Fanfics Brasil - Balaço Errante Harry Potter e o Livro Perdido

Fanfic: Harry Potter e o Livro Perdido | Tema: Harry Potter


Capítulo: Balaço Errante

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Durante toda à noite Harry sentiu-se indisposto, tentou disfarçar ao máximo para que Sara não percebesse, mas alguma coisa dentro dele dizia que tinha alguma coisa pronta para acontecer. Ele começou a se sentir estranho já na cabana de Hagrid, mas com tanta agitação e conversa, ninguém parecia ter notado. Mas uma coisa era certa, ele sentia-se diferente. Não era bem uma certeza ou pelo menos ele não admitia, mas como o seu próprio diretor dissera uma vez, seu futuro era matar ou morrer, e alguma coisa dentro dele dizia que a hora estava mais próxima do que ele pensava. 

Quando conseguiu fechar os olhos já passava das três horas da manhã, tinha sua primeira aula de DCAT naquela terça. As formas difusas da escuridão da sua cama de colunas começou a se agitar. Era como se Harry estivesse caindo em um precipício, e então lá estava ele, de frente ao espelho de Ojesed. Seu reflexo segurando a pedra filosofal, e o seu antigo professor, Quirell o olhava por cima do seu ombro. 

– E então? O que é que você está vendo? – ouviu a voz do professor às suas costas. Harry não ouviu o que dizia, mas sabia que estava mentindo para o professor. Ele estava revivendo o seu primeiro encontro com Voldemort ou pelo menos a forma parasitada atrás da cabeça do seu professor, e o que ele queria na época? A Pedra Filosofal. Agora ele era empurrado para longe do espelho, e via Quirrell tirando seu turbante e a parte de traz da sua cabeça formava-se um rosto branco, com olhos vermelhos e fendas no lugar do nariz, era ele, o rosto de Voldemort. 

– Não seja tolo... – ouviu a voz de Voldemort enquanto Quirrell andava até ele de costas - É melhor salvar sua vida e se unir a mim... 

Por incrível que possa parecer, Harry não tinha o medo que ele lembrava ter sentido naquele dia, encarava Voldemort com fúria, com um ódio que jamais pensou que pudesse sentir. 
Quando Quirrell investiu sobre ele, Harry esticou sua mão, sabia como derrota-lo, o feitiço de Proteção que sua mãe lhe dera uma vez, Quirrell não poderia toca-lo ou ele, o próprio Quirrell morreria. Mas antes que Harry sentisse a mesma dor como fogo percorrer seu corpo ao tocar Quirrell, tudo ficou escuro novamente. Estava caindo outra vez, só que agora, ouvia a voz distante de Rony. 

– Estou bem... mas esse bosta aqui não está... a varinha acertou ele... 

Harry lembrava-se, estava agora diante da entrada para as catacumbas da Câmara de Slytherim. O que tinha ouvido provavelmente era o momento em que Lockhart havia roubado a varinha de Rony e ela por estar partida, acabou acertando o lançador. 

Virou-se e viu a entrada de metal esculpida com várias cobras. Não precisou fazer ou dizer nada, a serpente percorreu a porta e então ela abriu-se mostrando a passarela e o rosto enorme de Salazar esculpido nas pedras. 

Ao contrário do que havia acontecido, Gina não estava lá para ser salva, Harry viu um vulto em pé, parado diante da estatua com os braços abertos, era ele, Tom Riddle. 

Tom virou-se e a enorme cobra deslizou pela boca da figura de Salazar, ele controlava a serpente, e ela fazia exatamente o que ele queria. Estava olhando ameaçadoramente para Harry que fechou os olhos rapidamente para não virar pedra. 

– Não seja bobo... isso é um sonho... – ouvia a própria voz dizer a si. 

Aos poucos, Harry os abriu e encarou a cobra que balançava para os lados pronta para lhe atacar ao mínimo sinal de Riddle. 

– Bem... – ouviu a voz de Tom – Como foi que você, um garoto magricela, sem nenhum talento mágico excepcional conseguiu derrotar o maior bruxo de todos os tempos? Como foi que você escapou apenas com uma cicatriz, enquanto os poderes do Lord Voldemort foram destruídos? 

Harry novamente sentiu algo ferver dentro de si, agora ele sabia quem Tom Riddle era, não precisava fingir ou dizer qualquer coisa. Mas novamente não disse nada. 

– Vamos... diga... – ouviu a voz de Riddle mais uma vez e então, o enorme basilísco o atacou. Harry desatou a correr novamente pelos encanamentos na esperança de ouvir Fawkes e ter a posse da espada, mas não havia nenhum sinal. Correu em direção a boca escancarada da estátua de Salazar, por onde o Basilísco aparecera e subiu. Seus olhos foram tomados por uma escuridão de breu, e então tropeçou em alguma coisa estatelando-se no chão. 

– AFASTEM-SE, EU O MATAREI... ELE É MEU! – ouviu a voz de Voldemort. Agora estava no cemitério, onde vira o bruxo ressurgir. Foi uma fração de segundos, Harry corria e ziguezagueava em volta das lápides mas não tinha a taça tribruxo para voltar para a escola, onde é que estava? 

Saiu a percorrer agachado, tateando cegamente o chão à procura dela e então quando saiu de trás do que para ele parecia ser uma lápide, uma luz vermelha passou por sua cabeça, não estava mais no cemitério, estava no Átrio do Ministério da Magia. 

