Fanfics Brasil - Brincando de Espionar Harry Potter e o Livro Perdido

Fanfic: Harry Potter e o Livro Perdido | Tema: Harry Potter


Capítulo: Brincando de Espionar

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O jogo contra a Sonserina estava se aproximando, assim como a excursão do sétimo ano para Hogsmade para ver o tal cometa. Harry não tinha a mínima vontade de ir a essa excursão mas, faltavam apenas dois meses e meio para finalmente prestarem o exame dos N.I.E.Ms e não poderia dizer que não iria ou Adeus formatura, claro que a viagem fazia parte dos NIEMS, como exame prático e seria o último exame que prestariam, mas mesmo assim o garoto sentia um embrulho em seu estômago só de pensar. Sara não tinha comentado nada com Rony ou Hermione sobre o que tinham conversado embora ele soubesse que ela queria fazer isso. Harry não iria esperar muito para lhe contar, mas como ela mesma lhe disse, ele é quem devia decidir isso. Então, enquanto reviam as anotações sobre feitiços que seu professor havia lhes passado, Harry então contou tudo aos colegas, e isso pareceu aliviar o peso que carregava há vários meses. Mas o único problema, foi ouvir a indignação de Hermione sobre a omissão de Harry.

– Por que raios você não nos contou isso antes Harry! – ralhou Hermione sentada em uma das mesas da biblioteca – Já teríamos alguma coisa a uma altura dessas. 

– Me desculpa ok? Achei que não era tão importante já que tenho tido sonhos esquisitos há muito tempo... – respondeu Harry folheando um livro de Astronomia. 

– Não tem nenhum livro que fale sobre esse cometa? – disse Sara chegando com mais uma pilha de livros sobre estrelas – Tenho a leve impressão de que estamos procurando nos lugares errados. 

– Mas o que é exatamente que estamos procurando – perguntou Rony fechando um livro – Ainda não entendi qual é... 

– Harry viu o tal cometa de duas caldas, se eu estiver certa... – disse Hermione virando as páginas fervorosamente – é mais ou menos como o eclipse que tivemos no ano passado... esses livros antigos sempre falam da influência de astros ou fenômenos da natureza... é uma espécie de prazo para se fazer tal coisa... se não conseguir até a data que é marcada... o feitiço não tem o mesmo efeito... eu tenho certeza que já li sobre isso antes... mas aonde? 

– Ah... – respondeu Rony.

– Sabe... – disse Sara - ... que feitiço será que o professor Mesmero lançava em Harry?

– Eu não tenho idéia...– disse Hermione deixando o livro de lado. Mas só pode ser algo das Trevas... 

– Seja qual for o feitiço, ele não conseguiu o que pretendia... – respondeu Harry encarando os companheiros – e apesar de não termos provas, até que as coisas fazem sentido...

– Como assim? – disse Rony agora prestando atenção.

– Bem, o professor Mesmero estava aqui para tentar me controlar...– respondeu Harry – mas, o que eu não entendo... é por que eu não sinto minha cicatriz arder quando o vejo? 

– Isso é realmente estranho... - disse Rony mas Hermione o interrompeu.

– A não ser que ele não trabalhe para Voldemort diretamente... – disse a garota e eles a olharam – Raciocinem comigo... quem aqui tem pais comensais...

– Ok, mas o quê a Cobra mãe ganharia mandando Mesmero enfeitiçar o Harry? – Perguntou Rony e Harry começou a pensar rapidamente, não conseguia achar nenhuma ligação a esse respeito e as coisas começavam a complicar-se novamente.

– Espera só um momento... – disse Sara os encarando – Voldemort não poderia controlar o Harry através do Professor Mesmero, mas o próprio Mesmero poderia controlar o Harry... 

– Onde quer chegar? – perguntou Hermione e Harry sentiu novamente sua mente começar a trabalhar. 

– Me fazendo entrar para o grupo do Malfoy... – disse ele sério - ... só pode ser isso, Mesmero tentou me controlar para que eu entrasse no “grupo” do Malfoy... assim, talvez 
fosse mais fácil para Voldemort acabar comigo... 

– Mas o que ele não contava era que Mesmero não conseguiu controlar Harry completamente... – terminou Hermione – mas por que razão o professor Mesmero iria se vender a Mãe de Malfoy e não trabalhar diretamente para Voldemort? Isso não faz sentido...

– Bem, mesmo assim é melhor mantermos mais olhos abertos... não podemos acusar o professor Mesmero sem provas... mesmo por que, não temos certeza de que é isso o que realmente está acontecendo... – disse Harry encarando os demais, não poderiam sair acusando o professor sem ter certeza e, era melhor ficarem apenas vigiando. 


                                                                                        ***

Durante toda aquela semana, Harry ficou praticamente enfurnado em meio a livros e pergaminhos revisando as anotações. Cada dia que se passava, era um dia à menos para as provas finais. Harry mantinha os olhos bem abertos, e depois do que tinham conversado, aquela sensação de que já tinha visto seu professor antes estava cada vez mais forte. E a sensação de que Voldemort estava cada vez mais perto de conseguir o que queria também. Mas faltava algumas semanas para o tal cometa, e ele, Harry estava somente esperando a chance de ver Lupin para contar a ele o que havia sonhado. Mas não podia ficar sem cumprir seus compromissos, por isso Harry cumpria sua agenda de treinos e foi direto para um, logo após o almoço. O tempo que estivera ótimo pela manhã, já não estava tão bom depois do almoço. E uma chuva castigava os campos de Hogwarts fazendo poças por todo o campo de quadribol.

