Fanfics Brasil - Pequenas Recordações Harry Potter e o Livro Perdido

Fanfic: Harry Potter e o Livro Perdido | Tema: Harry Potter


Capítulo: Pequenas Recordações

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Harry não conseguia pensar em um motivo para alguém ter atacado a professora Sibila. Ela raramente saía da Torre embora ultimamente Harry cansava de vê-la percorrendo os corredores cheirando a bebida e murmurando algo como “... eles preferem aquele pangaré...” 

Claro, que esse “pangaré” que ela se referia, Harry sabia que era Firenze, pois todos os alunos estavam querendo fazer aula de Adivinhação com ele ao invés de ter aulas com Trelawney. 

– Mas isso não é motivo para azararem ela... – dizia Hermione na sala comunal, uma hora depois que Sara e Harry tinham lhe contado a história. Ela parecia ainda estar zangada com Rony, apesar que agora Harry notara que lhe permitia passar seu braço por seus ombros. - ... quem fez isso, foi por que não conseguiu que ela contasse alguma coisa... ou, que não queria que ela contasse.. 

Harry encarou Hermione confuso, às vezes ela era inteligente demais nas suas deduções. 

– Ok, Hermione... agora dá pra falar em uma língua que gente menos inteligente possa entender??? – disse Rony para a namorada que pareceu não gostar muito do comentário. 

– Sara não disse que vinha indo freqüentemente a torre da Trelawney, então... – disse Hermione encarando os companheiros – Temos duas possibilidades... uma, quem atacou Trelawney, tentou saber das conversas de Sara com ela... 

– Ok, e qual é a segunda opção... – perguntou Rony. 

– Que ela tenha visto algo na sala precisa que não devia ter visto... – respondeu Sara e Harry a encarou, a opção de Sara era muito mais relevante do que a de Hermione, mas ele não iria dizer isso para a amiga. 

– Acho que Sara tem razão nesse ponto... – disse Rony e Hermione não pareceu ficar irritada com essa possibilidade – digo, Por que alguém iria estar interessado nas visitas da Trelawney? No máximo iriam assusta-la para roubar as garrafas de bebida que ela vem escondendo. 

– Alguém sabe como ela está? – perguntou Hermione – Vocês disseram que Snape estava com ela... 

– É, e ele não parecia muito satisfeito... – disse Sara os encarando. 

– Mais parecia que sabia quem ou o quê tinha atingido a Trelawney, tenho certeza disso... – respondeu Harry e os outros o olharam. – Conheço Snape, tem alguma coisa errada e eu vou descobrir o que foi que aconteceu com a professora, tenho quase certeza de que pode ter sido Malfoy ou Corner e não estaria errado se Mesmero não estaria envolvido nisso... 

– Vocês não acham que Malfoy arriscaria seu pescoço e as mordomias de ser monitor só para conseguir informações sobre a Trelawney, acham? – perguntou Rony confuso.
– Depende do que ele ganharia em troca... – disse Sara e Harry concordou, Malfoy seria capaz de trocar seu distintivo por qualquer outra coisa desde que lhe desse mais poder do que aquele metal prateado que carregava sobre o peito. Contudo, tinha algo que estava perturbando os pensamentos de Harry, e do qual ele não tinha comentado nada com ninguém, por quê razão, Snape parecia saber o que havia acontecido? 

O ataque a professora Trelawney tomou proporções alarmantes, mesmo por que, ela ainda estava na ala hospitalar tomando 5 tipos de poções diferentes para se recuperar. Harry ainda pegava-se de vez em quando pensando qual dos seus suspeitos poderia ter causado aquilo no corredor e se perguntava se conseguiriam colocar um ponto final nisso, descobrindo o que realmente estava acontecendo. Seu professor Lupin ainda não tinha vindo a Hogwarts como tinha prometido a Harry fazer e também não tinham tido notícias de Hagrid, a não ser o que o professor havia lhe dito sobre ele estar na Toca. Mas até aquele momento Harry não tinha idéia do por que Hagrid não podia mais ir para a escola.

– Talvez ele tenha se encrencado por causa da Mania que ele tem por animais... vocês conhecem o Hagrid – dizia Rony sentado na enorme mesa da Grifinória. 

– Agora é sua vez de dar um tempo Rony... – disse Hermione franzindo o senho - ...Está na cara que devem ter descoberto Graup.. 

– Mas ele não disse que Graup estava se comportando bem, civilizadamente? – disse Rony encarando Hermione. 

– Rony... – começou Hermione como se estivesse explicando para uma criança de 5 anos de idade - ...Para Hagrid, até um dragão se comporta civilizadamente, mas mesmo que Graup conseguisse se comportar, os gigantes passaram pro lado de Voldemort, devem estar sendo caçados... 

– Ou nos caçando... – respondeu Harry sombriamente. O fato de Hagrid não poder mais aparecer em Hogwarts estava realmente preocupando Harry. Sabia da mania que seu amigo tinha por animais, um tanto quanto “proibidos” e temia que a idéia de que pudesse ter encontrado um outro dragão abandonado passava por sua cabeça quando Gina entrou no salão principal correndo. 

– Vejam... – disse ela mostrando uma foto enorme na capa – Não eram vocês que queriam saber sobre Hagrid... agora já sabemos por que ele não pode voltar... 

Havia uma enorme manchete acusando Hagrid de estar do lado de Voldemort e instigando os gigantes contra os bruxos. E Harry ficou horrorizado com aquilo. 

– Acusaram Hagrid só por que descobriram que ele trouxe Graup? – perguntou Harry furioso ao ler a noticia. 

– Era óbvio que eles iriam acusa-lo não é? – disse Hermione fechando o jornal – Houve uma confusão enorme em Londres nessa semana, minha mãe me mandou uma carta contando sobre um tornado que devastou uma cidadezinha ao norte... 

– E daí? Isso acontece com freqüência... – disse Harry ainda perplexo pela notícia. 

– Deixa de ser ingênuo Harry... – retrucou Hermione impaciente – Não era um furacão eram Gigantes, eu ouvi uma conversa entre a professora McGonagall e Vector quando saía do banheiro dos monitores. Foram os gigantes...

– E só por isso estão acusando Hagrid!!! – disse ele levantando a voz. 

– Não fizeram nada mais do que a obrigação... – ouviu uma voz esganiçada passando pela mesa – E eu diria que já foi tarde... ele era um péssimo professor.. 

– E desde quando você entende alguma coisa sobre professores... – perguntou Hermione encarando a monitora sonserina com os olhos faiscando. 

– Ah ta... – respondeu Pansy novamente com um sorriso - ... e você sabe por acaso sangue ruim? Ah, é mesmo, acho que o único lugar onde vai conseguir emprego só sendo professora mesmo... o único problema é que se Hogwarts aceitar você... ninguém mais irá freqüentar essa escola... 

– Só se a professora fosse você... – retorquiu Hermione furiosa - ... você não é muito capaz de aprender, quanto mais ensinar alguém... 

Pansy nem se deu ao trabalho de responder a Hermione além de rir desdenhosamente, coisa que deixou Rony preocupado. 

– Nem uma respostazinha para dizer que ela é quem disse a última palavra??? – perguntou ele alguns minutos depois indo para mais uma aula de DCAT, eu não posso acreditar que Pit Parkinson não se deu ao trabalho de responder a Hermione... 

– Talvez por que ela não soubesse o que responder... – disse Harry sério, era de se esperar que Parkinson não tivesse resposta para Hermione, mas tinha algo naquela risada que deixou uma pulga atrás da orelha de Harry. 

– Harry, você viu a Sara? – perguntou Parvati entrando na sala – Preciso falar com ela... 

– Ela deve estar na biblioteca... – disse Harry jogando a mochila sobre a mesa no fundo da sala - ... pelo menos era isso o que tinha me dito... 