– Apareça, apareça. Pequeno Harry! – Harry lembrava-se da voz de Belatrix imitando voz de bebê, que ecoava no assoalho polido de madeira. – Por que você veio atrás de mim, afinal? Eu pensei que você estivesse aqui para vingar o meu querido Primo! 

Harry levantou-se de traz da fonte onde estava escondido, e então do nada viu a imagem pálida de Voldemort aparecer diante dele, e apontar a varinha, um raio verde veio em sua direção... 

– SARA! – gritou Harry sentando-se na cama. O coração batia descompassado e seu corpo estava coberto de suor, por que tinha revivido todos aqueles malditos dias dos quais queria esquecer. 

Não havia mais ninguém nos dormitórios, todos pareciam já ter se levantado e ele estava sozinho. Olhou em volta à procura de Rony, sua cama estava desarrumada mas nem sinal do amigo. 

Deitou–se novamente com a sua cicatriz pulsando, ficara tempo demais pensando no seu futuro que revivera, todas as vezes que enfrentara Voldemort. 


– Que cara é essa? Parece que não pregou os olhos a noite toda... – ouviu Rony dizer enquanto iam para o salão principal para o café. Por alguma razão, Harry sentia que não devia alarmar nenhum de seus amigos, também acontecera tanta coisa no ano anterior que acabou o fazendo milagrosamente esquecer o seu futuro. Porém, aquelas lembranças das quais ele tinha tentado esquecer acabaram vindo à tona. 

– Ei.. Harry? – ouviu a voz de Rony mais uma vez – Tem certeza de que você está bem? 

– Só dormi mal Rony... acho que aquele jantar todo da noite passada não me caiu muito bem... – respondeu Harry. O salão principal estava posto com as quatro longas mesas pertencentes às casas. Tudo estava exatamente igual mas ele não se sentia assim, viu Sara e Hermione sentadas na mesa da Grifinória, e Harry sentiu-se um pouco melhor ao ver que ela estava ali sã e salva. 

– Bom dia... – disse ela ao vê-lo. 

Um sentimento estranho percorreu seu coração quando sentiu os lábios da garota tocando seu rosto. “Garota idiota... se arriscando sempre” 

– Ela salvou minha vida! – pensou Harry rapidamente em resposta – E ela não é idiota! 

– Todos os idiotas amam... – respondeu aquela vozinha novamente na cabeça do garoto – Esse tipo de fraqueza só leva a ruína. 

– Harry? 

Como que se acordasse de um sonho o garoto piscou, seus amigos e Sara lhe encaravam curiosos. 

– Aconteceu alguma coisa? – Perguntou Hermione um tanto nervosa. 

– Não... – disse ele passando seu braço pela cintura de Sara e então lhe abraçou. – Só estava com saudades da minha namorada... 

Harry respondeu a primeira coisa que veio a sua cabeça, não sabia o que tinha acontecido com ele. Era uma espécie de pensamento duplo, uma parte dele achava que Sara tinha sido completamente idiota por quase se matar, como ele podia pensar uma coisa dessas? Ela quase morrera para salvar sua vida! 

– Por que Lupin não vai ser o professor de DCAT? – ouviu a voz de Rony. 

– Pelo que fiquei sabendo... – respondeu Hermione - ... Dumbledore precisa mais de Lupin agora do que antes... 

– E quem é a nova figura que irá dar aula para nós? – perguntou Dino que acabava de chegar. 

– É melhor irmos até lá para ver não? – disse Sara – Estamos atrasados. 

Os pensamentos de Harry não mudaram, continuavam a passar na sua cabeça o fazendo sentir-se revoltado com Sara. Mas ele não entendia por que motivo sentia isso. 

– Sara... espera... – disse ele de repente no meio do corredor do terceiro andar. 

– O que foi? – ouviu a garota lhe perguntar. 

– Harry, Sara... vamos nos atrasar... – ouviu a voz de Hermione parando também. 

– Vá na frente... – respondeu Harry - ... não vamos demorar... 

– Ok... mas não demorem mesmo... – disse Rony pegando no braço de Hermione e seguindo pelo corredor. 

– O que foi, Harry? – o garoto ouviu a voz de Sara e voltou a encara-la, como poderia ficar revoltado com alguém tão doce. Sem muito o que pensar ele sorriu, e a tomou em seus braços lhe beijando. O amor que sentiu com aquela atitude percorreu seu corpo praticamente extinguindo todo e qualquer sentimento ruim que tivesse por ela. Afastou seus lábios dos dela mas não conseguiu desviar seu olhar, viu um sorriso tímido brotando no rosto de Sara e sorriu também. 

– Estamos atrasados sabia? – disse Sara. 

– Eu sei... – respondeu ele - ... mas, eu... precisava disso... 

– É melhor inventar outra desculpa... essa não vai convencer o novo professor... – disse Sara sorrindo e lhe dando um selinho. – Vamos... 


A sala de DCAT continuava a mesma apesar de Harry em sete anos ter tido sete professores diferentes, e todos, sem exceção nunca duraram por mais de um ano. De todos Lupin fora o único que realmente merecera o cargo e o qual ele realmente aprendera alguma coisa. Quando entraram na sala, Sara sentou-se em uma das carteiras ao lado de Hermione e ele arrumou sua mochila e sentou-se ao seu lado. Uma figura no patamar mais alto da sala virou-se fazendo a maioria da sala, incluindo Sara dar um salto. 

– Sejam bem vindos... queridos aprendizes... – disse a figura – Sou Rabastan Mesmero, seu novo professor de DCAT. Mas gostaria que me chamassem de Prof. Mesmero... 

