Fanfics Brasil - Duelo entre Fundadores Harry Potter e o Livro Perdido

Fanfic: Harry Potter e o Livro Perdido | Tema: Harry Potter


Capítulo: Duelo entre Fundadores

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A voz de Slytherin se tornou álgida. Ele mantinha a varinha erguida, mas não apontada para James.


- Posso prometer-te uma coisa, meu jovem amigo, - disse ele, virando - não cometerei o mesmo erro duas vezes.


Harry engoliu em seco, devia ter imaginado que Salazar não iria deixa-lo uma vez que o tinha desafiado. Não intencionalmente na verdade, mas para um sonserino, especificamente o fundador da casa Sonserina, isso já era o bastante.


- Dizem que se seguem sete anos de azar àquele que quebra um espelho - comentou Salazar ligeiramente. Seus passos estalavam quando pisava nas pequenas pedras e poeira do chão de pedra enquanto ele caminhava em direção a Harry. Sorriu malevolamente. - Suponho que isso ilustra somente aquilo que sabem, deveras não?


Harry sentiu uma forte vontade de dar as costas e sumir da frente do bruxo, mas não queria dar o braço a torcer e provar que ele estava realmente conseguindo o assustar. Também pensou em tirar a varinha do cós da sua calça mas, sabia da capacidade ardilosa do bruxo. Contudo quando ele apontou a varinha para o rosto de Harry este não se deteve e instintivamente sacou a sua também. Mas não fora rápido o bastante, houve uma explosão aguda, uma luz cegante e quando Harry deu por si, sua varinha estava nas mãos de Salazar Sonserina.


- Pensava que eu era um dos únicos homens viventes na terra a saber para o que servem os espelhos - disse Salazar, ainda avançando para Harry. Com um abano hábil, ele tirou a capa preta do objeto que estivera segurando por sob o braço. Era um pequeno livro com um pitoresco espelho de mão. O livro era pequeno e de capa escura, muito parecido com o diário de Tom Riddle, a não ser pelos adornos dourados moldados na forma de uma cobra enrolada já o espelho, basicamente do tamanho do diário, com a moldura dourada como as do livro. – Creio que esteja procurando por algo como esse livro eu suponho... -  e mostrou – o para o garoto - Este aqui é particularmente interessante, especialmente para alguém numa situação como a sua. Mas sinto muito em dizer-te que não é um portal. É um pouco mais como... sentido único.


O garoto não pode se conter e engoliu em seco. O que exatamente ele queria dizer com “sentido único”? Que Malfoy o teria enviado para longe e ele não tinha como voltar? Era isso?


Salazar segurou o livro e o espelho para que Harry conseguisse ver.


- Já ouviste falar sobre a superstição trouxa de que se encarares o teu reflexo por muito tempo, te transformarás no teu próprio reflexo? - perguntou Salazar tranqüilamente, andando em volta de Harry como uma cobra cercando sua presa o espelho em uma das mãos refletindo sua imagem - Eles temem que se por acaso se afastar do reflexo,  eles possam.... puff – ele fizera um som com a boca e então abriu um sorriso sinistro - ... desaparecer.


Harry sabia que ele estava tentando o amedrontar, mas não havia motivos para que ele, Salazar fizesse algo com ele ou havia? Contudo continuou firme encarando o bruxo com os olhos cerrados. O que pareceu irritar (e muito) o bruxo careca que estava ao seu redor. Talvez ele, Harry, tenha feito algum movimento o qual não percebeu, ou Salazar simplesmente achou que ele estivesse o desafiando. Pois em um momento encarava o bruxo, Salazar virou o espelho para si e no minuto seguinte Harry sentiu uma dor aguda no seu braço esquerdo o fazendo ajoelhar-se no chão gritando.   Desesperadamente, buscou o que tinha causado o ferimento, então ofegou em choque. Seu braço direito, desde o ombro, havia desaparecido por completo. Olhou aterrorizado o lugar onde ele deveria estar, não resistindo a tentar apalpá-lo com sua mão esquerda. Salazar sorria alegremente enquanto novamente voltava o espelho para refletir a imagem de Harry. Aproximou-se do garoto outra vez, e enquanto o fazia, o braço de Harry voltou pouco a pouco à existência. A dor retrocedeu.


- Os livros de história estavam certos sobre você... – disse Harry, mas Salazar o ignorou.


- Não há nada tão instrutivo quanto um exemplo prático, não mesmo, meu jovem amigo? - disse Salazar, segurando o livro para que Harry o visse mais detalhadamente. - Como te acabei de ilustrar,  se escolheres ficar ao meu alcance ficará a salvo, mas caso contrário... bom, não preciso dizer nada mais, preciso?


Ofegante Harry sentiu um forte embrulho no estomago, o que teria nesse pequeno diário de tão perigoso a ponto de praticamente amputar seu braço e coloca-lo de volta? Demorou um pouco para que seus olhos entrassem em foco.


- É curioso que uma varinha tão belamente moldada esteja nas mãos de um rapaz que mal sabe usá-la. Não és um estudante deste estabelecimento, mas parece conhecer- nos. Logo tenho muitas indagações a fazer-te. E tu queres saber o quê, meu amigo? - Salazar colocou a varinha de James no bolso e seus olhos se semicerraram e frios - Estou muito confiante de que respondê-las irá.


Salazar então pegou Harry pelo braço e começou a andar pelos corredores, cada vez mais a baixo. Muito provavelmente estava o levando para as masmorras. Conhecia as histórias sobre elas e de acordo com Filch, muito provavelmente dali a alguns minutos estaria pendurado por correntes. Porém vários minutos depois, Harry se encontrava numa sala escura nas câmaras pessoais de Salazar Sonserina. O quarto era bem pequeno, com paredes de pedra, e rodeado por tapeçarias que descreviam cenas desagradáveis de esqueletos dançantes e montanhas flamejantes. Mesas em ambos os lados do quarto deram a impressão a Harry de que era o laboratório mágico de Salazar. A mesa à direita estava carregada de livros, pergaminhos, penas, e tintas. A da esquerda exibia uma coleção fascinante de frascos, jarras e potes, todos bem arrumados em prateleiras volumosas que cercavam um imenso caldeirão. Unicamente uma vela queimava na sala, de cor vermelho-sangue e embutida em uma caveira humana. Harry teve a clara e incômoda sensação de que poucas pessoas tinham visto esta sala alguma vez. Estava sentado contra o muro mais afastado em uma cadeira muito reta e com um alto encosto tabuado. Era bem desconfortável, Salazar então pegara outro pequeno espelho oval emoldurado por uma serpente prateada. Ele havia aberto o pequeno diário, e encantado o espelho com algum feitiço. Harry tinha certeza de que fosse o que fosse era melhor continuar ali parado sem falar ou fazer nada por enquanto. O bruxo então posicionou o espelho em um cavalete enfrente da porta duplas, assegurando assim que Harry não poderia se aproximar da porta sem deixar de ver seu reflexo.


- Assim que puder, eu desfrutaria muito entrevistar-te imediatamente – disse o bruxo pausadamente - Sou um bruxo muito atarefado, e vieste em uma hora deveras imprópria. Embora deixa-me certificar-te que tão logo quanto termine meus afazeres noturnos gozarás da minha total e completa atenção.


Dizendo isso Salazar empurrou as portas até quase fecha-las, mas não completamente. Através da brecha, Harry pôde ver uma pequena porção do escritório principal dele. Enquanto o garoto esperava, podia ouvir o bruxo careca se movendo, embaralhando pergaminhos e resmungando sombriamente. Finalmente, veio uma única forte batida de fora da porta do escritório.


- Que pitoresco da tua parte fingir que ainda não estás no meu aposento, meu amigo - disse a voz de Salazar sem se preocupar com o tom de voz. - Senti a tua chegada minutos atrás, mas assumi que seria grosseiro falar. Por favor, fica a vontade.


Curioso, Harry tentou observar mas estava muito longe da porta. Não sabia o que o espelho faria, caso ele não pudesse ver seu reflexo então foi até o pitoresco espelho, e cuidadosamente o virou para a porta entreaberta, de modo que ainda visse seu reflexo mas também conseguisse ouvir a conversa. Através da fresta entre as portas duplas, Harry viu uma sombra se mover. Uma figura passou em frente à fresta. Houve um rangido produzido por um passo pesado, e então um suspiro profundo.


- Eu desprezo em absoluto as pedras deste lugar - uma profunda e murmurante voz disse. - Os remendos do chão são como facas para os meus pés. Invocaria os fogos do centro da terra para que o consumissem se pudesse, e o teu maldito e miserável colégio.


Na escuridão do laboratório, Harry tentava controlar seu nervosismo. Caso Salazar entrasse, estaria praticamente exposto. No entanto, o próprio bruxo havia deixado a porta entreaberta os suficiente para que ele, Harry ouvisse a conversa. Contudo, a pessoa que entrou parecia um tanto irritada por estar ali. Ele não reconheceu a voz do visitante de Salazar. Mas parecia ter um certo sotaque estrangeiro.


- Eu simpatizo contigo, Horvath - disse Salazar. - Dever ser deveras inquietante voltar a casa aqui para ti. Ainda assim, não pensarias que permitiríamos que este castelo continuasse desocupado. Como podes imaginar, nenhum lorde trouxa desejava reclamá-lo após o desafortunado... acidente do lorde Hadyn. Ironicamente, eles pensam que o castelo é amaldiçoado em vez de magicamente fortificado. Contudo, me junto a ti em desprezar aquilo o que este lugar tem se tornado. Os meus colegas fundadores estão cada vez mais indecisos. Tornaram-se tolerantes com os não-mágicos e mestiços. Conspiram contra mim enquanto estamos conversando. Temo que o meu tempo aqui está próximo do fim.


