Fanfic: Harry Potter e o Livro Perdido | Tema: Harry Potter

– Você está querendo dizer que Corner desapareceu? – perguntou Rony abobalhado. Harry e Sara haviam retornado a torre da grifinória e estavam reunidos na mesma mesa de sempre. Os alunos estavam começando a ir se deitar, aos poucos Harry também se sentia cansado. 

– Ninguém pode simplesmente evaporar de repente... – respondeu Hermione nervosa - ... vocês tem certeza? 

– Eu e Harry ainda demos duas voltas pelos mesmos corredores Hermione... ele evaporou, se não soubesse que não se pode aparatar em Hogwarts, eu juraria que ele tinha feito isso... – disse Sara encarando os dois. 

– Então tem que ter uma passagem secreta ou alguma coisa assim... – respondeu Rony. 

– Se tivesse alguma passagem secreta, eu já teria descoberto pelo mapa do maroto... – disse Harry se levantando. 

– Mas é claro, o mapa... – disse Sara e Harry a encarou. 

– Lógico, Harry pega logo o mapa... – Harry ouviu Hermione dizer. - ... Podemos vigiar Malfoy e Corner pelo mapa do Maroto... 

Harry correu para o dormitório dos garotos, como ele não tinha pensado naquilo antes? O mapa do Maroto o ajudou a descobrir sobre Perebas, o ajudou com Bartô Crouch Jr. No seu quarto ano, não o deixaria na mão agora. Abriu o malão e começou a tirar suas coisas e a joga-las na cama, bem ao fundo escondido e debaixo de seu manual de polir vassouras, estava um pedaço de pergaminho dobrado. Harry desceu as escadas correndo, agora eram só eles debruçados sobre a mesa no canto da torre. 

– Juro solenemente não fazer nada de bom... – disse Harry tocando o mapa com sua varinha. As linhas começaram a percorrer o papel como se uma mão invisível estivesse desenhando. Pés apareciam andando de um lado para outro sobre os corredores, mas nenhum deles era daqueles que eles procuravam. – Filch está no terceiro andar e a gata andando pelo sétimo...

– Minha tia está na sala dela, Snape percorrendo o sexto andar... – disse Sara olhando o mapa. 

– Professora Sprout, Flitwick, Tonks e Vector estão na sala dos professores... – disse Hermione mostrando no mapa os lugares. 

– Mas cadê o Corner e o Malfoy? – perguntou Rony olhando para eles. – Parece que eles não estão em lugar algum... 

– É por que estão do lado de fora... – disse Harry olhando a janela. 

– Ãh? – perguntou Rony quase ao mesmo tempo em que Sara e Hermione olhavam também pela janela. 

Dois vultos menores atravessavam o gramado vindo de algum ponto da floresta lá embaixo. Harry apertou os olhos e viu algo maior se movendo mas no instante em que o garoto piscou aquilo tinha sumido. 

– Tem mais alguém com eles... – disse Harry rapidamente olhando o mapa e procurando algum nome. 

– Quem você está procurando? – perguntou Hermione curiosa enquanto os outros se debruçavam sobre a mesa observando. 

– O que é que estão fazendo? – ouviram uma voz e rapidamente Harry virou-se tentando esconder o mapa. 

– Estudando, Neville... – disse Hermione rapidamente enquanto Sara tocava o mapa com a varinha fazendo tudo desaparecer. 

– O que você está fazendo acordado Neville? – perguntou Rony rapidamente. 

– Estou com uma insônia terrível... – disse o garoto sentando-se na poltrona em frente à lareira enquanto Rony e Hermione iam até lá. 

Harry olhou para Sara e esta mostrou o mapa o escondendo atrás do seu corpo. 

– Harry, você que conhece o professor Mesmero... – o garoto ouviu a voz de Neville e então tentando desviar a atenção do garoto começou a andar até ele. - ... Você acha que ele seria capaz de dizer em que tipo de feitiço precisaria de plantas? 

Harry estranhou a pergunta e então sentiu Sara encostar o rosto no seu braço e suas mãos levantarem sutilmente sua blusa. Sentiu ela colocando algo na parte de trás de sua calça e desconfiou que fosse o mapa, como a jovem estava de uniforme seria meio difícil esconder aquele pergaminho. 

– Aconteceu alguma coisa nas estufas Neville? – ouviu a voz da namorada e então se colocou atrás dela apoiando seu queixo em seu ombro. Harry notou que Neville levantou-se rapidamente e andou até a lareira. 

– Bem, a professora Sprout vem andando preocupada... – disse o garoto agora encarando os amigos - ... Sabem aquela planta que ela estava colocando em uma redoma na sala dos professores, no primeiro dia da aula da professora Tonks? 

– O que é que tem? – perguntou Hermione agora com os olhos arregalados. 

– Ela encontrou a porta das estufa 5 aberta e a redoma quebrada... – disse o garoto. 

– Mas do jeito que aquela coisa se batia, ela mesmo poderia ter quebrado não? – perguntou Rony. 

– Não, a Páprica selvagem era muito pequena... não poderia quebrar... pelo menos não com dois meses... talvez com um ou dois anos... – respondeu Neville - ... mas, mesmo assim... também aquela Papoula Mordente que estudamos na semana passada, amanheceu com sangue nas pétalas... 

– E quando foi isso? – perguntou Harry. 

– Ah, faz algum tempo... – disse Neville – Não lembro muito bem por que... – ele ficou com o rosto rosado – eu não lembro muito das coisas... e aliás tenho passado minhas tardes nas estufas com ela e eu sei o quanto ela está preocupada... 