Harry notou um murmúrio de início, mas então com um giro de capa o ar angelical de um homem com olhos castanhos e muito brilhantes apareceu. Por um breve segundo, o garoto achou já tê-lo visto antes. Mas onde? 

– Sei que alguns de vocês... irão estar em breve prestando exames para os seus NIEMs, bem, como seu novo professor digo... vocês estarão completamente ferrados se não se dedicarem. 

– Ferrados? – Harry ouviu a voz de Rony em uma mistura de pânico e surpresa – Eu ouvi bem? Ele disse ferrados? 

– É, Ron... ele disse Ferrados! – falou Hermione. 

– ... Mas creio que poderei ajuda-los... ou, pelo menos amenizar os estragos que foram deixados para traz. – Ele passou o olhar pela classe parecendo avaliar o rosto dos alunos - Vamos começar com os feitiços simples... todos sabem como cuidar de bichos-papões, Hinkinpunks, Azarações e contra Azarações... Oh.. – disse Rabastan com um olhar de espanto – Vejo que também aprenderam as Maldições.... isso é muito interessante... alguém se lembra? 

– Harry conseguiu resistir a maldição Impérius.... – Harry ouviu a voz de Dino e sentiu seu rosto imediatamente corar. 

– E quem seria Harry? – disse o professor. 

Harry levantou sua mão meio a contra gosto, os olhos do professor faiscaram ao vê-lo e ele abriu um sorriso tão branco que lhe lembrou o sorriso do antigo professor Lockhart. 

– Oh, sim... Harry Potter... – disse ele novamente encarando Harry e seus olhos pararam na sua cicatriz, por alguns segundos, a sensação de já ter visto aquele olhar antes passou pelo garoto - ... vi seu desempenho Sr. Potter, nada menos do que um IMPRESSIONANTE nos seus NOMs... 

Novamente Harry sentiu seu rosto corar, por que o professor falava dos seus NOMs. Isso novamente lembrava o quanto mais o professor Mesmero lhe lembrava Lockhart. 

– Bem, então o Sr. Potter poderá me ajudar em algumas demonstrações de defesa não? – disse o professor e Harry ficou pensando se respondia ou não, mas logo o professor lhe respondeu - Sua professora Umbridge foi praticamente negligente nesse assunto e a do ano passado então... sem comentários... bom, mãos à obra... Capitulo 7 do seu livro... 

Harry abriu seu livro ainda confuso, os murmúrios começaram novamente, alguns alunos aprovando, outros reprovando o comportamento daquele professor. 

– Um tantinho estranho esse novo professor não? – ouviu a voz de Hermione atrás de Sara, ele virou-se para a garota sem dizer nada e Sara apenas observava os movimentos de Mesmero sem dizer uma palavra. 

– Precisarei de um voluntário para essa demonstração... – Harry ouviu a voz do professor - por favor, Sr. Potter... por gentileza. 

Antes de se levantar Harry sentiu a mão de Sara o segurar, ela tinha algo estranho nos olhos como se estivesse temendo alguma coisa. Mas o que é que poderia sair errado com a presença de um professor? 

– Não se preocupe... – disse ele, mas algo fazia com que ele não acreditasse nisso. 

– É um feitiço simples... algo muito, muito simples... esse feitiço fará com que seu oponente se torne uma espécie de marionete, mas não chega a causar danos graves como a maldição Impérius, mas produz temporariamente o mesmo efeito. Por favor Sr. Potter, queira ficar parado ali isso... 

Harry sentia-se um perfeito idiota, era como no ano anterior quando teve que servir de ajudante para o exame que Bellatrix tinha aplicado para a turma. Seus olhos desviaram para o rosto de Sara no final da sala, e então, sentiu um frio terrível bater no seu estômago e um solavanco o fazer voltar a si. 

– Muito bem Sr. Potter... obrigado por sua ajuda.... – ouviu a voz do professor e então, Harry voltou ao seu lugar. Não sabia o que havia acontecido. 

– Você está bem? – ouviu a voz de Sara e então ele virou-se para encara-la, seus olhos estavam brilhando e então ouviu o sinal tocar. 

– Estou... – respondeu ele guardando suas coisas na mochila, sentia-se tão bem, era como se todos os seus pensamentos fossem apenas faz de conta, que ele era capaz de dominar, tudo e todos. 

– Vemos vocês no salão principal... – disse Hermione saindo com Rony. A capa de Sara descansava sobre o banco e seus olhos pousaram sobre o pescoço da garota. Não havia mais ninguém na sala além dos dois, Sara terminava de fazer suas anotações. 

– Só um minuto... – respondeu ela para ele – Já estou quase acabando... 

– Não tenho pressa... – disse ele chegando mais perto da garota e passando a ponta do seu nariz no seu pescoço. 

– Harry, se continuar com isso não vou conseguir terminar... – disse Sara sorrindo por ele estar lhe fazendo cócegas. 

– É essa a idéia... – respondeu ao ouvido da garota e então mordiscou o lóbulo de sua orelha a fazendo o encarar. 

– O que deu em você? 

– Não gostou? – disse ele levando sua mão as pernas da garota e a alisando, sentiu Sara tentar afastar-se mas ele foi mais rápido e a puxou para perto. 