-  Que deplorável vergonha - disse o homem, sua voz emanando desdém. - E uma vez pensaste que este colégio seria o alvorecer da tua utopia sangue-puro. Deves certamente estar desconsolado.


- A minha “utopia sangue-puro”, como a chamaste, será realidade com a minha ajuda ou sem ela, meu caro – disse Salazar. - É a natureza das coisas. Os governantes deste mundo viverão entre o gado antes de se sublevarem. O meu papel neste processo  é insignificante, embora tenho de admitir que desejo viver para ver aquele dia chegar. E não pretendas repugnar as minhas palavras, Maxim. Tu és a maior prova das minhas afirmações mesmo se cismaste em ignorá-las.


- Acreditas que detesto os não-mágicos como tu fazes, mas não sou tão simplório - disse Maxim descartando a idéia. - Um lobo violento não justifica matar toda a matilha. Dominação é o teu único objetivo, não a justiça.


- É porventura errado dominar aqueles que não são dignos de igualdade? - replicou Salazar, como se ele e Maxim já tivessem tido essa discussão muitas vezes antes. - Poder-se-ia dizer que é benevolência governar aqueles que não podem se governar a si próprios. Pelo outro lado... - aqui a voz de Salazar tornou-se mais sedosa, -         há mais que apenas um lobo violento, não há?


Houve um longo silencio, e então Maxim disse:


- Não falarei de tais coisas contigo.


- Oh, mas não há necessidade de fazê-lo – replicou Salazar. - Todos sabem agora a verdade sobre os fatos, não sabem? Afinal, aconteceu aqui mesmo, há quatro luas. Sim, é fuxico até mesmo entre os camponeses trouxas como o grande Maxim Horvath foi humilhado por Balthazar Blake e Veronica Gorloisen. Deve ser de te ferver o sangue saber que o teu nome se transformou em estandarte para o amor insensato.


 - Não falarei de tais fatos contigo - repetiu Horvath, com sua voz baixa e perigosa.


- Serei amigo o bastante para não recordar-te de que foste avisado a não se envolver com a mulher - continuou Salazar, ignorando as palavras de Horvath. - Veronica, conhecida comicamente entre os camponeses como a Donzela do Dique? Ela e Balthazar são aprendizes de Merlim... Mesmo te implorei para não te rebaixares aos seus afetos. O amor faz de tolo todo aquele que se permite ser indulgente com ele, e quanto maior o homem, maior o bobo em que se transforma. Tu eras um muito grande homem, Maxim; e nem mesmo tu foste imune. O amor te cegou o engenho quando o teu bom senso deveria ter sido mais apurado. Quiçá, se não tivesses estado tão enamorado, tivesses enxergado a verdade.


- Balthazar a pediu em casamento... - grunhiu Maxim ameaçadoramente. – Le Fay prometeu da-la a mim...  Foi a barganha com a qual concordou se conseguisse aquele maldito feitiço. Estou apenas mantendo minha palavra.


- E sabes que eu a tenho em mais alta estima não sabes? - disse Salazar – Como sabes também sobre os aprendizes de Merlim, o qual você seguia tão arduamente. Sua cabeça está a prêmio, com o alinhamento dos planetas daqui a algumas luas, você terá de se manter muito bem escondido caso queira concluir seu propósito.


- Ela ia ser a minha esposa - disse Maxim, e sua voz era como um trovão distante. Retumbava no solo debaixo dos pés de Harry. – Deveria ser a minha esposa!


- Certamente meu caro... – Salazar falava calmamente embora Maxim Horvath estivesse visivelmente alterado - ...mas sabes que a causa é maior do que o amor que sentes por Veronica. Ela preferiu Blake que a proclamou como sua esposa.  


- Ela não teve escolha! - gritou Maxim, com sua voz retumbando pelas paredes.


- Há sempre uma escolha, - insistiu Salazar. - Ela poderia ter morrido pelo teu amor, não poderia? Mas não, ela ainda assim escolheu ficar com ele. Uma aberração... um trouxa ao qual Merlim confiou seus conhecimentos.


Maxim Horvath estava visivelmente alterado. Harry sabia que Salazar tinha planos para ele, assim como para Harry. Quais eram é que ele não conseguia entender. Maxim Horvath parecia ser aprendiz de Merlim o que queria dizer, que sendo um bruxo não admitia que Veronica, também aprendiz de Merlim, tinha se apaixonado por um trouxa, no caso Balthazar Blake. Que apesar de não ter nenhum poder mágico, Merlim o ensinou.


- Aquele humano patético – rosnou Horvath.


- Era somente um humano - concordou Salazar. - Um imperfeito e fraco humano não-mágico, apesar de Merlim e suas tentativas patéticas de ensinar-lhe as artes. E então, em nome da tua vingança cega pelo amor, ela converteu-se numa humana morta. Perdida por aí, junto com seu recente esposo, Balthazar, num acidente misterioso e trágico de carruagem. Afundados, não foi? Dizem que a tempestade veio com a própria força de Júpiter, derrubando limpamente a carruagem para fora da ponte. Foi arrastada por um bom trecho dizem, e ficou em pedaços. Se foi com cada uma... das pessoa que estavam dentro dela.


- NÃO falarei de tais COISAS CONTIGO! - rugiu Maxim repentinamente, estremecendo até os muros. Houve um súbito relâmpago de fúria no momento em que cada vela e cada chama da lareira de repente explodiram em tochas azuis. A chama na vela vermelha no laboratório entrou em erupção, erguendo-se em uma chama muito forte, iluminando a sala brilhantemente por um momento aterrorizador. Harry forçou-se a esconder-se ou  tanto Salazar quanto Horvath o veriam pela fenda da porta. Então, tão repentinamente quanto havia acontecido, o momento passou. A sala mergulhou novamente na escuridão.


No silêncio que se seguiu, a voz de Salazar voltou-se mansa e sedosa.


- Perdoa-me, amigo meu. Tenho decido que é o meu dever recordar-te o que foi levado de ti, e quem o levou. Aconselhei-te para não confiar nos merlinianos. Assim como os não mágicos,  são bestas, incapazes de ser nobres. A sua única função é a subserviência. Somos os seus mestres. Não é apenas o nosso direito comandá-los, é o nosso dever. Para o próprio bem deles e para o nosso.


- És uma cobra mentirosa, Salazar Sonserina - encolerizou-se Maxim.


- Posso ser uma cobra - Salazar deu um risinho - mas mentiroso não sou. Estás aqui porque concordas comigo, embora a tua consciência estúpida te leve a não admitir.


Maxim Horvath secou a testa com um pedaço de lenço. Seu rosto redondo bastante avermelhado. Só Harry não sabia dizer se era pela iluminação ou pela raiva.


- De fato, estou aqui somente porque tu tens algo que Morgana necessita. – Disse Horvath e Salazar suspirou.


- Sim, eu sei. Já tenho falado com tua mestre, Morgana, e desta vez concordo com ela. O teu plano é o melhor. Os reinos avançam com as suas civilizações. Escrutam a terra e a aram; derrubam as florestas e as transformam em choças. Estão domando a terra, assolando-a. Eu unicamente sei o que isso faz com os teus poderes, pois tu és diferente dos outros bruxos, amigo meu. Nem mesmo és um bruxo. És um feiticeiro, quiçá o último e o melhor da tua raça. Estou lisonjeado por teres aceitado minha proposta, usando o encanto de Merlim contra esses povos mundanos e sem poder... Morgana irá cuidar disso.


-  Tão ávido quanto meus planos... O teu coração é tão negro quanto o piche. – disse Horvath sem piscar.


- E ainda assim agora mesmo vens para falar de algo escuro, amigo meu - replicou Salazar sem perder uma. - Adivinhei que fosse. O livro sabe quando o buscam.


 O cérebro de Harry pareceu dar um estalo. Porém tentou se manter atento a qualquer outra palavra.


- Não zombes de mim, Salazar. Sei que desejas que eu quebre as fronteiras dos mundos sem o livro,  pois aí controlarias tudo e a todos.


- Estás falando sobre a lenda do Despertar? Não deverias levar tais coisas tão a sério. Quantos sonhos e elucubrações vagas podem os homens imaginar, não crês?


- Não sou ludibriado pelos teus estratagemas. Tens o Livro, pois és um amante de tais bugigangas das trevas. Se vou fazer o que nenhum outro homem deste mundo é capaz de fazer, o farei com ferramentas que nenhum neste mundo outro homem possa precisar.


- Diz-me, Maxim Horvath - disse Salazar sociavelmente - o que sabes sobre essas “bugigangas das trevas”?


- Como se as histórias deles não fossem comuns a qualquer criança, - suspirou Horvath – O livro dos mortos,  o último resquício do puro nada deixado da aurora dos tempos. Suas utilidades são miríades e únicas. Contudo, o possuidor pode ser privilegiado com visões daqueles que passaram até a morte. Mas principalmente, quem possui o livro seria o Embaixador do caos, tomara o mundo aos seus pés.


- Certamente não crês em tais coisas, - importunou Salazar, e no entanto, Harry podia dizer que o próprio Salazar acreditava nisso piamente.


- Creio que ninguém jamais ousou testar tais lendas - declarou Horvath sem rodeios, - mas apenas porque ninguém jamais esteve apto para tal. É pura especulação de que aquele que quebrar as barreiras entre os mundos por qualquer período de tempo, atrairá não só a escuridão, como também o domínio das eras... Morgana Le Fay, irmã de Merlim... não admite ter sido humilhada por ele... seu sangue puro não é condizente com a posição que ocupa. Ela pretende sim, escravisar os trouxas assim que o alinhamento estiver completo...