– Bem, então... depois eu falo com ela... – respondeu Parvati voltando para a frente da sala onde Harry pode ouvir Lilá cumprimentando Rony com um sorrisinho. Ele conseguiu notar Hermione se mexer incomodada na carteira e tinha certeza de que ela também tinha visto. 

Não demorou muito e Harry viu Sara entrando na sala correndo e sendo abordada por Lilá, segundos após, Mesmero entrar na sala com o seu melhor sorriso em um giro de capa.

– Como estão meus pupilos nessa gloriosa manhã? – disse ele encarando a turma que o cumprimentava. 

– Quem vê ele dessa forma jamais o reconheceria se o visse como nós o vimos em Hogsmade... – ouviu a voz de Sara e olhou para o professor que parecia tão “radiante” quanto Lockhart nos seus melhores dias.

– Bem, caríssimos alunos... hoje iremos aprender alguns feiticinhos básicos para usarem... – dizia Mesmero, mas Harry não ouvia uma palavrinha se quer. Hagrid estava sendo acusado de estar servindo Voldemort e Dumbledore nem no colégio estava para Harry poder pedir ajuda ou informações. Talvez se conversasse com Shacklebolt mais uma vez, mas isso implicaria em ter que explicar muita coisa a Sra. Weasley. O Testralho que vira quando fora visitar Sr. Weasley ainda incomodava seus pensamentos também, se Harry estava certo e Hagrid era o único a ter esses animais domesticados em Londres, o que aquele Testrálio estaria fazendo tão longe de casa? 

– Você está bem? – ouviu a voz de Sara e então voltou do seu devaneio. 

– Sim, estou... – disse ele olhando para a garota e ensaiando um sorriso - ... não se preocupe... 

– Tem certeza Harry, estou te achando tão calado... – disse ela guardando suas coisas o que fez Harry perceber que perdera toda a aula. 

– Não é nada... só estava pensando no Hagrid... – disse ele levantando-se e seguindo a garota - ... onde o professor Dumbledore está que não fez nada pra limpar a barra dele? 

– Não sei... – respondeu Sara o encarando e parando próximo ao banheiro dos monitores - ...ele simplesmente desapareceu, e por mais que eu tente, minha tia está se tornando ótima oclumente... não consigo descobrir nada... estou começando a ficar preocupada... 

– Sabe como está a professora Trelawney? – perguntou ele tentando mudar de assunto. 

– Minha tia pediu para eu ir vê-la hoje, disse que ela me ajudou muito e, bem pelo menos não tive mais pesadelos daquele tipo... 

– Eu estive pensando em perguntar para ela o que realmente aconteceu... – disse Harry - ... tenho certeza de que Mesmero ou Malfoy tem à ver com isso... 

– Não pode acusar eles assim, Harry... – disse Sara – eu também acho que eles todos tem à ver com isso, mas, se Snape te pegar falando assim... 

– Não tenho medo dele... – disse Harry encarando Sara com decisão - ... você sabe disso. 

– É, eu sei... – disse ela desviando o olhar – venha, vamos logo almoçar e depois vamos passar na enfermaria... quanto antes eu ir visitar a Trelawney, mais cedo me livro dessa responsabilidade... 

– Por falar em responsabilidade... o que Parvati queria com você? – perguntou ele a encarando. 

– Nada de mais... conselhos... – disse Sara sem olhar para o garoto. 

– Conselhos? – Admirou-se Harry – Mas não era ela e Lilá que estava enchendo a cabeça de Hermione dando conselhos? 

– Bem,é claro que elas tinham que encher não é? Lilá está de quatro pelo Rony... 

– Hein? – admirou-se Harry parando de chofre no meio do corredor fazendo Sara virar-se para encara-lo. 

– Na verdade, Lilá só começou a se interessar por Rony depois que percebeu a “fama” de vocês...a garota já passou pela metade da escola, nenhum garoto acha mais ela tão interessante como antes. 

– É claro, ela não sabe falar em outra coisa que não seja Cabelos, roupas ou outras bobagens... – disse Harry voltando a andar - ...chega uma hora que os garotos não querem mais saber de embalagens... preferem o conteúdo... 

Harry passou seu braço pela cintura de Sara e parou em sua frente a impedindo de passar. Seus lábios encontraram os dela tão rápido que quando abriu os olhos novamente viu que ela sorria. 

– O que foi? – perguntou ele a encarando. 

– Não, é que...a cada dia que passa, você consegue me fazer ficar ainda mais apaixonada sabia? 

O garoto abriu um sorriso enorme e sem pensar deixou cair sua mochila, e abraçou Sara a levantando do chão. Era difícil explicar o que estava sentindo, por que, nem ele mesmo sabia como descrever a sensação. Descansou suas mãos na cintura da garota enquanto sentia suas mãos delicadas apoiada sobre seu peito.

– Eu digo mesmo... – disse ele mergulhando sua mão esquerda nos longos cabelos de Sara e a aproximando do seu rosto. Sentia seu perfume de lavanda e o gostinho doce dos seus lábios faziam despertar o desejo que tinha de ser dela por inteiro. – Te amo... – sussurrou ele entre os lábios da garota. 

– Não tanto quanto eu... – a ouviu dizer começando a andar. 

– Eu acho que amo ainda mais... – disse ele a vendo sorrir. 



Embora as gracinhas ditas e feitas pelo pessoal da Sonserina começasse cedo aquele dia, na hora do almoço foi que tomou proporções assustadoras. Com a proximidade do último e decisivo jogo da taça de quadribol entre Sonserina e Grifinória, os alunos estavam em pé de guerra. 

– Seu imbecil, língua de cobra! – bradava Rony sendo segurado por Harry, Neville e Dino – Não tinha o direito de acertar Hermione, ela não faz parte do time! 

– Ora, Weasley... pena que o Nott aqui não tem uma boa mira, ele queria era acertar você... – disse Malfoy com um sorriso cínico. 

– Deve ser essa minha alergia... – respondeu Nott fingindo um espirro – viu... alergia a Sangue ruim... 

– Ora seu... – forçou mais uma vez Rony. 

– Então cuidado Nott, pois com o tamanho do seu cérebro, ele pode sair pelo nariz com o próximo espirro... – disse Harry segurando Rony com uma chave de braço, agora sabiam a razão de Pansy não ter revidado no café da manhã. Harry só conseguiu segurar Rony por que Professor Flitwick apareceu. 

– Senhores! – disse ele com a varinha em punho – Senhores, já para suas mesas e terminem seu almoço... ou querem limpar o banheiro masculino no quinto andar? 

– Calma aí Rony! – Brigou Harry empurrando Rony para o banco – Está querendo levar uma detenção? 

– Se eu não quisesse aquela taça, com certeza valeria a pena a detenção se pudesse quebrar a cara dele! – disse Rony virando-se – Mas por que a Hermione? O que ela tinha a ver com isso? 

– Na verdade... – disse Sara que acabava de chegar – ela tem muito a ver com isso, quem é o goleiro menos vazado do campeonato? 

– Acertando a Hermione, seria mais fácil tirar você do sério Rony... – disse Harry pegando na mão de Sara e a fazendo sentar-se do seu lado – Era de se esperar já que eles não podem acertar os jogadores... 

– Vou ver como está a Hermione... – disse ele levantando-se e saindo do Salão. Harry observou o amigo desaparecer no meio dos alunos que vinham na direção do salão e então virou-se para Sara. 

– Não tentaram fazer nada com você, espero... – disse ele a encarando. 

– Eles só acertaram Hermione porque ela estava de costas repreendendo Patil por usar magia contra Dubout... ela está bem, mas as sobrancelhas dela ainda não pararam de crescer. 

– Eu devia ter imaginado que isso poderia acontecer... não quero ver você andando sozinha por aí, ou eu vou ter que mandar um sonserino pra ala Hospitalar... – disse ele sério e a garota sorriu. 