– Harry... aqui não é lugar... – começou a dizer a garota mas ele a impediu de falar lhe dando um beijo. Ele explorou ao máximo e com toda a sensualidade a boca de Sara enquanto suas mãos percorriam o corpo da namorada embora ele sentisse que ela tentava o afastar. Uma vozinha dentro de sua cabeça dizia que aquilo não era certo, Sara não queria que ele fizesse isso, mas Harry não conseguia parar, ele não tinha controle sobre o próprio corpo. Era como se ele visse de fora da cena, como quando entrara na lembrança de Snape certa vez e visse ele mesmo “atacando” a garota e tinha vontade de acertar uum soco em si mesmo pelo papel ridículo que fazia. 

– Pare... – ouviu a voz de Sara e sentiu ela o afastar com força. 

– O que foi? – ouviu sua própria voz dizer com rispidez. 

– Isso é uma sala de aula... – disse Sara desconsertada - Pode chegar alguém... 

– Não me importo... isso só faz ficar ainda mais excitante... - Harry levantou-se nervoso e jogou sua mochila por cima do ombro ignorando o olhar de espanto de Sara. 

– O quê?? – perguntou Sara. - O que quer dizer? 

– Eu estou vivo... – disse ele a encarando - ... e preciso de alguém que viva como eu.... 

Harry sentiu suas pernas começarem a se mover para fora da sala, como se estivesse em um sonho. Uma voz dentro dele dizia que ele não tinha agido corretamente, e que Sara não merecia ser tratada daquela forma, mas o sentimento que estava sentindo no momento era raiva por ela não ter cedido e aproveitado o momento. 


Com tantos deveres e atividades os alunos mal tinham tempo para se divertir nos passeios para Hogsmade, quando se deram conta já haviam passado quase dois meses desde o início das aulas. Ainda mais com os treinos de quadribol que agora estavam exigindo doses extras de energia. Por incrível que pareça, Harry era o único que ainda não estava exausto com toda essa exigência. O garoto se sentia bem como jamais se sentira antes. Fora as constantes e repentinas mudança de humor, sentia-se como se estivesse novo cada dia que se levantava. Não sabia por que mudava tanto de humor, na maioria das vezes, Sara era o principal motivo. Ultimamente tudo o que ela fazia o irritava, até coisas bobas como simplesmente lhe dizer um oi às vezes lhe tirava do sério. Isso também não estava fazendo sentido algum pra ele, a amava, sabia disso e sentia falta dela quando não estava por perto, mas quando estavam frente à frente, qualquer coisa era motivo para discutirem. 

– Rony, preciso conversar com você... – disse ele certa vez aproveitando que Sara e Hermione haviam ido para a biblioteca. 

– Pode falar... – respondeu Rony sentando-se ao seu lado no sofá. 

– A Hermione já lhe tirou do sério alguma vez? – perguntou ele um pouco tímido. 

– Claro, não passa um dia em que ela não me tira do sério... – respondeu Rony – Ela tem aquela mania de ficar me impondo regras e eu detesto, você sabe... mas, por que está me perguntando isso? 

– É que, de uns dias pra cá eu e Sara estamos discutindo muito... – respondeu ele. 

– Discutir é normal... – respondeu Rony – não precisa ficar preocupado com isso... 

– Sei disso... mas, acho que tem algo errado comigo... – disse ele – sabe, sinto que amo Sara mais que tudo, quando estou longe dela, como agora, sinto uma falta enorme... mas assim que a vejo, algo acontece e qualquer besteira que ela diga ou faça é motivo para brigar com ela... 

– E você já tentou conversar com ela? – perguntou Rony – Sabe, todas as garotas tem seus defeitos mas... 

– Não são os defeitos dela... – respondeu Harry se levantando – Sara não tem defeitos Rony, ta é meio teimosa às vezes, mas o que sinto é algo pior que uma simples raiva... 

– O que você está tentando dizer Harry? – perguntou Rony apreensivo – Que tem ódio da Sara? 

– Eu não sei... – respondeu Harry – Falando com você agora, sinto uma falta enorme dela... sinto que preciso dela a cada segundo... 

– E quando ela realmente está perto... você quer distância? – perguntou Rony novamente vendo o garoto confirmar com a cabeça. – Cara... você está ficando maluco... 

– Eu te disse que tem algo errado comigo... – respondeu o garoto. 

– Então por que não procura Madame Ponfrey... talvez ela saiba o que está acontecendo com você... 

– Tenho a leve impressão de que o que está acontecendo comigo... nem Madame Ponfrey poderia resolver Rony... – respondeu Harry se levantando. 

– O que quer dizer? – perguntou o garoto. 

– Deixa pra lá... – respondeu Harry andando em direção a entrada da Torre – Vamos, preciso reservar o campo de quadribol pra hoje à noite... 


Sara estava sentada na longa mesa da Grifinória no salão principal fazendo seu dever quando ouviu algo um tanto estranho vindo da mesa da Lufa-Lufa. 

– Quer dizer que Você-sabe-quem foi visto andando por Londres??? – dizia alguém correndo para perto da garota que havia entrado com o jornal debaixo do braço. 

– Só pode ser piada de alguém... – disse outra voz atrás de Sara, que reconheceu sendo a voz de Susan Bonnes, a namorada de Neville que vinha carregando um jornal nas mãos. – Olá Sara.... Por um a caso você não viu o Longbottom por aí viu? 

– Olá Susan, vi Neville a mais ou menos uma hora indo em direção às estufas... Acho que deve ter ido falar com a professora Sprout... – respondeu Sara arrumando suas coisas. 

– Ih... toda vez que ele vai para as estufas, fica o dia todo enfurnado vendo aquelas plantas... – resmungou a garota. 

– Harry é assim também, só que com o quadribol... – disse Sara sorrindo - Susan, que jornal é esse que você está lendo? 