O treino da tarde foi até proveitoso, embora a chuva os impedira de continuar depois de uma hora de treino, e molhado até os ossos e completamente coberto de lama até os cabelos, Harry e Rony guardaram as vassouras do time enquanto Sara terminava de ajudar Gina e Colin a guardarem as bolas nas caixas. 

– Pronto... essa é a última... – disse Rony passando a mão sobre o rosto para tirar a água que escorria – É melhor voltarmos para o castelo... se eu ficar mais debaixo da chuva vou passar o fim de semana na ala Hospitalar com um baita resfriado... 

Simas veio voando e praticamente jogou lama em todos quando pousou de um salto sobre uma poça de lama. 

– Simas!! – ralhou Gina coberta de lama – Dá um tempo... 

– Você sabia que lama faz bem a pele? – disse ele sorridente pegando um bocado de lama do chão – Vi as garotas trouxas passando isso na cara nas minhas férias... 

– Pra começo de conversa... – disse Sara tirando um pouco de lama que caiu em seus cabelos – O que elas usam é argila... e não essa lama... em segundo, se elas tivessem poderes mágicos não precisariam passar aquela lama na cara... 

– E o que é esse...artila? – perguntou Gina curiosa. 

– Não é Artila... – disse Colin – é Argila... e é terra virgem... uma espécie de terra onde não existe impureza... 

– Desde quando você é bom com esse tipo de coisa Colin? – perguntou Simas o olhando desconfiado. 

– Meus pais são trouxas esqueceu? – respondeu ele. – Minha mãe vivia passando isso na cara... 

– Não! É mesmo? – fez Simas debochando – então essa tal Argila não funciona... já vi a foto de sua mãe... ela não é lá muito bonita... 

Eles começaram a rir e Collin enfezado pegou um bocado de lama e acertou Simas nas costas. O resultado foi uma bela batalha de lama que só parou quando todos já estavam exaustos e pelo relógio de Sara já se passava das 6 horas da tarde. Harry segurou a mão de Sara e foram em direção ao castelo acompanhando Rony. Os outros membros da equipe acabaram indo na frente acompanhando Gina e Nathália. 

– Droga... vou levar mais ou menos umas duas horas para tirar toda essa lama... – disse Sara torcendo os cabelos para tirar o excesso de água e lama antes de entrarem no castelo. – E olhem só... estou um caco... 

– Para mim continua perfeita... – disse Harry a puxando para lhe dar um beijo. 

– Vocês não tem mais nada pra fazer do que sujar os corredores??? 

– Ihh... Filch... – disse Rony dando um tapa na cabeça espalhando ainda mais lama pelo salão. 

Filch veio resmungando para cima dos três, sua gata Madame Nor-r-ra vinha miando ao seu lado e os encarando com horror. 

– Estamos vindo do treino de quadribol... – começou Rony mas Filch desatou em dizer que os alunos deviam ser castigados por andar pingando lama nos corredores. Por sorte Pirraça apareceu, novamente tentava acertar as pinturas com balões de tinta. E isso fez com que os garotos conseguissem escapar até o sétimo andar para a torre da grifinória.
– Ai Rony... você está todo sujo... – disse Hermione quando Rony se aproximou dela para lhe roubar um beijo. – Vá direto pro banho... temos aula daqui à uma hora... 

– Aula? Que aula? – perguntou Rony. 

– Vocês não viram o mural no salão principal? Temos uma aula com a Tonks... – respondeu Hermione. 

– Droga... – disse Harry. 

– Mas não tinha nada no mural do salão hoje cedo... – respondeu Sara confusa. 

– É eu sei, foi meio às pressas... mas... – começou Hermione mas foi interrompida por um resmungo de Rony. 

– Bem, eu...vou tentar tirar toda essa lama de cima de mim... – falou Sara se dirigindo para o dormitório. 

– Acho melhor você ir até o banheiro dos monitores lá no quinto andar, Parvati, Lilá , Gina e Natalia estão tomando banho... – disse Hermione – e você sabe... elas demoram horas.. a senha é Frescor de Pinho... 

– Fazer o que não é? – disse Sara subindo para pegar sua roupa. 

– Acho melhor vocês dois também irem tomar um banho... – respondeu Hermione – e antes do jantar... 

Com toda aquela barulheira no dormitório e praticamente há meia hora que teve que esperar para poder tirar a lama do corpo, quando Harry saiu do dormitório já se passava das sete da noite. Jantou o mais rápido que conseguiu e se dirigiu para a sala dos professores juntamente com Rony, Hermione e Sara. 

– Já tem idéia do que Tonks vai ensinar hoje? – perguntou Rony. 

Na verdade Harry nem tivera tempo de pensar no que estudariam, se ele fosse o professor poderiam treinar as inúmeras azarações, ou talvez praticar o que Tonks havia lhe ensinado na primeira aula. 
– Talvez ela nos ensine outra coisa...– disse Sara fazendo Harry a olhar intrigado. 

– Como o quê? – perguntou Rony – Pintar o cabelo magicamente? Ai! 

Segurando o riso por ver Hermione acertar um tapinha em Rony, Harry passou a mão sobre o ombro de Sara se afastando um pouco dos dois que agora discutiam. – Por que você disse que Tonks poderia ensinar outra coisa? 

– Bem, eu não sei... – disse Sara baixinho – Existe muitas coisas que ela pode nos ensinar, mas eu não a vi hoje e pra falar a verdade... faz um bom tempo que não vejo Tonks por aqui...

– É verdade... – concordou Harry. 

– Eu não tive tempo de conversar com Tia Minerva, mas acho que nós sabemos por onde ela anda não é? – respondeu Sara referindo-se ao que ela e Harry tinham ouvido na sala dos professores 

Harry olhou para a garota e sorriu, poderia ser essa a razão mesmo. Tonks podia ter ido seguir Mesmero como Lupin havia pedido, ou estava fazendo outro serviço para Dumbledore.

