam que esse “monstro”, engolia o astro. E se não estou enganada, os romanos erguiam tochas para o céu, na tentativa de substituir a sua fonte de luz... – A campainha tocou e então todos começaram a arrumar suas coisas mas antes que todos estivessem saído a professora ainda conseguiu gritar. - Qualquer dúvida sobre a nossa excursão, me procurem ou mandem uma coruja que eu estarei disposta a ajudá-los. E não esqueçam de que quero uma pesquisa sobre eclipses solares que ocorreram no passado, ouviram?
– Nossa... – Harry ouviu a voz de Rony atrás de si - ... a professora sabe ser quase tão animada quanto o professor Binns...
– Animação à parte, acho melhor você ir lavar esse rosto Rony, sua cara está amassada... – disse Sara jogando a mochila nos ombros - ... e se Hermione desconfiar que você dormiu durante a aula toda...
– Mas não foi à aula toda... – disse Rony parando próximo ao banheiro do terceiro andar.
– Não, imagina... só da metade da primeira hora até o final da segunda... – disse Simas os alcançando – e sinceramente Weasley, lave essa cara... está com a marca do livro nela...
Harry viu Rony correr para o banheiro e Simas foi atrás dele. Mas não ligou, estava perdido em seus pensamentos e na voz que tinha ouvido. Era Voldemort, ele tinha certeza disso. O problema era qual o significado de tudo?
– Harry, tem certeza de que você está bem? – ouviu Sara lhe perguntar e então pareceu voltar dos seus pensamentos.
– Estou... – respondeu ele e então passou o braço pela cintura da garota - ... é só esse calor, estava muito abafado na sala de aula...
– É só isso? – perguntou a garota novamente e ele a encarou.
– E o que mais você acha que seria? – Harry olhou para a jovem que o encarava um pouco desconfiada. Era a segunda vez que sonhava com isso e agora esse tal cometa aparecia nos seus sonhos transformando-se no seu pior inimigo.
– Não sei, é que... você ficou estranho quando a professora Sinistra falou sobre o cometa. E também levantou um pouco abatido... mas, se não quiser falar...
– Está bem, eu tive um pesadelo estranho na noite passada e... foi a segunda vez que ouvi umas coisas... mas não é nada, todo mundo tem falado sobre esse cometa e acho que meus medos acabaram se misturando com a fantasia... foi isso... – respondeu ele escorando-se na parede.
– E... como foi esse sonho? – perguntou ela e Harry a encarou por uns segundos, não podia mais ficar escondendo esse pesadelos que vinha tendo. Mas não contaria que a tinha visto em um caldeirão, não tinha motivo para preocupa-la.
– Na primeira vez, eu... vi um livro com uma foto desse cometa de duas caldas, e ao lado vi uma espécie de descrição, mas não entendi muito bem o que era... me lembro vagamente de três palavras: Cometa, poder e escuridão... mas não me pergunte o que significam por que ainda não descobri...
– Na primeira vez... então, você sonhou com isso de novo? – perguntou ela depois de o encarar por alguns minutos.
– Não exatamente a mesma coisa... – respondeu Harry agora andando até uma das janelas e olhando o tempo do lado de fora – Ontem eu vi esse cometa de duas caldas no meu sonho, não vi nenhum eclipse ou qualquer outra coisa a não ser esse cometa. Em uma hora ele cortava o céu e no segundo seguinte se partia em dois e uma das partes vinha em minha direção...- Harry agora sentia as mesmas sensações que havia sentido durante a noite - ... tive o pensamento de que era apenas um sonho maluco por causa dessa noticia que não parava de sair no jornal, mas, no mesmo instante em que fui tentar fugir, meus pés estavam presos na neve e eu então senti uma dor forte na minha cicatriz e olhei para o cometa... – Ele procurou os olhos de Sara e os encontrou alguns poucos passos dele - ...Havia olhos, olhos de cobra vermelhos... e eu o ouvi, ouvi dizendo algo em uma língua esquisita, alta em algumas partes e inaudíveis em outras... só distingui novamente essas três palavras...
– E, o que aconteceu depois? – perguntou a garota e ele desviou os olhos para o lago do lado de fora.
– Rony me acordou... – disse ele e então voltou a encarar a jovem que agora parecia realmente preocupada. -... eu não entendo o que isso quer dizer...
Sara se aproximou dele nessa hora e o abraçou. Harry jamais pensou que poderia estar precisando de algo assim mas, foi essa ação da garota que o fez sentir seu coração ficar mais leve. Apertou contra seu corpo sentindo que o calor e força que emanava da garota parecia desfazer o peso em seus ombros.