– É o Pasquim... – respondeu ela – a Luna Lovegood me deu uma cópia quando eu estava passando pelo saguão de entrada... Toma, pode ficar... Não gosto de ler essas baboseiras que o pai dela publica... 

– Obrigado... – respondeu Sara. 

– Ah Sara... Me faz um favor? – disse Susan sentando-se à mesa dos Lufanos – Se vir o Neville, diga pra ele que procurei por ele o dia todo, está bem? 

– Pode deixar que eu digo... – respondeu Sara jogando sua mochila sobre os ombros e andando em direção a torre da Grifinória. 

A única coisa que Sara podia pensar no momento era mostrar aquela matéria para Hermione, sabia que se Harry tivesse visto aquilo poderia se arriscar e ir até lá. Não sabia muito bem por que estava sentindo isso, mas era provavelmente o que ele faria. Subiu as escadas correndo e nos corredores que davam acesso a biblioteca viu Luna entregando exemplares para os alunos. Mais que depressa correu em direção a escada e subiu os últimos lances de escada até a entrada da torre da Grifinória. Ao entrar na sala circular viu quem procurava, Hermione estava sentada atrás de uma pilha de livros. 

– Onde é que você se meteu? – disse Hermione tirando alguns livros de sua frente para que pudesse encarar Sara. – Sara, temos muita coisa pra fazer... e Harry está maluco porque você tem que treinar com o time ainda hoje... 

– Não tenho tempo para treinos de quadribol... – respondeu a garota – Dê uma olhada nisso aqui... 

– O que é isso? – disse Hermione pegando o jornal que Sara lhe entregava. 

– Um exemplar do jornal do Pai da Luna... mas é essa notícia aqui que está me deixando preocupada... – Sara colocou o jornal sobre a mesa e apontou a reportagem.

– Você-Sabe-quem em Londres??? – perguntou Hermione sem moderar a voz. 

– Shiittt!!! – disse Sara – Temos que dar um jeito de não deixar Harry saber disso... Se ele souber... vai querer ir atrás dele... você sabe como ele esta diferente agora... 

– Harry não iria... não depois de tudo o que passou no ano passado... – disse Hermione. 

– Você não ouviu nada do que eu lhe disse outro dia não é? – respondeu Sara nervosa – Harry está estranho o suficiente para que eu ache que ele faria isso sim... Por isso temos que fazer alguma coisa para evitar que ele fique sabendo disso... 

– Tarde demais... – respondeu Hermione olhando para a entrada da torre. 

Harry , Rony e Simas entravam pela passagem do retrato carregando um exemplar cada um. 

– Vocês viram? – disse Rony andando até elas. – Olha a besteira que o pai da Luna publicou dessa vez... 

– Quem não pode saber do quê? – perguntou Harry olhando para Sara enquanto Simas corria até onde estava Parvati Patil e Lilá Brown para poder ver se marcava pontos com ambas. 

– Não é nada Harry... – respondeu Hermione. 

– Eu perguntei para Sara, Hermione... – disse ele sério. – Não vai me responder? 

Sara ficou bastante impressionada pela frieza com que o garoto havia lhe dirigido a palavra, e principalmente por parecer que ela havia cometido algo gravíssimo. – Estava falando a Hermione de que você não poderia ficar sabendo de que Voldemort andava livremente por Londres... 

– E por que razão eu não devia ficar sabendo? – respondeu ele novamente frio. 

– Por que conhecendo seu temperamento você iria atrás dele... Principalmente por que sabe que Belatrix pode estar com ele... – respondeu Sara no mesmo tom. 

– Eu não ia fazer uma coisa tão besta... – respondeu novamente Harry, só que agora mais grosseiramente. – Acha que sou tão estúpido assim? 

– Não acho que seja estúpido... Mas ultimamente tem agido estranho, fazendo tudo o que te dá na cabeça... – respondeu Sara nervosa – Sei o quanto se importa com o Senhor Weasley... sei tudo o que passa por sua cabeça Harry e por isso também sei que poderia fazer essa estupidez sim... só por que seria excitante! 

– Então não me conhece como pensa... – respondeu ele. 

– É... Imagino que não o conheço mesmo... – disse ela abaixando os olhos e começando a recolher suas coisas que estavam espalhadas sobre a mesa. 

– Isso é só mais uma das mentiras que o Pai da Luna publica... não tem que levar a sério... – disse Rony tentando amenizar as coisas. 

– Não quero me meter na discussão de vocês, mas Sara tem razão em ficar preocupada, principalmente por que o pai de Luna vem contando muitas verdades desde que Harry lhe deu aquela entrevista no quinto ano... - falou Hermione. 

– Não vem você também com essa de que acha que eu faria essa besteira... – replicou Harry sentando-se na cadeira. 

– Pra ser sincera, sim Harry, eu acho que você seria capaz disso... – afirmou Hermione – principalmente por que você vem andado estranho há dias... 

– HERMIONE!!! – falou Sara alterando a voz

– Quer dizer que é isso? – retrucou Harry novamente alterado – Se acha que estou estranho, por que não vem me dizer isso diretamente Sara? 

– Por que todas as vezes que tento você desvia o assunto... – respondeu a garota. 

– EU?? – disse ele sarcástico – Eu desviando do assunto? Não sou eu que fico fazendo mistérios sobre tudo... você também tem andado estranha e calada... sei que tem tido pesadelos sobre alguma coisa que tem a ver comigo e por isso está assim... 