– Está com saudades do seu padrinho? – perguntou Harry ao ver Sara ficar calada. – Ele deve estar muito ocupado...

– Não sei se é bem isso...– respondeu Sara desanimada – ... Faz dias que estou com um pressentimento ruim...

– Não ficou assim depois que lhe contei sobre os meus sonhos ficou? – perguntou o garoto percebendo que talvez estivesse certo em ter escondido uma parte do seu sonho.

– Não, não é por isso... – respondeu Sara - ... Deixa isso pra lá, é só um pressentimento bobo... 

Ouviram passos no corredor e Neville vinha com Suzan, Ernest e Ana. Lisa Turpin conversava com Luna Lovegood, e pouco depois Boor e Corner, mais dois corvinais pareciam se aproximar. O olhar de Corner novamente pousou sobre Sara, e Harry a puxou mais perto e encarou Corner. 

– Olá Potter.. – disse Corner com um sorriso cínico – Como vai Sara... 

Sara iria abrir a boca para cumprimentar mas a raiva que Harry sentiu acabou levando a melhor – Podem ir à frente, estamos esperando Rony e Hermione. 

Sara olhou para o garoto mas não disse nada, nessa hora apareceram Dino Thomas, Lilá e Simas Finnigan. 

– Que comitê de recepção... – disse Simas sorrindo – estavam esperando por nós? 

– Cai na real Finnigam... – respondeu Teo Boor com um sorriso – é mais fácil eu esperar o olhar da Murta que geme do que esperar um barbado... 

– Que tal deixarem esse negócio pra mais tarde, temos coisas mais importantes pra fazer... – disse Hermione passando na frente de todos com Rony. 

Hermione se encarregando de liderar a equipe eles subiram os últimos dois andares que faltavam. Estavam esperando Tonks chegar para começar a aula quando de repente uma voz fria saiu de trás de uma tapeçaria. 

– O que um grupo de alunos faz reunido aqui... – era a voz de Snape – Ora, ora, e liderados por nada mais nada menos do que nossa mais ilustre celebridade... 

– Estamos diante da sala onde iremos estudar... – disse Hermione – É a sede do nosso grupo de estudos... 

– Vocês já não tem um dirigido pela aquela imprudente do Ministério? – respondeu ele olhando diretamente para Harry. – Espero que tenham permissão para isso. 

– E eles tem... – ouviu-se uma outra voz, Lupin pareceu estar muito confiante e até mais corado do que sempre estivera – Graças ao comportamento exemplar dos seus alunos, dei permissão a eles para estudarem para os NIEMs que estão próximos... mas se não lhe informaram, Professor, essa é a turma da Auror Tonks... 

– Mas não estou vendo nenhum sonserino... – disse Snape encarando-os. 

Harry percebeu o olhar de Snape faiscar de ódio diante aquela afirmação de Lupin, porém se não havia nenhum sonserino era por que realmente seus alunos eram indigestos. Tanto que até ele era um. 

– Então deve ser por que eles mesmos não quiseram vir... depois do comportamento exemplar que eles mostraram... – respondeu Lupin. 

– Não dê méritos aos meus alunos por coisas que sabemos que somente uma pessoa poderia fazer... – nesse instante seus olhos faiscaram em direção a Harry. O garoto sentiu o verdadeiro impulso de apertar o pescoço do professo. Sentiu Sara apertando seu braço com força. Novamente uma fisgada na sua cabeça o fez desviar os olhos por uns momentos. – Espero sinceramente que não se matem enquanto estudam... – respondeu Snape abrindo caminho entre o grupo de alunos. 

– Sinceramente... acho que ele está querendo é que façamos isso... – disse Rony com azedume. – Por isso fica dando idéias...

– Vamos logo com isso... – respondeu Hermione. 

– Harry... Posso dar uma palavrinha com você... – Harry ouviu Lupin e ficou um tanto apreensivo, o seu tom de voz estava um tanto mórbido que o deixou ainda mais preocupado. 

– Claro... 

Enquanto Hermione se encarregava de liderar mais uma vez o grupo, Harry acompanhou seu professor até o final do corredor. 

– Aquelas sensações de domínio... que você me disse que vinha tendo... – começou Lupin em um tom calmo – você ainda as vem sentindo? 

– Não... – respondeu o garoto, com certeza eram aquela sensação que tinha no início do trimestre, quando fazia coisas das quais ele sabia que eram erradas, mas não tinha nenhum tipo de freio ou consciência de que eram erradas. Tanto que o motivo da discussão com a namorada fora por causa do seu comportamento. 

– Tem certeza? – disse Lupin mais uma vez, Harry teve a nítida impressão de que seu professor não estava acreditando muito. 

– Tenho... – disse ele – não as tive mais, mas venho sentindo minha cicatriz doer com freqüência... 

– Então... quer dizer que sente Voldemort... 

– Não sinto ele... – respondeu Harry, na verdade ele não sentia mesmo, simplesmente tinha esses sonhos meio malucos que muitas vezes pareciam até reais demais. – Bem, eu...senti minha cicatriz doer... mas nada que tivesse à ver com Voldemort... eu acho – completou rapidamente o garoto – aconteceu quando vi Snape outro dia apertando o braço da marca ... digo, suponho que Voldemort estivesse fazendo a marca dos comensais arder... pois ele saia rapidamente da minha frente...

– E quantas vezes foi isso? – perguntou Lupin sério. 

– Umas duas ou três vezes... – respondeu o garoto. 

– Você tem certeza disso... de que foi por causa do Professor Snape? 

– Tenho... eu acho... - disse Harry um pouco preocupado, não havia ninguém mais que pudesse lhe fazer sentir aquela dor. Pelo menos que ele soubesse. 