– Não se preocupe, eu tenho medo é do que podem fazer com você se continuar andando tão distraído como está... não vai me dizer o que vem tomado todos os seus pensamentos? Posso ficar com ciúmes em ter que dividir sua atenção com outra coisa...

– Não é nada que você não saiba... – disse ele sorrindo -... o negócio do Hagrid, e também, essa viagem do Dumbledore sem deixar ninguém de aviso, além disso, estou começando a achar que, mais alguém daqui tem visitado Azkaban... 

– Está achando que o professor Mesmero tem ido visitar alguém na prisão? – perguntou Sara e Harry confirmou com a cabeça – Mas por que razão? O que teria lá para ele sair escondido da escola? 

– Lúcio Malfoy... – disse Harry sombriamente - ... talvez ele não tenha fugido como todos disseram que tinha... principalmente depois que falhou na missão e tentou trair Voldemort, ele estaria mais seguro lá do que fora... 

– Bom, isso tem lógica... – disse Sara o encarando - ... se eu fosse Voldemort, com certeza mataria Lúcio se ele tentasse me trair... seria melhor ficar preso em uma jaula do que enfrentar a ira de Voldemort... 

– O que me intriga, é o que Mesmero iria fazer lá? E pra quê? – disse Harry se aproximando mais da garota. 

– Ele não pode ter ido acompanhar Draco? – disse Sara vendo o sonserino rir como se tudo corresse bem na sua família – Fora a aparência doentia dele, seu humor parece tão bom como se toda a sua família estivesse de férias... 

– Isso está estranho... muito estranho mesmo... – disse ele se levantando – Vamos indo? Quero ver como está Hermione e você tem que ver a professora Trelawney não? 

– É, acreditaria que ela está atazanando a professora Sinistra? Vem dizendo que se fosse ela, cancelaria a viagem da turma para ver o eclipse... disse que tem vibrações negativas e que algo muito ruim vai acontecer se formos... 

– Bem, ela tinha que tentar arrumar uma razão pra ficar na escola não? – disse Harry vendo Sara se levantar e passando o braço pela sua cintura – Vamos logo antes que tentem nos acertar... – A garota olhou e viu alguns sonserinos se levantando, provavelmente para irem atrás deles. 

– Primeiro, eles tem que ficar em pé... – disse Sara pegando a varinha, colocando entre ela e Harry e apontando para os garotos – Esfregaço! 

Uma pequena poça de água com sabão apareceu diante dos garotos que escorregaram e caíram com um estrondo no chão. 

– Eu não teria feito melhor... – disse ele sorrindo dando um selinho na garota. – Você é incrível... 




Quando Harry chegou a Ala hospitalar, viu Hermione coberta por sua cabeleira. Harry demorou a perceber que, na verdade aquela cabeleira eram as sobrancelhas da garota. 

– Ah Harry! Sara! – disse ela abrindo suas sobrancelhas como se fossem cortinas para que pudesse ver os amigos – Tenho uma boa notícia... 

– Boa Notícia? – perguntou Rony e Harry sentiu um pouco de sarcasmo em sua voz. 

– Tonks vai voltar com as aulas... – disse ela abrindo um largo sorriso – Ela veio aqui me visitar a pouco e disse que com o professor Dumbledore fora, a professora McGonagall exigiu que elas fossem dadas com mais freqüência e sem demora. 

– Por que a professora Minerva pediria isso? – perguntou Harry olhando para a garota depois para Sara. 

– Ordens do professor Dumbledore, provavelmente... – disse Sara olhando para a cama da professora Trelawney onde Madame Pomfrey forçava a tomar sua poção.- ... Conseguiu descobrir alguma coisa com ela? 

– Bem, ainda não tivemos tempo pra conversar... – disse Hermione pegando a varinha e dando um jeito pra fazer suas sobrancelhas ficarem presas atrás da cabeça. - ...agora é que realmente ela está sóbria... 

– Vamos até lá falar com ela... – disse Harry olhando para Sara e esta assentiu.- Já voltamos... 

Harry seguiu Sara até onde estava a sua professora de Adivinhação deitada na cama. Ela ficava bem estranha vestindo a camisola da Ala Hospitalar e sem seus badulaques e xales. 

– Ola, como vão meus antigos pupilos... – disse ela com sua voz etérea enquanto Madame Pomfrey recolhia seus frasquinhos - ... e você, querida... não veio mais me visitar, estou sentindo falta das nossas conversas... 

– Tenho andado muito ocupada ultimamente... – disse Sara com o rosto levemente corado – Como a senhora está? 

– Estou bem, sem contar que uma garrafa do Xints que eu levava explodiu quando caí... – disse ela agora sorrindo enquanto seus olhos bastante aumentados pela lente dos óculos olhavam de um garoto a outro. 

– Suponho que não tenha visto quem lhe jogou pra fora da sala precisa não?- perguntou Harry diretamente. 

– Como sabia sobre a sala? – perguntou ela surpresa – Somente os professores e alguns funcionários a conhecem... 

– Descobri sem querer... – mentiu Harry enquanto a professora olhava curiosa para ele. 

– Não consegui ver quem me colocou pra fora, sabe... a diretora McGonagall me perguntou o mesmo a quase uma hora. Só me lembro de estar procurando um lugar seguro para esconder minha... – ela olhou encabulada para os garotos e então voltou a falar - ... meu tônico, e aí, Boom! Senti uma coisa me empurrando para fora e quando dei por mim estava aqui... é sempre assim... 

– É bom ver que a senhora está bem... – disse Sara gentilmente - ... bem, temos aula daqui a pouco e a senhora precisa de descanso. 

Harry no entanto ficou pensando no que a professora queria dizer com “é sempre assim”. Quando foi sair a professora lhe segurou pelo braço. 

– Posso dar uma palavrinha com você Harry? – disse ela e Harry confirmou com a cabeça surpreso. Sara apenas sorriu e se encaminhou novamente para a cama onde estava Hermione. 

– O professor Flitwick me disse que você estava no corredor quando, me jogaram para fora... – disse ela e vendo Harry confirmar com a cabeça continuou - ... bem, eu estava indo a sua procura... 

Harry ficou surpreso com isso, mas não deixou transparecer olhou curioso para a professora e deixou que ela continuasse. 

– Eu sei que ninguém aqui em Hogwarts tem me levado à sério, nunca ninguém me levou a sério e, bem... eu venho dizendo a meses para sua professora de Astronomia para não levar vocês para ver esse eclipse... tem uma nuvem sombria pairando sobre essa viagem... 

– Mas eu não posso impedir se... – tentou dizer Harry mas a sua professora continuou a falar sem lhe dar ouvidos. 

– ...Algo terrível pode acontecer se forem, eu sei disso... até tentei persuadir sua professora Minerva, mas ela disse que não pode interferir nos exames exigidos pelo Ministério... também pedi para sua colega, a sobrinha da diretora, para ela me ajudar a convence-los mas, ela é jovem demais para ver certos tipos de coisa... 

O garoto sabia que Sara não tinha a menor aptidão para Adivinhação, o que ela fazia e muito bem era ler a mente das pessoas, era um dom que Harry agradecia por ter já que com ele descobrirão algumas coisas. Mas, como ela tinha enfrentado um baque muito forte com o feitiço do tempo, isso fizera perder esse dom. 

– ... É sempre assim... nunca sou levada à sério, até mesmo quando fui entrevistada por Dumbledore para esse emprego percebi que ele não tinha muita fé em mim... bem,também fui interrompida pelo Severo e por um outro homem enquanto conversava com Dumbledore... 

Harry sentiu que todo o ar tinha sido expulso do seus pulmões naquela hora. Dumbledore tinha lhe contado no seu quinto ano sobre alguém ter ouvido parte da profecia enquanto ele entrevistava Sibila. E que esta pessoa, tinha ido contar para Voldemort o que ele tinha ouvido e assim ocasionado a caça aos seus pais e os pais de Neville. 

