Fanfics Brasil - Capítulo 1 - Piloto Welch, Caçador de Vampiros

Fanfic: Welch, Caçador de Vampiros | Tema: Vampiros, terror, policial, ação, noir, drama, suspense


Capítulo: Capítulo 1 - Piloto

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Durante muito tempo, os vampiros foram considerados mera superstição e fabulação sobrenatural. Eram tempos em que a razão e a ciência ditavam os rumos da humanidade. Entretanto, uma crise global retornou a humanidade a uma nova era de trevas, na qual a existência dos vampiros, agora reconhecida, virou uma ameaça real nos quatro cantos do mundo.


Em um mundo devastado, o sobrenatural volta a ganhar espaço nas mentalidades, e com a ameaça vampírica admitida, uma nova classe de profissionais surge: os caçadores de vampiro. Dedicados a erradicar estes mortos-vivos, eles contam com amplo prestígio da sociedade, podendo agir a mando de governos ou de forma independente.


Em um país, um caçador nos interessa: o jovem Caleb Welch, descendente de uma milenar família de caçadores de vampiros. Obstinado, dedica sua vida a salvar pessoas dessa ameaça sobrenatural aos civis que estão no seu alcance. Seu principal intento é chegar um poderoso clã de vampiros que assola seu país.


Capítulo 1 - Piloto


Dermouth, Britânia.


Um policial foi morto, e a mordida no seu pescoço e a pouca quantia de sangue denunciam a Caleb aquilo que ele já sabe: foi vítima de um vampiro. A fim de obter mais detalhes, ele vai até a delegacia na qual o finado policial trabalhava para obter mais esclarecimentos.


Seu jeito um tanto peculiar chama a atenção de todos logo que chega na delegacia: um rapaz jovem de cabelos pretos e cheios, grande, indo até o pescoço e cobrindo até seus olhos e orelhas. Tem uma pequena barba rala em seu rosto, e seu jeito de vestir-se parece informal para um caçador. Veste um sobretudo preto e um calça e coturno de mesma cor, mais uma camisa comum toda branca que pode ser vista pelo sobretudo aberto.


Ao chegar na sala do delegado, senta-se diante dele em sua mesa com sua permissão, mas o modo com que o faz chama a atenção. Ele dobra suas pernas sobre a cadeira como se sentasse no chão, e ao ver uma caneta próxima a ele a apoia com a ponta pressionada na mesa, com o dedo na outra extremidade como se estivesse brincando de equilibrá-la.


— Então, delegado... O que tem para falar de Neil Chambers?


— Neil era um ótimo policial. Prestativo e dedicado, e muito íntegro.


— Não é sobre isso que quero saber.


— Desculpe, tem razão. É que estou mal com o ocorrido. Neil era um amigo, mas vamos ao que te interessa. Certamente quer saber quem possa ter algo contra ele, certo?


— Exatamente


— Neil andava investigando um caso de conivência com vampiros. Ele suspeitava de um vereador na cidade que poderia estar cedendo uma propriedade para que eles estivessem se alojando.


— Mas soube que até a morte dele houve só mais duas mortes por vampiro nessa cidade. Acha que pode ter relação? Se houvesse um bando, o número de vítimas seria maior.


— Tem razão. É algo que ainda estamos investigando.


— E descobriu alguma relação entre as vítimas? Tinham algum conhecido em comum que morreu há pouco tempo?


As indagações de Caleb são interrompidas por uma gritaria ouvida do lado de fora da sala do delegado. De imediato, este se levanta para ver o que se trata. Caleb faz o mesmo, porque os gritos entregam que se tratam de entes do finado Neil Chambers. Mais exatamente, os gritos soam coisas do tipo "quem matou meu pai", e são gritos tanto com voz feminina quanto masculina, entregando que são os filhos dele querendo esclarecimentos.


Na recepção da delegacia, os funcionários lá presentes buscam acalmar os filhos de Neil, que por já conhecê-los falam com bastante intimidade e empatia pelo luto e revolta deles diante a morte do pai. A semelhança entre os irmãos é incontestável, tanto pelas feições do rosto quanto as íris âmbar de cada um. O que os diferenciam é a cor do cabelo, pois a garota tem longos cabelos castanho claro e o rapaz tem o cabelo castanho escuro. Fora isso, é destacante a beleza da garota, e do irmão, mesmo sendo mais novo, o fato de ser bem mais alto que ela.


