Fanfics Brasil - Nada é o que parece... Harry Potter e o Livro Perdido

Fanfic: Harry Potter e o Livro Perdido | Tema: Harry Potter


Capítulo: Nada é o que parece...

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Apesar de já estar na sua própria época, Harry não se sentia seguro. Podia dizer que realmente havia descoberto alguma coisa. Mas não saberia como isso poderia fazer sentido. Ouvira falar do feitiço. Também de Maxim Horvath, que embora ele nunca tivesse ouvido se quer esse nome, Rowena e Helga o conhecia e muito bem. Tinham muito o que fazer, mas por onde começar? Virou-se na cama sentindo uma sensação estranha. Havia passado praticamente um único dia no passado, e mesmo assim parecia que havia se passado mil anos.


“Tecnicamente... se passaram...” – pensou ele enquanto lentamente começava a pegar no sono.


Não parecia, mas Harry estava tão cansado que dormir aquela noite foi como apenas piscar os olhos. Da mesma maneira com que deitara na cama na noite anterior, ele se encontrava na manhã seguinte. Vestiu uma roupa confortável, e então decidiu descer. A maneira mais fácil de se encontrar os amigos era na frente da lareira.  A sala comunal estava deserta, mas Rony o esperava na costumeira poltrona ao lado da lareira.


- Cadê as meninas? – perguntou Harry esticando-se todo.   


- Estão na biblioteca... – respondeu Ron terminando de comer um bolinho de caldeirão. - ... vamos até o salão principal tomar café, e encontramos elas depois.


Ron então se levantou e Harry o acompanhou pela abertura do retrato. Harry pode perceber que Ron estava meio estranho, mas não quis tocar no assunto. Embora soubesse (e conhecesse) Rony a tanto tempo que já sabia identificar quando ele estava desconfortável com alguma coisa.


- O que foi que aconteceu? – perguntou Harry enquanto andavam nos corredores.


- Olha Harry... eu realmente sinto muito que Malfoy tenha te mandado para o espelho... – ouviu o garoto falar um tanto sem graça.


- Tudo certo Ron... você não tinha como adivinhar que ele faria isso... – respondeu Harry mas Ron parecia não aceitar isso muito bem.


- Não Harry... eu devia ter visto que você poderia estar em um dos lavabos... – disse ele - ... quando saí e vi que você não estava... achei que talvez tivesse saído atrás daquela cobra traiçoeira... e corri até o corredor para ver se te achava... mas aí ouvi novamente a voz do Malfoy no banheiro e percebi a burrada que eu fiz...


- Eu é quem devia ter ficado mais atento... – respondeu Harry - ... a anos Malfoy procura me pegar de algum jeito... já devia ter me acostumado com isso...


- Sarah só faltou arrancar meus cabelos... – disse ele com um leve sorriso.


- Eu imagino Ron... – comentou o garoto também com um sorriso, obviamente sua namorada teria ficado nervosa. Tudo bem, entendia sua preocupação, ele era um ímã para problemas e isso já era fato. Mas ele também devia ter prestado mais atenção ao perigo que corria. Malfoy era perspicaz, e a cada ano mais escorregadio. – Vamos tomar café.


Já estavam lá pelo terceiro andar quando encontraram Hermione e Sarah no caminho. Cada uma com no mínimo 3 livros grossos.


- Achei que íamos nos encontrar na biblioteca? – perguntou Ron e Hermione chacoalhou os cabelos revoltos em negativa.


- Madame Pince está insuportável... – respondeu Sarah - ... Não vamos poder conversar tranquilamente com ela feito um abutre mandando os alunos ficarem quietos.


- Vamos para a Sala precisa... – disse Hermione entregando um livro pra cada um dos meninos - ... lá pelo menos podemos conversar sem sermos interrompidos.


- Então vou pegar algumas coisas pra comer... – disse Ron entregando o seu livro a Harry e Hermione encarou o namorado - ... ué... Harry não jantou, e muito menos tomou café da manhã... ele precisa comer alguma coisa Hermione!


Harry não tinha notado até aquela hora que realmente estava faminto. Sarah então concordou e Hermione não teve outra alternativa se não também concordar.


- Tudo bem, mas não demore muito... temos muita pesquisa para fazer. – disse ela.


Em poucos minutos estavam os quatro sentados nas poltronas puídas e antigas da sala precisa. Apesar dos anos, sempre que entravam na sala precisa ela estava diferente e Harry ainda não estava acostumado. Ora as poltronas eram escuras e puídas, noutras vezes eram vermelhas e douradas como a sala comunal da grifinória. Naquela ocasião elas eram um vermelho terroso com botões dourados, e estavam cercados de vários e vários livros espalhados sobre o chão e a pequena mesa no meio da sala. A sensação era de se estar em uma velha biblioteca particular. Harry sentia os olhos arder, embora estivesse cansado do dia anterior, tinha de contar o que havia vivenciado. Depois de resumir mais ou menos como ele havia ido parar na época dos fundadores e como Rowena e Helga o haviam o mandado de volta,  Harry apenas observou a cara dos amigos enquanto bebia um gole extremamente grande de cerveja amanteigada.


- O que eu quero saber é... – disse ele apoiando a garrafa sobre a mesa - ... como vocês sabiam que eu sairia pelo espelho de Ojesed? Achei que Dumbledore o tivesse escondido para que ninguém mais o achasse...


- Ainda bem que não o destruiu como disse que faria... – respondeu Rony o que fez com que Harry sentisse um arrepio.


- Olha Harry... você sabe muito bem o que eu penso sobre viagens no tempo... – disse Hermione séria.


- Eu não fui pro passado porque quis Hermione... – respondeu ele com azedume.


- Eu sei... mas sempre que alguém volta no tempo... – começou ela e então olho para Sarah.


- Realmente Hermione, sabemos das consequências de se mexer com o tempo. – disse Sarah – Ninguém aqui irá fazer a idiotice de viajar novamente. Ou fazer algum feitiço envolvendo isso... a questão é: SE HARRY não tivesse ido e falado com Rowena ou Helga em pessoa... nós jamais saberíamos onde ele estaria. -  Harry encarou Sarah intrigado e ela então deu de ombros. -  A Dama cinzenta... – respondeu Sarah o encarando - ... ela é a filha de Rowena,  Helena Corvinal... ela disse que cresceu com sua mãe contando sobre um garoto de olhos verdes e com uma cicatriz em forma de raio que simplesmente apareceu enquanto Hogwarts era criada.


- E como souberam dessa história? – perguntou Harry curioso.


- Estávamos vindo da sala da Prof. McGonagall quando esbarramos sem querer em Luna, ela estava vindo de uma de suas longas conversas com Helena, e então comentou sobre o fato de Helena falar sobre um garoto com um raio na testa ter aparecido exatamente no dia em que Salazar Sonserina era expulso de Hogwarts... – continuou Hermione - ... confesso que fiquei arrepiada quando soubemos da história... a gente sempre soube que ele havia saído de Hogwarts porque queria ser mais seletivo com relação aos alunos, mas não que ele queria meio que acabar definitivamente com os trouxas...


- Sim... – continuou Rony - ... quando Malfoy te lançou pelo espelho, os alarmes de feitiços nos corredores foram acionados. Minerva ficou furiosa com Malfoy por ter “depredado a escola” eu até tentei contar a ela sobre o feitiço. Mas...


- Rony não sabia que feitiço era... ou como Malfoy havia feito para prender você no espelho... – disse Hermione - ... sem o feitiço, não tínhamos como provar o que Draco havia feito.


- Então, mesmo a gente sabendo o que havia acontecido – agora era Sarah quem tomava a palavra - ... Malfoy negava, era a palavra de Ron contra a dele. Acabou que, ele apenas sofreu detenção por depredar o patrimônio da escola...


- Foi mais ou menos o que Sonserina me disse quando eu fui “jogado” do espelho e ele praticamente explodiu segundos depois... – completou Harry.


- Com quem você teve contato enquanto esteve no passado Harry? – perguntou Hermione em tom de preocupação.


Harry tentou puxar na memória, desde a hora em que fora mandado pelo espelho do banheiro. Então começou a relatar tudo detalhadamente para os amigos. Desde a hora em que Salazar o encontrou no meio dos cacos de vidro do banheiro, até ser enviado de volta para sua época pelo espelho de Ojesed.


- E foi isso... – disse ele - ... não tive contato com ninguém fora os fundadores... na real, Godric foi com o que menos eu tive contato. Ah, também Pirraça.


O garoto realmente não tinha feito contato com mais ninguém além dos que ele havia mencionado. Então dificilmente teria alguma consequência nessa época já que somente os fundadores e Pirraça sabiam de onde ele realmente tinha vindo e eles praticamente estavam mortos a mais de mil anos.


- Bem, agora só nos resta saber quem é esse Maxim Horvath... – disse Hermione. – Em todos esses anos, nunca ouvi falar nada sobre ele. Nem se quer que Merlin tinha uma irmã.


- Gente... – disse Sarah agora os encarando - ... estamos ignorando uma fonte de informação que pode nos dizer tudo o que precisamos saber sobre esse Horvath... – os três olharam para ela e ela meneou a cabeça - ... Helena! Pirraça!... os fantasmas... Pirraça sempre esteve nesse castelo, ele conhece mais sobre as lendas daqui do que qualquer um...