- Mas, por quê? - irritou-se Sonserina de repente, com sua voz ansiosa e gotejando ódio. - Permita que o Destruidor seja liberado sobre a terra! Se o homem é a escória deste mundo, reduzindo o teu poder, Horvath pouco a pouco, consumindo-o como gafanhotos, então deixa que o o poder dos mortos desça sobre eles! É o que eles merecem! Se a minha predição está correta, para então o reino dos bruxos haverá sobrepujado ao dos trouxas nesse dia. O reino mágico será capaz de defender-se! Apenas os insetos trouxas e os impuros serão destruídos pela sua mão, e irão tarde! A lenda diz que o despertar será o amanhecer de uma nova era! Uma era de pureza, de perfeição cristalina! Então deixa que aconteça, Horvath! Seja o arauto da maldição! Que forma mais oportuna/adequada para reclamar o título de rei de todos os bruxos?


- Se for o arauto da maldição, anseio controlá-la - replicou Horvath calmamente.


- Não faria de outra maneira, - respondeu Salazar. – Mas não creio que Morgana o permita, não poderás nem mesmo chamar a atenção para si. Embora...


 Maxim Horvath esperou silenciosamente, mas Harry, ainda agachado na obscuridade do laboratório, podia sentir o fervor do grande mago, sua ira expelindo-se através de seus poros como vapor.


Salazar prosseguiu.


-  Morgana é muito poderosa para ser removida completamente da face da Terra.


Então era isso? Pensou Harry. Salazar queria acabar com Morgana e precisava desse tal Horvath para isso? E pior, estava usando Morgana para executar um feitiço capaz de escravisar ou acabar com todos os que entrassem em seu caminho em nome do sangue puro dos bruxos? Isso era doentio.


- Não podes ludibriar-me, Salazar - retumbou Horvath. - Desejas ter o controle de Morgana na esperança de que ela te obedeça. Tu desejas usá-la na tua vingança contra os teus inimigos.


Salazar sorriu tranqüilamente.


- Não te trará conseqüência nenhuma, amigo meu. Quando o mundo mágico estiver totalmente puro, sinalizando a ascenção, o livro encontrará o seu caminho para as mãos dos meus descendentes. Eu simplesmente desejo que estejam preparados. É justo, não concordas? Pelo outro lado, - continuou Salazar, sua voz declinando, - se decidires abandonar o teu curso e frustrar Morgana, bom, não és Maxim Horvath, o último da linha de Horvath Myrddred? Não és o maior feiticeiro de todos os tempos? Certamente, uma criatura como tu não precisa usar uma mera “bugiganga das trevas”.


Horvath ficou em silêncio outra vez, e Harry sentiu sua fúria. O bruxo então finalmente, disse:


- Como desejares, Salazar. Me de o livro e deixar- te-ei em paz.


Veio então o som de uma gaveta sendo aberta, e depois o som metálico de uma pequena caixa. Um longo silêncio se seguiu.


- Eu poderia simplesmente tomar de ti, “amigo” meu, - disse Horvat sem se perturbar, - Afinal, não sou Maxim Horvath, o terrivel?


- Não te recordas das condições da tua lamentável barganha com Morgana - replicou Salazar. Houve o estampido da caixa fechando. - Não podes tocar sequer num fio de cabelo de qualquer um que esteja residindo neste castelo. As tuas ameaças são formidáveis, mas não surtem efeito aqui, afortunadamente. Eu, no entanto, aprecio as tuas intenções. Tens de considerá-las recíprocas.


O piso rangeu quando Maxim Horvath se levantou. Harry viu que as sombras mudaram no escritório enquanto Horvath se preparava para ir. Uma figura repentinamente bloqueou a visão através da fresta na porta dupla. Era Salazar. Ele abriu as portas levemente e buscou Harry que percebendo o movimento saltou com espelho e tudo para o lugar onde estava. Um olhar pensativo perpassou seu rosto, estreitando seus olhos. Um momento depois, veio uma lufada de ar quente e o fedor de sujeira e coisas crescendo. Horvath tinha ido embora. Salazar no entanto expôs seus dentes para Harry em um sorriso sádico.


- Disseste que a história estava certa sobre mim - disse ele, sorrindo ferozmente. - De alguma forma, não acredito que a história vá sequer conhecer o teu nome, meu jovem amigo.


Harry continuou a encarar Salazar Sonserina no mesmo tom ao qual ele o encarava. Não abaixava os olhos e muito menos o perdia de vista. Com um movimento hábil da varinha, Salazar jogou novamente um pano preto cobrindo o espelho oval sobre do cavalete. Harry apenas observou.  Salazar deu-lhe um olhar desdenhoso.


- Obviamente, o espelho seria inútil como uma prisão, se o preso não pudesse ser libertado pelo carcereiro, seu idiota - disse ele. - Se tivesses tentado, os teus medos teriam se tornado realidade, mas se o espelho fosse coberto por outra pessoa, estarás seguro. Estás vendo? Mesmo agora, eu sou o professor perfeito, e tu um aluno relutante. Vem comigo, meu amigo.


Harry cerrou os dentes e encarou Salazar, mas não mexeu um único músculo. Sabia que naquele tempo, não tinha leis rígidas sobre as maldições, ele mesmo havia sofrido uma tão dolorosa quanto o Cruccio. Mas por outro lado, Hogwarts era Hogwarts, uma vez que fosse protegida, ou até mesmo haviam os outros fundadores... Era isso, teria de dar um jeito de escapar de Salazar e pedir ajuda a Rowena, Godric ou até mesmo Helga. Poderia contar o que havia ouvido e visto.


- Não vou te machucar, rapaz. Eu simplesmente exigo que fica junto a mim para que possamos desaparatar juntos.


 - Não se pode Desaparatar dentro de Hogwarts... - respondeu Harry - Todos sabem disso.


- Eu não sei quem são “todos” que falas, mas estou começando a suspeitar que a Hogwarts que achas que conheces não é a Hogwarts que atualmente vives. Agora vem aqui.


Com a força das palavras, Harry praticamente voou para junto de Salazar, o que queria dizer que ele era ainda mais forte do que os livros contavam.


- Queres ir ao fundo desse mal-entendido, não? - perguntou Salazar. - Nós dois queremos a mesma coisa, meu jovem amigo. Agora vem.


Quando Salazar disse a última palavra, ele fez um movimento rápido com sua varinha.


- Por que você apenas não usa a Maldição Império em mim? – cuspiu Harry sem pensar.


- Isso é uma maldição imperdoável, - disse Salazar, inclinando a cabeça fingindo espanto. - Sou um professor, neste maravilhoso estabelecimento. Como tal, devo obedecer as leis da magia daqui. Eu nem sempre concordei com essas leis, mas mesmo assim...


Salazar estendeu sua mão. Harry o encarou, carrancudo e furioso. Ele sabia que se ele não obedecesse, o homem iria apenas forçá-lo a fazer de algum modo. Algo dentro Harry dizia que seria melhor andar a ser carregado para algum lugar.  Com  isso, ele olhou bem para o mago de olhos frios e, em seguida, pegou a mão estendida do mago. Houve uma súbita, sensação de velocidade vertiginosa e depois as trevas. O chão parecia cair afastado dos pés do garoto. Um milésimo de segundo mais tarde, outra superfície se materializou abaixo dele. Harry tropeçou, e Salazar o soltou com um empurrão, fazendo-o cair de joelhos.


- Não desaparates - disse Salazar zombando dele, distante.


Em primeiro lugar, Harry ainda não estava acostumado com o lance de Aparatar, podia até ter passado nos exames mas ainda assim achava desconfortável. Em segundo, estava sem sua varinha. E fosse o que fosse, sabia que mesmo indo atrás dos outros fundadores, ele não tinha provas de que Salazar Sonserina estaria planejando fazer. Seria sua palavra, contra a palavra de um garoto de 17 anos, o que não ia convencer ninguém ali. Principalmente porque ele não conhecia ninguém. 


- Sem feitiços úteis, sem compreensão da astúcia ou criatividade. – continuou Salazar em tom zombeteiro -  Não sei de onde vieste ou quem és tu, meu jovem amigo, mas quem te tinha enviado devia estar verdadeiramente desesperado.


Harry tentara ficar em pé, mas não conseguiu, lutando com um tipo de tontura residual. Onde quer que Salazar o tenha levado, era muito escuro e frio. O vento soprou inquieto, mas ele não ouviu barulho de árvores o que queria dizer que ele estava no alto de alguma torre. Esse mesmo vento empurrou as núvens suspensas e uma lua anormalmente estreia apareceu brilhando gelidamente iluminando as redondezas. Harry deu uma olhada ao redor quando seus olhos se acostumaram com a escuridão. O espaço era circular, com terraços de pedra levando para baixo onde haviam pisos de madeira. Em ambos os lados deste, dois tronos de mármore um de frente para o outro. Decididamente ele não tinha idéia de onde estava, e se realmente ainda estava no castelo.


- Pareces saber muito sobre nós - disse Salazar, elevando a sua voz sobre o gemido do vento. - Portanto, deves conhecer a finalidade da Torre Wilrim. Sua altura, dizem eles, o coloca fora do alcance das leis dos homens. Aqui, não existe tal coisa como uma maldição imperdoável. Aqui, meu jovem amigo, tudo pode acontecer.


Como se para confirmar a fala de Salazar, houve uma súbita sibilação e um turbilhão de fumaça negra pareceu fluir sobre a torre fundindo-se a um ponto do lado direito do fundador da Sonserina. Logo a forma de um homem com manto negro apareceu. Usando um capuz, com características afinadas e olhos crueis, sorriu ameaçadoramente para Harry. Assim como Salazar, sem tirar os olhos do garoto. Mais redemoínhos começaram a aparecer, tomando forma de pessoas em torno da circunferencia no topo do terraço da torre. Cada figura usava um manto negro, com a cabeça coberta. E cada um que chegava, fixava seu olhar em Harry.