– Você vai ver que isso foi só um pesadelo bobo... – disse ela com um sorriso tímido e ele lhe fez um carinho na face - ... está bem, seus sonhos não podem ser considerados bobos. Você contou isso a mais alguém?
– Você é a primeira a saber... – respondeu ele e pode perceber que a jovem havia gostado de saber disso - ... não esqueci da minha promessa, mas, queria que não precisasse passar por tudo isso...
– Passaremos por isso de um jeito ou de outro... – respondeu a garota segurando em sua mão – Voldemort está agindo, eu sei disso e você é a única pessoa capaz de saber como ele pensa. Se tiver algum bruxo que seja capaz de antecipar o que ele fará, esse alguém é você Harry...
Sara então olhou para fora e ficou calada por alguns momentos. Harry a observou enquanto tentava adivinhar seus pensamentos e então ela virou-se de repente para ele.
– Espera aí... você lembra do que ouvimos a Tonks dizer sobre um evento interplanetário? – perguntou a garota e algo pareceu iluminar a cabeça de Harry.
– Mas é claro! Esse é o evento que Dumbledore os avisou... – disse Harry – Será que é isso? Que Voldemort está esperando para fazer alguma coisa quando isso acontecer?
– Lembra o que Hermione nos disse sobre influências de elementos da natureza ou coisa do tipo? Bem, acho que Voldemort pode estar tramando alguma coisa sim... e pelo o que você me contou sobre seus sonhos, Harry, não duvidaria que você tem vagado pelos pensamentos dele enquanto dorme...
– Contanto que ele não invada os meus... – disse ele agora preocupado, mas depois que tinha aprendido a limpar sua mente, dificilmente alguém conseguia revirar sua cabeça - ... mas, se eu estiver entrando nos sonhos ou pensamentos dele... ele também pode ou poderá entrar nos meus...
– Talvez sim, ou talvez ele não tenha percebido que isso aconteceu com você... – disse Sara - ... Harry, você pode não achar, mas, Voldemort não vai querer invadir sua mente aqui em Hogwarts, não com tanta gente te vigiando...
– Mas se ele conseguiu “me controlar” de alguma maneira com você... – disse ele agora ficando preocupado, ele sabia que tinha sido Voldemort quem o fizera agir daquela forma com Sara, mas ela veio até ele e segurou sua mão.
– Mas ele não o controlou completamente... – disse ela com um sorriso e lhe deu um beijo.
O garoto sorriu um pouco sem jeito para Sara e lhe abraçou novamente. Ela estava certa, se tinha alguém que sabia o que passava pela cabeça de Voldemort, esse alguém era ele. Tinha de ter uma resposta ou alguma ligação entre esses seus sonhos.
– Ei... – ouviu a garota dizer e então a encarou espantado.
– O que foi que eu fiz? – perguntou ele rapidamente.
– A questão não é o que você fez... bem, é mas...
– O quê? – perguntou ele e a garota pegou em sua mão.
– Você se lembra quando o professor Mesmero chegou e lhe pediu se você tinha sofrido alguma espécie de “efeito colateral” por causa dos feitiços que ele fazia em você?
Harry parou por alguns instantes e a encarou, como ele pôde ser tão cego! – Mas é claro... por isso eu não me lembrava do que acontecia durante os minutos que estava ajudando Mesmero... – ele abraçou a garota e lhe deu um beijo – você é um gênio!
– Não completamente... mas acho que se chamarmos mais uma mente esperta, chegaremos a algum lugar... – disse Sara pegando na mão do garoto e começando a andar – Temos que achar Hermione... e você vai contar tudo...
– Vamos com calma... – disse ele - ... não tenho muita certeza sobre os meus sonhos, e talvez seja o próprio Voldemort quem esteja me iludindo...
A jovem concordou com ele e ambos caminharam pelos corredores até a torre da Grifinória. Harry sabia que aquela era a hora de reverem todos os fatos conseguindo até aquele momento.
Autor(a): vision2018
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O jogo contra a Sonserina estava se aproximando, assim como a excursão do sétimo ano para Hogsmade para ver o tal cometa. Harry não tinha a mínima vontade de ir a essa excursão mas, faltavam apenas dois meses e meio para finalmente prestarem o exame dos N.I.E.Ms e não poderia dizer que não iria ou Adeus formatura, claro que a ...
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