– É bom saber que as plantas da professora Sprout estão ficando doidas, assim eu evito entrar lá... já pensou se uma muda de salgueiro lutador decide me pegar? – disse Rony e Harry o olhou com um sorriso. – Já vi o que um deles fez com o professor Mesmero... 

– Não existem mudas de salgueiro lutador nas estufas... – disse Neville se levantando -... a professora nunca teve mudas de reserva do salgueiro por que elas acabam com as outras ela me disse isso na semana passada por que está pensando seriamente se continua a cultivar as papoulas ou não... – Neville esfregou o braço que estava envolto em uma atadura, Harry achou que provavelmente ele tivesse sofrido alguma agressão daquela planta. - bem, agora eu ver se consigo dormir... boa noite... 

Harry encarou todos ali por alguns segundos enquanto Neville desaparecia nas escadarias. Sara sentou-se no sofá enquanto Hermione se levantava e sentava-se ao lado de Rony. 

– Eu sabia que tinha alguma coisa errada com o professor Mesmero... – disse Hermione - ... como eu fui tão burra de ter esquecido... vocês não se lembram do sermão que a professora Sprout deu a vocês quando bateram com o carro no salgueiro? 

– Disse que era muito difícil e se nós tivéssemos estragado mais, ela não teria como arrumar outra... – respondeu Rony coçando a cabeça. – Mas por que razão o Mesmero diria que teve um pequeno acidente com as mudas de Salgueiro?

– Oras, Rony... – disse Hermione eufórica - ... por que ele se desentendeu com uma das papoulas da professora Sprout, elas não atacam a professora por que ela conhece muito bem como controla-las... 

– É só acariciar a pétala que ela se acalma... – respondeu Sara - ... ouvi Suzan dizer isso a Neville enquanto voltava da biblioteca hoje....

– Mas o que é que Mesmero iria querer nas estufas da professora Sprout? – perguntou Rony. 

– Não é obvio? Ele foi lá se encontrar com alguém... – disse Harry andando até a lareira e depois se virando para eles - ... com certeza esperava encontrar alguém por lá, ele mesmo não nos disse que vinha fazendo umas visitas às estufas? 

– Ele não foi encontrar alguém... – disse Sara se levantando – Corner sumiu nos corredores sem deixar pistas, mas e se ele não sumiu de verdade... e se ele encontrou uma passagem secreta... 

– Mas se fosse uma passagem secreta não acha que a veríamos no mapa? – perguntou Rony. 

– Não necessariamente... – respondeu Harry – Eu e Sara encontramos uma na sala dos professores que dá nos porões da lufa-lufa que não estava no mapa, poderia muito bem existir outra passagem naquele corredor... 

– Lógico! Eles usam aquela passagem para ir até as estufas e sair para a floresta... – disse Hermione eufórica – Filch tranca as portas exatamente às 9 horas da noite, nós temos permissão para andar pelos corredores até as 10h, por isso se alguém encontrasse Michael perambulando não iria falar nada... 

– Ei, ei, mas como é que Michael saberia sobre aquela passagem se nem os marotos ou Fred e Jorge sabiam? – perguntou Rony olhando para eles. 

A pergunta fazia sentido, Harry não conhecia todas as passagens secretas da escola e tinha lá suas dúvidas se alguém as conhecia por completo. Sabia que algumas tinham sido bloqueadas, outras estavam constantemente sob vigia de Filch. Mas até Dumbledore admitiu que não conhecia todos os mistérios do castelo ainda, e ele estava lá já à um bom tempo. 

– Bem, talvez desbloquearam alguma dessas passagens... – disse Hermione sentando-se novamente. 

– Ou o professor Mesmero já as conhecia... – respondeu Sara encarando todos – Se nem mesmo o professor Dumbledore conhece todos os lugares secretos do castelo, por que, pelo que sei o castelo tem muitas magias antigas e secretas, acho provável que algum aluno poderia conhecer alguma por acaso... 

– Ótimo... – disse Rony desanimado - ... mas duvido que tanto Draco quanto Corner tivessem conhecimento sobre esses caminhos... nunca os vi usando os atalhos e além disso, duvido que se encontrassem caso entrassem em uma... 

– Não estou falando deles... estou falando do professor Mesmero... – disse Sara. – Não é 100% garantido, mas, se ele foi aluno de Hogwarts, pode conhecer algumas passagens...

– Vamos ter que investigar... – disse Harry tirando o mapa do maroto das costas e estendendo sobre a mesinha – Se tiver alguma passagem no segundo andar, iremos descobrir... 

– E o que iremos fazer? – perguntou Rony em meio a um bocejo. 

– Hoje não podemos mais fazer coisa alguma, temos aula amanhã cedo e tenho certeza de que Corner já deve ter voltado... – disse Harry guardando sua varinha e o mapa - ... é melhor irmos dormir, amanhã vamos decidir como iremos descobrir os detalhes. 

Harry observou Rony e Hermione subirem e então se sentou ao lado de Sara na poltrona, ela estava calada há alguns minutos e ele não sabia qual era a razão. 

– Preocupada? – perguntou ele passando um dos braços pelos ombros de Sara e a trazendo para mais perto. 

– Não sei bem se é preocupação... – disse ela agora lhe olhando - ... você já sentiu como se algo estivesse prestes a acontecer e sem saber o que é você sente que não é nada bom? 

– Está sentindo isso? – perguntou ele novamente e sentiu os braços da namorada o envolverem em um abraço. – Quer falar com sua tia? Eu posso pegar a capa de invisibilidade e vamos até a sala dela... faz dias que você diz estar sentindo isso... 

Harry viu Sara abrir um pequeno sorriso e sentiu os lábios dela tocando os seus docemente. Não importa se topassem com qualquer professor no meio do caminho, ele faria qualquer coisa para ver Sara bem. 