- Mas e você acha que ele vai falar alguma coisa? – perguntou Ron não acreditando – Pirraça só se importa com ele mesmo e com o que pode fazer para infernizar nossa vida. Como e porque razão ele nos ajudou a achar o Harry é um mistério ainda...


- Porém a Helena não... – disse Hermione se levantando - ... Helena não confia muito nos garotos mas, é muito amiga da Luna Lovegood. Conversa sempre com ela, se tem alguém que pode nos contar sobre alguma coisa desse Horvath é ela.


- O que mais me preocupa é exatamente outra coisa... – disse Harry encarando o grupo - ... aquele diário que Salazar usava... nada me tira da cabeça que é o que tanto Malfoy quanto Corner estão usando...


- Você tem certeza? – perguntou Hermione.


- Absoluta. – respondeu Harry – Eu vi Salazar dizer a Horvath que ele gostaria de realmente estar presente quando o Mundo bruxo tivesse seu poder por completo. Mas se ele não estivesse. Seus herdeiros estariam por trás disso, com suas “bugigangas das trevas”.


Harry pode perceber que Hermione apesar de não falar nada, acabou concordando com o que ele dizia. Encarou Sarah por alguns minutos, e então viu a amiga se levantar.


- Ok, vocês dois vão a biblioteca procurar alguma coisa que nos diga quem é Morgana Le Fay e esse Maxim Horvath.  – disse Hermione – Eu e Sarah iremos até a torre da corvinal falar com Luna, e ver se conseguimos conversar com a Dama Cinzenta. Nos encontraremos na biblioteca.


Harry observou Sarah e Hermione saírem da sala. Ron então terminou de um gole só sua garrafinha de cerveja amanteigada e esticou-se.


- Vamos indo... – disse Ron - ... podemos ver se achamos alguma coisa daquele feitiço que te mandou para o espelho também.


- Não acho que iremos achar alguma coisa sobre ele Ron... – respondeu o garoto - ... aquele feitiço devia estar naquele diário do Salazar...


- Ei... não tem nada sobre a linhagem dos bruxos na biblioteca? -  Perguntou Ron e Harry então coçou a cabeça confuso. – Poderíamos ver se Corner é realmente um dos descendentes...


Se Corner fosse mesmo um descendente de Salazar Sonserina, explicaria porque Malfoy estava o protegendo. Talvez fizesse parte do plano deles. Contudo, mesmo tendo mais perguntas do que respostas, Harry e Rony se dirigiram para a biblioteca. O exame de Astronomia era dali a 2 dias a contar daquele sábado. Se fosse acontecer alguma coisa, seria naquela noite e como não estariam na escola seria mais difícil impedir Malfoy e Corner de fazer sabe-se lá o que iriam fazer. Quando estavam entrando na biblioteca encontraram o professor Mesmero. Embora ele cumprimentasse os dois esboçou uma grande surpresa ao ver Harry ali. Mais que depressa desviou sua entrada a biblioteca e desapareceu pelo corredor.


- O que foi isso? – perguntou Ron coçando a cabeça confuso. Harry apenas deu de ombros, Mesmero sempre foi estranho. E mesmo agora parecia que tinha visto um fantasma. – Ele pareceu mesmo assustado em ver você.


Realmente Rony tinha razão. Mesmero havia ficado muito perturbado por vê-lo na sua frente. Mas a julgar pela pilha de nervos que estava o professor desde a última aula que tivera com ele, bem, não parecia algo que deveria se preocupar. Tão pouco havia visto Draco ou Corner desde a sua volta. Isso o estava deixando bem preocupado. Porém não quis dizer nada a Rony a princípio. Como Hermione havia dito, deviam começar por partes. E era isso que iriam fazer na biblioteca. Assim que chegaram, Rony pegou o pedaço de pergaminho que Hermione lhe dera e mostrara a Harry. A prateleira que ele precisava procurar ficava bem ao fundo da sala empoeirada próximo a janela. Enquanto viu a cabeça ruiva de Ron desaparecer na sessão de feitiços entre A e E, ele seguiu a procura das letras seguintes. Duvidava que encontrasse o tal feitiço em algum lugar desses, e pensando nisso, foi até a sessão de história da Magia e tentou encontrar alguma “ideia” sobre os fundadores. Ou alguma coisa que lhe desse uma noção de quem eram Morgana Le Fay e Maxim Horvath. Mas por onde começar? Foi então que viu Lilá Brown e Parvati Patil conversando no outro lado da estante.


- Não deve ser tão difícil assim planejar uma não é? – perguntava Parvati a Lilá que folheava alguma coisa rapidamente.


- Claro que não... se os trouxas fazem isso sem magia... porque nós não poderíamos... – a voz de Lilá se sobressaiu em meio ao silencio da biblioteca - ... você não lembra do baile dos campeões no nosso quarto ano?


- Prefiro não me lembrar... – disse Parvati e isso deu um certo nó no estomago de Harry. Estava tão nervoso com as provas do torneio tribruxo que praticamente ficou sentado a noite toda. – Padma então prefere ignorar como se não tivesse acontecido...  – Então ela baixou um pouco o tom de voz – sabe... a primeira parte pelo menos...


Harry tinha certeza de que falavam de Rony, estava realmente tentado a empurrar alguma coisa para mostrar que ouvira, mas optou por não fazer isso. Porque remoer o passado se ambos, ele e o amigo estavam felizes agora. Tinha uma namorada assim como Ron tinha Hermione, embora já mesmo naquele baile ela tenha dado indícios de que queria ter ido com aquele cabeça de vento do Weasley. Harry meneou a cabeça tentando se concentrar, precisava de ter foco.


- Hogwarts, uma história... – disse ele baixinho - ... bem, pode ser que talvez tenha algo aqui sobre...


Embora estivessem quase no final do ano letivo e o baile de formandos parecia ser um evento bem grande. Harry nunca pensou em como seria sua formatura, afinal, nunca tivera uma na vida. Porém faltando apenas duas semanas de aulas alguns borburinhos começaram a pipocar aqui e ali sobre o “comitê” de formatura e pelo visto, Parvati e Lilá estavam nele.


- E podemos esperar porpurina e pompons... – ouviu a voz de Sarah e então ergueu os olhos e viu que ela sorria enquanto indicava as duas do outro lado. Então se aproximou mais do seu ouvido - ... isso sem contar os laços e corações...


- Desde que você vá comigo... – disse ele roubando-lhe um beijo - ... elas podem colocar o que quiserem...


- E com quem mais eu poderia ir? – perguntou Sarah com um sorriso maroto. – Isso me lembra que vou ter de encomendar algo na loja ou vou ter de usar isso. – E dera uma voltinha pra mostrar o Jeans surrado e a camisa de agasalho.


- Para mim está perfeita... – respondeu o garoto com um sorriso.


Quando Sarah se aproximou para lhe dar um beijo, Hermione apareceu arrastando um Rony pela orelha.


- Eram só negócios Hermione.... – Tentava dizer Rony mas o rosto impassível de Hermione fez Harry lembrar da cara da Sra. Weasley quando ralhava com Fred e Jorge.


- O que foi que houve? – perguntou Harry colocando o livro que segurava de lado.


- Rony só achou legal ficar comercializando as Gemialidades Weasley com Simas e Dino ao invés de fazer o que realmente importava... – falou Hermione largando a orelha de Ron que estava visivelmente vermelha. – Você não tem vergonha nessa cara não?


- Foi Simas quem me perguntou sobre um bisbilhoscópio sabia? – disse ele cruzando os braços fazendo-se de ofendido. – e por coincidência eu tinha um na minha bolsa.


- Aham... sei... – respondeu Hermione no mesmo tom – vou fingir que acredito Ron...


- Não seria melhor contarmos o que descobrimos Hermione? – disse Sarah colocando um ponto final na história.


- Terminamos isso depois Ronald... – respondeu Hermione já se posicionando numa mesa mais ao fundo entre duas prateleiras para que ninguém os ouvisse. – Foi difícil, mas Dama Cinzenta nos contou o que sabia sobre Maxim Horvath.


- De acordo com ela, esse Maxim Horvath era um bruxo puro sangue. Ele, Baltazar e Veronica foram os únicos que Merlin, quando estava vivo decidiu que iria deixar seu legado e ensinar o que ele sabia sobre magia. – disse Sarah procurando um livro na prateleira.


- Enfim... – continuou Hermione - ... Horvath sendo puro sangue não aceitava ter o mesmo aprendizado de Baltazar, afinal ele não era um puro. E exigiu que Merlin então os tratasse diferentes. Merlim por sua vez, negou o que Horvath lhe pediu.


- Então... como era de se esperar... – Sarah começou a falar e então mostrou o livro aberto e nele havia a foto de Merlin, e mais 3 bruxos. Um deles Harry reconheceu na hora - ... só pelo fato de Merlin ensinar um feitiço chamado “o despertar” para Baltazar e Veronica, deixando Horvath de fora...


- E todos nós sabemos o porquê... – falou Harry entregando o livro a Rony - ... o cara com chapéu redondo.