– A senhora quer dizer que, Snape foi quem... atrapalhou sua entrevista? – perguntou Harry forçando um pouco a garganta para que a voz conseguisse sair. 

– Oh, sim... eu não me lembro direito pois, acho que devo ter cochilado por alguns segundos, e... bem, quando olhei para a porta, havia o dono do Hog’s Head, Severo e um homem baixinho, atarracado... que lembrava muito um rato, sabe... esses bem pequenos.... 

– Pettigrew... – sussurrou ele baixinho em um fio de voz. 

– O que disse? – perguntou ela. 

– Nada... – respondeu ele depressa - ... eu, tenho que ir... 

– Não esqueça do que lhe falei... – disse ela juntando as mãos – sobre a viagem... 

Harry confirmou com a cabeça e então sem perceber saiu da enfermaria, sua cabeça estava rodando. Então tinha sido Snape quem contara a Voldemort sobre a profecia? Fora ele que, juntamente com Pedro Pettigrew entregaram seus pais para Voldemort. Uma raiva tão grande começou a fazer o sangue do garoto fervilhar. Correu desabalado pelos corredores como se isso ajudasse a melhorar a dor que estava sentindo e a raiva que sentia por Snape. Agora ele entendia, sabia o por que ele detestava tanto Snape! Ele foi quem ajudou, ele ajudou Voldemort a matar seus pais! 

Harry entrou na primeira sala vazia que encontrou pelo caminho, precisava ficar sozinho, precisava de tempo para pensar no que acabara de saber. 



Já passava das dez horas quando Harry finalmente chegou no salão comunal. Não sabia quanto tempo tinha ficado naquela sala, e também não tinha a menor vontade de sair de lá. Se Pirraça não tivesse aparecido e lhe importunado tanto, talvez Harry ficasse lá para sempre.
– Mas onde foi que você se meteu? – foi a primeira coisa que ele ouviu assim que entrou pelo buraco do retrato.- Vimos você passar correndo e ficamos preocupados. 

– Como está a Hermione? – perguntou ele rapidamente, não queria comentar nada naquele momento e também não queria que fizessem perguntas. 

– Está lá em cima... – disse Rony – Sara está com ela, e ficou muito preocupada por ver você sair daquele jeito... quase estuporou Trelawney de novo pra saber o que ela tinha dito pra deixar você daquele jeito. 

– Vou subir... – disse Harry se dirigindo para o dormitório - ... depois eu falo com ela. 

Harry subiu ouvindo ainda a voz de Rony no salão comunal, não entendeu o que ele disse e também não queria ver ninguém. Estava nervoso demais, revoltado demais para descontar nos seus amigos tudo aquilo que estava sentindo. Por que Dumbledore havia escondido dele que fora Snape quem tinha avisado Voldemort da profecia? 

Ele virou-se na cama e conseguia ver a foto dos seus pais na cômoda, ao lado um Sírius sorridente acenando pra ele felizes. Não podia acreditar que Snape fora capaz de ajudar Voldemort. Dumbledore confiava nele! Uma fúria incontrolável fez o sangue de Harry ferver a ponto de esmurrar o travesseiro. Os olhos arderam e ele sentiu algo salgado escorrer pelo seu rosto e pingar sobre o travesseiro. 

– Harry? – ele ouviu uma voz e esfregou seu rosto rapidamente com o lençol. Queria fingir estar dormindo mas,tinha explicações a dar a Sara. 

Ouviu os passos da garota se aproximarem da sua cama e então sentiu que ela havia se sentado ao seu lado. Não era justo deixa-la de fora, mas também não queria falar sobre o assunto. Sentiu os dedos delicados da garota passarem sobre seus cabelos e então decidiu virar-se. Sara o encarava sem dizer uma única palavra, seus olhos brilhavam iluminados apenas pelo clarão da lua que entrava pela janela atrás da cama de Harry. Sentiu novamente os dedos delicados da garota acariciarem seu rosto úmido e então se sentou de frente para ela. Olhou-a direto nos olhos, Sara passou seus braços sobre seu pescoço e o envolveu em um abraço. Não precisavam mais de palavras, entendiam-se somente no olhar. Harry deixou-se abraçar por ela sentindo o seu perfume, e o calor do seu corpo o conforta-lo. Não sabe por quanto tempo ficaram assim, mas agradeceu por ela estar do seu lado. O deixando calado e apenas lhe dando força. Ele virou seu rosto e lhe deu um beijo na face.

– Está melhor agora? – ouviu a voz suave da garota e então a encarou. 

– Não muito... – disse ele passando os dedos pelo cabelo de Sara e colocando-o atrás da orelha da garota - ...mas não a nada que eu possa fazer... pelo menos não agora... 

– Trelawney me contou o que disse a você... – Sara disse em um fio de voz - ... bem, não disse exatamente mas,eu li a mente dela... não sei como aconteceu, só... vi você saindo nervoso e fiquei furiosa com ela...aí, simplesmente ouvi algumas partes... 

– Snape... – disse Harry com raiva - ... foi ele quem falou a Voldemort sobre a profecia... 

– Eu sei... – respondeu Sara tocando em seu braço - ...e Rabicho estava com ele quando ouviu... 

– E, Dumbledore confia nele? – perguntou Harry cinicamente – Dumbledore confia nele depois que entregou meus pais de bandeja a Voldemort! 

– O professor Dumbledore disse que ele havia se regenerado... – disse Sara. 

– Há!Sei... – disse novamente Harry sarcástico – Regenerado? Eu tenho lá minhas dúvidas se não foi Snape quem se atrasou de propósito para avisar Dumbledore de que Voldemort tinha pegado Sírius... 

– Você não confia em Dumbledore? – perguntou Sara e Harry a encarou. 

– Confio em Dumbledore... mas não confio em Snape!- respondeu ele secamente. – Se ele não tivesse falado sobre essa profecia, talvez... talvez... 

– Se não fosse ele, talvez fosse outra pessoa... – respondeu Sara enquanto acariciava o rosto do garoto - ...Sei que o que você ficou sabendo te deixou ainda com mais raiva de Snape... mas,meu padrinho nunca se engana Harry... e se ele diz que tem motivos muito fortes, para acreditar na lealdade de Snape... eu não vou contra ele... 

Harry a encarou sério, como podia ficar contra ele e a favor do padrinho? O garoto não duvidava de Dumbledore, só achava que ele nunca via o lado ruim dos outros. Desviou os olhos dos de Sara e não respondeu. O sangue ainda fervia dentro dele. Virou o rosto e ficou olhando seus pais e Sírius acenarem para ele felizes e sentiu ainda mais raiva.

– Está cada vez pior não é? – perguntou Sara e então olhou para a garota confuso. 

– O quê? 

– Saudades... do Sírius... – disse ela e então ele voltou a olhar para a fotografia sem responder. 

– Você acha que eu não percebi que era isso que estava te perturbando? – perguntou ela novamente e então a garota tocou seu rosto o fazendo encarar - ...Não deixe que sua saudade por Sírius, faça você perder a cabeça com Snape. Se realmente ele estiver nos traindo, Dumbledore vai saber o que fazer. 

– Eu... eu... tenho vontade de... – começou dizer Harry mas não conseguiu terminar. Sara o abraçou novamente e ele perdeu-se no seu perfume quando sentiu a cabeça de Sara apoiar-se sobre seu peito. 


Quando Harry acordou na manhã seguinte, estava indisposto. Haviam marcado um treino de quadribol para aquela tarde mas ele não tinha a menor vontade de ir. Era a primeira vez que Harry se lembrava de se recusar a jogar quadribol, o esporte que mais gostava e que realmente o deixava feliz. Tomou um banho super rápido e quando desceu, Hermione estava sentada na poltrona conversando com Rony, parecia animada e quando olhou para ele sorriu.

– Rony me disse que vão ter um treino hoje... está animado? – perguntou Hermione, mas ele tinha certeza de que queria saber o que havia acontecido com ele.

