Fanfic: Harry Potter e o Livro Perdido | Tema: Harry Potter
Finalmente o dia do festival das estrelas havia chegado. O último exame antes da formatura e Lilá Brown assim como Padma Patil estavam eufóricas. A formatura seria no dia seguinte ao último exame. Dando assim um ponto final nos estudos em Hogwarts. Ambas as meninas estavam insuportaveis, pedindo e exigindo coisas do restante dos alunos. Hermione perdeu a paciência poucos minutos antes do almoço quando elas a interceptaram no meio dos corredores.
- Como monitora... você tem o dever... – começou Lilá Brown mas Hermione a interrompeu.
- Meu dever como monitora é controlar desequilibradas como vocês que tentam obrigar os outros a abrirem mão do que eles realmente precisam fazer para satisfazer suas vontades... – respondeu ela cerrando os olhos - ... e se não pararem com essa loucura e deixarem os alunos em paz, eu juro que vou tomar providencias para que vocês duas fiquem presas em algum armário de vassouras e percam essa maldita festa!
Hermione então virou as costas e começou a andar encontrando Sarah no alto da escada. Pegou no braço da garota e praticamente a arrastou para o lado o posto.
- O que essas malucas pensam que são? – dizia ela enquanto caminhavam – A magia praticamente foi extinta e elas pensando num baile estúpido? Francamente!
- Hermione... – respondeu Sarah agora com um olhar um pouco brando - ... você por acaso se lembrou de ter comprado alguma roupa formal para a formatura?
A jovem apenas levantou os olhos para o teto e resmungou algo inaldivel. Mas Sarah tinha a mais absoluta certeza de que era um “não”.
- Olha Hermione, podemos pedir para minha tia dar um jeito. Ela conhece várias costureiras. É impossível que alguém não saiba fazer um vestido de formatura usando magia. – disse Sarah podendo ver um brilho de esperança nos olhos da garota. – Venha, vamos tirar nossas medidas...
Elas então subiram para o dormitório das garotas onde Hermione agradesceu, não havia ninguém por perto. Calmamente pegaram os apetrechos que precisavam e começaram as medições. Algum tempo depois quando finalmente tinham tirado todas as medidas possíveis, Hermione percebeu um exemplar do profeta diário em cima de sua cama. A notícia sobre a “falha na magia” finalmente havia tomado um pequeno pedaço no final da última página do jornal.
- Só podem estar de brincadeira... – disse Harry baixando o jornal algum tempo depois no salão comunal onde ele e seus amigos estavam sentados terminando o último rolo de pergaminho. - ... alucinação em massa? E qual foi a desculpa? Pó de fada na atmosfera?
- Precisariam exterminar todas as fadas mordentes do planeta pra conseguir uma quantidade de pó pra fazer algo desse nível... – disse Nigel encarando os companheiros.
- Tá na cara que nem eles sabem o que está acontecendo... – falou Hermione.
- E quando é que eles souberam? – respondeu Ron – Meu pais foram parar em Azkaban e ninguém fez nada. Mamãe está traumatizada e se você mencionar a palavra ela cai no choro. Papai ainda está preso e o “atual Ministro” que dizia que era o melhor amigo dele até agora não fez nada para ajuda-lo...
- Vovó diz que é o pior Ministro que o mundo da Magia já teve... – acrescentou Neville - Ela fala que perto desse Travers... Fudge era maravilhoso.
Harry pode perceber que de acordo com os colegas, esse Travers não era exatamente alguém confiável. Embora ele tivesse ouvido a conversa de Dino e Simas alguns dias antes, não conhecia o bruxo na verdade. E pelo que andava ouvindo, não estava nem um pouco disposto a conhecer.
- A que horas iremos partir hoje a noite? – ouviu a voz de Ron e então encarou Hermione.
- Não tenho muita certeza... – respondeu a garota - ... mas acho que no final da tarde, as comemorações já começam desde o inicio da tarde.
- Isso me lembra muito a copa internacional de quadribol... – ouviu Simas e então Harry engoliu em seco. A copa Internacional de Quadribol fora no seu quarto ano, e não tinha sido exatamente o melhor ano para ele. Sem mencionar que o tinham enfiado no torneio tribruxo contra a vontade, e até aquele dia, ainda sentia por não ter conseguido salvar Cedric Digory.
- Sr. Weasley e Srta Granger... – ouviu-se a voz do professor Flitwick que se aproximava - ... Poderiam vir comigo um momento por favor?
Hermione trocou um olhar com Sarah enquanto Ron engolia em seco. Harry sabia que sempre que Ron fazia isso ele estava com receio de alguma reprimenda. Mas não lembrava-se de ver Ron se encrencando ou até mesmo Hermione.
- Nos vemos mais tarde... – disse ela encontrando Ron no outro lado da mesa e indo em direção a saída.
- O que você acha que aconteceu? – perguntou Simas encarando Harry. O garoto balançou os ombros.
- Deve ser coisas de monitor... – respondeu Sarah pegando um pedaço de bolo e começando a comer - ... sabe como é, o que houve ontem ainda é um mistério, e no mínimo estão escalando os monitores para tentar descobrir o que puderem sobre o assunto.
- Ah tá... – agora era Padma Patil quem falava com desdén - ... era só o que faltava pensarem que algum bruxo adolescente foi responsável pelo que aconteceu ontem. Todo planejamento do comitê de formatura foi por água abaixo.
- O mundo todo entrou em colapso... – começou Sarah a dizer e então encarou a menina - ... a magia desaparecendo do mundo e você preocupada com um estúpido planejamento de formatura?
- Algumas bruxas dessa escola... ainda se importam com a formatura Perks... – respondeu Lilá Brown agora defendendo a amiga.
- Realmente... não sei como vocês duas vão sobreviver dependendo de vocês mesmas... suas desmioladas – disse Sarah levantando-se.
Harry abrira a boca para falar mas Sarah deu volta e começou a deixar o salão. Ele mais que depressa se levantou e foi atrás da garota. Conseguiu a alcançar quando subia as escadas no hall de entrada do castelo.
- Ei... – disse ele segurando em sua mão a fazendo parar e olhar para ele - ... porque perdeu a calma tão facilmente com aquelas malucas?
- Eu não sei... – respondeu a garota escorando-se na parede e o encarando. - ... eu tenho uma sensação estranha. Hermione diz que é apenas nervosismo mas...
- Por que não me contou? Você sabe que pode me contar qualquer coisa... – disse ele se aproximando mais e lhe fazendo um carinho no rosto.
- Eu sei Harry... – começou a garota a falar mas Hermione e Ron chegaram quase ao mesmo tempo em que professora Minerva apontava na porta do salão principal observando ao lado das portas abertas, seu rosto tão imperioso e sombrio quanto sempre, um pergaminho desenrolado em sua mão direita. Ela olhou para Harry, olhando criticamente por cima dos óculos enquanto os alunos passavam indo e vindo do salão.
- Senhor Potter... – disse ela rapidamente, olhando para ele e para os que o acompanhavam – Senhor Weasley, Srta Granger e Perks. E você também, Sr. Finnigan. Por favor, peço que sigam até a antecâmara atrás do Grande salão, e sejam rápidos.
- O quê? - Finnigan exitou, ele estava apenas passando por eles e tomara um susto. - Estamos com problemas?
- Não se você fizer o que eu digo, Sr. Finnigan – respondeu a professora secamente. - E você também, Sr. Malfoy... - Ela acenou com a cabeça para Draco Malfoy enquanto ele tentava inutilmente se esgueirar para fora do salão. Ela olhou para Ron incisivamente. - Agora apresse-se e tragam qualquer outro aluno do sétimo ano com vocês, caso você veja algum. - Com isso ela os dispensou, voltando sua atenção para o pergaminho em sua mão.
- Eu me pergunto para que tudo isso? – Ouviu Rony murmurar enquanto todos entravam pela passagem da entrada principal indo em direção brilhante salão onde o barulho dos estudantes retumbava pelas paredes.
- Não faço ideia - Harry respondeu encolhendo os ombros. – Ela comentou alguma coisa com você?
- Não que eu me lembre... – disse Sarah coçando a cabeça tentando lembrar – mas se tratando de Hogwarts nem sempre ela comenta algo comigo, principalmente se tem a ver com os professores ou alunos...
- Você acha que ela saberia se eu comesse um biscoito a caminho, tipo? Estou morto de fome. – afirmou Neville que os encontrara no caminho.
- Eu não colocaria eu e minha casa em risco se fosse você! - Ernest McMillan proclamou, dando um tapinha no ombro de Neville. - Mas como você não é, então eu digo, vá em frente, Sr. Grifinória!
Contudo Neville não o fez, mas ao passar pelas mesas repletas de guloseimas, lanches e pratos e talheres, parecia ser algo muito fácil e rápido surrupiar algo e enfiar na boca. No alto, como sempre, as centenas de velas flutuantes formavam uma constelação de pequenas chamas, brilhantes contra o céu escuro que aparecera magicamente impressos nas vigas e nos tetos abobadados. A enorme e ornamentada rosácea no topo do salão brilhava com matizes do sol, espalhando sua luz difusa sobre todos que conversavam e sobre o riso dos estudantes.
Enquanto Harry passava por eles, caminhando ao longo do caminho mesa da Grifinória na frente do salão, e a sensação de vazio começou a penetrar no seu coração. Aquela tinha sido sua casa por praticamente sete anos. E realmente não tinha muitas ideias do que faria a seguir, já tinha comentado com Rony e estava tentado a dividir um apartamento com ele enquanto estivessem estudando para serem auror, mas essa ideia sempre tinha parecido distante. Para muitos poderia ser apenas uma nova fase, mas para ele, era o inicio de uma nova vida, com novas aventuras e desafios, experiências incontáveis, rostos familiares e memórias para uma vida inteira apenas esperando para ser realizada. Deixaria a cargo do tempo que avançasse em seu futuro ou faria o que ele quisesse? Ele poderia muito bem abraçar a jornada e aproveitar o passeio a esmo e deixar o destino seguir seu curso?