– Se quer saber, é sobre isso mesmo... – respondeu Sara alterada – Tive pesadelos sim, e você estava neles... está contente agora? De que me adianta tentar proteger você se não quer que as pessoas que te amam o façam... Se quiser bancar o Herói e fazer o que te der na telha.... faça... não me meto mais nos seus assuntos... 

– Nunca pedi para que participasse... – retrucou Harry para espanto de Hermione e Rony que os encararam. Harry tinha um brilho horrível no olhar que fez ambos perderem a fala. 

– Então é isso... – disse Sara tentando fazer a voz sair – Se sempre atrapalhei você por que não me disse antes? Poderia ter evitado que tanto eu, quanto você passássemos por isso... 

Sara jogou sua mochila por sobre os ombros e subiu as escadas em caracol para o dormitório com os olhos cheios de lágrimas. Hermione olhou feio para Harry que pareceu de repente voltar a si e levar sua mão a cabeça. 

– Agora você extrapolou legal, Harry... – disse Rony – Temos treino daqui a pouco e você me diz essas coisas para a nossa principal batedora? 

– Quer parar de dizer bobagens Rony!!! – ralhou Hermione olhando agora diretamente nos olhos de Harry notando algo diferente – Você pode parar de pensar um pouco em quadribol e falar algo que ajude pelo menos? Sara está preocupada com alguns sonhos que vem tendo... o fato dela estar estranha é por que vê você Harry... como o próprio Voldemort... 

Harry a encarou um pouco, parecia sem saber o que havia feito. Aos poucos foi recordando-se das palavras de Sara e recordando-se de suas próprias palavras a ofendendo. Agora, naquele instante, não se via mais como expectador, era ele novamente. Aquela vozinha havia desaparecido. Realmente havia algo de muito errado com ele, mas alguma coisa dentro de sua cabeça o fazia não reconhecer que cometera esse erro. Queria dizer que estava arrependido, e que falaria com Sara para pedir desculpas, mas as palavras que saíram de sua boca foram outras. 

– Se ela não estiver bem para ser batedora... Acharemos outra... – disse ele cinicamente praticamente ignorando o olhar de Hermione. - E não vem me olhando assim... 

– Não acredito que depois de tudo o que Sara tem feito por você, a trata dessa maneira!!! – disse Hermione nervosa – E não admiraria se ela acabasse deixando você e essa sua rabugice na mão depois do que ouviu... agora vou tentar consertar a burrada que você, senhor capitão, acabou de fazer... 

Hermione subiu até o dormitório feminino, Sara estava deitada de bruços, parecia que agora estava mais calma, mas os olhos estavam muito inchados e vermelhos. 

– Você está bem? – perguntou ela sentando-se ao seu lado na cama. 

– O que você acha? – respondeu Sara – Jamais pensei que Harry me trataria dessa maneira... 

– Conheço o Harry, ele jamais diria tudo isso, principalmente para a garota que mais ama na vida... – respondeu Hermione vendo Sara virar-se e encara-la – Alguma coisa me diz que essas palavras não partiram dele... 

– O que quer dizer? – perguntou Sara

– Não quero te assustar... Mas acho que vi aquele brilho... Que você descreveu em seus sonhos... 

– Você acha que... Voldemort... Está fazendo algo com o Harry? – disse Sara – Não, não pode ser... ele não poderia... 

– Como você explicaria essa atitude? – perguntou Hermione – Você me contou como ele agiu com você na sala de DCAT, e não acredito que depois de tudo que você tenha passado por ele, de todo o amor que eu vi que ele sente por você... 

– Sentia... você quis dizer... – falou Sara desanimada

– SENTE... Harry não deixou de gostar de você.... – respondeu Hermione – Ele só age dessa forma quando está perto de você... Sei que é difícil de entender Sara... mas acho que essa ligação de Voldemort com Harry... está mais perigosa do que antes... 

– Você acha que Voldemort pode estar... tentando controlar o Harry? – perguntou Sara secando o rosto. 

– Controlando não... mas, induzindo ele a fazer coisas das quais ele não queira... – respondeu Hermione. 

– Não sei não Hermione... – falou Sara se levantando - seria arriscado demais para Voldemort tentar fazer algo desse tipo... principalmente agora com o prof. Dumbledore tendo todo o tempo para estudar seus passos... 

– Onde vai? – perguntou Hermione levantando-se também. 

– Vou treinar... – disse Sara tirando a blusa do seu uniforme e colocando a roupa de jogo. 

– Nervosa desse jeito? Você pode cair da vassoura... – respondeu Hermione. 

– Não vou cair da Vassoura... isso irá me distrair um pouco. – disse ela colocando os tênis e a blusa vermelha de moleton – Não vou deixar minhas responsabilidades de lado só por que discuti com Harry... 

– Bem... você quem sabe... – respondeu Hermione – Vou ver se consigo descobrir alguma coisa com Rony... 

Sara saiu do dormitório carregando a vassoura de Kate Bell, não era uma Firebolt, mas pelo menos a Nimbus 2001 que ela tinha dava conta do recado. Sua nova vassoura chegaria em poucos dias já que sua tia havia se incumbido de lhe comprar. Desceu as escadas rezando para não encontrar Harry e ficar ainda mais nervosa do que já estava e por sorte foi isso o que aconteceu. O lugar estava deserto, então mais que depressa ela atravessou o salão e correu para o campo. 


– Tenho certeza de que todos faremos um bom treino e por isso não vou usar táticas de jogo, vocês sabem o que tem que fazer não é? – disse Harry colocando suas luvas. 