– É... – respondeu ele sentando-se no sofá, não queria falar sobre o que tinha ouvido, embora tivesse certeza de que provavelmente Sara já tivesse contado. – Cadê a Sara? 

– Ela saiu cedo... não me disse onde ia... – respondeu Hermione olhando para Rony. 

Harry estranhou o comportamento dos dois mas não disse nada, ficou encarando a lareira enquanto fingia não ver seus amigos o observarem. Nesse mesmo instante, ouviu o quadro da mulher gorda ranger e Sara passar por ela. Seus olhos pararam diretamente de encontro aos seus e o sorriso luminoso dela fez desaparecer a nuvem negra no espírito de Harry. 

– Nada de treino... – disse ela parando ao lado da poltrona de Harry e então Rony se levantou incrédulo. 

– Como assim? O jogo é sábado? Isso nos dá... – ele começou a contar nos dedos. 

– 3 dias Rony... – disse Hermione sem a mínima emoção. 

– Nosso treino foi transferido pra sexta, ta legal? – disse Sara olhando para Harry - ... Hoje teremos aula com a Tonks, e também temos uma revisão grande de transfiguração... além disso, Snape requisitou o campo hoje, e pra evitar maiores conflitos, a diretora cedeu o campo a eles... 

– Bem, então... – disse Hermione se levantando - ... Vamos logo tomar café, estou morrendo de fome... 

Rapidamente pegou no braço de Rony e o arrastou para fora da sala comunal que agora começava a encher de gente. Harry também levantou-se e depois de pegar na mão de Sara a levou para uma mesa próximo a janela da torre e a encarou. 

– Você cancelou o treino não foi? – disse ele e viu um sorriso tímido brotar no rosto da garota. 

– Achei que, bem... que seria melhor se você não estivesse com a cabeça cheia quando fossemos treinar... – disse ela apoiando-se na parede - ... e, alem disso, Snape apareceu na sala da minha tia quando eu estava lá, disse que precisavam do campo para treinar o novo batedor... 

– Novo batedor? – perguntou Harry curioso apoiando-se na mesa de frente para a garota. 

– Nott... – respondeu Sara com um sorriso - ... você acredita que Malfoy colocou ele pra substituir o Crabbe? Parece que Crabbe está com problemas, e não vai melhorar até sábado. 

– O que foi que aconteceu com ele? – perguntou Harry sorrindo. Viu o rosto da namorada ficar um pouco rubro e ela morder o lábio inferior, isso só queria dizer uma coisa, ela tinha causado esse “problema” em Crabbe. – O que foi que você fez com ele? 

– Eu? – disse Sara fingindo inocência e depois caindo na gargalhada - ... eu não fiz nada... ele é quem fez tudo sozinho... 

– Como assim? – Agora Harry estava diante da garota, e começava a ficar nervoso. Se estivessem tentando fazer algo contra ela, Harry estuporaria sem perdão. 

– Bem, depois que você saiu da enfermaria fui atrás de você... como não te encontrei, decidi vir até aqui e usar o mapa. Quando estava passando no corredor do quinto andar, sabe, onde colocaram aquele monte de espelhos... – Harry confirmou com a cabeça e ela continuou – eu estava passando e vi aquele cabeça de vento me seguindo, então ao passar pela tapeçaria do Cara jogando cartas eu me escondi e quando Crabbe apareceu, eu fiquei parada na frente dele com a varinha. Não posso dizer que foi inteligente de minha parte, mas, pra minha sorte, ele é tão burro quanto um trasgo bebê... os espelhos refletiram minha imagem e ele não soube em qual atirar. Ai, acertou o espelho e o feitiço refletiu nele mesmo... 

– Eu te disse pra não sair sozinha... – disse ele sorrindo e se aproximando mais de Sara. 

– Bem, eu não posso ter meu duelista favorito 24 horas por dia não é? E, depois que vi que estava na sala de feitiços, não quis perturbar você... sabia que queria ficar sozinho então...

Harry se aproximou de Sara e a beijou docemente, como podia ter tanta sorte em ter alguém assim ao seu lado. Faria qualquer coisa para que nunca se separassem, e não iria deixar ninguém separa-los. Morreria tentando se fosse preciso. Sentiu os dedos delicados da namorada tocando seu peito, vestia apenas uma camisa fina já que o tempo parecia começar a esquentar. Ou era ele quem estava sentindo calor,isso ele não sabia dizer. Já não conseguia mais controlar o que estava sentindo e por isso parou a milímetros do rosto da namorada sentindo sua respiração sobre os lábios. 

– Você sabe que... se continuar me beijando desse jeito, não vou conseguir me controlar... – disse ele com um sorriso maroto. 

– E quem disse que eu quero que se controle... – disse Sara com o mesmo sorriso, pelo jeito estavam ambos fazendo o mesmo jogo, e Harry não se sentia intimidado, não mais. 

– Não tem medo que eu possa agarrar você, e te colocar contra a parede? – disse ele aproximando seu corpo ainda mais do de Sara. 

– Se não deu pra notar... – disse ela olhando para os lados – Já estou contra a parede, e... não está vendo eu fugir, está? 

Harry sorriu novamente, não tinha por que temer pois realmente Sara não estava fugindo. Beijou os seus lábios mais uma vez e, ouvindo a balburdia que começava na sala comunal apenas olhou os olhos da garota e viu que ela tinha entendido, não era hora e nem lugar para ficarem juntos, e afinal, Sara era a monitora e ele o capitão do time, tinham que dar o exemplo. 

– Vamos tomar café? – perguntou ela fazendo um carinho no rosto do garoto. 

– Não tenho fome... – disse ele se apoiando na mesa e a puxando para si - ...pode ir se quiser... 

– Não vou deixar você sozinho... não mesmo... – ouviu ela decidida e então sorriu novamente. – Temos duas aulas de transfiguração, além de dois períodos de Herbologia, isso tudo depois do almoço... 

– E depois aula com a Tonks... – disse Harry dando um suspiro e apoiando sua cabeça no ombro de Sara - ...preferia não ter saído da cama... 

– Se não quiser ir nas outras aulas... posso falar com tia Minerva, digo que está indisposto, ela vai entender... – o garoto ouviu Sara dizer a oferta e até ficou tentado, mas não podia faltar as aulas, mesmo que o mundo caísse. 

– Não se preocupe... – disse ele roçando a ponta do nariz pelo pescoço da garota até chegar aos seus lábios e lhe dar um selinho - ... nada que um tempinho com você não ajude... 

– Você não pode faltar a aula com a Tonks... – disse ela e Harry achou estranho. 

– Por quê? – perguntou enquanto passavam pelo buraco do retrato. 

– Você vai ver... – respondeu ela com um sorriso misterioso, Harry até tentou persuadi-la mas quando Sara dava para fazer mistérios, nem um ótimo Legiliminensista conseguia saber. 



Nem uma dupla aula de revisão para os NIEM´s em transfiguração impediu os sonserinos de atacarem os jogadores de quadribol. Dessa vez a vítima tinha sido Nathalia McDonald, uma das artilheiras da equipe. Harry já tinha em mente quem seriam os titulares, mas, como não queria coloca-los em risco acabou deixando escapar que a garota seria a artilheira oficial. 

– Achei isso uma crueldade sua Harry... – dizia Hermione zangada na sala comunal alguns minutos antes da aula da Tonks. – Por que é que foi mentir para a garota? 

– E deixar Simas, Dino e Gina na mira daqueles filhotes de língua bifurcada? – Esbravejou Rony – Hermione, é o último jogo, do nosso último ano aqui! Malfoy sabe disso e não acho que ele vá engolir uma última derrota calado. 