Harry e Rony, assim como o resto dos alunos do sétimo ano subiram os degraus até o estrado em uma fila dispersa, contornaram a mesa principal onde alguns professores estavam terminando de almoçar, e passaram pela pesada porta de madeira do lado direito. Harry já havia estado na antecâmara apenas umas duas vezes antes, mas lembrava-se bem dela. Fora ali que encontrara Sarah pela primeira vez quando acabaram caindo pelo enorme cano na câmara secreta. Filch os pegou nos corredores e tiveram de responder com uma semana de detenção limpando comadres na Ala Hospitalar. A sala parecia exatamente a mesma daquela época, uma coleção de cadeiras e sofás espalhados um tanto aleatoriamente em torno de uma grande lareira, atualmente apagada e escura com cinzas frias. Pinturas com várias cenas pastorais e retratos diversos cercavam as paredes, lotadas entre os pilares que sustentavam o teto em arcada. Harry reconheceu uma das pinturas dos esboços do antigo livro de poções de Sarah: uma cena lotada representando a coroação do primeiro rei bruxo, Kreagle. No canto mais distante da cena, uma figura vestida de escuro inclinou-se encostado na parede, fumando um cachimbo comprido e ignorando a festa. A figura olhou para Harry quando ele passou, seus olhos distantes, mas atentos. Era Glanmore Peakes, é claro, em uma de suas muitas formas de retrato disfarçadas, de olho nos inúmeros cantos e recantos da escola. Harry tinha a mais absoluta certeza de que mesmo os alunos (alguns deles) não prestando os NIEMs, estavam ali por alguma razão, e isso muito provavel tinha haver com o festival mais tarde.
- Alguém sabe do que se trata? – Tyler Jones da Lufa-Lufa perguntou jogando-se em uma cadeira de encosto alto e colocando um joelho no braço estofado.
- Aposto que tem haver com nosso passeio a Cork... - respondeu Wayne Hopkins, o capitão do time de Quadribol da Lufa-Lufa, sentando-se em uma poltrona diante do lareira fria. - ... Eu sinseramente ainda não entendi porque motivo temos de ir, afinal, não vamos prestar exame nenhum no meio daquela bagunça toda...
- Sabe que ele não deixa de ter razão... - comentou Rony franzindo a testa.
- Vai dizer que você esperava que fizessemos uma prova em meio aquele bando de gente comendo, bebendo e dançando Weasley. - Emília Bulstrode disse com desdém - O que você não percebe poderia encher o grande salão do chão ao teto.
Atrás dela, o quarteto da Sonserina caiu na gargalhada. A carranca de Ron para Emília foi fulminante, mas Harry apenas viu Hermione segurar o braço do garoto tentando acalma-lo. Michael Corner, estava presente na sala também, sua aparência apática contrastava com a luz bruxuleante do candelabro. Contudo, não abrira a boca para dizer uma simples palavra, mesmo com Lisa Turpin que estava perto das irmãs Patil, inclinando-se levemente contra o braço de um sofá. Antony Goldstein, monitor da Corvinal sempre foi apenas um rosto no meio da multidão, engraçado, um pouco grosseiro, e vários centímetros mais alto estava sentado elegantemente ao lado de Lilá Brown que dava risinhos e mexia no cabelo constantemente. Depois de alguns minutos, a Professora McGonagall entrou, trazendo com ela um ar de gravidade frenética. A sala silenciou imediatamente e a maioria dos alunos sentou-se ou amontoou-se em grupos contra o pilares externos. A vice diretora circulou pela sala e ficou de costas para a lareira escura, os olhos percorrendo cada rosto em um inventário rápido.
- Algumas breves palavras ao entrarem nessa última etapa, alunos... - ela disse sem rodeios, com a voz baixa, para seus padrões. - Como vocês podem imaginar, há certas responsabilidades que acompanham a obtenção do seu sétimo ano. Para o bem ou para o mal, vocês agora são por padrão, portadores de tudo o que esta escola representa. Seus colegas mais novos, irão considerá-los como exemplos e modelos. Alguns de vocês assumiram essa responsabilidade e, de fato, já o fazem ao longo de suas vidas nessa escola. Outros... - ela fez uma breve pausa e desviou o olhar sobre vários rostos incluindo o de Simas e Dino, olhando para eles por cima dos óculos – não lutaram até mesmo para representar os seus próprios interesses, muito menos os dos seus semelhantes. Para aqueles que se enquadram nesta última categoria, permitam-me ser perfeitamente clara, nós esperemos o melhor de vocês. A escola espera melhor de vocês. E vocês devem esperar o melhor de si mesmos. Em breve vocês embarcaram em uma nova viajem para fora dessas paredes familiares, e lá vocês não teram pontos descontados por desrespeitar as regras. Serão punidos... se não por autoridades... pela própria socieade que os certa. Ouçam com cuidado, pois isso pode ser a última vez que alguém lhes oferece este aviso. - Ela fez uma pausa significativa, deixando o peso de seu olhar de ferro pairar sobre a sala como uma onda de frio. Então, ela suavizou um pouco, erguendo o queixo e respirou fundo – Contudo, espero sinceramente que essa viagem torne-se algo inesquecível e incrivelmente proveitoso para todos se despedirem de Hogwarts com uma incrível lembrança. Existem, no entanto, certos privilégios que acompanham estas responsabilidades – disse ela com um que de relutância na voz. Ela produziu um pequeno pergaminho e desenrolou-o em suas mãos finas, começando a ler - Conforme o decreto administrativo, os sétimos anos tem permissão para acessar uma chave de portal e viajarem até o povoado de Cork para o festival das Estrelas...
Harry piscou e olhou ao redor da sala, curioso para ver se qualquer outra pessoa achou isso um privilégio particularmente emocionante. Hermione obviamente tinha ficado emocionada com isso, ele tinha certeza mas ninguém mais presente demonstrou tanto entusiasmo como uma sobrancelha levantada. Isso era algo que todos sabiam a meses.
- Além disso - McGonagall continuou, ainda lendo o pergaminho – Todo e qualquer comportamento sugestivo ou duvidoso será punido imediatamete. Os professores designados e monitores serão responsáveis por todas as ações feitas pelos estudantes, que terão a “liberdade” de andar pelo povoado CONTUDO, não deverão sair dele sem permissão ou acompanhados. Todos receberão uma identificação da qual será enfeitiçado com um pequeno feitiço localizador. Qualquer passo fora do mapa, vocês serão trazidos devolta a escola sem aviso prévio."
Isto inspirou uma resposta dos estudantes reunidos, que olharam um para o outro e se mexeram em seus assentos, claramente ofendidos com a falta de confiança fora da escola. Harry olhou de lado para Rony. Eles tinham conversado um pouco sobre terem um momento à sós com as garotas, e olhar as estrelas parecia ser algo legal de se fazer.
- O festival é algo muito importante para a comunidade mágica de Cork, o ministro em pessoa vai estar presente assim como varios outras pessoas influentes e importantes... - McGonagall retrucou continuando, reprimindo o súbito silvo de sussurros que irrompeu ao redor do sala. - No entanto, não pensem que só porque estarão sozinhos podem fazer e irem onde quiserem, estaram sendo monitorados, além de estarem visiveis para todos os outros membros da comunidade. Portanto... - disse a professora, baixando o pergaminho. - Alguns de vocês devem estar cientes das consequencias que podem levar caso seu comportamento não seja de acordo com o esperado... Hoje à noite, às 18 horas em ponto, os alunos setimanistas serão reunidos no pátio em frente as portas de entrada do castelo, Sr. Filch irá levá-los até o local onde irão atrávés de chave de portal com seus respectivos monitores até o povoado. Que fique claro, vocês estaram com pins mágicos aos quais estão enfeitiçados e não sairam de suas vestes até que cheguem a escola. Não devem mapear esses locais, registrar quaisquer tipo de localização, compartilhar de forma alguma essas chaves, em qualquer tipo de propósitos ou benefícios com quaisquer outros alunos, será quebra de acordo, e por isso seram punidos. - Aqui ela encontrou os olhos de Harry, Rony, Simas e Dino incisivamente. – Fui perfeitamente clara?
Harry assentiu, assim como o resto dos estudantes reunidos. Mesmo como ele o fez, no entanto, ele se perguntou se essa era uma promessa que ele poderia realmente cumprir.
- Eu certamente espero que vocês cumpram essas regras - disse McGonagall, a dúvida em sua voz era deliberadamente evidente. - Porque a sua liberdade de uso de tais liberdades depende inteiramente de sua capacidade de comportamento. Por favor, não me testem nisso. Finalmente meu único pedido de vocês, estudantes... - Aqui ela balançou a cabeça e, surpreendentemente, o fantasma de um sorriso irônico curvou seus lábios – Por tudo o que há de mais sagrado nesse mundo... peço a vocês que façam seus últimos dias nessa escola tão felizmente monótono quanto possível.
Sentindo o fim da reunião, os estudantes começaram a se agitar e murmurar. McGonagall levantou a voz mais uma vez.
- Espero sinceramente que tenham serenidade e consciência de suas ações fora das paredes desse castelo... – nessa hora, Harry a viu encarando todos na sala, incluindo Corner e Malfoy. O que o fez perceber, que mesmo eles não contando toda a verdade sobre suas suspeitas a professora, obviamente, as ações dos alunos não haviam passado desapercebido. - ... as leis e condições disciplinares fora dessas paredes podem ser muito mais severas do que uma simples detenção... então... – McGonagall então respirou fundo - ... desejo a todos, uma boa viagem, uma estadia proveitosa e responsável.
***
O jantar aquele dia fora adiantado para as 17:00 horas em ponto. Obviamente todos do sétimo ano estavam ansiosos e muito apreensivos, já que para muitos o festival das Estrelas queria dizer uma feira ao ar livre, com várias barracas, comida, bebida e pequenas demonstrações como as que eram feitas nas épocas medievais.