- Conhece o meu Círculo dos Nove! - falou Salazar, abrindo os braços ao redor. - Companheiros magos que, como eu, reconhecem o inevitável futuro do mundo mágico, e que se juntam a mim nesse momento para iniciá-lo. Considere-se honrado por testemunhar isso, rapaz, poucos vivos sabem de nós, ou podia adivinhar que esse conselho existia. E agora, que comece o auge! Eu convoquei-vos esta noite, porque  temos questões muito importantes para tratar...


Salazar se moveu repentinamente através do topo da torre, flutuando, seus pés não tocavam o chão e o seu manto batia como couro semelhante a asas. Ele parou na frente de Harry, erguendo-se sobre ele, seus olhos ferozes e decididos.


- E tu és essa questão - disse alegremente com voz rouca. Estudou triunfantemente a cara de Harry, quase com carinho. Então, de repente, ele se afastou. Seus pés tocaram o solo e ele andou casualmente sobre o solo de madeira no centro da torre. Harry conseguiu ver um alçapão no centro,  estava fechado e aparentemente bloqueado. Não tinha como sair dali, a não ser voando. - Há instantes atrás, embaixo dos meus aposentos, eu era o professor e tu o aprendiz, rapaz - disse Salazar, olhando sobre o muro baixo que rodeava a torre. - Vamos inverter os papéis. Os meus amigos e eu queremos aprender muito de ti hoje à noite. Tens a honrosa tarefa de ensinar-nos. Vamos começar com algo simples. Qual é o teu nome?


Harry sentiu um forte desejo de não responder. Se respondesse ate mesmo uma pergunta mais básica, temia que acabasse respondendo toda e qualquer outra pergunta que ele lhe fizesse.  Em sua mente, algo lhe dizia, na verdade insistia para que ele permanecesse em silencio não importando o que Salazar e seus amigos fizessem com ele.


- Estás pensando que é corajoso permanecer em silêncio, meu garoto - disse Salazar novamente astuto, voltando a olhar para Harry sobre seu ombro. - Estás pensando que não matar-te-emos ou usaremos nossa arte para extrair o que queremos do teu cérebro morto. Estás pensando que tais coisas não acontecem a bravos garotos. E isso me prova, meu jovem amigo, que não estás familiarizado com esta época. Não sei o que acontece na época da qual vieste, mas aqui, coisas horríveis acontecem a garotos a cada dia que passa. Além disso, não és conhecido aqui. És um estranho. Ninguém sabe quem és, ou mesmo que existes. Se tu desapareceras, ninguém iria procurar-te. Ninguém notaria a tua ausência. Sabendo disso, realmente desejas arriscar a tua vida, na esperança de que eu, Salazar Sonserina, poderia ser demasiado generoso para executar-te esta noite?


O garoto olhou Salazar nos olhos. Eles brilhavam ao luar como moedas. Não havia alma neles. Harry conseguia ver muito bem sua própria morte. Obviamente tinha caido na armadilha de Draco Malfoy, por ter sido estupido o suficiente. Então dessa vez lutaria, ou pelo menos tentaria.


“Espero... sinceramente que me perdoe Sarah, por ter sido tão idiota...” – pensou ele enquanto ficava em pé.


- Meu nome é Sírius - declarou ele, se esforçando para não trair o seu medo.


- Não minta para mim... – então Salazar o avaliou dos pés a cabeça - ... sei muito bem quando mentem para mim.


- Meu nome é Sírius Black! – disse Harry agora com mais ênfase.


- Black??? - indagou uma das figuras encapuzadas – Esse pequeno fedelho é parente de Achemar Black???


- Não... ele não é... – Salazar novamente analizava novamente Harry. Fora então que ele lembrou-se das aulas de Legilimencia as quais, Snape lhe fez o favor de lhe mostrar o quanto era ruim em Ocultar seus pensamentos. – Ele pode até ter parentesco mas não leva esse nome...


Sem dizer uma única palavra, Salazar apenas meneou a varinha num floreio e Harry caiu de joelhos se contorcendo. A dor era muito superior a do Cruccio. Parecia que seus membros estavam sendo arrancados um a um.


-  Harry.... Sou Harry Potter. – disse ele por fim. Sabia que não teria como não dizer. Salazar já sabia seu nome, mas o obrigaria a dizer em voz alta. As dores diminuiram e ele forçou-se a ficar em pé.  


- Viste como foi fácil, Harry? - perguntou Salazar, gesticulando exageradamente.


Harry viu que o mago tinha sua varinha em sua mão. Ele a movimentou, quase casualmente, e novamente as dores começaram a percorrer sua espinha. Harry então tropeçou e caiu de costas arqueadas para trás, na pedra do terraço. A agonia foi monumental. Harry esqueceu onde ele estava. Sua visão ficou branca e opaca. Tudo o que importava era que a dor parasse. Mas ela continuava. Parecia a Harry durar horas... dias, e então de repente, ela tinha sumido. E Harry sabia que tinham sido meros segundos. Quando seus olhos entraram em foco, viu Salazar de pé a sua frente com um sorriso curioso.


- Eu não fiz isso porque só respondeste parcialmente à pergunta - disse Salazar. - Eu fiz isso porque hesitaste. Acredito que não vais deixar que isso aconteça novamente. Salazar se virou, para falar com todos os presentes. Sua barba esvoaçando como suas vestes ao vento. - E agora, forte o suficiente para todos nós ouvimos, qual é o teu nome completo?


 Harry cambaleou tentando se levantar, mas não gemeu. Não ia dar esse gostinho a Salazar, ainda mais sentindo seus joelhos doerem. Com esforço se levantou.


- Harry James Potter- ele respondeu, odiando-se por isso. O pensamento de que a dor impressionante iria voltar novamente foi horrível. Mas não tirou os olhos de cima de Salazar.  Em sua mente tentava conectar seu nome a qualquer coisa que ele, Salazar Sonserina pudesse fazer. Porque ele, o “tão poderoso” precisava saber seu nome completo? Estava a mil anos no passado, certo?


Contudo uma voz em sua mente lhe disse -  “Mas o futuro é construído sobre os alicerces do passado” – de onde ele tinha ouvido essa frase?


- Harry James Potter - disse Salazar. - Esse nome soa tão inocente. De onde és, mestre Potter? Quando é o teu tempo? O que podes dizer-nos dele? Cuidado, não deixes nada de fora.


- Potter? – ouviu-se outra voz atrás de Harry – Os Potter dessa redondeza são uma escória, como um Potter pode ter magia em seu sangue?


Houve uma comoção, cochichos. E Harry certamente ouviu falar sobre o fato de ser filho ou neto, ele não entendeu direito. Do dono da tenda de frutas. Mais rapidamente Harry falou.


- Sou do futuro - disse Harry sombriamente, ficando de pé novamente. - Mil anos a partir de agora. Eu sou um estudante desta mesma escola nessa época.


- Incrível - disse Salazar, sua voz ansiosa. - E, no entanto, esta é obviamente uma mentira. Admiro a tua audácia, mas não te servirá muito bem. Responda-me sinceramente agora ou enfrentarás a Maldição Cruciatus novamente. O que dirias?


- Estou dizendo a verdade - Harry respondeu, levantando sua voz. - Se você quer que eu invente algo para atender o que você quer ouvir, é só me avisar. Eu ficarei feliz de te contar qualquer historia que você quiser.


Harry pode notar que novamente o falatório começou. E mais uma vez a voz de alguém em sua mente o mandava ter cuidado e ser astuto. Mas quem?


- Não nos tentes, Harry James Potter. Se, de fato, Hogwarts existe a mil anos a partir de agora, então ela existe em um tempo onde o reino mágico finalmente subjugou a multidão dos trouxas. Não haveria lugar, em tal colégio, a um aluno como tu, um menino obviamente de habilidades pobres e mente fraca. Nesse colégio serias colocado no lugar ao qual pertencem: com os trouxas, sangues-ruins e cães. Conta-nos a verdade agora, ou morra com suas mentiras.


- Não estou mentindo! - disse Harry enfático o que deixou Salazar muito nervoso - Suas previsões estão completamente erradas! No meu tempo, os trouxas coexistem com o mundo mágico. Eles nem sabem quem somos! O mundo mágico tem vivido em segredo entre eles ao longo dos séculos. Existem leis para certificar-se de que nenhuma bruxa ou bruxo fale para um trouxa sobre nós. Não só eu sou um estudante em Hogwarts, alguns dos meus colegas são filhos de trouxas. No meu tempo, qualquer bruxa ou bruxo pode estudar em Hogwarts, não importa quem são seus pais. – Harry podia sentir a ira de Salazar, e sentiu-se muito bem em jogar na cara daquele bruxo todas as suas frustrações - Seus planos estúpidos não vão chegar a lugar algum! Na verdade, no meu tempo, você é conhecido por ter sido BANIDO do castelo, estava cego demais, louco demais pela sua sede de poder!


- É mentira! - gritou Salazar, saltando sobre Harry e levantando sua varinha. - Vieste aqui para semear engano e dúvida, mas foi desmascarado! Não tens a mínima centelha de prova de que este tempo que falas realmente existe, e as evidencias da tua própria existência prova que mentes.


Salazar então empurrou Harry para outro canto agora com a própria força. Como se ele fosse apenas um inseto a ser descartado. Porém Harry vira a chance de desequilibra-lo ainda mais. Obviamente ele nunca havia sido questionado antes, ou sua opinião posto a prova. Contudo, Salazar ainda falava tentando fazer com que Harry parecesse o louco.