Harry ainda estava inquieto, completamente alheio a tudo o que os amigos diziam. Sua cabeça apoiada ao braço da poltrona, completamente esparramado no sofá junto a lareira. Em sua cabeça, sua imaginação criava a cena de Snape indo contar a Voldemort sobre a profecia que escutara. Também imaginava a expressão no rosto de Snape por ter feito um “bom trabalho” e isso o deixava revoltado.

– Pronto... sonhando acordado de novo... – ouviu a voz de Rony e então levantou-se. 

– Estou acordado... – disse encarando a cara de Rony e então viu Sara sentada na mesinha de centro ao seu lado. - O que foi? 

– Você vai ou não vai a aula da Tonks? – perguntou Hermione e ele então pôs-se de pé. 

– Claro... – respondeu ele estendendo a mão para Sara que a segurou e se colocou ao lado dele o encarando - ...já está na hora suponho... 

Ele atravessou a sala comunal até o buraco no retrato, Sara ainda não tinha dito uma só palavra e ele agradecia que estava respeitando seu silêncio. Estavam se dirigindo para a sala de requisição quando sentiu Sara segurar seu braço. O garoto parou e lhe encarou curioso, assim como Hermione e Rony a encararam. 

– Aconteceu alguma coisa? – ouviu Hermione dizer e ele então olhou para Sara e ficou preocupado.- Sara? – disse Harry a encarando. 

– Desculpe, mas é que lembrei que tenho que ir até a sala de DCAT... – respondeu a garota agora olhando para Harry. 

– Por que você tem que ir na sala do Mesmero? – perguntou Harry. 

– Pirou de vez? – disse Rony e Harry o olhou com cara feia. 

– Não na sala do Mesmero... – disse Sara – A sala que era do Lupin... 

– E ele ainda tem sala? – perguntou Harry curioso. 

– Ora, vamos Harry... ele é o diretor da grifinória agora... claro que tem sala... – respondeu Sara tentando disfarçar um sorriso e Harry ficou ainda mais apreensivo – Vem comigo? 

– Mas e a aula da Tonks? – perguntou Harry mais uma vez. 

– Não vamos demorar... – disse Sara – Hermione e Rony vão na frente e avisam a Tonks... 

Meio a contra gosto, Hermione e Rony acabaram indo deixando Harry e Sara sozinhos no corredor. Harry não falou nada e acompanhou a namorada escadaria abaixo. Quando viraram no quinto andar percorreram o corredor e viraram a esquerda e então Sara parou diante de uma porta. 

– Vamos... – disse ela abrindo a porta e entrando, Harry a seguiu ainda apreensivo e depois que entrou, Sara fechou a porta. Estavam em uma das salas de aula do primeiro ano, havia uma porta atrás da mesa do professor e então ele virou-se para a garota. 

– Dá pra dizer o que é que estamos fazendo aqui? – disse ele – O que você queria me dizer que precisava inventar uma mentira daquelas para Rony e Hermione? 

Sara então colocou a mão no bolso das vestes e tirou um pequeno vidrinho, nele continha uma espécie de vapor prateado que girava em todas as direções. Harry pensou já ter visto aquilo antes em algum lugar, mas então olhou para a garota novamente esperando uma resposta. 

– Isso aqui é o motivo... sei que tem andado pensando em Sírius, e em seus pais... imagino que sente saudades deles, e... Então pensei... – Sara foi até o pequeno armário próximo a janela e então retirou dele a bacia branca com Runas douradas que Harry já conhecia. A penseira de Dumbledore. Andou até ele e depositou-a na sua frente e o olhou agora um pouco indecisa. – Pensei que gostaria de ter pelo menos uma lembrança deles... 

Harry sentiu um nó subir-lhe pela garganta, sentia saudades de Sírius, e nem se quer conhecera seus pais a não ser em uma lembrança de Snape, da qual ele não gostara nem um pouco. Mas Sara não tinha más intenções, e realmente Harry não tinha nenhuma lembrança dos pais. Aproximou-se dela enquanto a garota olhava para a penseira,e tocou em suas mãos. Ela não o olhou e ele então tocou em seu rosto, não tivera a intenção de ser rude, mas não sabia se essa “lembrança” poderia lhe fazer bem ou deixa-lo ainda pior. 

– Sei o que sente Harry, não tenho a mínima idéia de como eram meus pais a não ser pelas fotos ou que os outros me contaram... – dizia a garota sem olhar para ele o que fez Harry tocar na ponta de seu queixo e virar o rosto de Sara para encara-lo.-... me desculpa, eu devia ter pedido a você antes se... 

– Eu quero... – disse ele sem saber ao certo se queria ou não, movido pela saudade de Sírius o garoto sorriu docemente - ... vem comigo? 

Sara sorriu e lhe deu um beijinho no rosto,então despejou o conteúdo do frasco dentro da penseira e este começou a girar.
– Acho que, essa lembrança... deve ser só sua Harry... – disse ela e o garoto a encarou. Queria compartilhar aquele momento com ela mas compreendia o que ela havia feito. Sorriu para ela e lhe deu um beijo, agora sentia era ansiedade. Olhou para a bacia em sua frente e respirou fundo, e antes de mergulhar seu rosto naquele líquido prateado, olhou mais uma vez para o rosto de Sara o observando. 

Sentiu novamente aquela sensação de flutuar no vazio, era como se estivesse caindo a algum lugar do qual ele não sabia quando e nem onde ia parar.Seu coração batendo acelerado por não saber o que o esperava. Assim de repente como começou a sua viagem pelas lembranças ela terminou quando sentiu seus pés tocarem de leve o chão. 

Passou seus olhos em volta e se viu no salão comunal da grifinória. As mesmas mesas onde Hermione e Sara gostavam de ficar para fazer os deveres, as tapeçarias e as mesmas poltronas, só que naquela época não tão velhas e mais conservadas. 

E na mesma poltrona da qual muitos alunos disputavam para se sentar, reconheceu alguém. Um Lupin mais moço apesar de um semblante carregado o que queria dizer que a lua cheia estava se aproximando. Ele parecia entretido lendo alguma coisa e Harry então se aproximou. 

– Pulgas! Eu não acredito que tem pulgas na minha cama! Sirius Black não pode ter pulgas! Onde já se viu? Como eu, o cara mais bonito de Hogwarts, posso ter pulgas?- Harry ouviu e no mesmo instante que Lupin virou-se para a escada que vinha dos dormitórios masculinos e alguém descia furioso. Sírius aparecia no salão e estava incrivelmente bem apanhado, com os cabelos escuros e os olhos azuis brilhando.

– Toma, Almofadinhas, passa isso. - Remo estendeu um frasco com alguma poção verde-musgo. 

– O que é isso? – Ouviu Sírius perguntar. 

– Vai acabar com as pulgas. Ou você prefere se coçar até morrer. 

– O que tenho de fazer exatamente? 

– Use no banho. Anda logo, o Rabicho já desceu pro café... cadê o Tiago? 

– Aparentemente, ele não quer acordar.- respondeu Sírius com um sorriso maroto – Mas deixei um presentinho pra ele... 

– AREEEE! Cadê aquele cão sarnento... – Agora Harry via um vulto sair do dormitório masculino e descer as escadarias furioso - Quantas vezes eu já lhe disse pra não trazer pulgas para dentro do dormitório? 

– Não me chame de cão sarnento, seu Vea... –

– Se concluir essa palavra eu faço você virar uma cadelinha de madame! - O garoto perdeu o fôlego, lá estava ele, seu pai, com os mesmos óculos, os mesmos cabelos revoltos e por incrível que pareça um sorriso largo no rosto. 

– Pelo jeito o encontro com sua ruivinha rendeu muito... – disse Sírius novamente com um sorriso maroto, mostrou pra ela quem realmente era Tiago Potter? 

– Ela já sabe do que o Potter aqui é capaz... – respondeu Tiago e Harry observou calado, como seu pai podia ser tão cafageste? Porém, Lupin também pareceu perceber.

– Não quero nem ver se Lilly ouvir você dizendo isso... – disse ele mas tanto Tiago quanto Sírius pareceram não ligar para o comentário. 