- Será que vai haver quelas lutas de gladiadores? – Harry ouviu Simas comentando com Dino enquanto terminava seu jantar. Rony mesmo havia dito para não se empanturrarem pois haveria vários aperitivos para experimentarem durante o festival e de acordo com ele, era um doce melhor que o outro.
- Não seja besta... gladiadores é coisa de gregos... – agora era Nigel quem tomava a palavra - ... você tomou tanto balaço a meia noite que seu cérebro está escorrendo pelo nariz Finnigan...
- Olha a boca rapaz... me respeite! – retrucou Simas – Ouvi o goleiro da Corvinal falando sobre demonstrações de luta, achei que poderia...
- SE... – especificou Hermione agora limpando os lábios - ... houver alguma demonstração de luta, será as famosas Justas...
- Aquelas com cavalos e aquelas lanças? – perguntou Nigel agora interessado.
Hermione confirmou com um aceno de cabeça já se lavantando do banco. Sarah fizera o mesmo, enquanto Ron enchia a boca com mais um gole de suco.
- Vamos? – Perguntou Harry também se levantando.
Harry então viu a professora McGonagall se postar diante da mesa e logo um grupo de alunos começou a se formar na porta de entrada do saguão. Obviamente já estavam começando os preparativos para que fossem diretamente para o povoado.
- Esperem... – disse Hermione agora tirando um saquinho de dentro da bolsa. – Os pins mágicos. Todos devem colocar eles ainda aqui no castelo.
- E se eu não colocar? – sugeriu Simas com um sorrisinho maroto oque fez com que Hermione fechasse a cara.
- Você nem sai da escola mané... – disse Ron prendendo o seu na gola do casaco. Poderiam ir vestindo roupas casuais o que para Harry era um alivio. As vestes de Hogwarts eram boas somente na escola. E assim com roupas normais seria mais fácil se misturar com os outros.
O grupo então se dirigiu até o saguão de entrada onde Filch já monitorava os alunos e os pins presos em suas vestes. Com a varinha, a professora Minerva McGonagall agora tocava um por um dos pins preso as roupas dos alunos que seguiam até Argo Filch, o zelador e encaminhava para o professor Flitwik responsável pelas chaves de portal.
- Muito bem Sr. Fletcher, Sr. Golstein, Abbott, Bones e Creevey. – disse ele posicionando um escovão de lavar roupas velho e gasto - ... prestem muita atenção, quando a chave começar a tremer, todos devem tocar ao mesmo tempo... estão prontos?
O pequeno círculo de cinco alunos se formou em volta do escovão, e assim que o professor tocou com a varinha que emitira um brilho branco, o escovão começou a tremer.
- Agora! – disse o professor e mais que depressa os cincotocaram na chave de portal, desaparecendo com um redemoínho de fumaça colorida. Ele então olhou para o próximo grupo. Harry viu as irmãs Patil, acompanhada de Lilá Brown, Ernest MacMillan, Wayne Hopkins e Kevin Entwhistle serem os próximos. Lilá Brown ainda fizera cara de nojo quando tivera que tocar no pano de chão velho e surrado o qual era a chave de portal dessa vez. – PRÓXIMO!
Hermione, catou Rony pelo casaco. Harry pegou na mão de Sarah e os quatro se postraram em um pequeno círculo. Um balde fora colocado diante deles, Neville acabou se juntando ao grupo. O professor Flitwick então chegou próximo do grupo e passou-lhes as recomendações.
- Quando eu tocar a chave de portal e fizer o feitiço, ele começará a tremer. Assim que eu disser 3, todos tocam ele ao mesmo tempo ouviram?
O grupo então respondeu em unisono. O professor então olhou mais uma vez no rosto de cada um dos alunos, e então executou o feitiço.
- Portus! – disse o professor Flitwick tocando o balde com a varinha. Ele foi tomado por uma luz totalmente branca e então começou a tremer – Atenção... 1 .... 2 .... 3.
Mais que depressa todos colocaram a mão na chave de portal. Harry sentiu um puxão em seu umbigo tão forte para trás. E fechou os olhos pois sabia que se ficasse de olhos abertos, a movimentação do tempo e das coisas o deixariam enjoado a ponto de vomitar. Já havia passado por isso várias vezes antes e não era nem um pouco agradável. Porém, conseguiu abrir os olhos a tempo de segurar Sarah quando com um baque forte seus pés tocaram ao chão a desequilibrando.
- Eu nunca vou me acostumar com isso... – disse ela se apoiando em seu peito quando aterrisou. Harry apenas dera um sorriso e beijou-lhe a testa. Sabia exatamente como ela se sentia.
- Uau... – ouviu a voz de Neville e então pode observar a grandiosidade do evento.
Cork podia até ser um vilarejo pequeno, onde o antigo e o moderno se misturava entre as construções mas o local estava tão repleto de gente que Harry podia confundir com a principal rua de Londres se não fossem as excentrecidades que haviam ali. A luz solar começava a desaparecer e as primeiras luzes das estrelas começaram a despontar. Pequenas guirlandas pairavam nas cercas com pontinhos brilhantes que mais pareciam vagalumes encantados. Uma enorme tenda do lado esquerdo da entrada do vilarejo mostrava um circo. Rony tinha certeza de ter ouvido o barulho de um dragão escondido naquele lugar quando finalmente passaram a frente e pararam diante a entrada do vilarejo.
- Vou te contar... – observou Simas quando Harry, Ron, Sarah e Hermione o encontraram no inicio da rua principal. - ... não se parece em NADA com o que eu já ouvi falar desse lugar...
- Vamos Tony! – Harry ouviu a voz de Lilá Brown mais adiante engatando o braço de Anthony Goldstein – Viemos aqui para aproveitar! Vamos ver as barracas!
Harry apenas viu Hermione menear a cabeça, enlaçar seu braço ao de Rony e começarem a andar. Finalmente, os quatro estudantes caminharam até o centro da vila onde haviam pequenas barracas, de guloseimas, jogos e suvenirs. Pesados ulmeiros que projetavam suas sombras sobre os terrenos, com suas folhas giratórias captando a luz do luar como caleidoscópios. O sol já estava totalmente escondido atrás das montanhas e morros mais altos. As primeiras estrelas começavam a pipocar no céu. O garoto então pegou na mão de Sarah e ela então olhou para ele e sorriu. Ele retribuiu o sorriso.
- Então Sr. Capitão... onde vamos primeiro? – perguntou ela e Harry então passou os olhos pelo local. Era difícil saber exatamente onde ir, afinal havia tantas possibilidades que era realmente difícil escolher apenas uma.
- Que tal darmos apenas uma volta para nos familiarizarmos com o lugar? – disse ele – Assim vai ser mais fácil de não nos perdermos.
Tecnicamente não era difícil “se perder” o vilarejo contava apenas de uma rua central onde estava ocorrendo o festival, e as ruinas mais ao pé da montanha. Pelo menos era isso que ele achava. Havia barraquinhas de tudo o que era possível imaginar. Uma bruxa com o nariz andunco jurando que podia ler o passado, presente e futuro usando apenas o modo de falar da pessoa. Outra barraca a qual viu vários de seus amigos apostando em mini gladiadores. Tinha certeza de que Rony também participaria se Hermione não o tivesse arrastado sem nem ao menos lhe dar chances de ver. Havia também barraca com várias flores e ervas de todos os tipos. Poções de várias cores e perfumes. Sem mencionar as de comidas, haviam várias mesmo. Todas com seus “selos” e marcas. Algumas ele já tinha visto na Dedos de mel, outras eram realmente novas. Pararam em frente a uma barraca onde haviam vários amuletos e bijuterias, ele ficara bastante tentado em dar algo a Sarah, mas mesmo sondando-a para saber do que ela havia gostado, a garota não deixara transparecer ter se agradado de nada do que havia ali.
- Ai!!! – ela gemeu levando o a ponta dos dedos aos lábios com cara de dor.
- O que foi? – disse Harry em alerta.
- Espetei o dedo... – disse rindo sem graça deixando cair o broche perolado na banca.
- Deixe me ver querida? – ouviu a velha senhora que vendia as bijuterias. Harry viu Sarah apenas menear a cabeça.
- Não foi nada Senhora, eu só fui descuidada... – respondeu a garota.
- Pode embrulhar por favor? – respondeu Harry entregando o broche a mulher.
- Não precisa comprar nada Harry... – disse Sarah.
- Mas eu quero te dar algo bonito... – respondeu ele pegando o pequeno pacote e colocando no bolso. Mas vai ficar comigo até a hora dos meteoros.
- Você não tem jeito... – respondeu a garota - ... Eu tenho de dar mais ouvidos ao que minha tia diz sobre esse tipo de objetos...- ele então a olhou alguns minutos depois de terem se afastado da barraca - – “nunca toque em nada que não saiba a procedência... ela sempre me conta sobre a história de Cherry Arnold, uma colega nos tempos de escola. Encontrou um pingente com uma pedra azul linda. Pensou ser inofensiva. Quando passou a usa-lo como pendente no pescoço, ficara toda empelotada...
- Credo... – ouviu a voz de Hermione atrás dele e então percebeu que estavam novamente na entrada da vila. O soar de uma trombeta, ecoou ao longe. Parecia que finalmente o festival iria começar.
- Eu não quero parecer pessimista... mas... – começou a dizer Ron enquanto olhava em volta - ... vocês por acaso chegaram a ver Malfoy e Corner? Não lembro de tê-los visto quando pegamos a chave de portal, e fomos quase os últimos.
- Ron tem razão... – comentou Harry - ... acho que devíamos nos separar e dar mais uma volta...
- O primeiro que os ver... ou ver algo suspeito... – disse Sarah – Avisa o outro...
