Fanfics Brasil - Cura Além Da Memória A menina dos Milagres

Fanfic: A menina dos Milagres | Tema: Filme, Livro


Capítulo: Cura Além Da Memória

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Eu acordei com uma sensação de serenidade. O sol dourado banhava o meu quarto, criando um cenário de esperança. A reportagem, embora tivesse lançado sombras sobre a minha jornada, não tinha conseguido apagar completamente a luz interior que me guiava. Enquanto eu me preparava para mais um dia na escola, eu decidi enfrentar os desafios com coragem. A minha mãe me incentivou a permanecer fiel a mim mesma, mesmo diante das críticas injustas. A verdadeira fé, eu aprendi, não era abalada por palavras cruéis, mas sim fortalecida pela resiliência do coração.


O dia na escola foi desafiador, mas eu mantive a cabeça erguida. A jornalista, percebendo que as suas palavras tinham causado impacto, tentou se aproximar para uma entrevista de reconciliação. No entanto, eu, agora ciente da manipulação midiática, recusei-me a ser parte de uma narrativa que distorcesse a minha verdadeira essência. De volta a Notre Dame, a comunidade, apesar de inicialmente abalada, começou a compreender a verdade por trás da reportagem sensacionalista. O vilarejo, unido na sua crença na minha jornada, passou a ignorar as críticas externas, focando na luz que eu continuava a compartilhar.


No silêncio do quarto, eu voltei ao meu diário, desta vez com palavras de força e resistência. Eu prometi não deixar que as sombras da descrença obscurecessem a luz da minha fé. A minha jornada, agora marcada por desafios mundanos, prometia ser um testemunho de resiliência e autenticidade. Notre Dame, mais do que nunca, tornou-se um refúgio onde a verdadeira fé prosperava, enfrentando as adversidades com a coragem de uma mensageira divina.


Naquela tarde, o sol derramava o seu calor reconfortante sobre Notre Dame, e eu decidi que era hora de buscar a normalidade que um dia fora o meu cotidiano. Vestindo um simples vestido floral, eu desci as escadas com uma determinação renovada, deixando para trás o peso da reportagem e as incertezas que me tinham abalado. No jardim, o meu fiel cachorro, um labrador chamado Max, correu para me encontrar. Os olhos de Max brilhavam com lealdade enquanto eu acariciava o seu pelo macio. Juntos, corremos pelo gramado verdejante, compartilhando risos e brincadeiras, como nos dias em que a vida era simples e descomplicada. Ao me aproximar do campo onde Vitor, o meu irmão, e Angélica, a minha cunhada, estavam jogando pedras em uma lata improvisada, eu senti a alegria familiar que aquele cenário trazia. A lata ressoava com o som metálico das pedras, misturado aos risos e à animação da tarde tranquila.


— Ana, você se juntará a nós? - chamou Vitor, sorrindo enquanto arremessava uma pedra com destreza. Eu assenti com um sorriso, unindo-me à brincadeira. A simplicidade do momento, longe das expectativas e julgamentos, trouxe-me uma sensação de liberdade. Cada pedra lançada era um ato de reafirmação da minha identidade, um gesto de autonomia sobre a narrativa que eu escolhia viver.


A tarde se desenrolava com risadas, conversas descontraídas e a cadência melódica das pedras colidindo com a lata. O aroma suave das flores do jardim permeava o ar, enquanto o sol se inclinava gentilmente no horizonte, pintando o céu com tons quentes de laranja e rosa. À medida que o dia se despedaçava em nuances de crepúsculo, a comunidade de Notre Dame testemunhava eu recuperando a minha essência, afastando-me das sombras que ameaçavam obscurecer a minha luz interior. Os murmúrios desapareceram, substituídos pela harmonia familiar e pela felicidade de uma tarde simples e significativa.


Ao retornar para casa, eu percebi que o verdadeiro milagre não estava apenas nas curas que eu realizava, mas na capacidade de me reconectar com a minha humanidade. A fama, a pressão e as críticas eram desafios, mas Notre Dame era um refúgio onde eu podia ser simplesmente Ana, a garota comum que amava a sua família, brincava com o seu cachorro e desfrutava de momentos de paz.


Eu ouvi o silêncio da noite, quebrado apenas pelo som dos meus pensamentos. A minha fama ecoava além das fronteiras do vilarejo, alcançando corações ansiosos por esperança. Eu sabia que muitas pessoas queriam me ver, me tocar, me pedir ajuda. Eu sabia que muitas pessoas acreditavam no meu milagre, na minha missão, no meu destino. Mas eu também sabia que nem todas as pessoas eram assim. Algumas pessoas duvidavam de mim, me criticavam, me rejeitavam. Algumas pessoas não entendiam a minha fé, a minha luz, o meu amor.