- Por Baltazar não ser sangue puro, e Horvath se sentir humilhado por Merlin. Ele ficou ainda mais revoltado. Achou que Merlin o tinha deixado de fora para castiga-lo e que Baltazar sendo o que era não era digno de aprender o que ele, Horvath, um sangue puro não iria.  – falou Hermione – E a coisa só ficou pior depois que Baltazar tomou Veronica como sua esposa.


- Horvath ficou furioso. Ele era apaixonado por ela, e ela decidiu ficar com um trouxa a ficar com um puro sangue... – disse Sarah.


- Mas esse Baltazar era trouxa mesmo? – Perguntou Ron.


- Eu acredito que ele seja mestiço... – falou Hermione - ...sabe que é muito difícil uma pessoa trouxa conseguir aprender magia. Na verdade, dizem ser impossível.


- Mas para Horvath, era a mesma coisa... – respondeu Sarah - ... ele desprezava todo e qualquer sangue não fossem os puros. E acabou que Morgana Le Fay, a meia irmã Merlin apareceu em cena.


- Ela se aproveitou que Horvath era aluno de Merlin e exigiu a Horvath que trouxesse a ela esse feitiço. Em troca, ela daria Veronica a ele.


- E ele fez o que prometeu... – disse Harry - ... Ele conseguiu o feitiço para Morgana.


- Sim... – concordaram Sarah e Hermione juntas – Ele conseguiu, mas de acordo com o relato de Helena, sua mãe e os outros fundadores sabiam sobre os planos de Morgana. Embora ela camuflasse suas intensões e deixasse dito que era apenas uma lenda e que o livro dos mortos não existia.


- Mas Sonserina não acreditou não foi? – perguntou Harry – Ele deu a entender que estava com o livro dos mortos.


- Exato... – respondeu Hermione – Salazar começou a buscar o tal livro por todos os cantos até que o encontrou. Pelo que ela nos disse, ele precisava de Morgana para conseguir o que pretendia. Depois que ela executasse o feitiço... ele a mataria.


- Porém, o que ele não contava... – continuou Sarah - ... era que um garoto de cabelos rebeldes escuros, olhos verdes e uma cicatriz em forma de raio estragasse seus planos...


- Eu? – perguntou Harry um pouco incrédulo.


- Exatamente... – confirmou Hermione - ... Foi por isso que Salazar Sonerina fugiu de Hogwarts. Ele não ia mais poder usar o feitiço com seu clubinho aqui no castelo. Godric tomou medidas para que o lugar a qual ele, Salazar havia construído para suas reuniões fosse destruído, e todo e qualquer material referente a isso fosse guardado onde somente os fundadores é que soubessem.


- Mas pelo visto, Salazar deixou instruções para que o diário dele passasse para seus descendentes... – disse Harry - ... quem garante que já não tenham o livro dos mortos também?


- Se por uma hipótese maluca... – começou Rony e todos voltaram sua atenção a ele - ... Corner e Malfoy tem esses livros, vocês não acham que são capazes de fazer alguma coisa desse nível ou acham?


Não conseguiram achar uma resposta a essa pergunta um barulho ensurdecedor veio da mochila de Ron. O bisbilhoscópio que Rony tinha na bolsa começou a girar feito um maluco emitindo um som perturbador. O que fez com que Madame Pince praticamente aparecesse do nada os expulsando na biblioteca.


...


O sol já estava quase se esvaindo quando, Harry, Rony, Hermione e Sarah estavam sentados a um canto na sala comunal. Fingiam estudar para o exame de Astronomia, contudo estavam decidindo se contavam ou não o que sabiam para alguém. Professora Minerva não os levaria a sério, isso era um fato. Como explicar que Harry sabia sobre os planos de Malfoy ou Corner?


- E que tal Lupin? – perguntou Rony – Ele sempre levou a gente a sério, e com certeza pelo menos irá investigar as coisas mais a fundo.


- Mas ele nem está mais na escola... ou sabemos como encontra-lo... – disse Hermione.


- Edward sabe como acha-lo... – respondeu Sarah rapidamente - ... mas mandar uma carta para ele, é muito fácil de ser interceptada... ainda mais com Edward que é branco como Edwiges.


- Eu vou... – disse Harry - ... podemos mandar Edward apenas para dar um recado para Lupin. Digamos a ele que precisamos conversar, e que se ele puder, nos contate pela lareira ou se ele conseguir, que nos procure pessoalmente não é.


- Podemos pedir para que ele venha nos encontrar na ala hospitalar, ele poderia vim ver Tonks não? – disse Sarah e Harry concordou com a cabeça.


Sarah então escreveu em um pequeno pedaço de pergaminho o que pretendiam e então, assim que desceram para o jantar, Harry tomou o caminho para o corujal. Haviam bastante alunos indo e vindo devido aos dias estarem mais compridos e quentes. Não demorou muito para chegar à torre do corujal. Haviam milhares de excremento de coruja e ossos espelhados pelo chão. O garoto sabia que depois do que Draco havia feito, não devia mais andar sozinho, mas Rony estava com Hermione em uma reunião de monitores e Sarah presa com a professora Minerva em outra discussão sobre o que faria após a escola. Ele não tinha muitas opções a não ser ir sozinho. Aproveitou que Simas e Dino Thomas estavam indo em direção ao corujal e os acompanhou. Falavam sobre quadribol e como estavam as coisas no mundo dos trouxas. Simas contava o que sua avó andava falando sobre as notícias e que estava muito incomodada com o novo ministro.


- Mas quem é o maluco agora? – perguntou Dino Thomas. – Eu não fico prestando muita atenção nessas coisas.


- Depois que o Weasley foi condenado... – começou a dizer e então olhou para Harry - ... não tenho nada contra o pai do Rony – acrescentou ele rapidamente ao ver a cara do garoto - ... aquele companheiro dele... como é mesmo o nome...


- Adalbert Travers... – falou Dino e Simas confirmou com um aceno de cabeça.


- Isso... minha avó diz que não confia nesse cara... – acrescentou Simas - ... ele apareceu em uma foto essa semana posando como se fosse o herói, mas até agora não fez nada para ninguém... nem ao menos livrou o tio Preston das acusações de contrabando que ele nem se quer sabe de onde veio.


- Engraçado como as prisões de mestiços está cada vez mais popular... – falou Dino - ... você conhece aquele cara que mora ao lado da nossa casa... o Belfort More... – Simas então confirmou com a cabeça – O cara claramente está contrabandeando mandrágoras, mas você acha que o ficharam por isso?


Harry então se separou da dupla assim que estavam no topo da escada e foi até Edwiges e Edward para enfim mandar sua mensagem para Lupin. Não se demorou muito afinal, quando ouviu as vozes de Simas e Dino descendo as escadas, ele mais que depressa os alcançou. Estavam quase alcançando o topo da entrada ao Hall quando Dino e Simas decidiram dar uma passada na torre da Grifinória. Harry por sua vez iria até a sala dos monitores ver se encontrava Hermione e Rony, talvez se tivesse sorte, encontraria Sarah pelo caminho.


Porém quando virava para pegar um atalho pela ponte externa sentiu um arrepio em sua nuca. Apressou o passo, tudo o que ele menos queria era ter outra surpresa. Quando ia chegar ao patamar ouviu a voz de alguém na escuridão.


- Um pouco tarde para enviar uma carta... Deve ser bastante importante, Potter.


- E me pergunto o porque você se importa com isso Corner... – respondeu Harry virando-se para a direção da voz e vendo o garoto sentado no cercado em meio a luz da pálida e gélida lua.


- O feitiço não vai ser parado, você sabe - disse ele casualmente, dando meia volta para olhar para Harry por cima do ombro. - Não importa a quem você o diga. É tarde demais para isso.


- Eu não teria tanta certeza... – disse Harry casualmente, obviamente Corner estava mais por dentro da história do que ele imaginava, mas havia algo no garoto que ainda assim, o estava incomodando. Achando melhor continuar seu caminho antes que Corner o mandasse sabe-se lá para que época dessa vez, ele dera alguns passos.


Corner se virou em direção à lua, encostou-se confortavelmente na base de pedra da pilastra.


- Você acredita que controla o que está acontecendo, certo? Você se convenceu de que entende todas as implicações do “Despertar” – o garoto riu suavemente. - É isso que eu gosto em você Potter. Você vê todo o mundo da maneira mais simples.


Harry parou de andar, e virou-se para observar o garoto. Instintivamente levou sua mão até o bolso onde estava sua varinha. Embora sabia que não devia ficar sozinho com o garoto, ainda assim queria saber até onde ele ia chegar com aquelas palavras.


- Bem... acredito que vai tentar me impedir de alguma forma ou estou errado? – perguntou Harry tentando manter a calma embora estava pronto para atirar um feitiço ao menor movimento de Corner


- Impedir você? - replicou Corner, ainda sem se virar. - Impedir você do quê? Você não me ouviu? É tarde demais para parar alguma coisa. A Ascenção dos Sangues puros já está para começar. O seu dia está para chegar. Só há mais uma tarefa a ser completada, e essa tarefa já está praticamente concluída. Só estou aqui para me vangloriar, Potter. Queria ver a sua cara quando você descobrisse que o seu mundo está prestes a acabar.