Hermione então olhou em volta, não tinham como avisar uns aos outros caso acontecesse alguma coisa. Foi então que lhe ocorreu. O feitiço proteus. Foi até uma pequena barraca de bugigangas, pegara 5 medalhões em forma de estrela.
- De 5 galeões a vendedora Ron por favor... – disse ela já se afastando da barraca. Harry pode perceber que Ron não gostara nem um pouco de gastar seus míseros 5 galeões em algo do qual ele não aproveitasse. Rapidamente ela os levou para os fundos de um beco e rapidamente puxou a varinha.
- Nexus... – disse ela baixinho tocando com a varinha em um deles. Rapidamente ele brilhou com uma cor roxa e tremeu. Ainda com a varinha, ela tocou em cada um dos outros quatro medalhões. Mais uma vez, o medalhão tremeu, e um a um dos outros começaram a tremer também. – Nexum gemini.
- O que você está fazendo? – perguntou Ron.
- Dando um jeito para que possamos passar mensagens uns para os outros caso nos separarmos. – Disse ela entregando um medalhão para cada um – É o mesmo princípios dos galeões da AD, mas... achei melhor todos conseguirmos altera-lo ao invés de um só como mestre.
- Brilhante! – respondeu Sarah.
- Tudo o que temos a fazer agora é nos espalharmos... – disse Harry guardando seu medalhão no bolso - ... eu e Sarah vamos para a parte de baixo da rua, vocês dois vão para a parte de cima... caso vejam algo estranho... avisem...
Disfarçadamente os quatro começaram a andar, Harry pegou na mão de Sarah e novamente começaram a seguir pelo caminho que os levava até o pé da montanha onde as ruínas do castelo não passavam de vultos negros agora.
- Porque esse lugar me dá arrepios... – ouviu Sarah dizer e então delicadamente passou o braço por sua cintura.
- Provavelmente porque você conhece a história e sabe o que pode vir acontecer aqui essa noite... – disse ele dando-lhe um beijo estalado na bochecha.
- É sério Harry... – respondeu ela - ... tenho um péssimo pressentimento sobre isso.
Harry então a levou até um ponto mais isolado da rua e então a encarou. Sabia o que estava em risco. Também sabia o quanto ela devia estar apavorada. Certamente não por ela, mas pelo que ele teria de fazer. A profecia era clara sobre ele ter de matar o lord das trevas ou ser morto por ele. E com a mais absoluta certeza, Voldemort estava no meio daquele feitiço todo. Salazar havia deixado isso subentendido. O garoto então acariciou o rosto de Sarah delicadamente e então fora se aproximando de seus lábios. Aos poucos o beijo que começara tímido e leve, começara a ficar mais exigente. Delicadamente ele fora contornando o rosto de Sarah com os lábios até chegar ao lóbulo de sua orelha o que fez com que ela sentisse cócegas e começasse a rir.
- Posso chamar isso de um encontro? – ouviu Sarah dizer e sorriu.
- Pode ser... não tivemos muitos ao longo desses anos... – respondeu ele tirando uma mecha de cabelo do rosto da garota - ... eu juro que vou compensar isso.
- Olha que eu não vou deixar você esquecer disso... – Disse ela com um sorriso maroto roubando um beijo dele e começando a andar.
- Isso quer dizer... que posso invadir a casa da professora McGonagall em Hogsmeade no meio da noite para uma visita? – perguntou Harry já imaginando ser pego por sua antiga professora com bobs na cabeça e um roupão xadrez.
- Acho que não vai precisar... – respondeu ela - ... estou pensando em ir para Londres... estudar para ser Auror... – então ela virou-se para ele com um sorriso maroto - ... posso lhe dar uma copia da chave se quiser...
Harry tinha de confessar que fora pego de surpresa. Não pelo fato de Sarah ter lhe oferecido a chave, mas por ver ao fundo uma imagem bastante intrigante. Uma figura alta e arcada, com um sobretudo negro passando. Não que ele o conhecesse, mas algo em suas mãos chamou-lhe atenção. Já tinha visto em várias ocasiões antes. Mas não podia ser, ou será que podia?
- Hey! - Algo passou em frente aos seus olhos e então notou que Sarah o estava encarando com uma expressão séria em seu rosto. – Você está bem?
- Desculpe... – disse ele pegando em sua mão - ... vamos, preciso ver uma coisa.
Ele então começou a andar, a pessoa em questão tinha cabelos escuros, ou algum tempo atrás tivera. Embora estivesse usando um chapéu, dava pra ver fios brancos saindo de sua cabeça. A pequena rua era realmente pequena pra tanta gente. Mesmo ele querendo seguir aquele homem, volta e meia Harry esbarrava em algum bruxo ou bruxa que via algo interessante na barraca do lado oposto.
- O que foi Harry? – ouviu a voz de Sarah mas apenas continuou a puxando pela mão entre os transeuntes.
O homem então parou próximo a uma tenda, ele então olhou em volta de um modo estranho e rapidamente entrou. Harry então tentou passar por mais alguns bruxos que estavam no caminho, mas do nada, alguém lhe bloqueou a passagem.
- Onde pensa que vai Sr. Potter? – disse a pessoa e então Harry notou que era professora Vector de Aritmancia. Na verdade, não era professora de Harry, mas ele a conhecia dos anos anteriores. – Os alunos devem ficar juntos a partir de agora.
Ele até tentou argumentar com ela, mas perdera o homem de vista assim que ela praticamente começou os empurrar para o final da rua onde professora Sinistra os chamou dizendo que deveriam ir até o campo, mais afastado onde poderiam ter uma vista melhor do espetáculo, e começou a fazer os apontamentos finais do que seria avaliado quando chegassem ao castelo. Assim como foi dito, os alunos começaram a segui-la mais abaixo da rua.
Agora debaixo da luz do luar, o tamanho do campo da vila parecia ainda maior. Relvados puramente aparados e jardins de flores cruzavam com trilhas correndo em todas as direções. Obviamente o prefeito da cidade decidira deixa-la mais “apresentavel” já que receberia vários politicos e pessoas importantes. Algumas das trilhas eram serpenteantes e estreitas, deitados com pedras de cascalho, outras eram ruas de laje, cortando caminhos retos entre as várias outras construções atuais.
Conforme Harry, Sarah, Rony e Hermione andavam até o centro do campo, eles encontravam inumeráveis pessoas de quase todas as idades, na maioria vestidos com várias versões de roupas antigas, o que consistia, geralmente, de uma camisa, gravata, calças e coletes com cordões dourados nos bolsos para os garotos, ou uma blusa, saia ou vestido extremamente bufantes para as garotas. Casacos com decote em forma de V eram ocasionalmente vestidos, especialmente pelas garotas, e alguns os renunciavam completamente ou a carregavam pendurado nos ombros.
Quando Harry olhava ao seu redor, sua visão era preenchida por vestes muito coloridas e vividas, ele contou pelo menos meia-dúzia de diferentes combinações de cores. Entretanto, também notou que as pessoas em cores similares tendiam a formar grupos deles próprios, caminhando rapidamente entre as barracas ou vagueando perto dos bancos e paredes baixas que pontilhavam o campo, rindo e passando o tempo, ocasionalmente lançando em volta estranhas bolas esportivas de couro.
Os prédios que emolduravam as ruas eram na maior parte de tijolos, cobertos de hera, com sótãos e torres se projetando de seus altos telhados. As entradas eram extensas e grandes, com escadarias de pedra levando a barreiras de pesadas portas de madeira, várias apoiadas abertas para admitir o ar fresco do verão. A maioria dos prédios principais pareciam percorrer um extenso espaço comunal e estreito muito longo, pontilhados com árvores antigas imensas, fontes, pequenas pontes e jardins com bancos de ferro cheio de arabescos.
No ponto mais alto da vila, perto do que parecia ser uma pousada havia algo parecido com uma antiga ruína que Harry obviamente deduziu se tratar de onde ficava o castelo do Senhor Feudal de Cork, na maioria consistida em blocos de pedra empilhados ao acaso em volta de uma fundação coberta de grama. A única parcela reconhecível da ruína era a entrada principal e degraus, que pareciam prontos para cair ao menor movimento. Uma estátua quebrada e bastante gasta de um homem severo, vestido elegantemente e segurando um chicote ao seu lado se erguia na frente da passagem de entrada do “castelo”, parecendo que um dia estivesse no topo de um grande pedestal que tinha, pelo tempo, sido enterrado. O nome gravado no topo da porta da ruína mal era legível: Elmister Delvaux.
Do outro lado da ruína, erguendo-se na extremidade da entrada, como um patriarca na frente de uma mesa gigantesca, havia um prédio vermelho de tijolos absolutamente imponente com suportes e colunas de pedra, fileiras de altas janelas e uma torre do relógio atordoantemente alta que içava-se sobre a impressiva entrada da pequena praça. O nome do povoado e data de origem estavam gravados sobre as colunas em grandes letras de forma:
CONDADO DE CORK
FUNDADO EM 1688
Harry teve um pressentimento que já vira aquele lugar antes, mas mesmo que tentasse, não conseguia lembrar. Talvez fosse dos livros que eles haviam pego para pesquisar, ou dos recortes de jornais... provavelmente era o prédio da prefeitura. Ele tinha visto aquela mesma torre do relógio, apesar que de um ângulo diferente. Harry se sentiu um pouco surreal agora, olhando para a construção diante dele.
- Vai me contar o que foi que você viu enquanto estavamos próximo as barracas? – disse Sarah. Hermione e Rony acabaram chegando na mesma hora.
- O que foi que houve? – perguntou Hermione.
- Não sei dizer... – disse Harry, na verdade ele não tinha exatamente certeza do que tinha visto ou SE o que tinha visto não era apenas uma coicidencia. – Eu vi um homem com sobretudo preto e um chapéu. Cabelos brancos... bem, mas não foi exatamente ele... a bengala...
- Bengala? – perguntou Rony – Harry, metade desse povoado usa uma bengala...