– Vou procurar o professor Dumbledore... – disse Lupin. 

– Professor Lupin.... – Harry disse vendo o professor virar a cabeça para observa-lo. – Eu, bem... o senhor sabe de alguma coisa sobre o professor Mesmero? 

– Por quê está me perguntando isso? – respondeu Lupin com um sorriso um tanto sem jeito. 

– É que, bem, eu tenho a impressão de já o ter visto antes... – disse Harry - ... não sei como dizer, mas tem coisas nele que parece que eu conheço... digo, que já vi em outra pessoa... 

– Bem, Hermione me falou a mesma coisa, mas por enquanto, só posso lhe dizer que só sei o tanto quanto você... estão lhe esperando para a aula... nos veremos em breve...

Harry observou Remo Lupin desaparecer no final do corredor e então a cabeça de Rony aparecer pela porta o chamando. 


                                                                                             ***

Harry sentou-se na cama do dormitório uma hora depois exausto, descobrira que por causa do desentendimento com Malfoy, Tonks havia separado os sonserinos do resto da classe dando aulas particulares a eles com a supervisão de Snape. Ele sabia que ela não deveria estar gostando muito daquilo mas tinha de fazer o trabalho. 

– Ou talvez... ela queira manter os olhos em Malfoy... – pensou Harry terminando de vestir seu pijama. Sua cabeça trabalhava rápido, e notou que não ia conseguir dormir. Já passava das duas horas da manhã e seus colegas já dormiam a sono alto. Harry desceu para o salão comunal e sentou-se no sofá. Um fogo baixo crepitava na lareira e não havia mais ninguém. Os pensamentos sobre o que tinha acontecido na sala da Tonks passava em sua mente. Dino fizera par com Corner dessa vez e, eles pareciam conversar bastante. Talvez Dino ou Gina tivessem descoberto alguma coisa. 

O garoto ficou pensando em como poderia vigiar Malfoy no dia seguinte, teria uma aula de poções com o grupo avançado. Mas Malfoy não faria nada com Snape por perto. Teria que segui-lo ou colocar alguém no seu encalço. Deitou a cabeça no sofá e encarou a escuridão.

– “Observe as estrelas... quando uma delas cruzar o céu dividida em duas... o poder mudara o mundo que conhecemos, o tornando um... trazendo medo e escuridão, destruindo o mundo não mágico...”

– O que? – disse Harry de sobressalto. 

– Algum problema Harry Potter, meu senhor? 

Harry virou-se rapidamente e dois olhos verdes do tamanho de bolas de tênis brilhou na escuridão da torre, a lareira de repente começou a arder novamente iluminando uma parte do salão, não demorou muito para duas orelhas pontudas e um enorme nariz se materializarem. 

– Dobby viu Harry Potter aqui dormindo… - disse o Elfo Domestico abaixando a mão, provavelmente fora ele quem havia ascendido à lareira. 

– Dormindo? – disse o garoto coçando a cabeça, não se lembrava de ter adormecido – É... eu, devo ter cochilado... Dobby, você... não ouviu... sei lá... alguém dizer alguma coisa sobre estrelas? 

– Dobby não ouviu nada não senhor... – Harry viu o Elfo ir até a frente da lareira e começar a recolher algumas coisas que estavam jogadas – Só viu Harry Potter falando enquanto dormia... 

– Eu? – respondeu Harry depressa – E... você sabe o que foi que eu disse? 

– Dobby não entendeu... mas, a voz de Harry Potter estava muito preocupada... – Dobby andou até Harry com os bracinhos pequenos tentando segurar mais do que podia – Nem parecia o Harry Potter... 

– Bem... acho que devo estar ficando resfriado... – disse ele fingindo um pigarro, como é que poderia estar falando enquanto dormia, se nem se quer estava dormindo. Será que estava em Transe ou algo assim? 

– O Harry Potter quer que Dobby traga algum chá? Dobby ficaria muito feliz em ajudar... – disse o Elfo. 

– Não preciso disso Dobby... – disse Harry se levantando – amanhã vou até a ala-hospitalar e Madame Pomfrey cura isso rapidinho... mas obrigado... 

– Boa noite Harry Potter... 

Harry subiu lentamente as escadas para o dormitório dos garotos, mas não conseguiu mais dormir. Aquelas palavras martelavam em sua cabeça, ele era péssimo em Adivinhação, e não se lembrava de ter lido qualquer coisa sobre esse tipo de coisa a não ser... 

Fez-se uma luz na mente de Harry, tirou o pijama rapidamente e sem esperar foi até o dormitório das garotas e de repente escorregou pela escada que se transformara em um escorregador. 

– Esqueceu que os garotos não podem subir as escadas até o dormitório das garotas? – ouviu a voz de Sara no alto da agora escada e descendo ao seu encontro. 

– Sara... – sussurrou ele levantando-se – É eu, esqueci... 

A jovem andou até ele e ficou o observando por alguns instantes. – O que era tão urgente para me procurar a essa hora no dormitório? 

– Preciso falar com você... – disse ele pegando na mão da garota e a levando para próximo a janela no outro lado do salão. 

– É tão urgente assim? Harry são seis da manhã... 

– Não posso esperar... 

A jovem seguiu o garoto ainda meio sonolenta e então sentou-se em uma das mesas próximo a janela. O céu começava a ficar um pouco mais claro e as estrelas estavam começando a desaparecer. 

– O que fazia acordada? – perguntou ele curioso. – Sem sono? 

– Sono eu tenho... só não consigo dormir... – respondeu ela - Bem, estou aqui... o que queria falar comigo? – ouviu a voz da garota em meio a um bocejo e como se ela acordasse de repente – Não sentiu a cicatriz doer de novo sentiu? 