– Estou bem, deve ser pressão dos professores e dos estudos... acho que estou precisando de umas longas e belas férias... – disse Sara levantando-se - ... o que você planeja fazer com respeito à Corner? 

– Estou pensando em usarmos os nossos espelhos... – disse ele levantando-se também – Podemos deixar Dino e Gina de tocaia na entrada da Corvinal enquanto um de nós fica com o mapa. Eles nos avisam, nós observamos onde ele desaparece e assim descobrimos a passagem... 

– É um bom plano, mas o que está me deixando encucada é aquele livro que vimos... ele não pode ser o mesmo que foi roubado ou pode? 

– Eu acho que não, mesmo por que acho que aquele livro está com outra pessoa...- ele lembrou-se vagamente de rabicho e então seus pensamentos lhe levaram até o ano anterior, quando Dumbledore o chamara para uma conversa-...lembra-se que Dumbledore nos disse que foi roubado um livro importante da biblioteca ano passado? – disse Harry a acompanhando escadas acima. – Bem, você disse também que viu várias vezes Malfoy com um livro estranho nas mãos, então esse livro que estava com Corner provavelmente é aquele livro perdido... 

– O livro de feitiços do Voldemort... é, ele realmente está querendo renovar seu exercito... – disse Sara parando em frente ao dormitório das garotas - ... mantendo os olhos de Dumbledore voltados para outro lugar ele desvia os olhos de si. Só não entendo por que estaria com Corner... Malfoy seria a pessoa mais indicada para isso... ainda acho que tem mais coisas, os sonhos que você teve Harry, não se encaixam... nem eu me encaixo nessa história... 

– Mais vamos esquecer de Voldemort por enquanto, e nos preocuparmos com os outros, eles oferecem um perigo maior aqui dentro do que Voldemort... – disse Harry alisando os cabelos de Sara e se aproximando mais da garota - ... mas, agora vamos esquecer disso um pouco e pensar só em uma coisa.... 

– E, eu posso saber em quê? – ele ouviu a voz de Sara e então sentiu os braços da garota passarem por seu pescoço. 

– Nas férias que iremos ter... só eu e você em qualquer lugar que queira ir... – disse ele dando-lhe um beijo apaixonado. Seu coração saltava dentro do seu peito, como se fosse a primeira vez que isso acontecia com ele. Na verdade se sentia assim todas às vezes, sentia-se como se fosse a primeira vez que tocava os lábios de Sara, como se fosse a primeira vez que sentia seu perfume. E apesar do coração acelerado e suas mãos estarem transpirando, Harry sentiu que seu corpo implorava pelo calor de Sara. Tinha certeza de que ela havia sentido o mesmo e então abriu os olhos ainda sentindo o gosto dos lábios de Sara e lhe deu um beijo em sua testa.

Olhou demoradamente para o rosto da garota, como se quisesse memorizar cada mínimo detalhe de sua face e então a viu sorrir. 

– Por que está me olhando assim? – ouviu a voz dela e então sorriu também, não sabia como explicar. Queria gravar sua imagem na memória, para poder sonhar com ela durante o tempo que ficariam afastados. 

– Queria gravar seu rosto na memória para ter você comigo 
enquanto durmo... – respondeu ele com um suspiro. 

Harry pode notar que, o rosto de Sara ficou ruborizado com o que ele tinha acabado de dizer, na verdade, desde de Hogsmade que ele vinha tentando controlar aquelas “sensações” que na verdade estavam deixando Harry ficar pensando coisas que com certeza deixariam Sara realmente embaraçada. No entanto, a jovem lhe fez um carinho no seu rosto e sorriu gentilmente.

– Estou sempre com você... – respondeu ela aproximando-se mais e Harry sentiu um certo calor ao encarar seus olhos. -... e, acho que... precisamos ter uma conversa, só nós dois... 

Harry a encarou intrigado, não se lembrava de ter feito alguma coisa para ela lhe dizer uma coisa dessas. Sara pareceu não estar com cara de que fosse algo grave, mas pelo jeito era importante para ela. 

– E essa conversa é sobre... – disse ele sério e então viu que ela novamente ficou com a face rosada enquanto sorria docemente. 

– Sobre nós dois... – disse ela e Harry compreendeu de imediato o que isso queria dizer, era obvio que queria conversar sobre o que estava acontecendo entre os dois e o rumo que seu relacionamento estava tomando. Ele devia ter adivinhado que isso aconteceria, mais cedo ou mais tarde, e rapidamente sentiu como se um pedaço de gelo despencasse até seu estomago.- ... acho que, precisamos esclarecer... – ela pareceu ficar sem graça agora e Harry não pôde deixar de no notar o quanto ficava linda - algumas... coisas... 

Harry engoliu em seco, sabia que era fácil conversar com Sara, mas, tinha adiado aqueles “diálogos” por muito tempo e esperava não ter que tê-los. Porém sabia que não poderia fugir deles e não pensou em mais nada a não ser responder com: 

– Ok, podemos conversar amanhã... – disse ele vendo novamente um rubor no rosto da namorada. 

– Não precisa ter pressa... por que... sabe... temos muitas coisas a fazer amanhã e também acho que seria bom Harry, se a gente procurasse saber mais sobre o professor Mesmero... – disse Sara e Harry a encarou preocupado, não ia deixar ela se arriscar pois provavelmente estaria pensando em fazer isso sozinha. 

– No que você está pensando? – perguntou ele - não quero que saia por aí... 

– Pensei em procurar os arquivos sobre ele, saber onde estudou, para ele saber sobre as passagens secretas que nem os marotos sabiam, só sendo um aluno de Hogwarts... vou falar com minha tia e ver o que consigo... – interrompeu a garota.