- Não era qualquer bengala... – disse Harry com o rosto sério - ... O punho era exatamente como a que Lucius Malfoy usava...
- Você tem certeza? – perguntou Sarah agora parecendo preocupada.
- Absoluta... – confirmou Harry. Ele lembrava-se muito bem da forma de uma serpente prateada com olhos de esmeralda que o pai de Draco usou para examinar sua cicatriz no seu segundo ano.
- Quem exatamente você viu Harry? – perguntou Hermione com o mesmo olhar de Sarah – Onde você o viu pela ultima vez.
- Estávamos próximo a barraca de doces... – disse Harry - ... ele entrou em uma tenda. Parecia que estava tentando se esconder de alguém. Ou tentando evitar que alguém o visse.
Rony então encarou Hermione e sua expressão acabou tomando a mesma proporção das meninas.
- Não seria a tenda azul e ciano escrito “Administação” ou seria? – perguntou ele.
- Não sei, não havia placa alguma de identificação por onde ele entrou. – Disse Harry tenando lembrar de mais algum detalhe.
- Só tem apenas uma barraca com as cores do Ministério da Magia... – disse Hermione agora olhando a localização em um pequeno cartaz preso a um mural antigo de madeira próximo a estatua do Senhor Feudal.
- Então ele deve ser alguém do Ministério... – disse Harry rapidamente.
- Pode até ser...mas o que Draco Malfoy estaria fazendo na mesma tenda? – perguntou Ron e então Harry o encarou.
- Sim... o vimos saindo da tenda assim que a professora parou vocês dois... – disse Hermione - ... estavamos já com nossos medalhões na mão quando ouvimos a professora chamando “Sr. Potter”.
- E o que é isso? – perguntou Sarah olhando para uma mochila nas mãos de Ron.
- Achamos isso na tenda... – disse Hermione entregando a Harry - ... está vazia na verdade. Alguém deve ter perdido.
- Ou foi deixada lá de propósito... – disse Harry colocando-a nas costas. - ... vou guarda-la comigo e ver o que acontece, se Malfoy estava nessa tenda... podem ter certeza de que vão agir ainda essa noite.
***
Perto da muralha mais ao longe uma grande área de plataformas cercando uma fonte, com uma estranha bola de mármore preta que parecia flutuar bem no centro. Jatos de água espiralavam aqui e ali como peixes translucidos em um lago. Um vulto percorria as sombras das divisas com a floresta. Suas vestes como as fantasias usadas pelos habitantes do vilarejo acabavam sendo uma camuflagem perfeita. Transfigurara suas feições para ficar um tanto diferente. Contudo o plano estava seguindo como o combinado. Conseguira influenciar o estúpido aluno a acompanha-lo, e alterara o feitiço de propósito para que os planos de seu mestre fossem enfim executados.
Com a presença de Morgana, a fenda entre os mundos estaria finalmente aberta. Os mais poderosos feiticeiros seriam trazidos de volta para enfim escravisar todos os trouxas e seus simpatizantes. A glória bruxa estava prestes a se concretizar mais uma vez. Os trouxas não eram capazes de fazer nada sozinhos, tão inúteis, sensíveis em todos os setores da vida. Propensos ao fracasso desde o ventre de suas mães. Inventando coisas para se autodestruir. Meras mentes insignificantes. Era preciso alguém poderoso para enfim colocar um ponto final nessa devastação que ocorria desenfreada na humanidade.
Fora ele que por anos a fio pesquisara sobre a lenda do Despertar. Ele e seu irmão Quirinus, sempre foram menospresados e subjulgados por sua aparencia e fragilidade. Enquanto Quinny estava na Albania, ele por sua vez fora a fundo na sua pesquisa sobre a história de Morgana e sua obsessão por ser melhor que Merlim. Por anos circundou o planeta ouvindo histórias, muitas delas apenas eram isso, histórias. Contudo em meio a suas andanças, ele encontrara finalmente algo que valia a pena ser investigado. Uma velha louca, que a muito tempo morava isolada no interior da floresta de Glastonbury. A muito os trouxas contavam histórias mirabolantes sobre Rei Arthur e Merlim, obviamente o taxando como feiticeiro ou um simples mago que iludia os pobres coitados com truques baratos de magica. Mas ele, como tantos os outros grandes bruxos, sabiam e muito bem como enganar os trouxas. Passaram-se anos, até que ele conseguiu encontrar essa tal velha louca. Ela se chamava Thelema Goldi. Vivera a maior parte de sua vida no Oriente antes de vir depois de seus 50 anos para a Inglaterra. Em meio a vários delírios ela falou algo que despertou ainda mais seu interesse.
- A pedra de Merlin foi encontrada... – disse ela.
Obviamente ele ficou curioso. Jamais em todos esses anos ele ficara sabendo sobre a existencia de alguma pedra que pertencia ao mago. Por mais que procurasse tais registros não encontrara em lugar algum. Percorrera todo e qualquer canto do planeta em busca de alguma pista sobre a pedra mas não obetera resultados. Frustrado, ele então voltou até Glastonbury, para falar novamente com Thelema, mas infelizmente não a encontrou mais. Disseram que ela havia anoitecido na floresta mas pela manhã, não a encontraram, era como se tivesse evaporado. Assim, intrigado e frustrado, enquanto seu irmão se aventurava pela Albania em busca dos restos do Lord das Trevas, ele, se apegou a estudar sobre a então meia irmã de Merlin, Morgana LeFay. Em suas vastas buscas por informações, acabara descobrindo sobre a lenda do “Despertar” e como tinha ligação com o povoado de Cork. Pesquisara a fundo e tentara mapear as reliquias as quais pertenceram a Morgana. Tinha de admitir que não fora nada fácil, Frustrado, e com vários problemas financeiros, acabou recorrendo a vários trabalhos ilícitos. Principalmente quando deparou-se com a notícia de que seu irmão havia sido morto. Até então, bem... ele não tinha exatamente certeza do que havia acontecido. Tinha de admitir que precisava de ajuda para lecionar na escola afinal sua candidatura havia sido negada por duas vezes antes. E em meio essa sua “vida”esbarrara com um bruxo em um bar na travessa do tranco. O bruxo em questão disse que podia ajuda-lo a entrar em Hogwarts, desde que, ele o ajudasse quando fosse necessário. Cego por sua dor, por ter perdido seu irmão ele concordou.
Como aquele estranho havia lhe ajudado ele não tinha a mínima idéia, contudo Hogwarts era um poço de informçaões. Em meio a seus estudos sobre Magia Antiga, encontrara passagens sobre o antigo fundador Salazar Slytherin. Sabia sobre a sua obcessão na ascenção bruxa, e pelo poder da imortalidade. Aprofundou-se ainda mais na obteção de informações, e em meio a pergaminhos antigos, encontrou o que tanto procurava. Suas buscas por informações, o levaram até o Egito a principio. Um pouco antes do inicio das aulas. Em meio a anotações sobre o estudo de Salazar com a busca pela imortalidade, ele falava sobre um livro capaz de trazer os mortos a vida. O chamado Livro dos mortos. Muito pouco se sabia de quem o tinha escrito, ou o que ele fazia realmente mas se Salazar Slytherin o queria a todo custo, bem, obviamente deveria ter alguma veracidade nessa informação. Ele então extendeu um pouco mais sua estadia, até encontrar um contrabandista disposto a leva-lo até os lugares mais obscuros que a Magia Egipsia podia chegar.
- Tem certeza de que está no lugar certo? – perguntou ele ao seu guia que apenas meneou a cabeça confirmando.
- Eu lhe avisei que não era um lugar para gente como o Senhor... – disse o homem baixinho e cararncudo que cheirava a firewisk. - ... as pessoas raramente vem aqui se quer saber... preferem lugares nemos morbidos... se é que me entende.
Eles andaram por mais de uma hora por um labirinto de tuneis embaixo da terra e cada vez parecia que desciam mais. Porém, quando finalmente chegaram nos fundos da camara onde possivelmente estaria o livro. Ele não estava mais lá. Somente alguns meses depois, Mesmero deparou-se com o Livro dos Mortos em um panfleto do Museu de Londres a exibição Anúbis. O qual retratava toda a história do Deus Egípsio, cultura e crença sobre a morte. Passado alguns dias, soubera finalmente através de Argus Filch como realmente seu irmão havia morrido, e então jurou vingar-se. Mas sabia que não poderia fazer isso sozinho, também tinha ouvido sobre o Lord das Trevas e então, decidira se aprofundar ainda mais no mundo obscuro das ruas de Londres a procura de informações que pudessem leva-lo a “Você sabe quem”. Tinham um interesse em comum. Matar Harry Potter!
E assim começara sua missão mais árdua. Informar e relatar tudo o que acontecia no castelo ao seu “bem feitor” o qual lhe disse que poderia lhe ajudar, desde que, o ajudasse em troca. Ele nunca havia visto o bruxo na verdade ele nem ao menos havia visto seu rosto, apenas ele havia lhe dado o nome de um garoto o qual lhe ajudaria no que fosse preciso em Hogwarts mas, precisava que ajudasse esse menino a completar uma missão. E que se ele obtivesse sucesso, conseguiria cair nas graças de Lord das Trevas, e então fazer parte do seu círculo mais valioso.
Missão essa que ele conseguiu por assim dizer. Tentara de formas frustradas pegar Harry Potter e o fazê-lo pagar pelo que tinha feito a Quinny, seu irmão. Mas não conseguira. O menino era muito bem “guardado” por Dumbledore e seus aliados. Então não o podia atacar diretamente. Tentou também usar a garota com quem ele saía mas alguma coisa nela, o impedia, tentara por duas vezes lançar a maldição “Impérius” na garota mas não funcionou. Tentara também induzi-la através da professora de Advinhação mas fora outra falha. Por fim, usara tantos feitiços na professora que acabara por manda-la para o St. Mungus. Noutra fora pego por uma auror jovem, não recordava-se de seu nome, e tivera de ser criativo em amaldiçoa-la com o sono eterno. Com o tempo, e convivência, ele obteve informações importantes sobre o homem em questão. Ele trabalhava no ministério da magia e assim como tal, achava que o lugar legítimo da humanidade bruxa era governar. Que o mundo trouxa deixado à sua própria sorte, eram um perigo para si próprios e para os outros. Sendo assim, o mundo precisava de alguém forte o suficiente, alguém que pudesse subjulgar tudo e todos. E por isso, seu conhecimento sobre o livro dos mortos era algo que - como disse o homem – o Lord das Trevas acharia de muita valia.