– Não... mas... Eu não fui totalmente sincero com você. – Disse ele com o olhar fixo na garota. 

– A respeito do tal cometa não é? – respondeu ela sem emoção vendo a reação do garoto – Você pode enganar todo mundo.... mas a mim... 

– Sou um péssimo mentiroso... é você já me disse...Bem, é que... eu não me lembrava direito desse sonho... Sa – disse ele finalmente – mas aconteceu uma coisa hoje... que, me fez recordar de alguma coisa... eu estava aqui e ouvi algo... no começo pensei que fosse Dobby, mas ele me disse que fui eu mesmo quem pronunciou... 

– Dá pra ir com calma... meu cérebro ainda está lá em cima... – disse a garota piscando algumas vezes para ver se acordara direito. 

Harry contou tudo o que estava lhe incomodando, começou a falar sem parar sobre o sonho que tivera, sobre ver a foto do tal cometa em um livro antigo. E também de ver a imagem de Sara dentro de um caldeirão. A jovem parecia agora estar mais acordada que nunca. O sol já começava a surgir timidamente atrás da copa das árvores da floresta proibida e os primeiros sons nos dormitórios começavam a surgir. 

– Mas o que é que eu tenho a ver com isso tudo? – perguntava Sara depois de ouvir atentamente o que o garoto tinha a dizer – Eu praticamente perdi a memória depois que me meti com aquele feitiço do tempo... por que justamente eu apareceria em um caldeirão? 

– É o que eu gostaria de saber... – disse Harry – ninguém me tira da cabeça que Voldemort está planejando algo com esse cometa... só não consigo entender o que possa ser. Talvez Voldemort estivesse lendo aquilo naquele livro... 

– Pode ser... mas, acho melhor voltarmos ao dormitório, trocarmos de roupa e conversar com Hermione sobre o assunto... – disse Sara se levantando – ninguém em Hogwarts conhece mais os livros da biblioteca do que ela... e provavelmente vamos passar um bom tempo por lá para termos uma idéia do que esse livro possa ter... 
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                                                                                                   ***

Embora Harry soubesse que de nada adiantaria procurar alguma coisa na biblioteca, não impediu que Hermione lhe dissesse um discurso enorme sobre os prováveis livros onde encontraria. Tomaram o café rapidamente e então se dirigiram para as masmorras para a aula avançada de poções. 

Quando entrou, Harry não viu sinal de Malfoy ou Snape, mas Parkinson estava sentada sozinha em uma mesa. Enquanto eles entravam, ela o seguiu com os olhos e ele fingiu não ter visto conduzindo Sara pelo ombro e cobrindo o seu campo de visão para evitar problemas. 

Sentou-se nos fundos da sala como sempre. Sara sentou ao seu lado e na mesa ao lado Rony e Hermione. De repente o garoto viu Draco entrando com Michel Corner, isso era inédito para ele. Malfoy jamais andou com alunos de outras casas, e quando andou, Crabbe e Goyle é quem carregava o aluno pela gola. E no entanto, Corner e Malfoy pareciam amicíssimos. 

– Também achou estranho? – ouviu a voz de Sara e então voltou sua atenção para a garota. 

– E não é de se achar? – disse ele começando a tirar suas coisas da mochila – Sonserinos e Corvinais andando juntos, pra mim, é mais fácil o Rony gostar de aranhas... 

– O que tem eu? – perguntou Rony que havia se levantado para pegar a pena de Hermione. 

– Você não viu Corner e Malfoy entrando juntos como velhos amigos? – perguntou Hermione agora se aproximando deles. 

– As cobras devem andar juntas não? – disse Rony voltando para seu lugar. 

– Mas águias se alimentam de cobras... – respondeu Sara encarando Malfoy sentar-se ao lado de Parkinson e Corner na mesa ao lado. – Malfoy não se aproximaria de Corner por que quer... 

– Aí tem... – disse Harry baixinho, quase no mesmo instante em que Snape entrava na sala. 

– Abram o livro na página 154, e antes que comecem a fazer perguntas inconvenientes, sim Srta. Granger, já vimos à poção da Verdade, mas é exatamente essa que iremos estudar hoje... se não estou enganado é a poção que poderá cair nos seus exames... 

Harry viu Hermione abaixar o braço rapidamente e começar a anotar, tinham que fazer a poção e Snape pelo jeito não iria dar tréguas e com o olhar que Harry recebeu dele logo nas primeiras linhas que tinham copiado. 

– Se fosse o Sr., Sr. Potter, olharia mais uma vez o que está escrito na terceira linha do modo de fazer... a menos que o Sr. Queira que sua cabeça encolha. – Snape disse a Harry enquanto ele passava pelas carteiras. 

– Acho melhor eu anotar e você começar a picar os ingredientes... – o garoto ouviu Sara dizer e sentiu seu sangue pulsar. 

Olhava para Snape com um profundo desprezo enquanto este dava os parabéns a Draco Malfoy. 

– Ficar nervoso assim não vai fazer Snape tratar você melhor... – Harry ouviu Sara e então voltou sua atenção a ela. 

– Não quero que ele me trate melhor, gosto dele tanto quanto ele gosta de mim... – respondeu Harry pegando Ditamno e jogando no caldeirão. 

– É melhor se acalmar e deixar eu fazer isso... – disse Sara encarando o garoto - ... Snape está tentando te tirar do sério e cometer um erro, e eu não vou deixar ele conseguir isso... 

– Não, minha história com ele é bem diferente... você lê as instruções e eu faço. Quero mostrar a ele... – disse Harry encarando a garota. 