Finalmente, Corner virou-se completamente. Harry então pode ver o seu rosto. Nunca o tinha visto assim antes. Seu cabelo estava liso cobria-lhe a face. Sua pele estava muito pálida, até mesmo magra. Os seus olhos estavam tingidos de vermelho, ávidos e famintos.


- Sim - suspirou, inclinando-se ligeiramente para a frente. - É essa a expressão de que eu esperava. – disse Corner outra vez - Você consegue ver agora, não consegue? A Maldição se abatera contra os trouxas finalmente está prestes a se realizar, mas não é uma maldição para todos. Vai acabar com o seu mundo, e com o deteriorado mundo dos trouxas, mas não será uma maldição para aqueles que têm permanecido puros de coração. Será uma bênção para nós. Salazar Sonserina sabia no seu tempo, quando orquestrou este dia. A chegada de uma nova era,  obedece à era da perfeição dos sangue-puro! Nunca mais seremos algemados pelas leis de governos fracos, nunca mais viveremos à sombra dos indolentes trouxas, escondidos como escaravelhos debaixo de uma rocha. Para nós, Ascenção é o início da supremacia!


Harry apenas encarou o garoto, como se ele estivesse louco. E tinha praticamente quase certeza de que realmente ele estava.


- Você…  realmente acredita nisso?  - perguntou Harry fingindo uma falsa segurança que ele não sabia se realmente tinha - Ninguém consegue controlar esse feitiço a não ser Merlin... Sem ele, esse feitiço trará a perdição para tudo e todos. Até quem o fizer será morto no fim.


Corner sorriu lentamente.


- É curioso que você acredite que ninguém possa controlar um feitiço assim. No entanto, eu sei o porquê você está preso a essa crença. Você persiste confiante em Albus Dumbledore, cuja presença não está certa no momento. Você se convenceu de que, no fim das contas, ele estaria ao seu lado. Isto te oferece um fio de esperança, não é?


Harry não esboçou movimento algum, nem ao menos disse uma única palavra. O que realmente se passava na cabeça de Corner para dizer-lhe aquelas coisas a não ser tentar lhe infringir medo? Mas bem lá no fundo, o garoto tinha razão. Ele esperava que Dumbledore aparecesse e de algum modo conseguisse impedir mais essa ameaça herdada de Salazar Sonserina. Corner então sorriu ameaçadoramente como se estivesse fora de seu juízo normal.


- Cultive essa esperança por tanto tempo quanto você possa Harry Potter - disse ele, quase sussurrando. -  E quando o mundo for nosso, quando enfim Dumbledore estiver morto junto com a pilha de trouxas a qual ele tanto defende... espero que eu possa estar lá para ver a luz dessa esperança morrer nos seus olhos. Espero mesmo.


- E eu espero sinceramente Corner... – disse Harry fingindo um auto controle que nem ele sabia que existia - ... que seja lá o que você comeu, bebeu ou ... tenha fumado... passe... esse seu novo perfil de “bruxo das trevas” malvadão... não combina muito com você. – Ele então encarou o garoto outra vez - ... e mesmo que houvesse algum “plano maléfico” você sabe que os seus planos podem ser parados também. E ainda não é tarde demais, independentemente do que você possa dizer. – Então começou a andar, mas então fingiu lembrar-se de algo e voltou a encarar o garoto - Aliás... você pode dizer a quem quer que seja que te meteu nessa história... que você fez bem o que foi lhe pedido... me mandou a mensagem...  mas também diga a essa pessoa, que eu não vou desistir... existem várias maneiras de se acabar com feitiços... e eu com certeza vou encontrar.


O sorriso de Corner desvaneceu quando Harry disse isto. Ele olhou para Harry como que desorientado. E então, devagar, o sorriso de sempre voltou, iluminando o rosto do garoto como o nascer do sol.


– Você ainda não percebeu, não é? Não importa que você esteja cheio de vitalidade e vigor! Meu caro Harry, nós já temos tudo o que precisamos. Aliás está em nossa posse há anos! Usamos nossas artes para encontrar. Não foi particularmente difícil, você sabe. Para pessoas como Salazar Sonserina, isso é praticamente mamão com açúcar. – Corner riu mais uma vez silenciosamente - Eu estava aí na exata noite em que foi tirado daquele museu inútil! - Corner riu de novo, ligeiramente, e ainda assim Harry notava tom de loucura naquela voz. Ele parou, inspirou e abanou a sua cabeça. - Você realmente não tem sorte Harry. Era sobre isso que era a carta, não é?  Você está tentando falar com alguém da Ordem? Lupin... algum Weasley que ainda não tenha ido parar em Azkaban? Oh, realmente tenho pena que você tenha desperdiçado o seu tempo Potter. Mas agora você vê, quão patética é a situação, não é? É apenas uma questão das famosas lealdades instáveis de Dumbledore.


Harry sentiu uma veia saltar em seu pescoço devido a força que teve de fazer para não acertar um belo soco na cara de Corner. Mas sabia que aquilo era apenas para tira-lo do sério e isso ele não ia conseguir.


- Não acredito em você, Corner. Sua credibilidade está muito abaixo de ser algo confiável no momento se é que entende o que eu quero dizer... - disse o garoto -... além disso... o seu nível de temor é tão grande, que diria qualquer coisa para tentar me impedir... ou a meus amigos de tentarmos impedir você... ou seja lá pra quem você está servindo de capacho... – isso deixara o corvinal realmente desconfortável e Harry notou -  Portanto, diga aos seus parceiros que eu recebi sua mensagem, e que eu lhes digo para a enfiar suas opiniões e planos lá onde o sol não bate.


Com isso, Harry pegou sua varinha do cós da calça, girou nos calcanhares e seguiu caminho rumo a sala precisa. Queria muito falar com os amigos sobre o que Corner havia lhe falado.


...


- Eu juro que não entendo... – disse Ron encarando o grupo algum tempo depois que já não havia mais ninguém na sala comunal - ... eles sabem que sabemos dos planos doido deles, e ainda não estão preocupados que possamos de alguma forma impedir?


- Eu creio que eles estejam confiantes demais no próprio sucesso pra ver alguma coisa... – disse Sarah finalmente. – O que eu não entendo realmente... é porque raios Malfoy te mandou pra dentro do espelho afinal?


Tanto Harry quanto Rony encararam a garota, Hermione cerrou os olhos e então entendeu o que a garota queria dizer.


- Ou ele é muito burro ou ele sabia o que aconteceria e você Harry descobriria sobre os planos deles... – disse ela.


- O que quer dizer? – perguntou Harry encarando as duas. Isso não fazia sentido algum. Porque Malfoy o mandaria para que descobrisse os planos que tanto eles estavam tentando concretizar.


- Veja... não acho que Malfoy seja totalmente alguém sem noção...  – disse Sarah – o pouco que conheço daquela cabeça astuta é que ele pode ser tudo menos burro... ou ele realmente não sabia das consequências daquele feitiço do espelho... ou ele te mandou para lá de propósito.


- Ahhhh sem essa... – respondeu Rony rindo como se tivesse ouvido uma piada, mas fora o único a fazer isso. Olhou de um a outro na sala e então encarou Hermione – É sério isso? Vocês realmente acham que ele mandaria o Harry pro espelho se soubesse que Salazar sonserina o encontraria e contaria seus planos?


- Não acho que ele... – disse Harry agora coçando a nuca - ... Sonserina, quisesse que eu ouvisse... bem... talvez ele quisesse pois iria acabar comigo logo depois...


- Mas não contava que você voltaria... – disse Hermione - ... por isso não faz muito sentido. Malfoy não saberia que você toparia com o Salazar Sonserina logo de cara.


- Mesmo porque... – respondeu Harry outra vez - ... o próprio Salazar me disse que ele era um dos poucos que conhecia sobre viagens através do espelho. E eu não acho que alguém nessa época deva saber sobre isso... a não ser Dumbledore que conhece o espelho de Ojesed.


- Mas então se Corner está de posse daquele diário de Salazar... – perguntou Rony – Como ele não fez nada contra você hoje mesmo... quando o encontrou na ponte?


- Ou ele precisa ainda de mim para alguma coisa... – falou Harry - ... ou ele não podia...


- É claro... – exclamou Hermione fazendo todos darem um salto - ... o feitiço de proteção, você nos disse Harry... Hogwarts tem um feitiço de proteção contra as artes das trevas, nenhum bruxo mal intencionado pode fazer mal a alguém que reside nesse castelo.


- Talvez fosse isso então... – começou Sarah - ... Malfoy tentou fazer mal ao Harry e sem querer acabou mostrando os planos deles...


- Deles quem exatamente? – Hermione questionou – Voldemort obviamente vai tentar acabar com o Harry e vai usar dessa noite, a noite do alinhamento para executar o feitiço.


- Mas vamos estar no exame de Astronomia... – falou Ron – não que eu me importe muito de ter de faltar esse exame...


- Nada disso! Pra começar não sabemos nem onde Voldemort pretende usar esse feitiço... – falou Hermione andando de um lado para o outro agora - ... algo tão antigo quanto isso, deve ter um lugar específico. Não pode ser simplesmente conjurado ao acaso...