– E onde está a McGonagall? – perguntou Simas Finnigam. 

– É Harry... ela não vai vir treinar com a gente? – perguntou Gina, mas ao receber um olhar de Rony ela se calou quase que instantaneamente. 

– Parece que ela não se sentia muito bem... então se não estiver muito bem no nosso próximo treino, trataremos de colocar outro no lugar... – respondeu Harry mudando o tom de voz drasticamente. 

– Ela é nossa melhor batedora... – resmungou Simas. 

– Mas é essa minha decisão... – falou Harry fechando a cara e ouvindo um murmúrio dos jogadores. 

– Não vai precisar substituir ninguém... – disse alguém entrando no vestiário. 

– Está atrasada... – disse ele a encarando. 

– Estou atrasada por que o capitão do time mudou o horário logo depois do nosso pequeno encontro no salão comunal e “sem querer” esqueceu de me avisar... – respondeu Sara correspondendo ao seu olhar.- e vamos logo com isso... vim aqui pra treinar e é só isso que pretendo fazer... 

Todos ficaram pasmos ao ver a reação dos dois, era incrível como tanto o comportamento de Sara e de Harry poderiam ter ficado daquele jeito. Harry a tratava como se ela fosse Malfoy, e é claro, ela sendo da Grifinória, e namorada do próprio Potter, eles estranhavam. 

– Vai ver ele quer nos mostrar que não vai dar moleza... – dizia Simas a Gina enquanto iam para o campo. 

Harry montou na vassoura e praticamente desapareceu entre os pingos de chuva que começava a cair. Sara o viu de relance quando passou raspando por sua cabeça. 

– O que deu em vocês hoje? – perguntou Gina que flutuava em sua vassoura ao lado de Sara. 

– Pergunte ao Potter... – respondeu Sara sem nenhuma emoção – ele é quem acordou com o pé esquerdo... 

– NÃO ESTAMOS AQUI PARA CONVERSAR... – Sara ouviu a voz de Harry a alguns metros de distância atrás dela e de Gina. 

Sara encostou seu peito sobre o cabo da vassoura e desceu como uma bala para o chão, depois puxou a ponta da vassoura e subiu girando em seu próprio eixo e desapareceu das vistas de Harry. 

– É só impressão ou você está com TPM, Harry? – falou Gina fazendo praticamente o mesmo. 

O garoto não sabia por que estava falando aquelas coisas todas, principalmente ofendendo a única pessoa que lhe importava. Mas era algo muito forte o que sentia todas as vezes que a via. Era como se a odiasse, mesmo ele tendo certeza de que ela não tinha lhe feito nada. Soltou a bolinha com asas e começou a segui-la, não era muito difícil já que não era o pomo oficial, mas pelo menos Hermione havia feito um bom trabalho enfeitiçando aquela bolinha de golf. Enquanto os artilheiros treinavam os arremessos com Rony, os batedores treinavam entre si, jogando uma bola voadora um para o outro. Era um treino simples, e ele por sua vez poderia ficar treinando sem se preocupar com absolutamente nada, a não ser , Em “ser o melhor”. Ao se pegar pensando nisso ficou espantado, nunca pensara em ser O Melhor, em alguma coisa, mas esse pensamento acabou passando quando, Colin Creevey decide dar uma bastonada forte na bola em que estavam treinando. Sara atravessou o campo, praticamente em segundos e rebateu com força a bola de volta para ele. 

– Bela rebatida... – ouviu Simas Gritando para a garota enquanto Gina, Natália e Rony aplaudiam. 

Sem querer viu a garota virando o rosto para tirar o cabelo da face, e quando a olhou ela parou de sorrir e fingiu não ter lhe visto. 

– Não viemos aqui para CONVERSAR... – ouviu ela dizer em alto e bom som, provavelmente fora uma indireta, diretamente para ele por estar parado ao invés de treinando. 

Sara voltou a voar em círculos tentando algumas manobras enquanto, Creevey tentava acompanha-la. Harry então começou a voar, primeiro em círculos, depois dando alguns loopings e giros, contra-giros e zigue-zagues, com leves toques, sua Firebolt ia onde quer que ele quisesse, ele simplesmente estava melhor a cada dia que se passava. Com tudo estava na hora de praticar com o Pomo. Em poucos segundos estava perseguindo a pequena bolinha de golf enfeitiçada de Hermione. A chuva começava a ficar mais forte, mas ele não se importava, era ainda mais divertido ter obstáculos. A bolinha zigue-zagueou e fez uma curva fechada à esquerda, com Harry em seu encalço, esticou a mão e a pegou facilmente. Olhou para baixo e viu Sara descendo atrás da bola. Não ligou e simplesmente continuou a fazer o que estava fazendo. Deu mais algumas voltas e então algo estranho aconteceu, em meio a raios e os grossos pingos de chuva que castigavam sua face, Harry viu algo se movendo no chão. Parecia ser alguém carregando algo muito pesado. O quê, ele não sabia. Deu um rasante no campo, quase batendo ao chão mas, não tinha absolutamente nada, talvez fosse apenas impressão, já que o tempo estava cada vez mais feio. No entanto, parou para supervisionar o treinamento dos outros, porém não via Sara e nem Creevey por perto. Algo dentro dele começou a se agitar novamente, iria falar umas boas verdades para Colin e Sara, se era um treino para acertarem os erros e corrigirem o time, por que é que eles haviam desaparecido? Mas algo o fez perder o raciocínio. 