- O reino mágico nunca poderia afundar nas sombras do mundo trouxa. Seria uma blasfêmia e uma zombaria. Se essa época que descreves fosse uma realidade, seria um colapso sob o peso do teu próprio absurdo!


O bruxo então se virou novamente, o seu manto voando ao vento e com os seus braços levantados.


- Meus amigos! Estamos frente a um mistério. Se o mundo que Harry James Potter descreve é, de alguma versão do deslocamento das névoas do futuro, contra qualquer lógica, uma realidade, então, deve ser evitado a todo o custo. E se, como eu suspeito fortemente, este rapaz é uma fraude e um mentiroso, cuspindo na cara da nossa tentativa de tratar-lhe como um cavalheiro, sendo assim, ele e o nosso inimigo mortal. De qualquer maneira, o nosso curso é claro...- Nessa hora, Salazar Sonserina se virou para Harry e o encarou. - O garoto deve morrer – Um sorriso carregado de crueldade brotou nos seus lábios. Ele levantou sua varinha.


Harry sem pensar se agachou e pulou quando Salazar pronunciou as palavras da maldição da morte. O raio verde passou sobre sua cabeça e ele engatinhou até um dos terraços mais baixo e se escondeu atrás de um dos dois pilares de pedra.


- Tende cuidado - gritou Salazar para as outras figuras. - Eu posso cuidar do garoto. Nenhum de vós precisa se incomodar.


Harry desejava desesperadamente ter sua varinha, mas como? Foi aí que uma idéia lhe ocorreu.


- Ei! Como pode se chamar de cavalheiro? – disse Harry ao vento, e sua voz ecoou pelo ar -  Não há muita nobreza em amaldiçoar um garoto indefeso....  Pelo menos me dê minha varinha!


Salazar riu com prazer dessa vez. Obviamente estaria achando que era uma piada. Mas se ele prezava tanto o “cavalheirismo” como ele se dizia prezar, talvez Harry tivesse alguma remota chance de pelo menos fugir.


- Finalmente, o garoto mostra algum espírito - zombou Salazar - Como quiser, mestre Potter. Vamos ao duelo. Dá um passo na frente e pegue sua varinha.


Harry ainda exitou um pouco, mas então ouviu o bater de madeira no chão de pedra a ponta de sua varinha faiscar quando bateu em seu pé. Mais que depressa ele a pegou e então saiu de trás da pilastra andando cautelosamente rodendo os tronos de pedra. Salazar o viu e então alargou seu sorriso macabro. Fora então que de repente e para surpresa também de Salazar, houve um forte baque. Diretamente abaixo dos pés de Harry. Ele dera um salto para o lado e olhou para baixo. Estava de pé sobre o alçapão.


- Eles estão vindo, Salazar - chamou um dos magos com capa. - Eles têm percebido o nosso encontro. Temos que partir. Mata o garoto agora.


- Não - disse Salazar, ainda sorrindo. - Eles não podem chegar até nós. A torre não pode ser violada pelo lado de fora até que a reunião esteja terminada. É a lei mágica da Torre Wilrim. Vamos terminar o nosso trabalho primeiro, e então lidar com os meus colegas fundadores. Chegou a hora de eles perceberam o erro que tinham cometido em planejar contra mim.


Harry ficara um tanto curioso e também tentado em abrir a portinhola do alçapão mas segundo Salazar, a torre era fortemente enfeitiçada, um “Alorromora” não resolveria. As vozes se tornaram mais proximas abaixo e novemente outro golpe na madeira mas a fechadura ainda aguentou o baque.


- Se apresente mestre Potter.... Vamos acabar com isto como homens. – Vociferou Salazar pondo-se a postos.


Harry se firmou e com toda a determinação se afastouj do alçapão. Já havia enfrentado Voldemort uma vez, e tivera sorte o suficiente no seu quarto ano. Mas Harry tinha uma única certeza, não teria qualquer chance contra o enorme poder maléfico de Salazar Sonserina. Pior, não havia lugar para correr ou se esconder. A torre era demasiado alta para escapar. E mesmo que Harry quisesse não era tão bom em Desaparatar.


- Curvamos-nos primeiro? - perguntou Harry tentando prolongar ao máximo o tempo para que fosse quem quer que fosse, conseguisse interromper aquele duelo maluco.


- Eu me curvo perante meus iguais - disse Salazar, mostrando seus dentes. – Tu podes te curvar quando estiver morto. – AVADA KEDAVRA!


Harry pulou novamente e o feitiço atingiu o trono produzindo uma explosão de faíscas verdes. Sua agilidade no Quadribol, apesar de não estar usando uma vassoura foi relativamente boa. Seus reflexos estavam bastante ativos apesar de ainda sentir os efeitos dos feitiços anteriores.


- Usa magia, não acrobacia, rapaz! - zombou Salazar, agitando sua manga para trás. - Deixa o teu corpo ser a primeira coisa que os meus companheiros fundadores verão quando se juntarem a nós aqui! Enfrenta-me e morre com um farrapo de honra!


Dizer que não se sentia apavorado, bem, ele se sentia sim. Na verdade ele se sentia como se estivesse no automatico, embora se ele tivesse a minima chance de acertar Salazar seria um belo golpe de sorte. Voldemort, apesar de perigoso não era nada se comparado a Salazar Sonserina. Isso era um fato. Ele rodeou o asoalho de madeira e se pôs de pé, acenando sua varinha e executou o feitiço.


- Expelliarmus... – gritou Harry e um raio cinza prateado cortou o ar, contudo (e Harry sabia) não causou dano algum. Salazar magestosamente se esquivou.


- Assim esta melhor! - disse Salazar com voz rouca, avançando, indo ao encontro de Harry. Ele movimentou sua varinha casualmente antes dele, importunando Harry com ela. - Faze o teu melhor, garoto! Mostra-me o que eles te ensinam nessa a tua fantástica época! Faze agora!


- Estupefaça! – Harry sabia que seus simples feitiços não seriam pareo para o fundador da casa de Sonserina. Ele tinha de ser mais astuto, mais perspicais. Mas como?


Salazar falava sua maldição exatamente ao mesmo tempo em que o cérebro de Harry tentava armar um plano. Os dois raios colidiram entre si explodindo sobre o piso de madeira iluminando o local. Um raio verde zuniu por sobre a capa de Harry o que o fez perceber que diferente dele, Salazar não tinha escrúpulos ou paciencia para com seu oponente. Foi então que percebeu que deveria era disfarçar sua atenção.


- Glaucius... – disse Harry apontando para o chão a frente de Salazar quando este anunciava mais uma vez a maldição da morte em direção a Harry. Suas botas, talvez gastas demais para ter aderencia ao chão de pedra congelado, o fez escorregar em meio ao feitiço. Perdendo totalmente o equilibrio. Seu feitiço atingiu a tranca do alçapão com tanta força que esta saiu voando liberando as vozes abafadas que estavam abaixo deles.


-Esta aberto! - alguém falou. - Cuidado com armadilhas! Protego!


Obviamente Salazar berrou em fúria. Ele apontou sua própria varinha para a porta, mas era tarde demais. Umas figuras emergiram das escadas abaixo, com as varinhas em prontidão. Feitiços explodiram em todas as direções, iluminando o pico da torre como fogos de artifício. Harry então mergulhou novamente para trás de um dos tronos de marmore enquanto o ar ficava cheio de faíscas e um turbilhões de sons ao mesmo tempo. Um a um dos membros do círculo dos nove de Salazar Sonserina foi desaparatando do topo da torre com estampidos. Porém um deles parecia não se intimidar com isso e tentou encurralar Harry floreando sua varinha. Ele era muito magro, mas sua barbicha negra abaixo do queixo lembrava muito o rosto de um bode.


- Belo truque, rapaz – Disse o homem com um sorriso - mas nós detestamos negócios inaca...


- Expelliarmus! – disse Harry antes do bruxo terminar sua fala. Houve um som acentuado de “Crack” e a varinha do bruxo saiu voando e girando em meio a escuridão da torre. Com o susto, o bruxo dera uns passos para trás tropeçando na sua própria capa despencando do terraço. Outro com um rugido de raiva apareceu por detrás do trono, mas percebendo que havia perdido a varinha partiu para cima de Harry com suas mãos como garras e seu rosto contorcido de raiva.


- Estupefaça! - gritou Harry mais uma vez se esquivando no momento exato em que o bruxo caia no chão. Porém sua pontaria havia falhado. E o feitiço atingira a parede atrás do bruxo.


 - Morrerás por isso, rapaz! - rugiu o homem, saltando ao ataque como uma besta outra vez. Houve um flash de luz amarela, e um outro homem gritou e aterrissou com força na frente dos pés de Harry, golpeando o rosto do oponente com força suficiente para quebrar seu nariz. O garoto ouviu um estalo e fez uma careta.


- Detém-te, garoto! - uma voz ordenou. Uma mão subitamente agarrou o pulso de Harry, tentando o trazer para fora do combate. Harry lutou contra ele por um momento e, em seguida, olhou para ver de quem era a mão. O garoto tinha a nítida impressão de que era Hagrid devido ao porte grande e a voz grossa. Mas quando conseguiu ver com clareza era Godric Grifinória quem olhava para ele.


- A batalha tem acabado, meu amigo - disse ele, liberando o pulso de Harry. - Quem quer que sejas, é um jovem bruxo extremamente afortunado.