– Ok... agora você pode me dizer o por que de ter deixado suas pulguinhas de estimação na minha cama? – Harry ouviu Tiago dizer e começar a andar, estavam saindo da torre. 

– Porque preciso de ajuda, oras! Precisamos de todos os marotos para solucionarmos o difícil problema da foto que está com Bellatrix. Se ela mostrar aquilo a alguém, será o fim da reputação dos marotos. 

– Será o fim da SUA reputação, Sirius. E Não nos meta nessa história.- retorquiu Lupin e Harry riu, era difícil imaginar seu professor falando dessa forma, principalmente por que o conhecia sempre sério e resoluto. 

– E o que você acha que vão dizer dos amigos que me acompanham quando virem aquilo?- Voltou Sírius a falar e tanto Lupin quanto Tiago pareceram considerar a pergunta.
Enquanto percorriam os corredores, Harry os seguia silenciosamente, já os tinha visto antes, mas agora, sabendo que somente dois deles estavam vivos fazia seu coração apertar pela dor. No entanto quando descia as escadas, pareceu ter visto alguém conhecido.Mas quando voltou a olhar para trás da armadura onde vira o vulto, não o viu mais. Harry correu atrás do trio para não os perde-los de vista.

– James Potter! – ele ouviu então o trio parou adrupdamente e virou-se pra trás, Harry no entanto agradeceu por ser apenas uma lembrança ou teria dado uma tremenda trombada no próprio Pai.

– Lilly meu amor... – respondeu ele com um sorriso que Harry percebeu ser comprometedor. 

– Sem essa de meu amor, você tinha que ter entregado o dever para o professor Slughorn... – Harry pode ver sua mãe parada encarando seu pai, seus olhos estavam ali diante dele. E o jeito dela fazer aquela cara de cobrança lembrava muito o jeito de Sara quando discutiam. 

– Olha Lilly... – disse ele bagunçando o cabelo e andando até ela - ... estive muito ocupado, você toma todo meu tempo oras, como quer que eu me concentre se só penso em você... 

Harry riu, era impossível que sua mãe caísse nessa cantada barata, acabara de ver os três combinando de uma possível vingança contra alguém que tinha uma foto comprometedora de Sírius. E a julgar pela cara pouco convincente do pai, não podia enganar. Embora seu pai se aproximasse da sua mãe e lhe desse um beijo. Harry viu sua mãe sorrir, não acreditava ela tinha caído.

– Só me faça um favor James... – disse ela - ...Entregue aquele dever agora está bem? 

– Tudo o que minha ruivinha quiser... – respondeu James dando mais um beijo em Lilly. 

– Detesto interromper essa linda demonstração de novela mexicana mas... – começou Sírius - ... Estou morrendo de fome... 

– Cala boca Almofadinhas... – disse James ainda abraçado a Lilly. 

– Ele só está com inveja... – respondeu Lilly piscando para James - ... perdeu o parceiro pra mim... 

– Eu? Com inveja? – disse Sírius dando um sorriso em forma de latido – Dá um tempo Evans... pode ficar com esse Vea... 

Harry viu seu pai lançar um olhar para Sírius e este começou a rir. 

– Vai tomar café conosco Lilly? – perguntou Lupin e a garota apenas olhou para ele parecendo em dúvida. 

– É nossa marota honorária... tem que participar da reunião... – disse Sírius começando a andar. 

– Ele ainda não conseguiu aquele foto? – perguntou ela para James que sacudiu a cabeça confirmando. – Por que não esquece, aquela imbecil da sua prima já deve ter dado um jeito nela... 

– Minha cara Lilly... conheço minha priminha a muito mais tempo que você, e tenho certeza de que está aguardando um momento propício para usar... e não me espantaria se fosse no dia do baile das bruxas...

– E o que ela faria? Não poderia reproduzir aquela foto tão rápido... – disse James e foi a vez de Sírius encarar o amigo com descrença – Ta certo, ela pode... 

– É obvio que pode... – disse Lilly acompanhando os garotos - ... mas pra isso, vai ter que ter a foto consigo... 

Harry mais uma vez agradeceu por ser apenas uma lembrança, porque dessa vez trombaria com o próprio padrinho que parou na entrada do Salão principal. 

– Por que diz isso? – disse ele encarando Lilly com olhos arregalados. 

– Bem... por que... – Lilly colocou a mão no bolso do casaco e tirou um pedaço de papel dele - ... Peguei isso da mochila da sua priminha ainda ontem... 

Ela atirou a foto para Sírius e Harry se apressou para ver qual era a tão famosa prova comprometedora. Quando finalmente conseguiu colocar a cabeça entre Sírius e seu pai, viu na foto um Sírius, vestido com um vestido roxo, completamente maquiado e com uma cara de cão raivoso. Se a foto tivesse som, com certeza rosnaria pra ele. 

– Lilly! Se não fosse namorada do Pontas aqui... eu juro que te daria um beijo! – disse Sírius e então olhou para Lilly que estava com o rosto rosado – Quer saber... tudo o que é dele é meu também, então... 

– Ououou!!! Parado lá... tudo menos as garotas... – disse James segurando Sírius enquanto Lilly gargalhava – Dá um tempo aí Almofadinhas, pode deixar que a recompensa o único que pode dar nela sou eu... 

– Ta, ta... – disse Sírius rindo descontroladamente andando para a mesa da grifinória e sentando-se ao lado de Lupin. Harry viu seu pai e sua mãe sentarem-se juntos no lado oposto da mesa e então sentou-se do lado deles. Sírius comia alegre e falava qualquer coisa para Lupin que não parecia dar muito ouvidos. O garoto sentia saudades, mas vê-los ali lhe fazia bem, Sara realmente tinha razão. Era como se eles nunca estivessem partido. 

– Dá só uma olhada na cara da minha priminha... – disse Sírius para James e Harry olhou para a mesa da sonserina. Não pode deixar de notar o pai de Malfoy, Lúcio com o mesmo olhar do filho acompanhado de uma moça loira, e pelo modo com que olhava para os outros com aquele nariz empinado, só podia ser Narcisa. Ao lado, Bellatrix encarava o lugar onde estavam com uma fúria que se percebia de longe. Harry viu Sírius fazer um thauzinho para a prima e sorrir debochadamente para ela. 

– Não provoque Sírius... – advertiu Lilly e então Harry voltou a olhar para a mãe. 

– Deixa ele curtir um pouco a vingança... – respondeu James dando um beijo no rosto de Lilly. 

– É exatamente isso que eu quero... vingança! – disse Sírius voltando a olhar para eles. – Minha priminha precisa de uma lição, e o papai aqui é quem vai dar... 

– Vai leva-la para algum armário de vassouras é? – perguntou James e Sírius riu com desdém. 

– Não aceito restos de Lastrange meu caro, só pego carne de primeira se quer saber... – disse Sírius com um olhar sério - ... Ninguém mexe com esse maroto e sai ileso. 

– O que tem em mente? – perguntou Lupin falando agora pela primeira vez. 

– Estou trabalhando nisso... não se preocupe Aluado. 

– Vamos para o lago? – ouviu seu pai dizer a sua mãe e Sírius concordou rapidamente ficando em pé. – Eu convidei a Lilly energúmeno... não você... 

– Só por que convidou a Evans, não quer dizer que eu não vá pra lá também...galhudo... – disse Sírius e rapidamente se esquivou de um grão de uva vindo da direção do seu pai - ... ei, eu e o Aluado aqui vamos paquerar umas bruxinhas, e amadurecer minha vingança. 

Harry viu os Marotos, e a Marota se levantarem e saírem do salão principal. Sírius e Lupin iam mais a frente e Harry ficara pra trás acompanhando sua mãe e seu pai.Era um pouco estranho vê-los assim, tinham praticamente a mesma idade dele, se olhavam como Sara o olhava quando estavam juntos. E pensou em como ficaria feliz se eles pudessem conhece-la. O que diriam se vissem como ela era linda, como era corajosa e como era teimosa às vezes. 