Harry então foi até a janela, as terras de Hogwarts na época dos fundadores não eram escondidas e o castelo não tinha o tamanho que tem agora. Tão pouco, haviam tantos cômodos e torres. Foi então que se lembrou das palavras de Salazar Sonserina quando fora levado ao “Circulo dos nove”.


“Pareces saber muito sobre nós, portanto, deves conhecer a finalidade da Torre Wilrim. Sua altura, dizem eles, o coloca fora do alcance das leis dos homens. Aqui, não existe tal coisa como uma maldição imperdoável. Aqui, meu jovem amigo, tudo pode acontecer”


- É isso! – disse ele encarando os amigos o que causou um susto em Hermione -  Onde exatamente ficava a Torre Wilrim?


- Hein? – perguntou Rony sem entender. Ele então trocou olhares com Hermione e Sarah, mas nenhuma delas parecia saber.


- Salazar Sonserina... – começou Harry - ... quando tentou me matar naquele dia me levou a uma torre chamada Wilrim. As palavras exatas eram “Deves conhecer a finalidade da Torre Wilrim, sua altura, dizem, o coloca fora do alcance das leis dos homens”


- Nunca ouvi falar dessa torre... – disse Rony - ... Pirraça não pode nos dizer onde ela fica?


- Se essa torre pertencer ao castelo talvez ele saiba... – respondeu Hermione - ... mas quem garante que seja aqui? Pode ter ficado em qualquer lugar da propriedade.


- Você se lembra como chegaram lá? – perguntou Ron a Harry que agora se juntava novamente a eles em volta da mesa redonda na sala comunal.


- Aparatamos... – disse ele.


- Então não pode ser no castelo... – argumentou Hermione - ... Não se pode aparatar em Hogwarts.


- Normalmente não... – disse o garoto encarando os amigos - ... Mas Rowena e Helga aparataram nas catacumbas de Salazar facilmente.


- Bom... elas eram as fundadoras... talvez tivessem regalias... – respondeu Sara - ... além disso, se foi nessa noite que Salazar Sonserina foi expulso, talvez os outros três tenham lançado essa proibição a ele também. Se como Harry nos contou ele desconfiava que seus colegas suspeitavam dele.


- Pode ser, ele era legilimente... saberia que não iria poder aparatar dentro da escola. – disse Hermione coçando a cabeça.


- E ele me levou para as masmorras pelos corredores... – disse Harry tentando puxar na memória os detalhes do que houve naquele dia - ... muito provavelmente ele não podia aparatar na escola, mas para essa torre nós aparatamos...


- Não tem jeito... vamos ter de recorrer aos arquivos antigos da escola. Sarah... sua tia deve ter alguma planta da época dos fundadores não tem? – perguntou Hermione – Ela deve ter algum documento... da arquitetura... sei lá alguma coisa que nos conte sobre essa torre.


- Eu posso perguntar a ela se quiserem... – disse Sarah se levantando - ... se encontrar Pirraça no caminho também posso perguntar a ele...


- Faça isso... – disse Hermione - ... vocês dois, vão novamente a biblioteca... falem com a Madame Pince, quem sabe ela pode nos ajudar com algum documento histórico de como eram essas terras na época dos fundadores.


Não tinham muita noção de onde começar a procurar. Mas qualquer coisa era melhor do que ficar apenas esperando (como diria Hermione) o caldeirão explodir na sua cara. Harry e Ron passaram a maior parte do dia na biblioteca. Embora o dia estivesse quente, as paredes do castelo eram mais frescas do que a temperatura do lado de fora. Em meio aos livros empoeirados, e os vários pergaminhos os quais a bibliotecária fez questão de dar-lhes com a “obrigação” de lhe devolver organizados como foram emprestados. Varias e várias folhas de pergaminhos estavam sobre a mesa no fundo da biblioteca. O pó que caia deles já estavam deixando Ron com o nariz tão vermelho quanto os cabelos.


- AAAAtchimmmm! – espirrou o garoto recebendo um olhar mortífero da bibliotecária – O que? Não tenho culpa se isso aqui é um depósito de ácaros!


- Isso é inútil... – disse Harry por fim, fazia mais ou menos meia tarde que estavam ali folheando pergaminhos e livros antigos e nada. Nenhum resquício de informação. - ... tem de ter um meio mais rápido.


Nesse instante Harry ouviu bicadas na janela e ficara assustado quando Edwiges apareceu diante dele. Madame Pince obviamente ralhou com ele por não querer animais na biblioteca, mas sua coruja apenas deixou a carta que caiu sobre a mesa e saiu voando pela janela.


- É do Lupin? – perguntou Ron já sentando-se ao seu lado.


- Sim... – disse Harry passando os olhos pela carta – Não diz muita coisa, apenas que não tinha ouvido falar sobre Horvath e sobre sua amizade com Salazar sonserina, mas sobre Morgana ele já tinha ouvido falar. Mas somente histórias para crianças.  -  Concluiu o garoto fechando a o pedaço de pergaminho - Nada que valesse a pena se preocupar, contudo, irá vir aqui assim que for possível.


Nesse instante Hermione e Sarah entraram pelas portas da biblioteca, suas caras não traziam boas notícias depois de minutos incontáveis relatando a conversa suas buscas também tinham sido em vão.


- Eu até mencionei sobre essa magia com minha tia... – disse Sarah - ... mas ela disse que não tinha razão para nos preocuparmos. Que era para nos concentrarmos no exame de Astronomia. E que nossa viagem a Cork seria acompanhada de membros do Ministério, até porque, vários outros místicos estariam lá.


- Ué... e porquê? – perguntou Ron – Aquele vilarejo é tão sem graça quanto onde ou moro. Só tem poucos residentes e o pouco que tem são velhos e caducos.


- Não seja rude Ron... – respondeu Hermione. Nessa Hora Harry encarou Hermione que mudara de expressão praticamente na mesma hora.


- O que foi Hermione? – perguntou Sarah percebendo a cara da amiga. Ela então se levantou e seguiu correndo para entre as prateleiras empoeiradas da biblioteca. Harry trocou olhares com Sarah que apenas deu de ombros e Rony espichava o pescoço para ver o que havia acontecido com a namorada. Quando Sarah levantou-se para ir atrás de Hermione a mesma apareceu carregando um pequeno livro com um mago na capa.


- Como eu não percebi isso antes... – disse Hermione encarando os garotos - ... quando estávamos no segundo ano, e fomos a livraria Floreios e Borões... a Sra. Weasley conversou com minha mãe e falou sobre contos para crianças e como ela mesmo contando histórias para Ron ele jamais teve interesse nos estudos...


- Ah qual é Hermione.... – falou o garoto com o rosto visivelmente rubro.


- É verdade... – disse a garota rindo - ... mas não é isso exatamente o que eu quero dizer, ela falou sobre um autor muito famoso por criar contos infantis inspirados em povoados bruxos. Um dos meus favoritos era Fata Morgana.


- Tudo bem... isso é lindo mas o que tem haver... – disse Ron novamente e Hermione então lhe lançou o olhar “Sra. Weasley” que fez com que ele se calasse.


- Conta a história de que a muitos anos, havia uma bruxa muito poderosa. Era jovem e muito inteligente. Porém, não tinha todos os talentos que seu irmão mais velho tinha. Ele por sua vez, era bastante estimado na cidade onde eles viviam.


- Ahhhhhh... – disse Ron agora com um sorriso - ... você está falando daquele conto boboca que mamãe contava para Gina?


- Não é conto boboca... – ralhou Hermione.


- Ah não? – Disse ele – Um bruxo famoso e poderoso... irmã invejosa que não aguentava viver estudando e nunca ser boa o suficiente. Então pede ajuda para um aluno meia boca do irmão para lhe ajudar a acabar de vez com a popularidade do irmão por inveja. E se apossa de alguma coisa dele, não lembro o que era... e diz que foi ela quem fez. Só que no dia que mostraria o feitiço ela não sabia executa-lo direito e caiu em desgraça... Qual é mesmo a moral da história? “nunca tente ser o que não é, e aceite o que você é”. Mamãe sempre disse que isso realmente aconteceu. Que é uma lenda local do povoado de Cork.


- Então porque todos os anos eles fazem um festival lá? Hein? – perguntou Hermione mostrando agora um recorte de jornal – Todos os anos, nas últimas semanas de aula. Fazem um festival chamado “Chuva de Estrelas”.


- Tia Minerva comentou sobre isso... – disse Sarah - ... Esse ano é especial exatamente por conta do cometa que irá passar. É algo raro de se acontecer, parece que até as autoridades do Ministério irão aparecer.


- Bom seja lá o que for... – Começou Ron com azedume - ... vai ser perda de tempo fenomenal isso sim. Eu preferia ficar aqui no castelo e procurar onde ficava essa torre que o Harry falou.


Harry, no entanto, estava com seus pensamentos longe dali. Tentava de alguma maneira buscar nas suas lembranças algo que lhe desse alguma luz sobre os planos do inimigo. Ok, sabia que possivelmente Draco e Corner, estavam em posse do diário de Salazar Sonserina, e de alguma forma sabiam sobre o tal feitiço que Horvath falara com Salazar. Mas tinha certas dúvidas que eles saberiam como fazer algo mais complexo como o “Despertar”. Não teriam poderes suficientes para fazer um feitiço do livro dos mortos. Disso ele tinha certeza. Precisariam de alguém para fazê-lo. Voldemort estaria por trás disso então?