- Ele não é apenas um bruxo - uma voz feminina disse, e havia uma insinuação de um sorriso divertido na mesma. Harry olhou e viu Rowena Ravenclaw jogar para trás a capa de seu manto azul. - Ele é o mais jovem clérigo no reino. E ele já havia enfrentado Salazar antes.


- Onde é que ele foi? - perguntou Harry repente, olhando ao redor do topo da torre.


- Desapareceu - respondeu gravemente Corvinal. - Escapou. Assumiu a sua forma verdadeira e vôou.


- Sua verdadeira forma? - perguntou Harry sentindo a adrenalina passar.


- Rowena esta brincando - Helga Lufa-Lufa respondeu, aproximando-se da parede baixa da torre e escutando na escuridão além. - Salazar é um animago. Ela se referia que a sua forma animal e a sua verdadeira forma já que ela acredita que ele é indigno do título de homem.


- Ele é uma serpente? - perguntou Harry, unindo-se a Lufa-Lufa junto a parede e olhando para baixo.


- Curiosamente, não - respondeu Godric. - A autêntica forma de Salazar talvez seja ainda mais apropriado, ja que ele provou-se do mesmo modo cego, noturno e sanguinário. O animago de Salazar é, de fato, um morcego.


Um gemido lembrou a todos do homem de cavanhaque caído. Ele rolou sobre suas costas e se esforçou para sentar-se, com uma mão cobrindo seu nariz.


- Este homem não representa perigo sem sua varinha - disse Godric a todos enquanto tocava no ombro de Harry - graças ao pensamento rápido do nosso amigo aqui. – Mas quando virou-se para o homem, ele disse: - Eu não tentaria Desaparatar se eu fosse tu, Lorde Mordekay. Isso foi mais do que um Feitiço Corpo-Preso que eu lancei em ti. Foi também um Encantamento de Contenção. Não chegarás mais longe do que uma pedra antes de ser arrastado para trás, e digo que isso pode ser muito doloroso.


- Quebraste o meu nariz! - gritou Mordekay, mostrando-lhes a palma da sua mão. Estava manchada de sangue. - Eu matarei a todos vós por isso! Devolvei-me a minha varinha agora!


- Creio que não, meu senhor - respondeu Rowena. - Eu suspeito que tu não segurarás uma varinha por algum tempo. Temos muitas perguntas para ti, e seria melhor que as respondesses.


- Vós torturar-me-eis, certo? - cuspiu Mordekay, colocando-se de pé. - Não estou com medo do que vós fareis comigo! Eu nunca falarei. Fazei o vosso pior!


- Nós não precisamos de torturar-te - disse Helga razoavelmente. - Se tu optares por não responder às nossas perguntas, vamos simplesmente deixar-te ir.


- Como atreveis vós a zombar de mim? Eu conheço o vosso tipo!- Mordekay estreitou seus olhos. - As vossas mentiras não me enganar-me-ão!


- Nós conhecemos os da tua laia, Mordekay - Rowena disse, - e assumes que todo mundo é como tu. Vamos efetivamente libertar-te se recusares a responder as nossas perguntas, e nós não tocaremos nem um único pêlo da tua barba imunda. No entanto, deves ter cuidado, a tua libertação pode resultar que algumas pessoas tenham a impressão errada. Alguns observadores poderiam interpretar tua incólume libertação como um sinal de que disseste-nos absolutamente tudo o que sabes.


- O teu sócio, Salazar Sonserina, não apreciaria isso, estou certo? - Godric Grifinória então levantou a sobrancelha significativamente - Ele tem fama de tratar severamente aqueles que o traem.


- Ele não iria acreditar em tais mentiras - resmungou Mordekay - Ele sabe que eu sou confiável. Além disso, não tenho medo dele.


Godric se aproximou a Mordekay e se inclinou em direção a ele. E com um tom de voz conspirador, ele disse: - Eu escutei rumores de que Salazar esta desenvolvendo uma maldição que explode os seus inimigos de dentro para fora. Tecnicamente, eu diria que era impossível, mas Salazar é um gênio quando se trata de tais coisas. Conhecendo ele, ele vai simplesmente continuar tentando ate conseguir. Ele está esperando que provavelmente vás traí-lo, só assim ele tem uma desculpa para usar a maldição como teste.


- Ele confia em mim! - insistiu Mordekay novamente. - Ele sabe que eu nunca iria traí-lo!


- Salazar nunca me pareceu do tipo de confiança – Disse Rowena dando de ombros - mas talvez o conheces melhor que nós.


- Por outro lado - disse Helga pensativamente, - se tu decidires ajudar-nos podemos proteger-te de eventuais represálias equivocadas.


- Vós? Sonserina tem o dobro da poder que todos vós juntos! - Mordekay zombou, e Harry ouviu o desespero na voz do bruxo.


- Tenho a certeza que ele mesmo esta convencido disso. Mas por que razão, então, ele se transformou em um roedor que voa no momento que ele viu a nossa chegada? - Godric sorriu -  Por que ele fugiu em vez de enfrentar-nos varinha a varinha? Salazar não fará a si mesmo tais questões, mas deves, Lorde Mordekay, pensar muito cuidadosamente nelas.


Mordekay franziu furiosamente o rosto. Harry notara que ele estava terrivelmente em duvida lutando para decidir se cooperava ou não. Finalmente, através dos dentes ele disse:


- Ele quer ser livrar de todos vós. Ele deseja controlar toda a escola, e usá-la como a semente de um império mágico. Ele sabe que vós tendes estado conspirando contra ele. A sua intenção é atacar primeiro.


- Muito instrutivo - disse Godric desagradavelmente. - Ele crê que temos conspirado contra ele. Mas continuaremos com isso em outro local. Rowena, Helga, talvez vós possais escoltar o nosso jovem misterioso amigo de volta para os salões principais do castelo? Acompanharei o Lorde Mordekay a um local seguro. Podemos falar mais confortavelmente lá.


Helga e Rowena concordaram. Um momento depois, houve um alto  estalo quando Godric Grifinória Desaparatou da torre com Lorde Mordekay.


- Retornaremos ao Salão Principal - disse Rowena, voltando-se para Harry e Helga. - Deve estar deserta a esta hora da noite. Talvez o nosso amigo gostasse de comer algo enquanto conversamos?


- Realmente. Temos de descobrir quem és, meu jovenzinho.- Concordou Helga com a cabeça. -  E como fazer-te voltar para o lugar de onde vieste.


 - Quanto a quem eu sou.... – começou Harry – Sou Harry James Potter... e quanto a voltar... Eu não posso imaginar como nós vamos fazer isso – o garoto então lembrou-se do espelho quebrado do banheiro por onde entrou - Meu único caminho para casa foi feito em pedaços quando fui jogado para dentro do espelho do banheiro. Eu estou preso aqui.


- Certamente não é este o caso - disse Rowena alegremente. - Pode não ser imediatamente visível, mas a solução aparecerá.


- A resposta é quase sempre simples, jovenzinho, mas raramente é fácil.  – Disse Helga sorrindo para Harry.


Fora mais ou menos nessa hora que algo passou pela cabeça de Harry. Algo que Salazar dissera a Horvath enquanto ele estava preso na sala de poções particular de Salazar. “É algo que será passado para meus descendentes”. O livro do qual Corner não desgrudava... será que...


- Não... não ao Salão Principal. Temos que voltar aos aposentos de Sonserina! Agora mesmo, antes que ele volte!


Tanto Rowena quanto Helga enrugaram a testa sem entender.


- Por que diabos devíamos ir ali? – perguntou Helga


- E o que te faz pensar que ele voltará? - acrescentou Rowena, estudando a cara de Harry.


- Porque ele nunca deixaria todas suas coisas - respondeu Harry rapidamente. - Suas “bugigangas das trevas”. Elas são muito importantes para ele. Ele vai voltar para pega-las, o ouvi conversando com outro bruxo mais cedo... disse que existiam coisas que perdurariam o tempo... e que chegariam aos seus descendentes tornando seus objetivos reais... ele vai voltar para pega-los eu sei disso... Temos que chegar lá primeiro. Se eu estou certo, ele tem uma coisa realmente importante. Pode ser a minha única chance de voltar ao meu tempo!


Rowena estudou Harry com seus olhos sérios enquanto pensava. Helga no entanto sem hesitação, concordou com a cabeça e ofereceu sua mão.


- Nesse caso, caro rapaz, vamos deixar de usar as escadas.  – disse Helga sorridente - Rowena, varinha a postos. Se temos a intenção de apressar-nos, apressemo-nos como bruxas, e espero que Salazar não tenha sido mais esperto que nós esta noite. Quando eu conta três. Um... dois... Três!


Harry  sentiu o solavanco desorientador da Desaparatação novamente quando Helga o levou para longe da torre de Wilrim. Um momento depois, apareceu um corredor escuro em sua volta e seus pés tocaram um chão de pedra. Quase instantaneamente, houve um segundo e alto crack e Rowena apareceu ao lado de Harry e Helga. Ambas as mulheres tinham suas varinhas em punho. Eles examinaram o corredor em ambas as direções. Sem uma palavra, Helga apontou. Harry olhou. Ele reconheceu a sala como a que levava aos aposentos de Salazar. Agora, com um calafrio, ele viu que a porta para o escritório do mago estava aberta. Havia luz saindo pela porta, e houve um esboço de um movimento silencioso.


- Qual é o teu nome, rapaz? - sussurrou Helga, sem tirar os olhos da porta.


- Harry... Harry Potter, - respondeu Harry o mais calmamente que ele podia.


- Tinhas razão, Harry. – sussurrou Helga-  SaIazar está aqui, retornou por suas coisas, tão ousado é. Ele sabe que o seu tempo aqui acabou. Rowena e eu iremos enfrentá-lo e tentar argumentar com ele. Se prevalecermos, vamos ajudar-te a procurar o que precisas. Se formos vencidas, então estou feliz por morrer sabendo o nome do nosso misterioso benfeitor.