– Mas tenha cuidado... – disse Harry – não quero que ele perceba ou que desconfie de alguma coisa. 

O garoto se aproximou mais da jovem e novamente a tocou com seus lábios. – Você é minha vida... – disse ele sentindo os braços de Sara em volta do seu corpo em um abraço forte. 

Por alguns segundos sentiu novamente o calor do corpo de Sara, era bom sentir-se amado, era bom amar alguém e saber que era correspondido na mesma intensidade. 

– É melhor irmos dormir... – ouviu a voz de Sara próximo ao seu ouvido - ... vamos ter um longo dia amanhã... 

– Eu sei... – disse ele ainda a mantendo contra o peito - ... os exames estão chegando... 

Ele deu-lhe mais um beijo e então lhe desejou boa noite,mesmo com tudo o que estava acontecendo, ter Sara ao seu lado era a melhor coisa do mundo. Foi andando para o dormitório. 

– Ah, Harry? – ouviu ela o chamando e virou para lhe encarar – Eu amo você...
Dizendo isso, ela sorriu mais uma vez e entrou no dormitório das garotas. Harry então sorriu também e fechou a porta do quarto, definitivamente ele sentia-se o garoto mais sortudo do mundo. 



– Como vocês podem ver, os Gigantes de antigamente por serem mal compreendidos eram mal vistos pelos bruxos... – Harry estava quase adormecendo ao lado de Sara na aula de História da Magia. O fantasma do professor Binns era um santo remédio para quem sofria de insônia. Sua voz fantasmagórica e o jeito com que conduzia a aula deixava qualquer um sonolento. 

–...Todos sabemos que os gigantes não são totalmente controlados, e dificilmente conseguimos manter uma relação amistosa... mas à quem diga que se é possível... 

– Isso por que ele não conheceu o irmão caçula de Hagrid... – Harry ouviu a voz de Rony ao seu lado - ... se ele conhecesse iria ter certeza de que não se pode ser amigo de gigantes... 

– Você é amigo do Hagrid e tecnicamente ele é um gigante... – retrucou Hermione fechando seu livro. 

– O Hagrid não conta, ele é meio gigante... – respondeu Rony guardando suas coisas - ... e por falar nele, alguém tem visto ele? 

Harry não tinha se dado conta, mas Rony tinha razão. Não tinham visto nem falado com Hagrid desde que Edwiges tinha tido os bebês. 

– Eu visito a orla uma vez por semana... – ouviu Sara - ... para ver como andam as corujinhas, e pra falar a verdade, não tenho visto fumaça na chaminé... 

– E se fizéssemos uma visita? – disse Harry jogando sua mochila sobre os ombros enquanto os alunos começavam a deixar a sala. 

– Não podemos... – completou Hermione rapidamente - ... esqueceram do que combinamos? 

– Cinco minutos sem estudos não vão te fazer falta Hermione... – disse Rony desafiando o temperamento da garota - ... Faz um bom tempo que não vemos Hagrid... 

– Pra sua informação Rony, esses cinco minutos vão fazer diferença sim, mas só que pra você... mas em todo o caso, não é por isso que estou falando, temos assuntos pendentes a tratar... eu fiquei de acompanhar Neville até as estufas e tentar descobrir alguma coisa. Você, Harry e Sara tem que ficar de olho em Corner, Malfoy e professor Mesmero ou já esqueceu do que temos que descobrir... 

– Vamos fazer o seguinte... – disse Sara virando-se para encarar o grupo assim que chegaram ao salão principal para o almoço. – Eu tenho que ver como andam Albina e Botões e aproveito para ver se encontro Hagrid... enquanto a vocês dois, vigiem Draco e Corner, deixem o Professor Mesmero por enquanto não sabemos o quanto ele pode ser perigoso... 

– Ok... – respondeu Rony mas Harry não gostou muito da conversa. 

Depois do almoço, Harry e Rony permaneceram imóveis na mesa da Grifinória enquanto a comida e os pratos desapareciam. Esperavam ver alguma coisa tanto na mesa da Corvinal quanto na mesa da Sonserina, mas o máximo que conseguiram foi ver Draco se gabando de sua nova varinha. 

– Ele não tem nada melhor pra fazer? – ouviu a voz de Rony que estava sentado ao seu lado. 

– Se gabar é a única coisa que ele sabe fazer melhor, achei que soubesse disso depois desses anos... – respondeu Harry vendo Draco se levantar e andar até onde as garotas sonserinas estavam. – Você avisou Gina e Dino?

– Claro que avisei... – disse Rony – Não tinha outra opção tinha? Acredita que ela está adorando bancar a espiã? 

– Isso não é brincadeira Rony, Gina devia saber disso... – falou Harry o encarando. 

– Foi o que eu disse para ela, mas você conhece a Gina e sabe que ela adora se sentir importante... e se não bastasse Dino a incentiva... – resmungou Rony. – O que é que você tem?

– Onde será que Sara se meteu, ela não iria ficar fora tanto tempo... – disse Harry agora preocupado, fazia mais ou menos uma hora que a garota havia saído para ver os filhotes de Edwiges e Edward e ainda não tinha retornado. 

– Sei lá, vai ver ela está conversando com o Hagrid... – respondeu Rony olhando agora para a porta de entrada do salão e viu Sara chegando – Ah, olha ela ali... 

Harry olhou para a porta e viu Sara andando até ele, nesse mesmo instante Malfoy se levantou e foi até a mesa da Corvinal e Harry chutou Rony por debaixo da mesa. 

– O que será que Malfoy foi fazer na mesa da Corvinal? – perguntou ele baixinho enquanto sentia Sara sentar-se ao seu lado. 