– Abaixa a cabeça Harry!!! – ele ouviu alguém gritando e nem bem havia abaixado a cabeça sentiu algo passando rapidamente por ela. Conseguiu ouvir apenas o TUM!! Do bastão acertando alguma coisa e quando levantou os olhos viu Sara flutuando ao seu lado. 

– Você está bem? – perguntou ela preocupada. 

– O que pensa que está fazendo? – ralhou ele – Estamos treinando com bolas reserva não com balaços... 

– Não estava treinando com balaços, Potter!!! – respondeu Sara furiosa com o comportamento do garoto. – O único que pode trazer as bolas oficiais são os capitães do time, esqueceu? 

– E o que esse balaço está fazendo aqui? – disse ele a encarando, seus olhos queimavam de fúria. 

– E como é que EU vou saber? – respondeu Sara furiosa – Você é o capitão, você é responsável por isso... 

– Eu?? – disse ele cínico – Eu não trouxe essas bolas pra cá... por que faria isso. 

– SARA!!!! HARRY!!! CUIDADO!!! – Gritou Gina para os dois e ambos abaixaram-se, só ouviram o zunir da bola de metal ir em suas direções. Harry mais que depressa, inclinou seu corpo para baixo e saiu em disparada enquanto Sara ia para o lado contrário. 

– Eu já vi esse filme... – disse Rony – Cadê a Hermione quando se precisa dela? 

Sara deu um looping e virou-se rapidamente para ver onde é que estava Harry. A bola de ferro o seguia, cada vez mais perto, era como se estivesse caçando o garoto. Ela inclinou o corpo rapidamente para o cabo da vassoura e foi em direção aos companheiros de time, jogando o bastão para Gina, gritou para alguém ir buscar Madame Hook enquanto ela tentava ajudar Harry. Nathália e Simas desceram com a vassoura enquanto Sara tentava ao máximo se aproximar mas a velocidade da Firebolt era muito superior a da Nimbus que ela estava usando. 

– Anda Vassourinha... – disse ela baixinho enquanto enfiava a mão por dentro do casaco e tirava sua varinha. – Vamos lá... apesar de tudo eu não posso deixar nada acontecer ao Harry. 

Por incrível que parecesse, por mais que Harry tentasse se livrar do balaço, ele continuava a perseguí-lo, Harry foi em direção as traves de gol, e passou entre as arquibancadas, mas nada daquele bendito balaço sair de seu encalço. Tentou pegar sua varinha mas isso era impossível, pois perderia o equilíbrio e se estatelaria no chão. Levantou os olhos e pode ver algo vindo em sua direção. Era Sara que vinha na direção contrária, praticamente iriam se colidir, Harry abaixou a ponta da vassoura e só conseguiu ouvir a Voz de Sara. 

– Finite Incantatem!!! 

A bola de metal foi arremessada contra as arquibancadas e ficara presa, aparentemente entre os entulhos. Sara desceu rapidamente ao ver o garoto pousando. 

– Você está bem? – perguntou ela aflita. 

– E como você acha que eu estou??- ralhou ele mal humorado. – Por que não confessa que foi você quem pegou aquele maldito balaço só pra se vingar de mim!! 

– Você está maluco ou levou mesmo uma pancada na cabeça??- disse Sara indignada – Com que motivo eu iria fazer isso? 

– Sei lá? Você é meio doida... pode muito bem.... – o garoto não pode terminar pois Sara estava praticamente fora de si. 

– NÃO ACREDITO QUE... Você é completamente... – A garota não conseguia terminar a frase, os olhos começavam a ficar marejados e vermelhos. Nesse instante, Sara acertou-lhe um tapa na face. – Por que razão eu iria fazer isso com o cara que eu amo??? Além de estúpido agora está com problemas no seu cérebro?? 

Harry perdeu a fala completamente, quando sentiu a força da mão da garota no seu rosto. Era como se estivesse acordando de um pesadelo, todos o olhavam o condenando e ele não sabia o que estava acontecendo. 

– ... Como eu poderia ter conseguido autorização para conseguir as bolas? Como eu conseguiria enfeitiçar aquele balaço? Só para quase me matar tentando te salvar?? 

– Sara eu... – ele tentou dizer mas alguma coisa o impediu. 

– Não diga nada... não quero mais ouvir sua voz... e muito menos quero olhar pra sua cara, Sr. Harry Potter... Fique com seus raciocínios... se é isso o que acha de mim... não vou discutir.. e... 

Nesse momento algo acertou Sara pelas costas a fazendo cair desmaiada, o balaço havia voltado com tudo. 

– REDUCTO!!!! – ouviu-se uma voz ao longe, era Madame Hook, que vinha direto em direção dos dois acompanhada de Hermione. – Abram caminho vocês... ela está ferida.... 

Harry sentiu a mão de Rony em seu ombro, era como se ele estivesse em um pesadelo, e não conseguisse acordar. Lembrava-se de tudo, de todas as palavras duras que tinha dito a Sara, de tê-la visto chorar ali dizendo que o amava e de te-la visto salvar sua vida mais uma vez. 

– Venha Cara... - disse Rony o ajudando a levantar-se enquanto Madame Hook se encarregava de levar o corpo de Sara levitando. – Vamos voltar pro castelo.



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Autor(a): vision2018

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– Tem alguma coisa errada comigo Ron… - murmurou Harry desolado – Preciso de ajuda… Rony o conduziu até o castelo, juntamente com os outros membros do time. Harry estava confuso, triste e principalmente preocupado com Sara. Por que estaria a tratando tão mal assim. Por que sentia tanta raiva dela quando a via, se a amava com toda ...


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