- Podes argumentar se quiseres, Helga - disse calmamente Ravenclaw, obviamente ansiosa para uma luta. - Mas eu negociarei com a minha varinha. Tendo a ousadia de voltar essa noite, bem embaixo dos nossos narizes!


- Eu quero ir com vocês - sussurrou Harry, levantando sua varinha. - Esta é a minha luta também. Ele tentou me matar!


Rowena estreitou os olhos para Harry, sorrindo levemente.


- Ele pode muito bem acabar o que ele começou, se você nos acompanhar, Harry Potter. Mas a escolha é tua.


 Bem lá no fundo Harry tinha esperado um pouco mais resistência. Ele sorriu um pouco nervoso. Honestamente, ele pensava, qual o pior que poderia acontecer? A história prova que todos os quatro fundadores sobreviveram aquela noite. Evidentemente, como Salazar tinha insinuado antes, a história não disse qualquer coisa sobre um rapaz de cabelo escuro, que poderia ter aparecido no meio do percurso.


- Eu irei na frente - sussurrou Helga - apontando na direção da porta de Salazar. - Rowena, a minha esquerda. Segue-nos, Harry, Estupefaz Salazar se fosse necessário, mas nada além disso. Lembra-te que ele ainda é um dos fundadores do colégio, e é merecedor de respeito.


- Respeito que desaparecerá no momento que ele levantar sua varinha - murmurou Rowena enquanto percorriam pouco a pouco o corredor.


- Ele com certeza não utilizou feitiços atordoantes lá na torre - Harry sussurrou. - Basta olhar para a...


Um raio verde queimou o solo próximo ao pé da Rowena.


- Estupefaça! - gritou Helga, apontando sua varinha para a porta aberta. Uma sombra pulou para o lado enquanto o feitiço atingiu a dobradiça da porta, explodindo em faíscas vermelhas. - Ele sabe que estamos aqui! Temos que atacá-lo! Estamos muito vulneráveis aqui!


Harry lutou para manter o passo quando Rowena e Helga correram em direção do escritório de Sonserina, com as cabeças baixas e as varinhas disparando. Raios vermelhos atingiram a porta, forçando Salazar a voltar.


- Acaba com isso, Salazar! - gritou Helga - Ainda não é tarde demais para abandonar esta linha de ação!


Harry ainda não tinha visto nem o rastro do seu antigo seqüestrador. Quando se lançou pela porta do escritorio, agachando-se atrás de uma cadeira e uma estante de livros, uma sombra escura fugiu por uma porta, sibilando furiosamente.


- Cuidado com a sua forma! - gritou Rowena, arquejando. - Ele pode ser pequeno e alado. Ele pode esconder-se!


- Ele não está à vista. Para a câmara principal. - Helga andou em torno da estante, sua varinha à frente dela.


Harry seguiu as bruxas que se movimentavam em toda a sala. Ele estava espantado com a sua movimentação. Eram graciosas e velozes, extraordinariamente rápidas, mas totalmente controladas. A mão da varinha os precedia, firme como pedra. O coração de Harry bateu em seu peito, fazendo sua própria varinha agitar em sua mão. Ele olhou de soslaio para as portas duplas do laboratório. Elas ainda estavam ligeiramente abertas, mas o interior estava escuro.


- Varredura no quarto - disse Rowena ao entrar no santuário de Salazar -Ravelio!


Um feixe de suave luz lavanda se propagou da ponta da varinha de Rowena, iluminando a parede. Lentamente, ela percorreu o aposento, fazendo com que a luz tocasse cada superfície. Finalmente, ela baixou a sua varinha, apagando a luz lavanda.


- Ele não está escondido aqui - disse ela, obviamente desapontada. - Ele fugiu mais uma vez, ao que parece.


Harry teve finalmente um momento para olhar ao redor. Aquele era obviamente o quarto de Salazar. Era surpreendentemente pequeno e bagunçado, com pilares por todo o lugar. Uma única janela estava bem fechada e bloqueada.


- Vamos aproveitar o momento, então - disse Helga, virando-se para Harry. - O que é que acreditas que Salazar pode ter em sua posse? O que instrumento pode ser útil para ti?


Harry tentou explicar sobre a época de que ele vivia, e como ele chegou nessa época. Por um feitiço o qual ele nunca havia ouvido sequer falar.  E do pequeno livro de couro o qual Salazar carregava quando fizera seu braço sumir e voltar ao lugar de antes.


- Eu supus que, como Malfoy andava com um colega usando um livro identico ao que Salazar usava, talvez o tenha de algum modo deixado para seu descendente.... - disse Harry - Mas agora eu não penso assim. Salazar adora essas coisas. Quando estava preso nesta mesma sala, ele recebeu outro bruxo... alguém chamado Horvath. Falavam também de um tal livro dos mortos... eu sei que este é um livro egipcio... minha amiga Hermione conseguiu descobrir mais sobre esse livro e seus feitiços...


- O que esse rato de Maxim Horvath veio fazer aqui...- ponderou Rowena. – Acha que depois de abandonar Merlim conseguiria algo com Salazar?


- Olha Senhoras... – disse Harry educadamente - ... eu não sei nada sobre Horvath, ou Merlin além do que eu ouvi por trás dessas portas... mas Salazar Sonserina sabia tudo sobre a viagem através de espelhos... mas quando estava falando com Horvath, conversavam sobre algo chamado “O despertar”, eu não tenho idéia do que isso significa.  


 Os olhos de Rowena haviam se arregalado e mostravam cautela. Ela olhou de relance para Helga.


- Pesquisaremos - disse Helga calmamente. - Então, teremos certeza.


Rowena levantou a sua varinha e disse o mesmo encantamento de antes. A luz lavanda apareceu na ponta de sua varinha novamente. Ela virou lentamente.


- Na minha última passagem - ela murmurou, - eu estava apenas procurando por sinal de Salazar, quer como homem ou morcego. Agora...


Helga passeava ao redor da sala, observando o feixe jogar luz sobre as paredes.


- Ali - ela anunciou, apontando.


Rowena parou, descansando o feixe sobre uma grande pintura. Era um retrato enorme de um mago de cara estreita e túnica Borgonha, e era quase em tamanho real. O retrato cerrou seus olhos para eles e zangado. Harry viu que, o feixe atravessa o retrato, iluminando o fraco esboço de uma porta oculta. Rowena guardou sua varinha e cruzou o chão do quarto. Ela agarrou a moldura da pintura e puxou, mas estava bem presa a parede. Helga juntou-se a ela, mas eles não conseguiram mover a pintura, nem mesmo com os três ajudando.


- Chega de criancices - disse Rowena muito furiosa. Ela se afastou, tirando os outros do caminho. Ela apontou sua varinha para o retrato.


- Rowena Corvinal - o retrato zombou, - não sabes o que estás a fazer...


- Convulsus! - gritou Rowena, interrompendo o retrato. Houve uma explosão de cegante luz branca e o retrato e parecia evaporar. Um momento depois, uma vez que os olhos Harry tinham se reajustado à relativa obscuridade do quarto, ele viu que o retrato não tinha, de fato, sido completamente evaporado. O quadro tinha sido destruído, e a pintura tinha sido cortada ao meio deixando um grande buraco. A madeira na parte de trás da pintura tinha sido inteiramente arrancada, perdidos no espaço escuro mais além. Harry, Helga, e Rowena adentraram o buraco no retrato cuidadosamente.


Harry, entre as duas mulheres, podia ver um flash de luz piscar de volta para ele bem no fundo da pequena sala empoeirada. No escuro da câmara escondida, a própria cara de Harry olhou de volta para ele.


- É lá - sussurrou Harry, um tanto exaltado e assustado. - Eu posso ver meu reflexo. É um espelho.


Helga iluminou com sua varinha ao redor. Muito atentamente, ela atravessou a pintura para a escuridão da câmara por trás dela. Sua varinha iluminou o espaço e refletiu sobre o espelho da moldura. Quando Harry entrou na câmara e se colocou ao lado de Helga, ele podia ver que era um espelho mas não qualquer espelho. Era o espelho de Ojesed.


- O espelho de Ojesed - disse simplesmente Helga. - Não foi destruído afinal de contas. Ele o tinha todo este tempo.


- Deviamos ter desconfiado... - O rosto de Rowena estava lívido de raiva. -  Mas, e o seu Livro da Concentração?


- Livro da Concentração??? – perguntou Harry curioso. – É disso que se trata aquele diário de couro com uma serpente?


- Podemos analisar estas coisas mais tarde, uma vez que tivermos dito a Godric desta descoberta - disse Helga - Por agora, Harry nos fez um segundo grande serviço. Desconfio que prefiras partir agora se podes.


- Eu prefereria saber mais sobre esse livro se não se importar senhora... de algum modo esse livro está na minha época... e se pode causar danos como esse que estou vivendo aqui... não quero nem imaginar no que isso pode nos levar... – disse  Harry.


Harry pode ver nos olhos das duas bruxas ali presentes que estavam em dúvida sobre o que deveriam fazer. Primeiro porque talvez elas não pudessem lhe contar tudo, afinal isso poderia ter consequencias catastróficas. Hermione mesmo já o tinha advertido disso no seu terceiro ano.


- Harry Potter - disse Helga, sorrindo, - nós teríamos uma infinidade de perguntas para ti, a menor delas é o que acontecerá conosco, e como é esta escola no teu tempo. Mas eu suspeito fortemente que quanto menos soubermos dessas coisas, melhor e creio que o mesmo se refere a você.