– Provavelmente ver se sabiam onde estava Corner... – disse ela - ...mas perdeu seu tempo, acabei de vir da sala de minha tia e parece que ele está em uma reunião com o professor Flitwick, não sei o que aconteceu... mas ele pegou uma detenção. 

– Como assim Detenção? – perguntou Hermione a encarando. 

– Você não estava na Orla? – perguntou Harry a encarando. 

– Eu fui até lá, mas a nossa família de corujas migrou para o Corujal não faz uma semana... aí fui até a casa do Hagrid e a não ser o Canino, não existe nem sinal dele. Achei estranho e estava indo até a sala da tia Minerva quando a encontrei vindo das estufas. 

– E descobriu onde Hagrid está? – perguntou Rony rapidamente. 

– Ela me deu respostas evasivas, como que ele está com Graup em algum lugar mas que ela não sabe dizer onde. Disse que não ia demorar mas já faz um mês que está fora, bom, e a julgar que a última vez que o vimos foi quando vimos os filhotes... então, pode ter certeza de que deve ter acontecido alguma coisa... 

– Hagrid não fica sem dar notícias... – disse Harry encarando novamente Malfoy que agora parecia se preparar para sair. 

– Sinto falta do Dumbledore... pelo menos Hagrid o avisaria... – disse Rony. 

– E por que Corner pegou uma detenção? – perguntou novamente Hermione que agora parecia zangada por não terem lhe ouvido. 

– Eu não sei direito... – disse Sara -... minha tia disse que foi um acidente, mas ouvi Lisa Turpin comentando com Padma que ele azarou alguém... 

– Acho melhor ir ver na ala hospitalar para saber que tipo de azaração ele usou... e quem foi que ele azarou... – disse Hermione levantando-se rapidamente.
– Como vão garotos? – ouviram uma voz bem conhecida e todos viraram rapidamente. 

– Gui?? O que está fazendo aqui? – perguntou Rony se levantando. 

– Vim ver como estavam, e, precisava trocar uma palavrinha com vocês... podemos ir para um lugar onde ninguém nos escute? – disse ele e Harry olhou mais uma vez para Malfoy. 

– Eu vou avisar Gina e Dino para virem até aqui... – disse Rony puxando seu espelhular – Gina Weasley, venha até aqui no salão principal e Rápido! – Ele pegou o espelho e o guardou novamente no bolso e então notou os olhos curiosos de Gui.- Ah, uma invenção da Hermione... 

Harry pôde observar que Gui achara graça e no mesmo instante Gina entrava no salão apressada. 

– O que é de tão urgente para você me chamar daquele jeito! Gui!!! – disse ela jogando-se nos braços do irmão. 

– Precisamos que alguém fique de olho no Malfoy e nos avise de qualquer movimento... – respondeu Rony e então a garota tirou suas anotações e espalhou sobre a mesa. 

– Ok... – disse ela - ... mas depois quero saber de tudo... 

– Pelo visto, vocês tem muito o que me contar... venham– disse Gui e então os quatro o seguiram para fora do salão principal. Harry até ficara curioso pela razão que levava Gui a procura-los mas não comentou nada até que chegaram em uma sala do quarto andar. 

– Devem estar se perguntando o quê vim fazer aqui não? – disse ele sentando-se em uma das mesas enquanto os garotos sentavam-se a sua frente – conversei com Kinsley, e ele contou a Lupin e a mim sobre o que disse a você Harry... 

– Então já sabe por que estamos de olho em Malfoy... – respondeu Harry o encarando. 

– Bem, sei que estão fazendo o possível para a segurança da escola, mas não posso deixar vocês fazerem isso sem proteção alguma... Mamãe me mataria e com certeza mataria Kinsley também...– ele levantou-se e foi até a frente dos garotos - ... Lupin disse que Tonks está investigando Mesmero de perto, e devo garantir a vocês para não se meterem com ele... é muito perigoso. 

– Já sabemos disso... – respondeu Sara - ... nunca confiei em Mesmero, e até suponho que tenha sido ele quem tenha colocado o feitiço em Harry, Lupin deve ter lhe contado... 

– É eu sei, por isso que Tonks está nos calcanhares de Mesmero dia e noite, pelo que sei, esses dois garotos não conseguiriam fazer nada sem alguém com um profundo conhecimento em Artes das Trevas. Mas mesmo com toda a cautela que Tonks vem tendo, ele consegue driblar nossa vigília... 

– Gui, onde está o professor Lupin... eu precisava falar com ele sobre uma coisa... – perguntou Harry, fazia dias que não conseguia entrar em contato com Lupin e sem dúvida achava que tinha algo errado. 

– Ele não pode sair por enquanto... – respondeu Gui - ... mas, me mandou entregar isso a você... 

Harry recebeu um pequeno embrulho, e notou que Sírius havia lhe dado um embrulho parecido no seu quinto ano. Provavelmente era um espelho para se comunicar seguramente com ele. 

– Ele me disse que, você entenderia o que isso queria dizer... – disse Gui se levantando - ... bem, garotos, o recado está dado... agora vou dar uma palavrinha com Gina e com a professora McGonagall... até mais tarde. 



– Mas por que Lupin lhe entregaria um espelho dupla face?? – perguntou Rony encarando Harry na sala comunal em mais uma das suas folgas entre as aulas. – Ele poderia vir até aqui ou... sei lá... usar a lareira... 

– Você não ouviu o que Gui nos contou?? – perguntou Hermione que estava sentada no chão de pedra com um monte de anotações espalhadas ao seu redor – Aqueles lobisomens devem ter descoberto que Lupin não era um lobisomem mal... ele deve estar sendo caçado ou algo assim... 