Por isso ele estava ali. O idiotinha aluno da Ravenclaw até podia pertencer a casa dos intelectuais, mas fora manipulado como um fantoche. Ele sabia que a primeira fase para trazer Morgana de volta a terra, estava quase completo, precisava apenas de uma gota de sangue de algum descendente de Merlin para enfim ela poder ressurgir trazendo o Caos. Ela era a única que poderia fazer o feitiço capaz de trazer os feiticeiros mais poderosos a vida novamente.
Mas para isso, ele precisava terminar o encantamento onde ela fora banida para o limbo. O lugar em si estava todo enfeitado afinal, o pequeno pupto onde o “atual ministro” estaria dando inicio as festividades ficava pais a frente da fonte da Lua. Seria lá o berço de uma nova civilização mágica. Mesmero aproveitou a aglomeração que estava cercando o local para se colocar em um ponto onde pudeses ver o local e ao mesmo tempo o cometa de duas caudas que seria o sinal do cosmos indicando a hora da conjuração. Faltava apenas um detalhe para que esse plano fosse completo. E isso não dependia mais dele. Atentamente ele então começou a observar o movimento. O ministro então subiu até o pequeno palco de costas para a fonte da lua iluminada levemente que tinha como plano de fundo um céu praticamente estrelado. Abaixo apenas o pé montanha com floresta densa e escura.
- Sejam todos muito bem vindos ao nosso FESTIVAL DAS ESTRELAS... – começou a falar o Ministro da Magia, o Sr. Adalbert Travers. - ... Não sabem o quanto estou imensamente feliz em traze-los até esse adorável povoado.
Como sempre, e era de se esperar o Ministério colocava qualquer palhaço para fazer campanha em todos os lugares. Meneou a cabeça e então começou a observar os que estavam se aproximando. Ao fundo, a voz do Ministro ecoando pelo ar pedindo para que todos se aproximassem mais. Rapidamente ele olhou em volta, o local onde ele estava, rapidamente seria bloqueado e ele não conseguiria lançar o feitiço que precisava para concluir a missão. Mais uma vez ele lentamente começou a circundar o local em busca de um lugar específico onde pudesse lançar o feitiço. Aos poucos foi andando novamente. Circulando o público e tomando cuidado para não chamar atenção de alguém impertinente. Parou então ao lado de um pequeno pedaço de pedra, que outrora poderia ter sido um muro e notou um vulto passando por trás da enorme esfera. O vulto então se aproximou lentamente por trás e depositou algo embaixo da esfera central.
- “Será que ele conseguiu?” – pensou ele enquanto olhava em volta. Precisava se certificar.
- Sim meus caros! – dizia o Ministro – Daqui a poucos instantes nossos olhos serão preenchidos com o mais belo espetáculo. Jamais presenciado nessa era... – Ele então olhou para todos em volta. Suas bochechas rosadas se contorcendo num sorriso que o fazia espremer os olhos - ... a última vez que esses dois eventos foram presenciados, houve uma terrível batalha aqui, nesse mesmo local...
Momentos depois, Mesmero observou agora um objeto retangular ser colocado ao lado do pequeno objeto. Estava tudo pronto então. Tinha chegado a hora.
***
Harry e Sarah continuaram caminhando com o grupo de alunos até o campo onde agora só haviam os destroços do castelo. E é claro uma fonte. A qual ele não tinha a mínima ideia do que se tratava. Apenas que ouviu em algum lugar se tratar da Fonte da Lua. Talvez porque havia uma grande bola negra levitando no centro. Hermione pegou no braço de Ron e chamou Sarah que a seguiu segurando na mão de Harry.
- Aqui podemos ter uma visão maior de tudo... – disse ela sentando-se numa pedra ou no que sobrara de alguma escultura - ... as ruinas do castelo ficam atrás da fonte. Se qualquer um de nós ver algum movimento, partimos para ação.
Era difícil para Harry prestar atenção em outra coisa que não fosse a garota ao seu lado. Sentia-se tão bem que mesmo que tentassem não iam conseguir estragar aquele momento. Sara então fizera uma careta e isso fez com que ele sorrisse.
- O que foi? – perguntou ele passando o braço direito por sua cintura a trazendo para mais perto.
- Nada sério... só... – então examinara a mão - ... meu dedo está latejando.
- O que espetou no broche? – perguntou Harry pegando a mão da garota e tentando examinar.
- O que foi? – perguntou Ron.
- Sarah espetou o dedo em um broche agora pouco na barraca de bijuterias... – disse Harry.
- Não foi nada demais... só que está latejando... – disse Sarah puxando a mão, mas Hermione puxara sua mão com força.
- Você sabe que não pode ficar tocando nas coisas sem saber de onde elas vêm... – ralhou Hermione pegando a sua pequena bolsa e começando a procurar algo lá dentro. Sarah olhou para ela praticamente enfiando o corpo quase todo dentro da pequena bolsinha de couro.
- O que exatamente você carrega aí? – perguntou Sarah quando ela finalmente tirou um frasquinho pequeno da bolsa.
- Hum... bem... digamos que o necessário... – respondeu ela pegando a mão de Sarah e já passando o líquido roxo.
- Necessário pra que? – perguntou Ron examinando o interior da bolsa- Para um apocalipse?
- Nunca se sabe... – disse a menina arrancando a bolsa das mãos do namorado - ... tem de se estar preparada para tudo nos dias de hoje...
Contudo, Harry não estava prestando muita atenção. Uma sombra estranhamente pequena e rápida passara raspando por trás de suas pernas. Ele pensou a principio que poderia ser um cão ou gato. Mas era apenas uma sombra.
- Harry? – perguntou Hermione quando notou o garoto olhando para trás de um bloco de pedra próximo a uma barraca.
- Vocês viram? – perguntou ele andando de vagar até onde vira a sombra.
- O que? – disse Ron encarando o amigo e andando com ele.
Os dois tomando a dianteira na frente das garotas. Harry fez sinal para Ron ir pela direita, e ele iria pela esquerda para cercar seja lá o que quer que fosse aquela coisa. Lentamente os dois começaram a andar e quando cercaram a estranha figura ela saltou como uma sombra negra Harry foi ataca-lo com um feitiço, mas Hermione saltara em sua mão o impedindo.
- NÃOOOOOO.... – disse ela batendo em sua mão e rapidamente na de Rony.
- Porque não? – respondeu Harry irritado.
- Vocês não sabem o que é isso? – perguntou Sarah e os meninos menearam a cabeça.
- Esse negócio é um Esurien... – disse Hermione voltando a se sentar no lugar onde estava.
- Um o que? – perguntou Ron.
- Tenha dó Ron! Você estudou sobre isso comigo para os NIENs... – respondeu a menina - ... são criaturas das sombras... elas habitam geralmente lugares onde houve uma batalha mágica.
- Carniceiros de magia... – disse Sarah olhando para Harry - ... eles devoram toda e qualquer magia existente.
- E porque teríamos medo de uma coisinha dessas? – perguntou Ron rindo.
- Porque essas coisinhas... podem virar um Dementador bem perigoso... – advertiu Hermione - ... Esuriens são criaturas que se alimentam de magia, quanto mais magia... mais fome sentem, e quanto mais comem...
- Piores eles ficam... – Acrescentou Sarah.
Harry então olhou novamente para onde a criatura havia desaparecido. Foi então que notou, o homem no alto do palco. Era o mesmo homem que ele havia visto entrando na tenda.
- É ele! – disse ele.
Hermione que estava tentando não se zangar com Ron parara de falar na hora. Ron virou-se para ele.
- Ele quem? – perguntou Sarah.
- O cara lá em cima do palco... – disse Harry.
- Aquele é Alfred Travers... – disse Rony – É o amigo do papai...
- Ele sempre usou aquela bengala? – perguntou Harry.
- Na verdade não... – disse Ron coçando o pescoço - ... meu pai diz que foi depois que ele pegou um tipo de gripe que o deixou bem debilitado. Ficou em casa quase um mês.
- Um mês? – perguntou Harry.
- Humhum... – gemeu Ron - ... foi depois que voltou de uma visita a Azkaban na verdade. Ele parecia muito estranho. Não sei dizer.
- O que você está pensando? – disse Hermione já vendo a expressão no rosto do amigo.
- É óbvio... – respondeu o garoto - ... olha a bengala dele!
- O que quer dizer? – disse Sarah.
- Quantos bruxos exibem seu fascínio por serpentes tão abertamente quanto Lucius Malfoy!
- Você está querendo dizer que... o novo ministro da magia é o pai do Draco? – perguntou Hermione.
- Não só estou como eu sei que é! – disse Harry.
- Faz todo sentido! – respondeu Ron. – Ele deve ter tomado um Imperius de alguém, sem perceber... papai sempre disse que Travers era alguém distraído, não sabia como ele ainda estava no Ministério. Isso explicaria porque ele nunca conseguiu tirar papai de Azkaban!
- Ele não tirou porque seu pai servia mais preso... – disse Harry. – Com seu pai fora ele podia assumir o posto.
- O disfarce perfeito! – disse Sarah – Quem suspeitaria do próprio Ministro da Magia!
- Temos que fazer alguma coisa! – disse Harry com urgência.