- Há uma coisa que devemos perguntar, porém, Helga - disse Rowena. Ela virou-se para Harry, com o rosto sinistro e atencioso. - Se esta historia que contaste-nos é verdadeira, e não tenho qualquer razão para duvidar de que não seja, então,  o garoto da tua escola, cerca de mil anos, portanto, tens o mesmo livro que Salazar Slytherin tinha em mãos esta noite. Harry, responda-me essa pergunta o melhor que possas. Você sabe o nome desse menino?


- Claro - disse Harry - Eu pensei que eu já tivesse mencionado. É Malfoy... Draco Malfoy e o outro menino, o que estáva com esse livro da última vez que eu o vi, antes de ser jogado dentro do espelho, era Michael Corner.  


- Podes me dizer exatamente as palavras de Salazar para esse bruxo, Horvath? – perguntou Rowena e até mesmo Helga agora estava com um semblante preocupado. Harry então tentou resumir mais ou menos o que ele havia ouvido, dando ênfase, nas palavras de Salazar sonserina sobre o livro dos mortos, e o feitiço que Horvath havia roubado para Morgana LaFey. – Eu não sei o que alguém estaria pretendendo fazer em meu mundo, mas vai ter um alinhamento identico a esse daqui a alguns dias...


O rosto de Rowena tinha ficado muito pálido. Estudou Harry e, em seguida, virou-se para olhar Helga.


 - Ele esteve aqui esta noite - disse ela calmamente. - É tudo verdade. Apenas não acreditávamos.


- E esse garoto é a prova que ele tinha conseguido. É muito pior do que esperávamos. A lenda...


- Fica calada, Helga - disse Rowena gravemente. - Harry não precisa ouvir isso.


As duas mulheres olharam para Harry. A luz das varinhas, seus rostos pareciam muito pálidos e mortalmente sérios.


- Escuta-me agora, Harry Potter: Tem cuidado com qualquer um que esteja com aquele livro - disse Rowena, falando com grande ênfase. - O Livro tem um feitiço que encanta aqueles que desejam confiar nele. Se ele alcançou realmente um dos descendentes de Salazar Sonserina, então, ele já enganou muitos. Pode até ser tarde demais para o seu mundo. Mas podes ter sido enviado aqui esta noite para um grande propósito. Talvez vás servir com um aviso. O que o portador do Livro atrairá sobre o teu mundo é um mal que nada na terra jamais conheceu. O Guardião do Vácuo, o que pode controlar os mortos e subjulgar os que ele achar indignos...


- A senhora quer dizer... escravisar os trouxas? - Harry então engoliu em seco novamente. – Acabar com a humanidade?


- Não tem como lutar contra o Guardião depois que ele estiver solto, mas se tu podes encontrar uma maneira de destruir o livro, Harry Potter, deves aproveitar e fazê-lo. Não deixes que ele ponha-te o seu encanto.  – Disse Helga por fim - Se o momento chegar, não vai ser o tempo de discurso ou hesitação. Será o tempo para a ação. Entendeste?


Harry olhou atentamente para Helga Lufa-Lufa, séria e com cara pálida. Mesmo aqui, a mil anos de distancia dos eventos que ela estava descrevendo, ele ficou claramente apavorado. Lentamente, Harry assentiu.


- Como vós ousais? - uma voz chiou de repente, furiosa, fazendo todos se sobressaltarem. - O meu escritório! As minhas coisas!


Helga e Rowena olharam pelo espaço apertado da câmara escondida. Elas apontaram suas varinhas quando uma figura escura rasgou o retrato. A voz gritava, e era um grito desumano. Harry de repente lembrou-se da porta ligeiramente aberta do laboratório, lembrado que ele devia avisar Helga e Rowena para checar lá. Salazar tinha enganado-os com uma sombra, e depois se escondido ali, provavelmente na sua forma de morcego. E agora, furioso por que haviam descoberto o maior de seus segredos, ele parecia meio aprisionado entre suas formas, metade homem e metade morcego. Sua voz zumbia horrivelmente. Grandes asas semelhantes a couro saiam de suas costas encurvadas.


- Vai, Harry! - gritou Helga, apontando sua varinha para a forma grotesca de Sonserina. Em sua fúria cega, ele bateu suas enormes asas de morcego, que golpeavam contra a parede, impedindo-o de entrar. Ele voava furiosamente, balançando e atacando as mulheres com suas presas.


- Não! - gritou Harry. - Quero dizer, não sei como!


Um raio vermelho queimou através do ar, atingindo Salazar na asa. Ele gritava e sua asa batia desajeitadamente.


- Afaste-te do espelho! - gritou ele, as palavras soaram estranhas em sua meia- boca de morcego. - Toque-o e morrerá!


- Vai! - insistiu Rowena desesperadamente. - Assim como fizeste antes!


- Malfoy foi quem lançou o feitiço.... – disse ele agora se abaixando.


- E como era as palavras.... – falou Helga se defendendo de um ataque.


Salazar atacou novamente como fez antes, forçando finalmente o seu caminho através do buraco no retrato destruído. Tanto Helga Lufa-Lufa quanto Rowena Corvinal lançaram-lhe feitiços estuporantes, mas na sua forma mutante, eles apenas o deixavam ligeiramente enfraquecido. Ele batia seus dentes e rugia.


- Ande rapaz.... – disse Helga outra vez – Qual eram as palavras?


Harry puxou na memória, ele as tinha anotado em algum lugar. O pânico estava o consumindo, foi então que como se sussurradas em seu ouvido.


- Habein speculo.  – respondeu Harry na esperança de que alguém soubesse o que isso significava.


Pode ver que Rowena embora estivesse lançando feitiços encarou Helga por alguns segundos, e enquanto Helga lançava uma azaração ferreante em Salazar, Rowena apontara a varinha para o espelho.


- Habein speculo! – a ouviu dizer Rowena em meio a rosnados e barulhos de algo se partindo.


- Vá, Harry! – gritou Helga.  Ele então ouviu um horrivel som de chicote e o grito de uma das bruxas. Qual delas ele não sabia dizer.


Fora então que Harry sentiu algo o empurrar em direção ao espelho. No momento em que ele o tocou, seu refleso se fundiu revelando fumos prateados, que começaram a virar uma aspiral vertiginosamente em frente. O garoto com todas as forças desejava voltar para casa, no seu tempo. Esperava que isso o levasse para Hogwarts. Pode ouvir as suas costas o rugir de Salazar, uma voz humana animalesca, seguida do ar de bater asas. Ele não podia estar o seguindo ou podia? Mas assim como tudo começou, desapareceu novamente. Ele foi sugado pelo redemoinho de névoa prateada. Uma estranha sensação de vertigem, um rugido de vento e então seus joelhos tocaram o chão de pedra dolorosamente. Harry olhou para cima, estava numa sala cheia de baús empoeirados e caixas velhas. Parecia mais um guarda volumes gigantesco. Levantou-se sentindo os joelhos latejarem e então virou-se para olhar em volta, para ver se não tinha sido seguido, e então pode ver atrás de si, seu reflexo. O espelho de Ojesed, estava apoiado próximo a um enorme armário de madeira.


- Fez boa viagem Potter? – ele ouviu uma voz vinda de cima e então viu Pirraça sobrevoando sua cabeça.


- Pirraça? – perguntou ele. – Onde é que eu estou?


- Está em casa agora meu amigo... – ouviu uma outra vez dizer e então viu uma figura prateada passar e parar ao lado de Pirraça. Suas vestes ondulando graciosamente.


Dama cinzenta sorriu amigavelmente para ele, nisso um vulto saíndo das sombras voou para seus braços, e ele não teve tempo para reagir porém o perfume que sentiu o deixou reconfortado.


- HARRY!


Sentiu os braços de Sarah sobre seu pescoço e a apertou ainda mais.


- Onde é que você se meteu? – agora era Rony quem saía das sombras com uma Hermione desgrenhada e coberta de teias de aranha.– Estivemos procurando você por todo o canto!


- Como sabiam que eu estaria aqui? – perguntou ele sem soltar Sarah.


- Pirraça... – falou Sarah finalmente afastando o seu rosto e o encarando - ... foi ele quem nos avisou.


Harry então encarou o poltergeist, como ele poderia saber que Harry saíria naquele lugar, e naquela hora?


- Isso é um segredo que eu venho guardando a décadas... – disse o fantasma mostrando seus dentes. – E também uma certa pessoa...


Nisso, Luna Lovegood apareceu saíndo das sombras. Estava com seu ar espantado de sempre, apenas sorriu dando um aceno.


- Mas como... – começou ele a perguntar mas fora interrompido pelo fantasma da Corvinal.


- Devem voltar para sua torre agora... – disse a Dama Cinzenta - ... amanhã podem conversar sobre o que aconteceu. Não é de bom tom, ficarem andando pela escola nessa escuridão.


- Que horas são? – perguntou Harry ainda meio zonzo.


- Já passa da meia noite... – respondeu Hermione – E ela tem razão, podemos conversar melhor na torre.


Sarah apoiou Harry em seus ombros e então começaram a sair. Harry então parou e olhou para os fantasmas.


- Obrigado Pirraça.


O fantasma fizera uma reverencia escandalosamente longa, Dama cinzenta apenas acenou. Pegou na mão de Pirraça e desapareceu teto acima.



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Autor(a): vision2018

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Apesar de já estar na sua própria época, Harry não se sentia seguro. Podia dizer que realmente havia descoberto alguma coisa. Mas não saberia como isso poderia fazer sentido. Ouvira falar do feitiço. Também de Maxim Horvath, que embora ele nunca tivesse ouvido se quer esse nome, Rowena e Helga o conhecia e muito bem. Tinham mu ...


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