Harry achou a hipótese de Hermione muito provável, que o Lobo Grayback talvez tivesse descoberto que seu antigo professor tivesse traindo sua espécie. Mas seus pensamentos acabaram se esvaindo quando viu Sara entrando na sala. Ele não tinha esquecido do que Sara havia lhe dito sobre conversarem à sos e, tentava manter-se calmo rezando para que ela tivesse esquecido, pelo menos por enquanto desse assunto.

– Já tentou falar com Lupin? – perguntou ela sentando-se do lado de Hermione e o encarando. 

– Ainda não... – respondeu ele voltando a olhar para o pequeno espelho em suas mãos. Olhar para aquele pedacinho de vidro, fazia o lembrar da burrice que tinha feito à dois anos e era inevitável não lembrar-se de Sírius. 

– E o que estão esperando? – perguntou Sara novamente – Acabei de encontrar Malfoy no corredor em frente a sala precisa, tenho que confessar que a aparência dele não é das melhores, e se for realmente ele... temos que agir rápido... 

– E o que ele estava fazendo lá? – perguntou ele rapidamente.

– E como é que eu vou saber? – respondeu Sara – Me pareceu que esperava alguém, por que estava nervoso ou ansioso... eu não sei.. 

Harry levantou-se depressa e tirou o mapa do maroto do bolso, ultimamente não saia da sala comunal sem ele. 

– Juro solenemente não fazer nada de bom... – disse ele o tocando com a varinha. O mapa começou a mostrar todos os alunos e seus movimentos. Malfoy apareceu no corredor na frente da tapeçaria de Trasgos conversando com Gregory Goyle e então sem mais nem menos desapareceu. 

– Cadê? – perguntou Rony confuso. 

– Ele deve ter entrado na sala precisa... – disse Harry dando um soco na mesa - ... o que ele estaria fazendo lá dentro? 

– Boa coisa é que não é... – respondeu Sara o encarando – Mas engraçado, não me lembro de ter visto Goyle nos corredores... 

Harry olhou para a namorada, o mapa não mentiria, era Goyle quem estava conversando com Malfoy.
– Talvez estivesse com uma capa de invisibilidade... – sugeriu Rony mas Hermione não acreditou nessa possibilidade. 

– E de onde ele tiraria dinheiro para comprar uma? Duvido, capas de invisibilidade são realmente raras Ron... 

– Você tem certeza de que não passou por Goyle nos corredores Sara? – perguntou Harry. 

– Claro que tenho... – disse ela séria - ... com todo aquele tamanho seria impossível não o notar... 

– Goyle não pode ter sumido... – disse Harry - ... a não ser... 

– A não ser o que? – perguntaram Hermione e Ron juntos. 

– Vou falar com Lupin Primeiro... – disse Harry, tocou o espelho com a varinha e disse – Remo Lupin. 

Não demorou muito para Harry vislumbrar o rosto pálido do seu antigo professor, o lugar onde estava era difícil de descrever, e Harry notou que Lupin deu um sorriso ao vê-lo. 

– Achei que me procuraria Harry... Como vai? – Harry ouviu Lupin dizer. 

– Estou bem... – disse ele sério, queria contar a Lupin sobre o que estava acontecendo havia alguns dias, a imagem de Sírius o vinha perseguindo em seus pensamentos todas as vezes que via Snape, e ver Lupin, o melhor amigo do seu padrinho diante dele fazia o lembrar o quanto sentia falta do sorriso em forma de latido de Sírius. 

– Está tudo bem com Sara, Rony e Hermione? – perguntou Lupin parecendo perceber algo em Harry. 

– Está... – respondeu o garoto percebendo e decidiu ir direto ao assunto antes que os outros alunos começassem a chegar - o Mapa do Maroto conhece todas as passagens do castelo...

– Ele se adapta as mudanças do castelo, se é isso o que quer dizer, mas por que está me perguntando isso? 

– É que, Mesmero nos disse que vinha recebendo ajuda da professora Sprout, que lhe cedia ervas já que Hogsmade estava fechada, bem, nós acabamos descobrindo que, ele andava entrando nas estufas sem permissão pois mentiu sobre o que causou alguns ferimentos dele... – disse Harry calmamente observando a reação do professor - ... e temos suspeitas de que já encontramos quem poderia estar sendo o “seguidor” de Voldemort aqui no castelo e por isso eu e Sara ficamos de olho, e o garoto simplesmente desapareceu quando chegamos ao segundo andar... 

– Desapareceu? – perguntou Lupin. 

– Não achamos que tenha desaparecido, só entrado em alguma passagem, pois vimos dois vultos negros atravessando o jardim ontem, e Harry afirma que havia um terceiro... – disse Sara sentando-se ao lado de Harry para poder ver a imagem de Lupin refletida no espelho – não temos provas, mas vi o mesmo livro que Malfoy tinha no ano passado nas mãos desse garoto... 

– Você tem certeza disso, Sara? – perguntou Lupin com o rosto pálido. 

– Eu vi o livro várias vezes na mão de Malfoy, tenho certeza... – respondeu a garota com Veemência. 

– Ouçam o que vou lhes dizer, não descobrimos muito sobre o professor de vocês, mas o pouco que suspeitamos é que tem um motivo muito forte para estar aí... entendem o que quero dizer, não é? 

Harry pensou em dizer que ele estava ali para o entregar para Voldemort, mas não precisou dizer. 

– Suponho que aqueles lobisomens que estavam em Hogsmade tinham o único intuito de pega-lo Harry, e Narcisa Malfoy está por trás disso. Ainda não sei qual é o plano de Voldemort com relação a ela, mas provavelmente não é nada de bom, por isso, não se metam com o professor Mesmero se puderem... 