“Obviamente” – pensou o garoto sem perceber o que acontecia ao seu redor. Sarah então vendo que o garoto estava distraído tocou em sua mão e ele então “despertou”.


- Onde está com a cabeça hoje senhor capitão? – disse ela sentando-se ao seu lado agora.


- Cadê Ron e Mione? – perguntou ele.


- Hermione foi com Rony até o dormitório. Ela quer saber exatamente a história que a Sra. Weasley contava a ela. – foi então que Sarah arregalara os olhos – Como posso ser tão estúpida...


Ela então levantou-se e foi para trás de uma das prateleiras. Harry mais que depressa a seguiu. A jovem pegou a varinha e trouxe um livro de História e Locais Históricos até ela.


- Quando você desapareceu, eu e Hermione estávamos na biblioteca procurando alguma coisa que nos dissesse algo sobre espelhos, que pudesse nos ajudar a te trazer de volta. Mas não encontramos nada exatamente que pudesse nos ajudar.  – Harry então se aproximou ainda mais da garota enquanto ela folheava o livro. – Eu estava procurando nos livros de História enquanto Hermione tentava a sorte com os livros de feitiços...


Sarah folheava rapidamente o livro tentando encontrar a página certa, até que por fim.


- Aqui... – disse ela indicando com o dedo um trecho. Harry se aproximou ainda mais pois ela começou a ler de forma que só os dois conseguissem ouvir – “... Embora hoje o povoado seja basicamente um terço do que já foi um dia, os bruxos e bruxas ainda são a maioria. A muitos anos seu povoado fora fundado por um senhor feudal muito conhecido por ser um homem ganancioso e mesquinho. Por ser um povoado tendo como base a agricultura,  Elmister Delvaux não suportava quando algum outro senhor de feudos estivesse melhor do que ele. Por esse motivo, saía  em busca de novas terras e feudos para agregar a sua fortuna. Ele tinha uma filha chamada Nyx Delvaux, era uma mulher muito bonita e a maioria dos homens queria desposá-la porém,  ela se apaixonou por um bruxo.


- Deixa ver se adivinho... – disse Harry - ...o pai da moça descobriu. Não aceitou o envolvimento dos dois. E mandou matar o sujeito.


- Bem... – respondeu a garota olhando para Harry - ... pior... ele descobriu sobre os poderes mágicos dele e o obrigou a fazer seus trabalhos sujos.


- Como assim? – perguntou ele.


- Ele obrigava o bruxo a usar sua magia para aumentar a própria riqueza. Sempre com a mesma desculpa de que daria a mão de Nyx caso o bruxo o tornasse o homem mais rico e poderoso do lugar.  O bruxo acabou até mesmo matando trouxas para ficar com a amada. Um belo dia cansado de ser usado, se voltou contra Elmister e ele, prendeu Nyx, sua própria filha impedindo o bruxo de vê-la. Elmister mandou ampliar seu castelo em todo seu esplendor com a condição de que o bruxo jamais se voltasse contra alguém daquele castelo, e usando magia, o bruxo o fez, exceto por uma torre ao norte do castelo. – Sarah então indicou o trecho onde as letras Wilrim chamaram a atenção dos dois.


- A torre... – disse ele baixinho e então começou a ler - ... embora fizesse parte do castelo fora completamente destruída durante a batalha das estrelas. – Então ele olhou para Sarah intrigado -  Batalha das estrelas?


- Sim... – respondeu ela – ... não achei muitos detalhes sobre essa tal batalha na verdade... só que foi por conta dela que o conto de Abigail e Newt que a Gina tanto adora, foi criado.


- Mas aqui diz que a torre foi destruída... – disse Harry novamente olhando para o livro - ... se ela foi destruída, como podemos saber exatamente onde é.


- Só porque algo mágico não está mais lá... não quer dizer que o lugar tenha perdido sua magia... – respondeu ela com um sorriso.  – Hermione sempre me diz isso, e se levarmos a teoria dela em consideração...


- Um castelo construído magicamente... tornou as terras mágicas... – completou Harry com um sorriso – Bem, isso já é um começo, só precisamos descobrir onde esse castelo ficava. Talvez tenha escombros, ou destroços dele espalhados por lá.


Sarah então fechou o livro, e virou-se, mas Harry não mexera um único músculo. Seus olhos encararam os dela que sorriu timidamente para ele.


- Estou devendo um tempo com você não estou?  - Disse ele tirando uma mexa de cabelo do rosto de Sarah.


- Temos coisas mais preocupantes no momento para pensar Sr. Potter... – respondeu ela fazendo um floreio com a varinha para devolver o livro até a prateleira. Depois dele estar devidamente no lugar, sentiu a mão de Harry segurando a sua e a trazendo para perto de si.


- Hum...Hum...


O som vindo do inicio da prateleira fez com que ambos dessem um salto, Madame Pince apareceu por trás da prateleira e os encarou.


- Se já terminaram sua pesquisa... – e encarou os dois de cima abaixo - ... estou certa de que outros precisam usar esses livros.


Tanto Sarah quanto Harry sentiram o rosto queimar. Sarah então pegou na mão de Harry.


- Com certeza Madame Pince.... já estávamos de saída.


Rapidamente os dois se dirigiram as enormes portas de carvalho, e sumiram pelos corredores. Enfim a pesquisa não tinha sido totalmente em vão.


...


Há uma hora, Kingsley Shacklebolt tinha chegado ministério, um encontro foi formado em uma sala exclusiva no piso principal do Corredor dos Aurores. Estavam presentes Saul Croaker Inominável chefe, assim como seus dois pupilos mais jovens Brigit La Croix e Edgar Felps, o representante de Billdegard Jones, assim como o recém nomeado Adalbert Travers como novo Ministro da Justiça. Até então, o cargo estava sob avaliação do conselho mágico. Todos achavam (e tinham plena convicção) de que a nomeação seria para Kingsley, mas o fato da dedicação exacerbada de Travers em livrar Arthur Weasley sem sucesso de Azkaban, o fizeram merecedor do cargo aos olhos dos conselheiros. Também havia um homem o qual Kingsley nunca tinha visto antes, que havia chegado alguns minutos antes dele. O estranho usava todas as roupas pretas, luvas e um chapéu preto com uma borda muito larga e plana. Seu rosto era agradável, embora Shacklebolt achasse que havia algo vagamente perturbador sobre isso. Quando o homem se sentou no banco perto da janela escura, o auror percebeu que ele parecia ser quase completamente careca. Seu rosto era rosa e liso como de um bebê, com seu chapéu pressionado em seu couro cabeludo nu tão firmemente que repousava sobre seus ouvidos.


- Desnecessário será dizer... – começou Travers a falar de pé e atiçando o fogo com um atiçador de lareira - ... que esta é uma acusação muito grave e chocante.


O auror olhou para os rostos dos outros 3 aurores que estavam sentados ao seu lado, o rosto de Gawain Robards era tão impenetrável quanto a pedra de rubi de sua bengala. O homem do chapéu de abas largas estava olhando para Robards, sorrindo com um pequeno sorriso agradável. Travers pendurou o atiçador em seu gancho e se virou.


 - Sr. Henredon é um de nossos administradores mais antigos e confiáveis. Seu serviço para o Ministério sempre foi totalmente impecável. Assim, sua alegação não pode ser subestimada. Se esse assunto não tivesse sido na frente de nossos mais importantes Inomináveis, isso seria um pouco mais simples de resolver. Como ele implica na integridade do nosso mais sigiloso e competente departamento, uma ação direta e decisiva deve ser tomada. "


-  Mas como poderia ter sido um dos filhos de Arthur Weasley a facilitar a fuga de Lucius Malfoy de Azkaban? - disse Guilhermina Williamson tomando a palavra – Eles na loja de logros em Londres!


- Eles fabricam aquelas atrocidades que chamam de logros... -  o homem do chapéu de aba larga disse com convicção -  ... o que os torna completamente capazes de ter maneiras distintas de ir e vir de qualquer lugar, independentemente da sua localização específica.


- Com licença Senhor... -  Robards exclamou, voltando-se para o estrangeiro. – Eu não lembro do seu nome.


- Eu não o disse... -  respondeu o homem, ainda sorrindo agradavelmente. – Eu presumi que o Sr. Travers teria a honra de me apresentar e eu odeio ultrapassar meus limites...


- Perdoe-me -  Travers disse com um tom de impaciência em sua  voz.  - Sr.  Robards, este é o ilustre Kieran MacDuff, Árbitro Geral para o Tribunal Mágico. Sr MacDuff, Gawain Robards é um dos nossos mais ilustres aurores, assim como os senhores Kingsley Shacklebolt e Guilhermina Williamson.


- Muito prazer - MacDuff assentiu presunçosamente, ocultando seu rosto por um momento, por trás da aba do chapéu preto.


-  Estou impressionado que você fosse capaz de estar aqui em tão pouco  tempo... – Robards respondeu sério. - Árbitro Geral soa como um posto bastante exigente e importante.