– Já pensou no que eu te disse? – ouviu a voz do seu pai e então se sentou ao lado deles, Lupin e Sírius estavam alguns passos deles conversando animados.

– Você me disse tantas coisas... é difícil me lembrar de tudo... – disse ela ficando com as bochechas vermelhas, Harry tinha certeza de que sua mãe sabia exatamente do que seu pai dizia. 

– Ora, de se casar comigo e formarmos uma bela família... – disse James e Harry recordou-se do que disse a Sara no início do ano na rua dos Alfeneiros. – Não acredito que esqueceu? 

– Não acha que é um pouquinho cedo? Você não conseguiu aquela vaga no Ministério ainda, e... 

– Ah, deixa disso... – respondeu ele – Você não está pensando que vou deixar você passar fome só por que não consegui uma simples vaga naquele Ministério... tenho missões mais importantes... 

– Eu sei... mas... 

– Eu já até imagino como será nossos filhos... – Harry ouviu seu pai dizer e o olhou, até sua mãe parecia um pouco espantada com o que James dizia, e pela “pose” que ele fazia diante dos Marotos, o que será que eles iriam dizer se ouvissem ele falar sobre família.”
– Como assim nossos? Pretende ter mais de um é? – falou Lilly sorrindo – Escute bem James Potter, não vou ficar com o umbigo no fogão cozinhando, arrumando a casa e trocando fralda enquanto você se diverte na Ordem... 

– Não quis dizer isso... – Harry agora o ouviu falar um pouco mais sério – Já até imagino como seria... 

– O que? – perguntou Lilly curiosa. 

– Nosso filho... seria assim como eu, doido por quadribol, destemido, corajoso... – dizia James e Harry não pode deixar de notar algumas semelhanças. Todos diziam que ele era uma cópia exata do pai.

– E com a sua modéstia... – disse Lilly sarcástica e Harry viu seu pai rir. 

– Só tem uma coisa que... eu tenho certeza de que ele vai ter... – respondeu James e Harry viu sua mãe o encarar curiosa. – Os seus olhos Lilly... os seus lindos olhos... 

Harry então se levantou enquanto seu pai se aproximava mais de sua mãe para beijar-lhe. Isso ele não precisava ver, era um momento intimo dos seus pais e, ele, sabia que onde quer que eles estivessem agora. Ficariam terrivelmente decepcionados se soubessem que ele “bisbilhotava” os pensamentos alheios. 

Andou até onde Sírius e Lupin estava, era bom ver os dois conversando e Harry sentou-se ao lado de Lupin enquanto Sírius falava. 

– Preciso de uma idéia aluado... colabora... – dizia ele fazendo charme para umas garotas que passavam e o incaravam. 

– Já disse almofadinhas... não me meta nas suas encrencas... – disse Lupin que lia um livro sem dar a menor emoção ao que Sírius dizia. 

– Você sabe que é o mais inteligente... dá uma forcinha, meu forte é beleza... essa minha qualidade... – disse Sírius e Harry o viu jogar os cabelos e sorrir para umas garotas mais a frente. 

Conseguiu ver Lupin dar um sorriso e então viu que o seu professor ainda estava lendo a mesma página que 20 minutos atrás. 

– Ok, vou pensar em alguma coisa, está satisfeito? – disse Lupin fechando o livro. 

– Esse é o aluado que eu conheço... – disse Sírius e os dois começaram a rir – Você entra com a parte teórica que eu entro com a prática... 

– É eu sei... principalmente se tiver que dar uns amassos na Bellatrix... – disse Lupin e Sírius deu uma risada gostosa. 

– Do que estão rindo? – Perguntou James agora vindo com Lilly. 

– Só estava dizendo ao nosso querido lobinho que, enquanto ele formula a parte técnica da minha vingança e nós dois entramos com a parte prática.. – disse Sírius. 

– É, principalmente se essa “parte prática” envolver dar uns pegas na priminha do Sírius... – acrescentou Lupin. 

– Se for esse seu plano de vingança Sírius... deixe James fora disso! – respondeu Lilly séria e então Harry viu um sorriso no rosto de Sírius. 

– Está com ciúmes do Pontas, Lilly? – disse Sírius vendo os olhos da garota faiscarem – Eu não me preocuparia com isso se fosse você, ele come na sua mão e não se esqueçam que sou o padrinho do casamento... 

– E quem lhe... – começou James mas Sírius o interrompeu. 

– E alguém precisa dizer alguma coisa que está estampado na testa dos dois? Sr. E Senhora Potter!... bem, espero que se lembrem do velho Almofadinhas quando tiverem os filhos... quero que um deles tenha meu nome... 

– Não exagera Sírius... a gente gosta de você, mas não pode sair dando até seu nome pra criança... – disse James e Lilly sorriu. 

– Coitada dela se receber o seu nome... – retorquiu Lupin e Sírius mostrou-lhe um palmo de língua. 

– Ele pode não ter seu nome, mas você pode ser o padrinho... sabe que essa posição é como se fosse o segundo pai... – disse Lilly com um sorriso e os 3 marotos a encararam surpresos. 

– Ótimo... então ele vai puxar ao padrinho aqui... vai ser o maioral do colégio, e um bando de garotas vai viver caindo aos seus pés... – disse Sírius sorrindo. 

– Se puxar ao futuro pai... – Harry ouviu Lilly confidenciar isso a Lupin e ambos rirem. 

Podia-se dizer que, aquela lembrança dos seus pais tinha realmente lhe feito bem. Teria que agradecer muito a Sara por isso. Estava olhando a turma de marotos e uma coisa passou por sua cabeça. Os marotos eram 4, onde estava Rabicho? Não poderia sair dali, pois era uma lembrança de Lupin, então, teria que ficar até seu pai e os outros decidirem que era melhor entrar. Passou os olhos pelo lago e então sentiu um gelo percorrer sua espinha, lá estava o “ratinho” desaparecido conversando “misteriosamente” com seu antigo professor de DCAT, César Quirrell. Harry levantou-se sem ligar para a voz do pai que conversava animadamente e da risada do grupo, foi andando até chegar na mesma árvore onde estava sentados minutos antes com seu pai e sua mãe. E pode ver melhor, lá estavam eles, cochichando sobre alguma coisa que Harry não conseguia ouvir. Quirrell vestindo um uniforme sonserino e ao lado dele mais um rapaz que estava de costas para Harry e na frente dos dois Rabicho conversava da mesma maneira que Harry o vira uma vez, nervoso e pelo que parecia bastante preocupado, olhava constantemente para o grupo onde Harry estava e então ouviu a voz de Sírius. 

– Alguém sabe me dizer onde foi parar o imprestável do Rabicho? 

– Deve estar assaltando a cozinha como sempre... – disse Lupin e Harry virou-se por alguns instantes para vê-los. Quando voltou a olhar para onde Rabicho estava, o garoto já estava vindo em sua direção, Quirrell conversava com o outro garoto e os dois viraram para ver Rabicho correr para junto dos Marotos. No mesmo instante em que o garoto que estava com Quirrell se virou mostrando seu rosto, Harry sentiu o ar sumir de seus pulmões e o coração saltar quando o reconheceu. 

– Não pode ser... – disse ele e ao mesmo tempo em que reconheceu o garoto que estava com Quirrell uma fumaça branca tomou conta da visão, a lembrança tinha acabado.



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Autor(a): vision2018

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– Eu sei o que eu vi... – dizia Harry no salão comunal às três horas da manhã. Estava em pé encarando Sara que estava sentada na poltrona e o encarava. Não quisera falar na frente dos outros, e Rony e Hermione já tinham dormido quando ele e Sara haviam chegado.– Era o Mesmero... junto com o Quirell. &ndas ...


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