— Em que posso ajudá-los, Ivy e David? - Pergunta solenemente o delegado.


— Queremos saber quem matou meu pai! - A garota responde nervosa.


— Já fazem dois dias que ele morreu, e todos sabem que foi um vampiro. Qual a dificuldade em encontrar quem fez isso? - O garoto indignado complementa.


— Deixem-me intervir . - Caleb intervêm - A polícia tem outros casos para tratar, não só esse. E quando se trata de vampiros, é especialidade de um caçador lidar com isso.


— E você, quem é? - O garoto pergunta a Caleb.


— Sou Caleb Welch, um caçador de vampiros.


— E o que faz aí parado? - O garoto retruca.


— Eu acabei de chegar na cidade.


— Espere um minuto... - O delegado volta-se para Caleb - Welch? Da família Welch?


— Isso mesmo.


— O que tem essa família? - A garota pergunta.


— Os Welch são uma família muito famosa por caçarem vampiros. Dizem que desde pequenos seus integrantes são treinados para lidar com vampiros, e a família toda vive disso. Mesmo que não sejam licenciados pelo governo, o prestígio deles é notório por todo o país.


— Então por favor, descubra quem matou nosso pai. - A garota pede, agora num tom mais calmo.


— Bem, espero que estejam mais calmos. Caleb, se importa se voltarmos às suas perguntas?


— Sem problemas, mas indico que os filhos do policial nos acompanhem.


— Mas eles são civis.


— Não importa. É do pai deles que estamos falando. Nada mais justo que saibam no que o pai dele estava envolvido para acabar desse jeito. Não irá os acalmar, mas ao menos ajudam a entender a situação.


— Tudo bem. Todos vocês me acompanhem.


O delegado aceita o pedido de Caleb e pede para os filhos do policial os acompanhar até sua sala. Chegando lá ele esclarece em minúcias a investigação na qual estava envolvido, bem como a operação policial que fez para deter o vereador, que acabou numa troca de tiros em que alguns capatazes e um policial acabaram mortos. Dito isso, mostra uma pasta com toda a investigação feita por Neil, e Caleb pede para ficar com os documentos para examinar o caso. O delegado reluta por serem evidências policiais, mas Caleb insiste e pede para que façam cópias para que fiquem com a polícia, já que por se tratar de vampiros ele tem prioridade em tratar desses materiais.


Após obter as informações, Caleb pede indicação de um lugar para se alojar e para comer, e o delegado disse que encaminhará ao prefeito que custeie sua estadia na cidade. Ao obter as informações que precisava, agradece o delegado e se retira da delegacia. Os filhos do policial acabam acompanhando o caçador.


— Por que estão me seguindo?


— Queremos ajudar. - A garota responde.


— Vocês dois são dois civis indefesos. Deixem isso por minha conta antes que se machuquem.


— Nosso pai era um policial. Alguém querendo fazer mal a ele vir atrás da gente é algo com o qual crescemos.


— Uma coisa é lidar com batedores de carteira e ladrões de varal dos quais ele ia atrás. Outra é enfrentar um morto-vivo.


— Se não nos deixar ajudar não vamos sair da sua cola. - O garoto insiste.


— Tudo bem. - Inconformado, Caleb suspira - Vamos comer alguma coisa. Está na hora do almoço. Pode ser que saibam de algo útil para que eu descubra quem é o vampiro por trás disso.


Aceitando a contragosto a insistência dos irmãos, Caleb os leva para almoçarem contigo em algum restaurante. Escolhe um lugar simples, como está acostumado, e por ser um caçador de vampiros dá um papel que indica que a prefeitura irá custear aquela refeição. Os irmãos Chambers estão com ele, e aproveita da situação para interrogar.


— Tem sempre assim comida de graça? - O garoto pergunta.


— David! - Sua irmã intervêm sobre suas boas maneiras. - Perdoe ele. Afinal, deixe nos apresentar. Sou a Ivy e esse é meu irmão, David.


— Prazer em conhecê-los. Como disseram antes, meu nome é Caleb. E bem, quanto a comer de graça, geralmente sim. As prefeituras costumam custear minhas despesas na cidade, é o que costumo cobrar no lugar do pagamento.


— E por que virou um caçador? - David pergunta.


— Meus pais morreram para um vampiro. É um motivo comum que leva muitos a virarem caçadores.


— E por que quis os documentos da investigação do nosso pai? - Ivy questiona. - Você não parece precisar disso para descobrir algo sobre o caso.