- O título soa mais grandioso do que é, estou assustado. Há, de fato, muitos de nós, posicionados por todo o país, realizando nossos deveres dando o melhor de nossa capacidade. O homem riu levemente.  -  Minha estação abrange apenas alguns lugares, mas admito que a área metropolitana ocupam a maior parte do meu  tempo.  Eu estava nas proximidades quando recebi a mensagem de nosso Ministro Adalbert Travers.


- Você então representa basicamente a Confederação Internacional de Magia? – Robards perguntou, porém antes que o homem pudesse responder, no entanto, o ministro Travers os interrompeu.


- Em virtude dos últimos acontecimentos... Nós temos um pouco mais à mão a proximidade sobre a abordagem de assuntos legais do mundo mágico, Sr. Robards. Um resquício de um tempo quando os indivíduos mágicos estavam espalhados finamente em todo o país, tornando-se necessário para se exercer a lei, ir até eles, ao invés do contrário. Sr. MacDuff, na verdade, é a Confederação Internacional de Magia "


 - Juiz, júri e carrasco. - brincou Croaker sombriamente, lustrando as unhas na lapela.


MacDuff assentiu.  - Bastante rude, mas preciso... - disse ele, e então se virou para Robards -  Eu sou um juiz, Sr. Robards. Meu trabalho é fazer julgamentos imparciais com base no exame das provas e entrevistas de todos os envolvidos em cada caso específico. É por isso que eu solicitei ao Ministro, que representantes dos departamentos distintos estivessem presentes.  Eu entendo que eles têm observado muito do que tem ocorrido em conexão com a fuga de Azkaban, como o fato de trabalharem e conhecerem os costumes do acusado Arthur Weasley e sua família. Vocês... – então olhou para todos os aurores presentes -  não precisam temer pelo envolvimento. Eu sou treinado para ser  totalmente justo e objetivo.


- Estou satisfeito em ouvir isso - respondeu Robards sem muita crença.  - Podemos esperar um fim rápido para essa questão, então?


O bruxo então estalou a língua - A função do árbitro é simples, Sr. Robards, mas nós somos treinados para ser extremamente minuciosos. Este é um caso particularmente difícil, pois se trata da palavra dos filhos de um acusado de assassinato... vulgo Arthur Weasley – então olhou para Guilhermina como se a desafiando - contra a do Sr. Travers, nosso atual ministro da Magia. Decisões em tais casos são conhecidas por levar meses ou até anos para se alcançar."


-  Mas isto é estupidez! -  Guilhermina interrompeu, seu rosto corando. – Fred e Jorge Weasley estavam com seu irmão Carlos quando o arquivo foi atacado! Isso prova que não foi realmente eles quem libertou Lucius Malfoy da Prisão.


- A prova é um conceito delicado, minha cara. -  disse MacDuff, balançando a cabeça tristemente. O rapaz em questão é irmão dos acusados, tornando-o suspeito para testemunhar, no mínimo. Para complicar ainda mais, eu sou dado a entender que este não é o seu primeiro encontro com a lei, ou é?


A expressão de Guilhermina Williamson esfriou um pouco quando ela olhou para o homem de chapéu preto. Kingsley Shacklebolt sabia que os filhos mais novos de Arthur sempre se metiam em confusão, basicamente eram por perturbação da paz e coisas do gênero, até a fuga de Azkaban nunca haviam “realmente” se metido em algo sério. Mas com a acusação do Pai, as coisas tenderam a piorar.


- Pode ter fugido da sua memória... - MacDuff admitiu com um aceno de cabeça.  - Foi a polícia Trouxa, afinal. Eu entendo que essas autoridades mundanas não podem conquistar o respeito de alguém como a Srta. Como eu mencionei, no entanto, os árbitros são muito completos. No caminho para cá, eu li o relatório da polícia sobre o que ocorreu por ocasião do dia da apreensão do Sr. Weasley. Reconheço, que eu tinha que ler nas entrelinhas um pouco, mas não há dúvida de que os acontecimentos daquela manhã resultaram em pelo menos uma morte, e possivelmente duas,  embora a segunda, eu admito, é pura conjectura  da minha parte. Você se lembra agora, Srta. Williamson?


- Sr. Ministro... – Começou a dizer Robards mas Travers levantou a mão o impedindo de falar.


Guilhermina Williamson olhou para o homem, os lábios apertados numa linha fina. Depois de um momento, ela acenou com a cabeça uma vez, secamente.


- Esta é a primeira vez que ouço estas coisas... -  respondeu Kingsley, olhando a colega, em seguida, para o Ministro – Até onde eu sei, o Senhor, Sr. Ministro estava com Arthur Weasley quando este fora falar com o até então Ministro da Magia anterior. Não lembro de nenhum outro acidente envolvendo vítimas, ainda mais tendo como causadores os filhos dele.


- Engano seu meu caro... – respondeu Travers, o que fez com que Kingsley visse em seus olhos algo bastante incomum - ... eu não estava com ele, apenas o acompanhei até certo ponto, e quando entrei na sala, o Ministro já estava morto. O fato a que o Sr. MacDuff se refere é quando foi feita a prisão de Arthur Weasley, os jovens em questão foram bastante violentos, o que ocasionou em um tumulto exagerado.


- Francamente Travers! – disse Robards agora em pé encarando os presentes – Nós estávamos lá. Não houve resistência alguma!


Kingsley não retirava o olhar do homem de chapéu preto. Ouvia atentamente o que estava acontecendo, e tinha já suas suspeitas sobre toda essa conversa sobre os Weasleys. Estavam ali para tentar tomar providencias sobre o que havia acontecido com Lucius Malfoy mas até aquele fatídico momento, nem sua esposa tinha sido encontrada. As visitas a ele haviam sido proibidas, então como ele teve acesso a alguma encomenda?


- Arthur Weasley não é nem um criminoso! – exclamou Guilhermina. -  O Departamento de Aurores conduziu um inquérito sobre os acontecimentos, e não havia nenhuma indicação de crime por parte dos filhos de Arthur. Como até mesmo o relatório da polícia Trouxa deve mostrar...  Lucius Malfoy desapareceu sem deixar pistas... Sua esposa, Narcisa Malfoy, anteriormente Black, de fato, desapareceu, mas desde que ela já seja procurada para ser interrogada sobre o ocorrido isso não é grande surpresa.


- Sua própria investigação, apesar de tudo, Sr. Robards, devem ter seus fatores considerados na prestação de julgamento sobre este assunto tão delicado. Estarei analisando muitos recursos e entrevistando qualquer quantidade de indivíduos, quer como testemunhas ou como referências morais. - disse MacDuff alisando suas vestes, então continuou -   Posso até ter necessidade de recorrer a esposa de Weasley, ou de Lucius Malfoy se, como você diz, ela ainda está entre nós. Pode levar meses antes de eu chegar ao meu veredito.


- Tenha santa paciência... – murmurou Croaker agora se manifestando pela primeira vez – Você pode ser o Rei dos Unicórnios Gigantes que mesmo que lhe provem que Weasley e sua família não tem nada a ver com a fuga de Malfoy, você, seu almofadinhas vai continuar dizendo que ele é o culpado!


- Tenha calma Croaker... – advertiu Kingsley. O homem então sentou-se novamente ainda com o rosto retorcendo de raiva.


Estava mais do que claro que tanto o novo ministro da magia, como esse “membro do conselho internacional de magia” estavam conspirando para que Arthur e sua família praticamente fossem exterminados.


- Por Merlin santo homem! – Guilhermina falara outra vez – Weasley já está em Azkaban, o que mais querem fazer com ele?


MacDuff se inclinou para trás e entrelaçou os dedos sobre o peito e então disse -  A lei é muito clara nesses casos, infelizmente... – sua voz saiu com um entusiasmo indisfarçável.  - Tentativa de homicídio pode significar algo entre 20 anos à prisão perpétua. Adicione a isso o uso de magia negra usada para matar o nosso pobre ministro da magia em exercício... – ele fez uma pausa dramática -  o tráfico de artefatos mágicos para um prisioneiro declaradamente perigoso e... e o roubo de uma relíquia de valor inestimável...


- Mas do que é que o Senhor está falando? – perguntou Kingsley encarando o bruxo que lançara um olhar astuto para o grupo de ministeriais a sua frente.


- O livro Egipsio... – disse Travers agora com um tom mais sério - ... O livro dos Mortos que estava exposto no museu de Londres foi roubado.


A expressão no rosto de todos na sala fora unanime.


- Como? Ele não estava em Hogwarts? – Robards perguntou e encarou Travers rapidamente.


- Achei melhor leva-lo até Gringots, por precaução, mas... – começou o bruxo a dizer - ... No meio do transporte comensais da morte apareceram e o levaram.


- Não está querendo dizer que está suspeitando dos Weasleys também ou está? – Croaker perguntou novamente. – Isso seria ridicularmente engraçado.


- Sim, é exatamente isso que imagino... – respondeu MacDuff -  como um membro do Conselho Internacional de Magia, e Árbitro Geral de Justiça, nada foge à minha atenção, então, parece  inevitável  que  Arthur Weasley  estivesse se passando de bom bruxo para nos enganar a todos... e seus comparsas também... e creio que vai passar o resto de seus dias prisão de segurança máxima mágica. Isto provavelmente seria o melhor para todos os envolvidos."