- Mas o que? – perguntou Hermione – Você não pode simplesmente subir lá em cima e atacar o Ministro, vão jogar você em Azkaban se fizer isso!
- ESTÁ NA HORA! – os garotos ouviram a voz no alto do pupto falar e o céu explodiu em estrelas cadentes. Uma após a outra foi estalando no céu escuro pequenos pontos luminosos que deixavam um rastro brilhante no céu. – VEJAM! AS PRIMEIRAS ESTRELAS!
Harry assim como os outros não estava exatamente prestando atenção nas estrelas ou no céu, apenas observava tudo ao seu redor. A quantidade de pessoas inocentes ali eram muitas, assim como no seu quarto ano quando comensais invadiram a taça mundial de quadribol. Seus olhos esquadrinhavam o local mas era praticamente impossível ver tudo ao mesmo tempo ainda mais, com o vem e vai de pessoas fantasiadas.
- Cara como vamos saber exatamente o que irão fazer? – perguntou Ron olhando para os lados – Tem muito movimento...
- Concentrem-se na fonte... – disse Harry encarando o local -... se algo for acontecer, tenho a sensação de que vai ser lá.
- E como sabe? – perguntou Sarah.
- Pode-se dizer que é instinto... – disse ele.
Nesse instante houve então um clarão no céu, e uma bola de fogo começou a cruzar a noite. A bola com uma luz fria, deixava uma calda para trás de poeira brilhante. Podia-se ouvir o som de vários “Hoooo” e “Ahhhhh” da multidão, e realmente Harry tinha de admitir que era muito bonito. Se não escondesse a crueldade por trás desse evento planejada por bruxos sórdidos. Foi então que ouve novamente uma explosão silenciosa, o cometa acabou dividindo sua cauda em duas.
- VEJAM QUE MARAVILHA DO UNIVERSO... – o Ministro falava, seus olhos fixos no céu como um louco – O COMETA DIVIDIU SUA CAUDA EM DUAS...
O tempo estava correndo e Harry não tinha noção exatamente do que fazer. Não sabia o que iria acontecer com aquelas pessoas caso eles conseguissem fazer seja lá o que eles estavam planejando. Harry olhou para os amigos, olhou para Sarah especificamente. Seus olhos estavam com o mesmo brilho preocupado do qual ele estava. Harry então pegou nas mãos de Sarah por alguns instantes o que a fez olhar preocupada para ele.
- Sah... eu sei que não é o momento, mas... – Ele levou suas mãos ao rosto da garota e a beijou. Harry tinha noção de que isso acabaria mais alarmando a namorada do que a acalmando, mas precisava que ela confiasse nele. Não tinha ideia de como parar tudo o que poderia acontecer, mas estava decidido a dar a vida dele se pudesse prolongar a dela ao máximo possível. Depois de alguns poucos minutos ele apoiou sua testa na dela - ... olha... eu preciso fazer alguma coisa, quero que você e Hermione deem um jeito de tirar o máximo de pessoas daqui.
- O que você vai fazer? – perguntou Sarah com urgência chamando atenção de Rony e Hermione.
- Eu ainda não sei... – disse ele - ... precisamos desmascarar Lucius Malfoy... tem membros do ministério aqui... talvez eles possam...
Fora nessa hora que ele sentiu alguém o pegando pelos braços e o imobilizando pelas costas.
- As varinhas! Peguem as varinhas! – disse uma voz vinda dos fundos de uma tenda. Harry tentou olhar para trás, mas não conseguiu. Um homem vestindo roupas típicas do vilarejo como tantos outros dava as ordens. Tanto o garoto como seus amigos não entendiam direito do que é que isso se tratava.
- O que o Sr. Pensa que está fazendo? – Disse professora Vector com as duas mãos na cintura. – Esses são alunos de NIEMs de Hogwarts!
- Desculpe madame..., mas recebemos denúncias... – disse o homem mais alto e corpulento com um bigode bem longo e curvado.
- Que insanidade! – disse ela tentando livrar Hermione do outro bruxo que a segurava - ... estamos aqui apenas com fins acadêmicos, como pode uma simples denúncia... – nesse instante algo pareceu atingir a professora que ficara com os olhos vidrados por alguns segundos.
- Professora Vector? – chamou Hermione.
- Er... Acho que vocês devem ir com esses senhores... – disse a professora do nada, dando as costas a eles. Harry, Sarah, Rony e Hermione foram sendo escoltados rumo aos fundos do pupto onde o Ministro da Magia parecia entorpecido com tudo o que acontecia. Em sua cabeça, Harry tentava com todas as forças achar uma maneira de se livrar dos bruxos, ou pelo menos distrai-los para que seus amigos pudessem fugir, mas não tinha como, estava imobilizado e sem posse de sua varinha. A professora Vector parecia ter sido enfeitiçada pois desapareceu de vista logo que os deixou com os seus raptores.
- Porque estão fazendo isso? – perguntou Hermione enquanto Ron era jogado sobre alguns fardos de feno.
- Ora... porque essa é a ordem das coisas... – disse a voz do Ministro que parecia ter finalmente desligado sua voz do microfone.
- O que você quer? – Harry exigiu saber.
Lucius suspirou dramaticamente enquanto andava com um sutil estalar de ossos e tendões.
- Esta é uma pergunta que já respondi, Sr Potter... - Disse ele – A muito tempo... pensei que já estivesse claro. A história se repete, só que desta vez é preciso acertar os detalhes. Pode se juntar a mim nessa empreitada... ou ficar no caminho de meu mestre e ser dizimado assim que a Senhora do Caos finalmente retornar... Se você fizer isso, cuidarei para que sua adorada... – então voltou seus olhos para Sarah - ... namorada e seus amigos... sejam transferidos para um local seguro. É tudo muito simples, na verdade.
- Isso é loucura! Como devo me juntar a vocês? Como eu poderia? – perguntou ele. Porque raios Lucius Malfoy precisaria dele tendo tudo o que precisava para invocar Morgana e o resto dos bruxos mortos.
- Chegaremos a esse ponto... – Lucius então sorriu levemente. - Por enquanto, basta responder à pergunta: você pretende ser nosso aliado? Você, Sr Potter, se juntará a nós?
- Você está louco... - exclamou Harry com impaciência – Porque eu deveria acreditar em você? Vai nos matar assim que conseguir o que quer...
- Que infortúnio me acusar tão severamente sem saber os termos da nossa parceria... – disse Lucius, os cabelos grisalhos e o olhar inescrupuloso aparecendo por detrás dos óculos. Ele deu um suspiro profundo e olhou para Harry especulativamente. - Você não é meu primeiro parceiro, Sr. Potter. Eu tenho outros, um deles é um homem intrigante, mas impiedoso. Foi ele quem me apresentou a essa incrível e fascinante história, que reconheceu o potencial da nossa aliança. Você conhece esse sócio de quem estou falando, não é, Sr. Potter?
A mente de Harry estava tão confusa de medo e preocupação que por um longo momento ele não teve ideia do que Lucius estava falando. Então, com um choque, a verdade se concretizou.
- Você quer dizer… - ele disse, sem ousar dizer isso em voz alta. Lucius riria dele? Zombaria dele? Duvidaria dele como tantos outros? Ele se fortaleceu e continuou: Seu outro parceiro… é o professor Mesmero?
Lucius assentiu lentamente, de forma significativa. - Estou com ciúmes de você, Sr. Potter, disse ele, quase brincando. - Você o conhece há mais tempo do que eu. Na verdade... ELE o conhece a mais tempo que você o conhece... talvez não tenha notado a semelhança entre ele e... seu primeiro professor de Defesa contra as Artes das trevas... Vocês dois têm uma história. Não tente negar.
Hermione virou-se para Harry enquanto Lucius falava, com os olhos arregalados, mas não exatamente chocados. Ele sabia o que ela estava pensando: por isso viram Quirrell na penseira... ele era a chave, Mesmero era irmão de Quirell.
Rony se aproximou de Harry. – Caramba... - ele disse baixinho - ...você estava certo.
- É da história que você e ele compartilham que quero falar, Sr. Potter... - disse Lucius um pouco casualmente para esconder a intensidade de seu interesse. - Pois isso formará a base da parceria entre nós. - Enquanto Lucius falava, andava calmamente entre os garotos e seus capangas apontavam suas varinhas para eles. Ele se virou, andando lentamente - Há algo que eu quero, Sr. Potter. Algo que você já ouviu falar, sem dúvida. É uma ótima ferramenta. Ainda maior que a própria Morgana. Cheguei à compreensão de que quem o possui a própria estrutura do destino. Com isso, eles podem sair das restrições caprichosas e absurdas do destino. Em vez disso, eles podem fazer do destino seu escravo, submetendo-o a todos os seus caprichos. Você conhece a ferramenta da qual falo, Sr. Potter. Meu outro parceiro, Sr. Quentin Quirrell, a quem você chama de Mesmero, me garante isso. Na verdade, ele me disse que você é, simplesmente, a chave para isso. Você, meu jovem amigo - disse Lucius, virando-se para encarar Harry diretamente, perfurando-o com seus olhos frios e cinzentos - Você… é a chave para que o Despertar funcione
Harry devolveu o olhar de Lucius, sua boca repentinamente seca como algodão, completamente pasmo. Do que é que aquele bruxo doido das trevas estaria falando? Ele? O que ele teria haver com o retorno de bruxos das trevas a muito tempo mortos?
- E assim... – Lucius continuou aproximando-se lentamente de Harry medindo-o - ... eu apresento a você a natureza de nossa parceria. Eu desejo essa chave meu caro. Já lhe disse que está quase ao nosso alcance. Tenho certeza de que você é o meio para isso. Está na sua mão. Tudo o que você deve fazer para salvar a vida de sua amada Srta Perks e de seus amigos… é entregá-lo para mim.