Harry sempre saía prejudicado das aulas de poções e mesmo agora no final do seu último ano, continuava dessa forma. – Não, hoje eu é quem vai sair por cima... – pensou o garoto enquanto seguia rigorosamente a lista com Sara. Harry estava realmente zangado com Snape mas tentava fazer o possível para não demonstrar. O único problema é que não estava mais agüentando. 

O garoto picou os Emeróbios, colocou o Xarope de Páprica e começou a mexer. 

– Quando estiver branca, você pode colocar o Asfótelo... – ouviu a garota dizer e começou a contar as mexidas, 25 para a direita e 35 para a esquerda. Tudo estava correndo bem, Snape estava distraído implicando com Ernest McMillan e sua poção estava começando a ficar branca. 

– Calma aí, você já mexeu 25 para a direita... – ouviu Sara dizer e então começou a contar as voltas para a esquerda. Harry levantou a cabeça e agora viu Malfoy sentado ao lado de Pansy. Pelo jeito deviam ter terminado de fazer a poção e agora planejavam alguma coisa para implicar com alguém. Ficou observando os dois sonserinos e então sentiu Sara segurar sua mão. 

– Se não se concentrar, vamos é levar bomba nessa poção também... – disse a garota agora jogando o Asfótelo - ... o que tanto você olha para o Malfoy... 

– Nada, é só meu sexto sentindo em alerta... – respondeu ele continuando a mexer. A poção começou a tomar a forma de água e Harry olhou para as anotações, somente mexer mais três minutos e tudo estaria certo. Conseguiria terminar a aula sem problemas maiores. 

– Pronto... – disse ele pegando um frasquinho e o enchendo. – quero ver o que esse morcego velho vai dizer dessa vez... 

– Vou encher mais alguns frascos por precaução... – ouviu Sara dizer enquanto colocava seus nomes na amostra - ... vá que seu frasco suma por acidente... 

– Por que não coloca um feitiço inquebrável e de localização... – disse Hermione já com a varinha em punho executando o feitiço - ... eu sempre faço isso... 

– A aula ainda não acabou Srta. Granger, por isso perderá cinco pontos pela conversa... – disse Snape recolhendo os frascos e praticamente os jogando para dentro de uma caixa. Harry percebeu um liquido escorrer pela caixa e tinha certeza de que um dos vidros acabara se partindo, mas confiava nos feitiços de Hermione. 

O garoto percebeu o olhar de Snape sobre os outros frascos mas não teve tempo de falar nada, a campainha soou anunciando o término da aula e Snape foi para frente da classe dizendo qual seria o dever. Harry porém não ouviu uma só palavra, algo mais interessante tinha lhe chamado à atenção. Malfoy se levantou com a mochila sobre um de seus ombros, e foi até Michel Corner. Pegou o livro de poções dele, e começou a folhear a página. Nessa hora levantou a cabeça e olhou em volta, Harry disfarçou deixando cair um pedaço de pergaminho e abaixou-se para pegar. Levantou a cabeça a tempo para ver Malfoy tirando um pergaminho de dentro das vestes e colocando entre as páginas do livro.

– O que está fazendo aí? – ouviu a voz de Sara que o observava curiosa. 

– Você pode pegar o livro de poções do Corner? – disse ele rapidamente. 

– E por que você quer o livro dele? – perguntou a garota confusa. 

– Depois eu te explico... só pega ele... – disse Harry desesperado. 

– Ok... – respondeu a garota e rapidamente correu atrás do garoto. 

– Aonde Sara vai com tanta pressa? – perguntou Hermione a Harry e ele continuou a arrumar suas coisas. 

– Depois eu lhe explico tudo... vamos... – disse Harry correndo para fora da masmorra. 


                                                                                                 ***

Harry estava sentado nos degraus da escada de Mármore no saguão de entrada juntamente com Rony e Hermione. Sara ainda não tinha aparecido e ele começava a ficar nervoso. 

– Você quer nos contar por que está tão nervoso? – perguntou Hermione encarando o garoto – Se é pelas anotações poderia ter pedido as minhas... 

– Não tem nada a ver com as anotações... – respondeu Harry olhando para o corredor e levantando rápido ao ver Sara correndo até eles. - ... Conseguiu? 

– Agora você pode me dizer por que é que você queria esse livro? – perguntou Sara lhe entregando o livro de Poções Avançadas. Harry sentou-se no degrau e começou a folhear o livro procurando alguma coisa. Folheou folha por folha do livro de poções e nada. Nenhum sinal de papel ou carta dentro dele. 

– Droga... – resmungou ele e então se voltou para Sara - ... Corner tirou alguma coisa do livro antes de lhe dar? 

– Não, ele pegou o livro da mochila e me entregou... – respondeu Sara confusa - ... Harry, dá para explicar o que está acontecendo? 

Harry pegou o livro nas mãos e contou tudo detalhadamente para eles. 

– Tenho certeza de que Malfoy estava tramando alguma coisa, mas Corner deve ter tirado o bilhete logo que saiu da sala... – disse ele sentando-se na mesa para o almoço. 

– Pode ser... – respondeu Rony - ... e isso me deixa com a pulga atrás da orelha... 

– Não podemos perder Malfoy e Corner de vista... – disse Hermione rapidamente - ... temos que convocar Gina, Dino e Neville... 

– Eu ouvi meu nome? – perguntou Gina que chegava. 

– Precisamos de sua ajuda para ficar de olho no Corner... – disse rapidamente Harry – Tenho certeza de que ele e Malfoy estão aprontando... 

– Ih, vai ser difícil... – disse Gina servindo-se de macarrão – Tenho aula de Aritmancia depois do almoço... 

– Então teremos que falar com o Dino e Neville... – falou Rony coçando a cabeça. 