 


Uma dessas pessoas era Beatrice, uma senhora cuja mãe lutava contra o Alzheimer. Ela tinha ouvido falar das minhas incríveis habilidades, e decidiu trazer a sua mãe até a minha casa. Ela chegou na porta, carregando a senhorinha debilitada nos braços. O seu coração pulsava com uma mistura de ansiedade e esperança. Ela me chamou, e eu prontamente fui ao seu encontro. Eu vi nos olhos de Beatrice uma mistura de desespero e fé. Ela me contou sobre a condição da sua mãe, os dias de sofrimento, e como a medicina convencional tinha desistido de oferecer qualquer esperança.


— Ana, ouvi falar do seu milagre. Eu sei que é pedir muito, mas por favor, você poderia tentar ajudar a minha mãe? Eu não sei mais a quem recorrer - ela suplicou, segurando as mãos trêmulas da sua mãe. Eu senti a angústia e a fé nos olhos de Beatrice, e ouvi um chamado maior. Eu assenti com compaixão.


— Vamos tentar algo. A fé pode ser uma força poderosa.


Eu levei as duas para dentro da minha casa, e formamos um círculo de esperança. Eu fechei os olhos, e comecei a orar silenciosamente. O silêncio tomou conta do ambiente, interrompido apenas pelo sussurro suave das minhas palavras. A senhorinha, que inicialmente parecia distante, começou a responder de maneira surpreendente. Uma centelha de reconhecimento brilhou nos seus olhos, e palavras esquecidas começaram a fluir. O milagre estava acontecendo diante dos meus olhos, e dos olhos de Beatrice, que mal podia conter a emoção. O encontro na porta da minha casa tornou-se um marco, não apenas para Beatrice e sua mãe, mas para todo o vilarejo que testemunhava mais um milagre meu. A notícia espalhou-se como um raio de esperança, ecoando nos corações daqueles que acreditavam que, através da fé e da compaixão, milagres poderiam acontecer, mesmo nos lugares mais inesperados.


Beatrice, ao ver a sua mãe recuperar a lucidez, não conseguiu conter as lágrimas. Ela abraçou a senhorinha com força, sentindo o seu calor e o seu carinho. Ela olhou para mim, com gratidão e admiração. Ela não sabia como me agradecer, eu tinha realizado o seu maior desejo.


— Ana, eu não sei como te agradecer. Você fez um milagre pela minha mãe, pela minha família, por mim. Você devolveu a minha esperança, a minha alegria, a minha fé. Você é um anjo, uma bênção, uma luz.


Eu senti uma emoção profunda ao ouvir as palavras de Beatrice. Eu sorri, com humildade e bondade. Eu não me sentia merecedora de tanto elogio, mas sabia que estava cumprindo a minha missão. Eu abracei Beatrice.


— Beatrice, eu não fiz nada sozinha. Foi Deus quem me deu esse dom, e quem me guiou até você. Foi a sua fé que permitiu que o milagre acontecesse. Eu só fiz o que ele me pediu, e o que ele me permitiu. Beatrice me olhou com admiração.


— Ana, você é uma pessoa especial, e eu tenho certeza de que Deus tem um plano para você. Você tem uma luz que ilumina o mundo, e que inspira as pessoas. Você tem uma missão que transcende o comum, e que toca o divino. Você tem um dom que cura o corpo, e que salva a alma.


— Beatrice, você é uma pessoa generosa, e eu tenho certeza de que Deus tem um amor por você. Você tem uma força que supera as dificuldades, e que sustenta a sua família. Você tem uma esperança que vence o desespero, e que renova a sua fé. Você tem uma mãe que te ama, e que te agradece.


— Ana, você é uma pessoa incrível, e eu tenho certeza de que Deus tem uma bênção para você. Você tem uma paz que acalma o coração, e que transmite confiança. Você tem uma alegria que contagia o ambiente, e que espalha felicidade. Você tem uma vida que vale a pena, e que merece ser vivida.


Eu me despedi de Beatrice e da sua mãe, e as acompanhei até a porta. Elas saíram da minha casa, levando consigo um milagre e uma gratidão. Eu fiquei na minha casa, sentindo em mim uma missão e uma luz.