Harry não conseguia falar. Mais do que tudo, ele queria salvar Sarah, Ron, Hermione... mas ele não tinha ideia do que aquela figura loucamente transformada estava falando. Por que ele pensaria que Harry era o meio para uma chave? Por que ele diria que estava na mão dele, de Harry? Desamparado, Harry olhou para baixo, abrindo as mãos. Eles estavam vazios, é claro.
- Ele mentiu para você... - Harry disse fracamente, sem tirar os olhos das mãos abertas.
- Fale, Sr. Potter - Disse Lucius em advertência. - E tome cuidado: a vida das pessoas que você ama depende das suas próximas palavras.
Harry balançou a cabeça, desejando ter algo mais a oferecer, desejando que Mesmero não tivesse sido tão terrivelmente cruel. Ele ergueu os olhos para Lucius - Ele mentiu para você... - Disse ele com os olhos cerrados. - Mesmero... Quirrell ou seja lá como for seu nome... foi quem lhe disse que eu era o meio para encontrar essa chave não foi? Mas ele mentiu. É um truque. Um truque horrível e cruel. Em nós dois.
- Senhor Potter... – Lucius tornara a falar pomposamente - Você está me dizendo que se recusa a me dar o que eu almejo”
- Estou lhe dizendo... - disse Harry levantando a voz - ... que não tenho isso para dar... - Ele olhou de lado para Ron. - Não tenho a mínima ideia do que você está procurando, seja lá que raios de arma, chave, portal ou pouco me importa o que seja... não sei do que está falando, ou porque motivos deveria estar comigo.
O rosto de Lucius endureceu com isso. Toda a alegria mesquinha praticamente evaporou, deixando apenas uma crueldade obstinada.
Lucius então se endireitou - Assim seja... - ele disse friamente, quase petulantemente. - Se você não deseja jogar meu jogo, Sr. Potter, então temo que não tenha nenhuma utilidade para você. - Ele olhou além de Harry, dirigindo-se para o homem com bigodes grandes - Mate eles.
- Mas Ministro... – o bruxo ainda argumentou.
- Está questionando minhas ordens Odger? – disse Lucius – Não os ouviu? Eles tentaram contra a vida de um membro do Ministério! Não quero piedade!
Harry não conseguia acreditar no que ouvia. Estariam ele, Sarah, Ron e Hermione prestes a serem mortos por um traidor com bigodes tão grandes que batiam no seu peito largo?
Ele se virou, mas o homem não estava mais atrás dele. Ele estava se movendo ao redor deles para se juntar a Lucius, seus olhos firmes enquanto olhava para Harry, sua varinha ainda erguida.
- Pode começar com a Srta Granger... – disse Lucius sem rodeios já tentando tomar novamente seu lugar na frente do pupto.
- Espere! - Harry gritou tentando empurrar Hermione para trás dele, mas ela o empurrou.
- Não seja estúpido, Harry! - Ela sibilou. - Você é muito nobre e tudo, mas é inútil.
De repente, Ron avançou, empurrando o homem para onde ele estava e inexplicavelmente enfiando a mão em suas vestes. O bruxo saltou para trás, girando a varinha descontroladamente.
- Avada…! - ele gritou, mas Ron foi rápido demais. Ele se chocou contra o bruxo e o seu parceiro, empurrando-os de costas contra a pilastra onde ficavam as cortinas que dividiam o pupto da “coxia” onde estavam. O peso combinado desequilibrou a pilastra. Ela oscilou e caiu no chão com Ron e ambos os “guardas” em cima. Harry se jogou para frente para ajudar seu amigo, mas uma explosão vermelha o cegou, emanando da dupla que lutava. Ron voou para trás, repelido pela explosão, e bateu contra o pupto em que estava Lucius, derrubando-o também.
- ESTÃO TENTANDO MATAR O MINISTRO! – ouviu-se alguém falar e começou a correria.
- Excelente, Sr Potter - disse Lucius de forma encorajadora. – Justamente o que eu estava precisando... um ataque físico na frente de milhões de bruxos!
Um novo clarão no céu cegou os demais por alguns instantes então Harry conseguira pegar sua varinha novamente.
- Harry! – gritou Sarah enquanto libertava Hermione. Lucius estava com a varinha apontada para ele. Com a claridade da explosão no céu era possível ver que haviam vários bruxos vestidos de negro e cobertos com capas negras até mesmo os rostos. Isso queria dizer que não faltava muito para que o feitiço fosse completado. Lucius avançou impacientemente. Ron mais que depressa puxara a cortina no qual o bruxo sem ser avisado estava pisando. Lucius caiu com tudo no chão.
Ron tropeçou na confusão, a testa sangrando por causa da colisão com a pilastra
- Que diabos!? - ele gritou sem fôlego, agarrando o braço de Hermione.
- Temos que sair daqui! - Sarah declarou, puxando Harry – Quanto mais longe melhor!
- Ah, acho que não! - uma voz áspera gritou loucamente. Uma mão agarrou o ombro de Harry, apertando-o como ferro. Outra caiu sobre Ron, agarrando-lhe as vestes e desequilibrando-o. Tropeçando, lutando contra as mãos de ferro, Harry foi arrastado para a frente do pupto onde todos assistiam a confusão aturdidos.
- Vocês realmente são simplesmente uma fonte constante de problemas... - O ministro rosnou com os dentes cerrados, carregando Harry e Ron em direção ao seu comitê de auxílio do Ministério. Hermione o seguiu, batendo nele inutilmente com os punhos. - ... Felizmente... - O ministro continuou, com um sorriso doentio - ... eu me orgulho de minha desenvoltura!
Ele empurrou Harry para junto de um dos seus Ministeriais que o manteve preso com a varinha em seu pescoço, Ron foi jogado atrás dele, seguido por Hermione, que lutou e se debateu furiosamente contra a força anormal de Lucius.
- Eu lhe garanto isso... - Lucius engasgou, seus olhos dançando com uma raiva louca - Você é intrépido e tem muito mais sorte do que qualquer mero agitador deveria esperar ter! Mas ouso dizer que nada disso irá ajudá-lo Adeus, meus jovens amigos problemáticos!
Dizendo isso, ele gargalhou estridentemente.
Foi então que algo começou a acontecer na fonte. Feixes de luz começaram a brotar enquanto o cometa de duas caldas cruzava o céu de Cork. Os feixes de luz lunar e estrelar tornaram-se bastante reluzentes, esboçando uma linha bruxuleante pela escuridão sobre centro da área relvada abaixo. O broche e o pequeno livro de Salazar - As relíquias incandesceram na luz brilhante e prateada. Estava acontecendo alguma coisa na fonte.
Harry ouviu algo. Sabia que Sarah e os outros ouviram, também. Todos viraram suas cabeças, tentando localizar a fonte do barulho. Era baixo e sussurrante, vindo de todas as direções de uma só vez. Era trêmulo e distante, quase como uma nota baixa em centenas de flautas longínquas, mas estava tornando-se mais alto. O ministro olhou de relance, seu rosto era uma máscara de alegria, mas Harry estava certo de que, também havia um resquício de temor no rosto dele. Repentinamente, ele segurou firmemente os braços dos garotos com suas mãos duras.
- Olhem! - ofegou ele.
Gavinhas de névoa despejavam-se entre os pilares fonte, trazendo o som juntamente a elas. As gavinhas também estavam infiltrando-se nas ruinas do antigo castelo. Eram tão insubstanciais quanto fumaça, mas moviam-se com inteligência, com crescente velocidade. Serpentearam em direção a fonte, e ali começaram a se acumular. Assim que as gavinhas se uniram, contorceram-se e desmoronaram, formando, a princípio, apenas formas nebulosas, e então se fortalecendo, focalizando-se. Uma seqüência de linhas ligeiramente curvadas e horizontais uniu-se ao centro das pilastras. Com um tremor involuntário, Harry percebeu que se tratavam das costelas de um esqueleto. Uma espinha dorsal surgiu dali, tanto de cima quanto de baixo, conectando- se a mais duas formas, o crânio e a bacia. Aquilo, Harry percebeu, tratava-se de uma aparatação acontecendo de forma lenta. Os átomos de alguém estavam continuamente se unindo, desafiando a inércia reunida dos séculos. O som que acompanhava a aparatação estava tornando-se mais alto e próximo, elevando-se e tornando-se quase humano.
- Ei, Sr. Ministro! - disse uma voz repentina, diretamente atrás de Harry, fazendo com que eles se sobressaltassem. - Pense rápido!
Uma jato do que parecia ser uma poção reveladora fora jogada violentamente sobre a cabeça do Ministro da Magia, que virou-se com as mãos no rosto com um rugido de dor. Instantaneamente, suas feições apesar de estarem debaixo das mãos começaram a mudar. Um longo e louro cabelo começou a brotar por debaixo do chapéu, seu corpo começou a trever, Hermione, Sarah e Harry, viram Ron segurando o pequeno vidro de poção, recuando da bagunça deixada pelo bruxo, que estava esforçando-se para se reestabelecer. Dos ombros para cima, Lucius parecia estar totalmente de volta ao normal, exceto pela parte de baixo que ainda parecia um homem atarracado com pernas tortas.
Em meio a confusão, Harry lançara um feitiço nos dois bruxos que o cercavam, assim como Sarah e Hermione se livraram dos delas ao meio de empurrões e pontapés. Encontraram Ron que estava atrás deles já pegando sua varinha e a das meninas do bruxo que Harry havia derrubado.
- Ele esqueceu-se de mim... – disse Ron, jogando fora o vidrinho da poção - Isso aqui caiu da sacola de Hermione.... e apenas apanhei a coisa sem saber exatamente o que era... Vamos... temos de tentar impedir que Morgana apareça
Autor(a): vision2018
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O cometa de duas caldas já estava brilhante no céu, não tinham muito tempo para impedir Morgana de voltar. Sarah encontrou o olhar de Harry e ele apenas sorriu. Saber exatamente o que poderia fazer para impedir ele não sabia, mas não adiantava não passar confiança para os amigos. - Rápido Harry! – disse Hermione ...
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