– Vi Neville saindo do castelo não faz 5 minutos... – disse Gina novamente – se ele foi para as estufas, vocês podem esquecer dele até o jantar... e quanto a Dino, espera aí... –Gina pegou o espelho que ganhara de Hermione e o tocou com a varinha – Dino Thomas... 

– Como pude esquecer de algo que eu mesmo inventei... – resmungou Hermione. 

Ouviu-se uma voz bem fraca e Gina começou a conversar com ele, Harry nunca tinha tentado conversar com o seu “espelhular” mas sabia que ele seria muito útil caso precisasse, o problema era se lembrar que ele existia. 

– E então? – perguntou Hermione logo que viu Gina guardar o espelho. 

– Nada feito, ele pegou detenção com a professora Vector, vai ter que fazer 2 metros de pergaminho até amanhã... – respondeu Gina – Acho que vocês vão ter que se virar sozinhos nessa... 

– Vamos dar um jeito... – disse Harry agora olhando para a entrada do salão, Teo Boor apareceu conversando com Snape e logo atrás Michel Corner. Harry sentiu uma fisgada em sua testa. Rony o olhou mas ele disfarçou bagunçando os cabelos. 

– Não podemos tirar os olhos dele... – disse o garoto e então Sara e Hermione olharam para os dois corvinais se dirigirem a mesa de sua casa. – Não podemos perder ele de vista... 

– Mas então como vamos fazer? – perguntou Rony – Temos Malfoy para vigiar também... 

– Fácil, eu e Sara vamos atrás do Malfoy... e você e Harry, atrás dele... – disse Hermione – Malfoy é idiota demais para desconfiar de nós... ele acharia estranho se vocês dois fossem atrás dele... 

– Está certo, mas tome cuidado para ele não desconfiar de nada... – advertiu Harry e tomem cuidado com o professor Mesmero. 

– Agora, arranjem alguém para levar esse livro para o Corner, por que eu não vou entregar... – disse Sara e Harry a encarou estranhando. A jovem bebericou um pouco de suco e então o encarou. – Não gostei do jeito dele, e senti algo sinistro no olhar... por isso, não vou chegar perto dele outra vez... 

– Pode fazer esse favor Gina? – perguntou Hermione para a garota. 

– Claro, tenho que tirar umas dúvidas com Luna... – respondeu a jovem pegando o livro e se dirigindo para a mesa da Corvinal. 

Harry viu Malfoy se levantar e fingiu não notar enquanto mostrava-o a Hermione. 

– É nossa chance Sara... – disse Hermione levantando-se depressa. 

– Então, mãos à obra... – respondeu Sara pegando sua mochila e rapidamente se levantando. – Nos vemos depois... 

Harry recebeu um beijo e viu Sara sair com Hermione, esperava que elas não sofressem nada ou que Malfoy não percebesse que estava sendo observado. 

– Acho melhor irmos também... – Harry ouviu a voz de Rony – Corner está saindo com Boor... 

– Ok, vamos... – disse Harry se levantando e cuidadosamente ele e Rony seguiram Corner e Boor. Os dois garotos corvinais conversavam animadamente por todo o trajeto. Subiram até o terceiro andar viraram o corredor à esquerda indo para a ala Oeste do castelo. Harry não se lembrava de ir até aquele lado do castelo, mas não seria difícil se localizar uma vez que achasse a biblioteca. 

O garoto passou pela biblioteca e se dirigiu para a esquerda no final do corredor, passando pelo corredor com armaduras e se dirigindo para o lance de escadas rumo ao corredor com as estátuas. Harry e Rony se esconderam atrás de uma das estátuas na mesma hora em que Corner parou para falar com Lisa Turpin. 

– Ótimo, agora ele vai demorar mais meia hora dando em cima da Turpin... – murmurou Rony ao lado de Harry. - ... se temos que ficar o dia todo observando esse idiota, pelo menos que ele não perdesse tempo com besteiras...

– Ah, e você acha que ele iria facilitar as coisas, Boor está com ele, se ele for ler algo, vai ler sozinho não acha? – perguntou Harry. 

– Ok, conversamos depois Turpin... – os garotos ouviram o garoto e a garota vinha na direção deles. 

– Depressa... disfarça.. – disse Harry empurrando Rony e os dois se aproximaram da janela fingindo discutir o tempo. 

A garota passou por eles e sumiu no final do corredor. Harry bateu em Rony e os dois começaram a andar tomando cuidado para que Corner não os visse. Chegaram próximo a uma escada cercada por retratos e viram o garoto no topo. Harry subiu cuidadosamente os degraus e pôde ver as costas de Corner entrando por um túnel. 

– Então é ali que fica a entrada para a torre da Corvinal... – ouviu a voz de Rony e então Harry sentou-se na escada. – E... agora? 

– Esperamos... – respondeu Harry pegando um livro da mochila e colocando sobre os joelhos. 

– E por quanto tempo? Não vamos passar a tarde toda aqui vamos? – perguntou Rony despencando no degrau de baixo. 

– É o único jeito de não o perdermos de vista... – respondeu Harry fingindo estar estudando.
– Acho que preferia encarar o Malfoy, pelo menos veríamos as táticas dele para o jogo... – disse Rony e Harry o encarou, tinha esquecido do jogo contra a Sonserina e, teria que treinar antes do fim de semana. Mas, Sara estava lá, e contaria tudo a eles. 

– Sara está lá, se Malfoy tiver um truque na manga, nós vamos saber... só espero que não tenham tido problemas... – disse Harry.
– Problemas? E quando é que não temos problemas... – Harry ouviu e olhou para o lado, Sara e Hermione vinham pelos corredores. 

– Por que já estão aqui? – perguntou Rony. 