ALGUMAS HORAS DEPOIS


Eu estava na minha casa, lendo um livro, quando ouvi alguém bater na porta. Eu fui atender, e me deparei com o doutor Ricardo. Ele era um médico famoso, que tinha perdido a sua esposa num trágico acidente de trânsito. Ele era um homem cético, que não acreditava em Deus, nem em milagres. Ele era um homem que queria me desmentir, me desafiar, me provar errada. Ele se apresentou, e disse que queria conversar comigo. Ele disse que tinha ouvido falar dos meus milagres, e que estava intrigado com eles. Ele disse que queria entender como eu fazia aquilo, e que tinha algumas perguntas para me fazer. Ele disse que era um homem da ciência, e que buscava a verdade. Eu não estava muito à vontade, mas aceitei conversar com ele. Eu o convidei para entrar, e o levei para a sala. Ele se sentou no sofá, e ligou o gravador. Então, ele começou a fazer as perguntas.


— Ana, como você descobriu que tinha esse dom de curar as pessoas e os animais?


— Eu já contei essa história, doutor. Foi depois do meu sonho celestial, que eu percebi que eu era especial. Que eu tinha uma luz única, que podia realizar milagres. Que eu tinha uma missão divina, que transcendia o ordinário.


— Um sonho celestial? Você tem certeza de que não foi apenas um delírio, uma alucinação, uma fantasia?


— Não, eu tenho certeza de que foi um sonho celestial. Eu senti a presença de Deus, a sua bondade, a sua paz. Eu ouvi a sua voz, que me disse que eu era a sua escolhida. Que ele me deu um dom, que eu deveria usar para o bem. Que ele me guiaria, me protegeria, me iluminaria.


— Você tem alguma prova de que esse sonho foi real? Você tem alguma evidência de que essa voz era de Deus?


— Não, eu não tenho nenhuma prova, nem nenhuma evidência. Eu só tenho a minha fé, que é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem.


— Ana, você sabe que isso não é suficiente, não é? Você sabe que a fé não é um argumento válido, não é? Você sabe que a fé não pode ser testada, nem comprovada, nem refutada, não é?


— Sim, eu sei disso, doutor. Mas eu também sei que a fé não precisa disso. A fé não precisa de argumentos, nem de testes, nem de provas. A fé só precisa de confiança, de amor e de entrega.


— Ana, você é uma menina muito inteligente, mas também muito ingênua. Você não percebe que a fé pode ser uma armadilha, uma ilusão, uma mentira? Você não percebe que a fé pode ser usada para manipular, enganar, explorar? Você não percebe que a fé pode ser perigosa, nociva, destrutiva?


— Não, eu não percebo nada disso, doutor. Eu só percebo que a fé pode ser uma força, uma luz, uma verdade. Eu só percebo que a fé pode ser usada para ajudar, curar, salvar. Eu só percebo que a fé pode ser maravilhosa, benéfica, divina.


— Ana, eu sinto muito, mas eu não posso concordar com você. Eu não posso aceitar a sua fé, nem o seu dom, nem o seu milagre. Eu não posso aceitar Deus, nem a sua voz, nem a sua vontade. Eu só posso aceitar a razão, a ciência, a verdade.


— Doutor, eu sinto muito, mas eu não posso mudar a sua opinião. Eu não posso fazer você aceitar a minha fé, nem o meu dom, nem o meu milagre. Eu não posso fazer você aceitar Deus, nem a sua voz, nem a sua vontade. Eu só posso fazer você respeitar a minha escolha, a minha missão, o meu destino.


— Ana, eu agradeço pela sua conversa, mas eu não posso respeitar a sua escolha, a sua missão, o seu destino. Eu só posso respeitar a minha busca, a minha dúvida, a minha investigação.


— Doutor, eu lamento pela sua busca, pela sua dúvida, pela sua investigação. Eu espero que um dia você encontre a sua resposta, a sua paz, a sua fé.


O doutor desligou o gravador, e se despediu de mim. Ele saiu da minha casa, e foi embora. Eu fiquei na minha casa, e orei por ele. Eu pedi a Deus que o abençoasse, e que o iluminasse. Eu pedi a Deus que o perdoasse, e que o amasse. O doutor Ricardo, apesar dos seus esforços em me desmentir, sentiu-se intrigado pela minha resiliência e pela crença inabalável da comunidade. As minhas palavras ecoaram nos seus pensamentos, mas as feridas da sua própria perda continuavam a obscurecer a sua visão. Enquanto eu seguia o meu caminho, o doutor Ricardo encontrou-se em uma encruzilhada entre a fé e a razão. A sua jornada pessoal, impulsionada pelo desejo de compreender o inexplicável, estava apenas começando, lançando sombras sobre os alicerces da sua crença no mundo científico que sempre conheceu.



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Autor(a): jessicaluana

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