– Então, é ele quem está ajudando Malfoy não é? – perguntou Rony os encarando – Estávamos certos... 

– O senhor não sabe se ele estudou aqui em Hogwarts? – perguntou Harry - É que achamos que, somente um antigo estudante poderia mostrar alguma passagem secreta, pois ouvi Dumbledore dizendo que nem ele as conhecia por completo... 

– É impossível conhecer todas as passagens e olha que eu era um maroto... – disse Lupin saudosamente mas ao ver o rosto de Harry pareceu perceber o que o garoto estava sentindo e acrescentou rápido - pois o castelo muda...mas não duvidaria que isso também fosse verdade, vou ver se consigo achar algo nos registros da escola... 

– Eu já olhei e não encontrei nada... – respondeu Sara e a garota pode perceber que Lupin a olhou espantado. - ... Pensei que talvez no Ministério tivesse algum registro ou algo assim, Mesmero poderia ter se formado em outra escola, não? 

– Mas aí, como ele conheceria as passagens do castelo? – perguntou Rony. 

– Poderia ter descoberto por acaso... – disse Harry - ... ou alguém ter lhe dito... 

– Pode ser... – respondeu Lupin coçando o queixo - ... mas se quiserem mesmo ajudar, mantenham-se longe do Mesmero e fiquem de olho em Malfoy e nesse outro garoto... qualquer coisa avise Tonks... 

– Ah, professor? – disse Harry encarando Lupin que voltou sua atenção a ele – No dia em que visitamos o Sr. Weasley, vi um testralio em Azkaban... 

– Um testralio Harry? Você tem certeza? – perguntou Lupin e Harry percebeu algo muito perturbador nos olhos do seu professor. 

– Tenho... – respondeu ele firmemente e ficou esperando uma resposta. 

– Vou conversar com Hagrid sobre isso... – disse Lupin se retirando da sala. 

– Hagrid está de volta? – perguntou esperançosa Hermione e Lupin voltou-se para ela. 

– Está aqui na Toca, não pode mais voltar a Hogwarts por enquanto... – disse ele olhando para algum ponto do lugar onde estava. – Olha garotos, tenho muito o que fazer aqui, mas vou tentar ir a Hogwarts para conversarmos Harry... Tenho que ir garotos, lembrem-se fiquem longe de Mesmero... 

Harry viu a imagem de Lupin desaparecer e aos poucos sua imagem, a de Sara, Rony e Hermione começar a refletir no espelho. 

– O que foi que ele quis dizer com isso? – perguntou Rony confuso – Que foi que o Hagrid fez para não poder voltar a Hogwarts? 

Harry não soube responder, as coisas estavam cada vez mais confusas e mais essa agora de não poder contar com a ajuda de Hagrid para possíveis descobertas. 



Na manhã daquele sábado, Harry levantou cedo. Não conseguira dormir a noite toda. Sonhara com Malfoy e Corner lhe cutucando com a varinha e dizendo que ele era um bisbilhoteiro. O fato de que Malfoy simplesmente desaparecera no corredor da sala precisa tinha deixado Harry preocupado. Só de pensar na possibilidade de haver mais de uma sala precisa tinha aparecido na sua cabeça mas isso seria completamente impossível. 

– Mas Sírius lhe disse que só existia uma se lembra? – disse Hermione a ele enquanto estavam os quatro sentados na beira do lago - ... quando lhe contamos sobre o AD. 

– Ta eu sei... – disse Harry encostado na árvore com Sara escorada nos seus joelhos - ... eu não acredito que exista uma, só pensei... 

– Olá Ron... – uma voz melodiosa ecoou pelo local e Harry notou Lilá Brown passando pelo grupo. Hermione encarou Rony com uma fúria que quando Harry percebeu Sara já estava sentada ao seu lado apenas encarando os dois. 

– Você não vai cumprimenta-la? – disse Hermione com azedume. – É falta de educação não cumprimentar sabia? 

– Deixa de bobagens... – respondeu Rony com as orelhas vermelhas - ... ela nunca soube que eu existo, por que se importaria se eu digo ou não um oi... 

– Por que levou um fora do McMillan e precisa desesperadamente de outro garoto para não prejudicar sua reputação... – disse ela com veemência. 

– E desde quando eu vou salvar a reputação dessa aí? – perguntou Rony confuso. 

– Deixa de ser Bobo, Ronald Weasley, você é o goleiro da Grifinória, é monitor, além disso era um dos que babava por ela... – disse Hermione com a voz embargada e Harry viu que ela estava com os olhos marejados. 

– Deixa de besteiras Hermione... – respondeu ele dando um sorriso bobo mas Hermione se levantou e saiu rumo ao castelo. 

– Hermione... – disse ele a chamando mas ela não virou para encara-lo. Rapidamente levantou-se e seguiu a garota para dentro do castelo. 

– Lilá realmente consegue ser inconveniente sabia? – Harry ouviu Sara e então encarou a namorada. – Não me olha assim, você sabe o que eu estou querendo dizer... 

– Boba é a Hermione que cai na da Lilá... – respondeu Harry a encarando - ... é obvio que ela faz isso pra provocar Hermione... 

– E você acha que é fácil controlar o que a gente sente? – disse Sara se levantando – Você e Rony se tornaram os garotos mais populares do colégio, sei de muitas garotas que só esperam uma chance para sair com vocês... 

– Estou vendo uma ponta de ciúmes? – disse Harry com um sorriso maroto se levantando, mas o sorriso se desfez quando viu o rosto sério de Sara. – Achei que soubesse que a única garota com quem eu sairia nessa escola é você...