– A sonserina está fazendo um treino secreto... ou seja, nada de espectadores... – disse Hermione sentando-se - ... Sara ainda conseguiu ver alguma coisa até que Snape apareceu. Nos escondemos e ficamos esperando o treino acabar e isso não demorou 15 minutos... 

– Desde quando um treino de quadribol dura só 15 minutos? – perguntou Rony novamente. 

– Desde que o capitão do time tenha se contundido e precisasse ir a Ala hospitalar. Malfoy quebrou alguma coisa e voltou as masmorras... vai ficar de molho até amanhã... 

– Eu não contaria com isso... – disse Harry se levantando – Malfoy está tramando alguma coisa e é melhor ficarem de olho nele... 

– OK, eu vou com Hermione... – disse Rony se levantando - ... Se eles virem as duas juntas mais uma vez andando pelas masmorras, vão suspeitar... 

Hermione sorriu para o garoto e pegou em sua mão – Nos vemos mais tarde... 

– Até... – disse Harry se levantando. 

– Ótima forma de disfarçar... – Harry ouviu Sara dizer e então a olhou - ... se você fosse a Hermione... 

– Nada convincente não é? – perguntou ele escorando-se na parede. 

– Pra você e Rony não... mas se eu ou Hermione estivermos por perto... aí sim podemos enganar... – disse Sara sentando-se na escada. 

Harry e Sara aproveitaram que estavam sentados na quietude da Ala Oeste para rever algumas anotações de Poções e Astronomia. Já era quase 5 horas da tarde e então ouviram o ranger de algo no alto da escada e vozes começavam a ficar mais próximas. Harry pegou na mão de Sara e os dois esconderam-se atrás de uma das estátuas do outro lado da escada. Harry viu Corner descer com um grupo de alunos do sétimo ano e seguir pelo corredor rumo aos andares inferiores. Olhou para o seu relógio e viu que provavelmente eles iriam para o jantar. Pegou na mão da garota e se dirigiram para o salão principal. 

Durante todo o jantar, Harry não desviou os olhos da mesa dos corvinais, assim como percebeu que Hermione e Sara não tiravam os olhos de Malfoy. Ele parecia estar muito bem, apesar do braço enfaixado. Recebia todas as atenções dos alunos da sua casa e constantemente gemia alto. Harry já tinha ouvido isso antes, quando ele fingiu que bicuço o tinha quase decepado o braço. 

– O Oscar vai para... – ouviu a voz de Sara e Hermione completou – Draco Malfoy por uma atuação convincente em “Quebrei meu braço ao cair da Vassoura”... 

– Quem é esse tal Oscar? – perguntou Rony e Harry começou a rir. 

– Nada Rony... – respondeu Hermione - ... só disse por que é obvio que ele está fingindo... 

– Ei, Corner está se levantando... – disse Harry terminando o jantar. – Vamos segui-lo... 

– Nós vamos com você... – disse Rony mas Harry fez sinal de que não. 

– Vocês fiquem de olho no Malfoy... qualquer coisa, usamos o espelho... – respondeu Harry já de pé andando com Sara. Os dois fizeram o mesmo trajeto daquela tarde, parando algumas vezes apenas para observar o que o garoto fazia. Depois voltavam a segui-lo mantendo uma distância razoável mas que não os deixasse o perder de vista. Corner subiu as escadas rumo ao salão comunal da Corvinal e Sara e Harry continuaram andando pelo corredor se escondendo próximo a escada. 

– Será que ele vai demorar muito? – Harry ouviu Sara perguntar e então a encarou. – Não sei o que faremos aqui para matar o tempo... 

– Eu daria uma sugestão, mas, se algum monitor ou professor nos pegasse... – disse ele com um sorriso maroto e viu ela corresponder com o sorriso. - ... também tem o Filch e aquela gata... mas se Corner está fazendo algo proibido, não vai querer que ninguém o veja não é? 

– Sei lá, mas eu se fosse ele faria o possível para que me vissem... e não desaparecer sem mais nem menos... 

No mesmo instante em que Sara terminou de dizer, ouviram o ranger da porta e passos descendo as escadas, os dois olharam e Corner descia, carregando um livro negro nas mãos. Algo pareceu chamar a atenção de Corner e este olhou para o lado onde Harry e Sara estavam. Mais que depressa Harry sentiu Sara o puxando pela gravata e ouvindo a garota dizer para que lhe beijasse. Harry não exitou em beijar sua namorada mesmo por que não era uma tarefa que ele não gostasse. Mas tinha outra coisa para fazer e vendo que Corner não os tinha reconhecido e seguido seu caminho, sentiu Sara o afastando e o viu dobrar a direita no final do corredor. 

O jantar parecia ter terminado e os alunos voltavam para suas casas, Harry e Sara seguiram Corner por vários corredores e escadas. Harry tinha certeza de que ele não os tinha visto, ou ele teria pegado uma das passagens secretas pelo caminho, no entanto ele percorria despreocupadamente os corredores. Quando atingiram o segundo andar, Harry percebeu que ele parou diante a uma armadura muito velha e subitamente se virou. Harry foi mais rápido e segurou Sara escondendo-se antes que ele os visse. Com cuidado Harry olhou novamente para ver Corner e ele virava o corredor à direita, Harry pegou na mão de Sara e ambos o seguiram, mas quando Harry e Sara chegaram ao final do corredor, não viram sinal de Corner em nenhum lado do corredor.



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Autor(a): vision2018

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– Você está querendo dizer que Corner desapareceu? – perguntou Rony abobalhado. Harry e Sara haviam retornado a torre da grifinória e estavam reunidos na mesma mesa de sempre. Os alunos estavam começando a ir se deitar, aos poucos Harry também se sentia cansado. – Ninguém pode simplesmente evaporar de repente... ...


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