- Que tipo de pessoa horrível é você? - Kingsley exclamou com raiva. - Você age como se não houvesse nada mais de importante que você precisasse ver!


- É verdade, meu caro. Não há nada que eu precise ver mais para que seja feita justiça. É uma gentileza equivocada mimar os culpados. Algum dia eu espero que você venha a ver a verdade disto. Embora eu tenha minhas dúvidas.  – Dito isso MacDuff encarou Kingsley com um falso sorriso de pesar.


- Então qual será a nossa penalidade durante a sua investigação? – Perguntou Brigit pela primeira vez agora encarando o bruxo – Pois até onde sabemos, era para isso que essa reunião foi marcada.


Travers e MacDuff trocaram olhares que Kingsley conseguiu notar parecia de satisfação - É comum que o réu – então indicou os três diante da sua cadeira - no caso réus... devam ser entregues ao árbitro encarregado de seu caso até que um julgamento possa ser realizado. Portanto, de agora até eu chegar ao meu veredicto, vocês deve ficar sob minha custódia.


- Oh claro... – disse Croaker com sarcasmo - ... vai ser nossa babá enquanto fizermos nosso trabalho aqui dentro do ministério?


 - Eu temo que você não esteja em posição para fazer qualquer pedido Sr. Croaker. -  disse MacDuff, com seu sorriso abrindo-se.  - É uma tradição Trouxa de considerar o réu inocente até provar o contrário, mas para mim é um conceito obsoleto, que não tem lugar no Tribunal Bruxo. Até o momento em que eu possa inocenta-los, você  os seus, são considerados suspeitos de um crime capital, assim são considerados potencialmente perigosos e em risco de fuga.


- Como membros desse estabelecimento mágico... – começou Travers calmamente -  Vocês ficarão feliz em cumprir com a regra da lei. Não vamos ser tão apressados...


- Isso tudo é uma palhaçada! – rugiu Croaker entre os dentes – Tudo bem, fomos até Azkaban, e encontramos a jaula de Lucius Malfoy vazia, como podem julgar que somos responsáveis por ele ter fugido? Tenho provas de que eu não estava nem no país!


- Croaker... – advertiu Kingsley mas sentiu um calafrio subido na sala que o fez tremer. Parecia que vinham do bruxo a sua frente.


 - Essa obstinação não lhe fará bem, eu sou o procurador do seu caso, Sr. Croaker – disse MacDuff seu sorriso crescendo igualmente gelado.  - Você pode querer alterar o seu tom, para que eu decida que você é mesmo mais do que o risco que eu tinha imaginado até então.


-  Eu duvido que seria um erro – respondeu o bruxo sem desviar o olhar.


A tensão no ar parecia dura e Kingsley sentiu um medo inexplicável de que algo terrível estava para acontecer.


- Eu compreendo completamente sua situação, o Sr. MacDuff  - interrompeu Kingsley e seu tom de voz pareceu enfraquecer a tensão da sala. - Afinal, eu mesmo sou um homem da lei. Eu sou responsável pela missão que foi coordenada por esses três inominaveis. Como seria se eu assumisse a responsabilidade por eles no decurso da sua investigação?"


- É uma gentil oferta, Sr. Shaclebolt – respondeu MacDuff duramente, sentando-se em linha reta em seu lugar.  - Mas eu tenho o dever de recusar. A lei, como já mencionada, é bastante clara.


- Como eu já disse, Sr. MacDuff... – disse Kingsley um pouco mais alto - Eu também sou um homem da lei. E eu gostaria de lembrá-lo que a lei internacional mágica prevê subsídio para os detidos estrangeiros, que sejam entregues à guarda do representante de sua própria nação durante o curso de qualquer processo jurídico necessário.


McDuff olhou duramente para Kingsley, seus olhos se estreitaram. O suor no lábio superior brilhou.


 - Você está absolutamente certo, Sr. Shacklebolt – disse MacDuff suavemente -  que este é o curso de ação que você verdadeiramente deseja fazer?


 - Não vejo outra opção – Respondeu Kingsley - para um homem da lei.


MacDuff sorriu de novo, devagar.


- Que assim seja, então. Como  representante  da  Corte Mágica Internacional, eu libero Saul Croaker Inominável chefe, assim como Brigit La Croix e Edgar Felps, o representante de Billdegard Jones à sua custódia. Saiba, porém, que isto significa que tanto a autoridade mágica jurídica quanto o Birô de Integração Mágica estarão observando você de perto. – advertiu MacDuff a Kingsley -  Haverá sentinelas postadas perto de sua casa o tempo todo.


 - Então, eles podem se juntar aos que já estão lá – disse Kingsley com um suspiro -  Minha esposa tem os convidado para o chá, embora eles não tenham aceitado a oferta. Os quatro inomináveis que estavam sendo investigados olharam para Kingsley com os olhos suplicantes. Ele sabia que não precisava fazer nada, e muito menos se responsabilizar por eles. Mas ele logo deixou claro seu ponto -  Existe alguma outra opção então? -  olhando rapidamente de rosto em rosto. Não? Então sugiro que eu escolte os senhores até seus lares onde podem recolher tudo o que elas precisam.


A reunião terminou e houve um arrastar de pés e um rangido quando  a porta se  abriu. Robards permaneceu perto da entrada, permitindo que os  outros  saíssem antes dele. Seu rosto estava impenetrável quando ele olhou para Kingsley e piscou. Kingsley então saiu para o corredor principal que correu em linha reta pelo centro do Corredor de Administração. Quando Kingsley e Robards chegaram a entrada principal, MacDuff se aproximou deles com um jeito de falsa simpatia visível até mesmo da Africa.


 - Eu estou ciente, Sr. Shacklebolt... -  disse ele em voz baixa  - que forneceu abrigo aos Weasleys uma vez antes. Foi, de fato, imediatamente após os acontecimentos infelizes do seu último dia como conselheiro... Será que você sabe um pouco mais sobre os eventos?


- Asseguro-lhe, Sr. MacDuff... - Kingsley respondeu - Você sabe tanto quanto eu sobre essas coisas, e talvez mais. Sua informação parece não conhecer limites, absolutamente.


MacDuff riu, como se Kingsley e ele fossem amigos antigos. - Ah, se só fosse esse o caso.   Eu só pergunto, no entanto, porque eu irei descobrir. Se há algum segredo que você pode querer divulgar  agora, poderia evitar de ter alguns problemas mais tarde. Temo que  as coisas possam ficar um pouco menos ... civilizadas.


Kingsley fez uma pausa longa, por um momento,  pensou que seu Robards diria a MacDuff tudo o que ele se passava por sua cabeça, de fato, até mesmo Kingsley tinha vontade de lançar um Avada nas fuças daquele maldito bruxo. Mas no fim, no entanto, ele, Robards apenas balançou a cabeça então Kingsley tomou-lhe a palavra


 - Sinta-se livre para me entrevistar e à minha família, Sr. MacDuff -  disse Kingsley,  olhando para Robards -  Nós temos o hábito de dizer a verdade. Às vezes, porém, você tem que fazer as perguntas certas.


MacDuff balançou a cabeça, como se isso fosse exatamente o tipo de resposta que ele esperava.


 - Muito bom. Vou começar a minha investigação nesta mesma noite, e se for necessário, vou usar esse seu convite de bom grado. Por hora, dou-lhe boa noite. E boa sorte, er, bom. Eu suspeito que você vai precisar.


Com isso, MacDuff abriu as pesadas portas dianteiras e desapareceu na escuridão além, cantarolando felizmente para si mesmo.


 - Sujeitinho odioso... – ouviu Gilhermina atrás de si com um suspiro.


-  Mas essas pessoas são, indiscutivelmente, a graxa que lubrifica o eixo da civilização. – respondeu Robards meneando a cabeça.


- E deve ser por isso, que sente a necessidade de limpar as mãos depois de entrar em contato com eles. – respondeu Kingsley Shacklebolt. O grupo fez seu caminho na escuridão gelada.


- Só o fato dele insinuar que Arthur... – continuou Gilhermina e então estremeceu.


- Não só ele... como Travers, depois de tudo o que viu Arthur Weasley passar... e sua família... – murmurava Croaker - ... isso é basicamente um Avada pelas costas! Arthur o considerava um amigo...


- Sim... mas em tempos como agora... – disse Kingsley encarando a escuridão a frente - ... precisamos desconfiar até mesmo dos amigos mais íntimos...


- Se não confiarmos nos nossos amigos... em nossa segunda família... – agora era Bill quem falava - ... em quem podemos confiar?


- E quem vai garantir que a pessoa a qual confiamos é mesmo a pessoa de que conhecemos? – disse Kingsley sem olhar para o grupo e continuando a atravessar a escuridão da rua.


Bill então parou por um minuto e olhou para os companheiros. Que apenas concordaram silenciosamente com Kingsley. Um a um foram desaparecendo em estampidos e fumaças. Nada nesse mundo nos dias de hoje, era o que costumava ser.



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Autor(a): vision2018

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