Ele se aproximou mais da garota, não entendia a razão por que ela tinha ficado daquela forma. Não fora pra ele quem Lilá tinha jogado charme. 

– Desculpe... – disse ela sentando-se na enorme pedra ao lado da árvore - ... é que, não gosto de ver esse tipo de coisa... 

– Que tipo de coisa? – perguntou Harry agora confuso. 

– Harry, eu tenho visto como as garotas olham pra você... – disse ela evitando olhar para ele - ... eu sei o que elas acham de você, e também sei o que acham de mim. Só por que sou sobrinha da diretora... 

– Achei que não ligasse para o que as pessoas dissessem... – disse Harry ajoelhando-se a sua frente e pegando sua mão. 

– E não ligo... – respondeu ela agora lhe encarando - ... Só que, sei lá, o problema são as perguntas... 

– Que tipo de perguntas... – disse ele agora encarando Sara. 

– Ah, esquece... temos que voltar para o castelo...– respondeu Sara se levantando e tentando sair mas Harry segurou o seu braço a impedindo de ir. 

– Agora fala... – disse ele a encarando - ... que tipo de perguntas estão fazendo sobre mim e Rony? 

– Coisas particulares... – respondeu Sara sem graça desviando o olhar mas Harry a forçou olhar para ele – Ok, Parvati Patil veio me perguntar se... você, bem... 

Harry a encarou novamente confuso, não sabia o que Sara estava tentando dizer, e muito menos imaginava o que Parvati Patil estaria interessada em saber sobre ele. 

– Você vai me contar ou vou ter que usar Legilimencia pra isso? – perguntou ele agora cruzando os braços. 

– Se você tinha mais alguma cicatriz em outra parte do corpo que não fosse a testa... – disse Sara. 

– E por quê ela estaria interessada nisso? – perguntou ele intrigado. 

– Por que ouviu falar que você tinha uma cicatriz nas costas em forma de Hipogrifo... pois ela acha sexy ter marcas no corpo... – disse Sara perdendo a calma. – Pronto... satisfeito? 

– E o quê foi que você respondeu? – perguntou ele já conhecendo o temperamento explosivo de Sara. 

– Que na verdade era uma tatuagem em forma de um dragão, onde só eu tenho oportunidade de ver... – disse Sara séria perdendo a calma. – o que queria que eu dissesse? 

Harry ficou surpreso e ao mesmo tempo não conseguiu segurar o riso. 

– Do que é que está rindo? – disse ela agora o encarando confusa. 

– Não sei... talvez gostaria de estar ao seu lado para ver a cara da Patil... Afinal, não mostro minha tatuagem com freqüência... 

Sara virou o rosto e começou a andar rumo ao castelo com passos decididos. Harry não teve outra alternativa se não segui-la e tentar persuadi-la no caminho. Ele às vezes passava dos limites nas suas brincadeiras e sabia que Sara devia estar furiosa com ele. 

– Sara... espera... – disse ele assim que atingiram o sétimo andar. Sara propositadamente passou pelo retrato da mulher gorda, provavelmente tentaria despista-lo indo a torre ou a sala precisa. – Sara... 

Harry segurou em seu braço obrigando-a parar no meio do corredor. 

– Eu estava brincando... – disse ele lhe encarando - Eu amo você... 

Sara o encarou mas não disse uma só palavra, e isso fez com que uma pontada no fundo do seu estômago o avisasse que em casos assim era melhor ficar com a boca fechada - e não foi você quem disse que não importava o que os outros fizessem ou dissessem, ficaríamos juntos? Então,...- Harry passou os braços pela cintura da garota que deu um pequeno sorriso, então o garoto lhe beijou. 

O coração estava aos saltos, como sempre acontecia quando se encontravam sozinhos. Uma sensação gostosa lhe percorria o corpo ao sentir o toque de Sara, a maneira com que lhe beijava, ou até mesmo quando o olhava fazia com que algo dentro dele, uma fera adormecida tomasse conta do seu corpo. Estavam a poucos metros da sala precisa, era só virarem o corredor e, talvez... 

Harry afastou seus lábios de Sara para poder encara-la e sorriu ao ver que ela sorria para ele. 

– Desculpe... – disse ela – eu não devia ter agido assim... 

– Não tem por que pedir desculpas... – disse ele aproximando mais seu corpo de Sara e apoiando suas mãos nos quadris da garota – eu não devia ter falado aquilo...mas você devia saber que se tivesse alguma coisa em mim... – ele encarou Sara com um sorriso maroto - ...você seria a primeira a quem eu mostraria... 

– Ah é? – perguntou ela sorrindo – E, você não tem nada escondido que queira me mostrar? 

Harry não conseguiu ficar sem sorrir, e sentiu a “fera” saltitando dentro dele. Aquela era a hora. 

– Eu posso arranjar alguma coisa... – respondeu ele se aproximando o máximo que pode da garota - ...se você vier comigo até a sala precisa eu... 

Houve um estrondo seguido de um grito. Tanto Harry quanto Sara levaram um susto e assim como a maioria dos alunos que agora apareciam nos corredores correram para ver quem havia gritado. 

Professora Sibilia encontrava-se caída de costas no chão, na frente da parede de pedra branca onde se encontrava a Sala precisa. 

O Xale roxo desalinhado, e os óculos enormes da professora partidos. Harry e Sara chegaram quase ao mesmo tempo em que Professor Snape aparecia acompanhado do professor Flitwick. 

– Vamos logo Flitwick, isso não está com cara de boa coisa... – Harry ouviu Snape dizer fazendo rapidamente a professora levitar rumo a enfermaria. 

Harry ainda estava confuso sobre o que teria acontecido com professora Sibila, e ele tinha uma leve impressão de que sabia, exatamente do que se tratava.