— É... você me pegou. Você é muito esperta, garota.


— Não é querendo me gabar, mas minha irmã manda muito bem. Ela está no último ano de psicologia, e desde criança gostava de querer dar palpites sobre os casos do nosso pai.


— É, mas a vida real é diferente dos jogos de detetive que devem ter jogado.


— Você ainda não disse o que quer com os documentos. - Ivy continuava a questionar.


— Não precisa saber. É assunto de caçador.


Dito isso, Ivy aproveita que a pasta com os documentos do seu pai estavam sobre a mesa e os pega, já que estavam ao lado de Caleb. Nesta hora, ele estica o braço para tentar pegá-los de volta dela.


— Devolva isso, por favor.


— Só se me disser o que sabe.


— Tudo bem, eu falo. - Ele olha a reação dela mais disposta a devolver a pasta, mas sem ainda o fazer. - O vereador já foi investigado pela polícia e está sob prisão domiciliar até terminar seu julgamento. As provas que seu pai levantou já caíram no conhecimento do juiz, por isso, pude pegar os originais, e parece que as outras duas vítimas do vampiro eram os capatazes que sobreviveram à troca de tiros com seu pai e o policial.


— Isso quer dizer que...


— Exatamente. O vampiro é alguém que esteve nesse incidente.


— Uau, que bela capacidade de fazer deduções.


— Os anos de caçada me deram isso. Só que não é o bastante, porque se for verdade tem muita gente para cobrir, e não tem como saber exatamente quem será o vampiro.


— Qual seu melhor palpite?


— Já tenho uma lista dos policiais que trabalhavam com seu pai, e pedi para o delegado colocar todos eles no turno da noite dentro da delegacia. Vou agora entrevistar o vereador para que me dê a lista dos capatazes que trabalham para ele ainda.


Terminando o almoço, os irmãos Chambers pegam carona com Caleb em seu modesto, porém, espaçoso carro. Davam os dois sem problema algum no banco de trás enquanto ele dirigia. O mais característico do carro é a presença de crucifixos: um pendurado do retrovisor interno e outro em forma de cruz celta no porta-malas. Os irmãos estranham a presença de rosários amarrados em cada maçaneta de cada porta, e Caleb responde que é para evitar que vampiros entrem em seu carro.


Chegando na casa do vereador, uma suntuosa e grande mansão, é avistado a presença de dois policiais fazendo tocaia na porta. Isso não impede Caleb de sair do carro para seguir sua investigação.


Esperem aqui. - Diz aos irmãos enquanto sai do carro.


Em frente a casa, Caleb se identifica aos policiais como um caçador de vampiros e sua permissão para entrar é logo dada, sendo escoltado por um outro policial que estava dentro da casa já. Chegando lá ele é encaminhado para uma grande sala aonde há uma televisão enorme e um bar anexo no cômodo, no qual o vereador, uma figura obesa de meia idade, bebia enquanto fuma um charuto. O mais característico é a presença da tornozeleira eletrônica em uma de suas pernas.


Vendo isso, Caleb tira do bolso de seu sobretudo um maço de cigarro e um isqueiro de metal com uma cruz celta gravada. Tira um cigarro do maço e o acende em sua boca.


— O que está fazendo? - Pergunta o policial.


— Acho que ele não vai se importar com outro fumante na casa. - E falando isso se aproxima do vereador. - Senhor Dowes, acho que já sabe porquê está aqui.


Dowes, o vereador, olha intimidado para o caçador.


— Conivência com vampiros é um crime no país inteiro mais nas colônias, sendo inafiançável e passível de prisão perpétua. Contudo, essa parte deixo para as autoridades. Quero saber dos seus capatazes. Dê nomes, todos eles.


— Eu não sei... eu não tenho os nomes del...


Antes que terminasse de falar, Caleb havia sacado seu revólver e atirado contra o bar dele. O tiro acerta uma garrafa de uísque, desmontando ela pelo meio seio que a metade de cima desfaz-se ao cair no chão e o conteúdo dela escorre pela prateleira do bar de madeira. Os dois policiais que estavam dentro da casa ficam agitados, assim como os policiais escoltando a entrada da casa. Ivy e David também puderam ouvir o tiro, e ficam aflitos se perguntando o que aconteceu dentro da casa.


— Acalmem-se, policiais. - Caleb fala sereno - Sei que é mentira, Dowes. Isso aqui não é uma cidade pequena, logo, seus segredos precisam ser mantidos com pessoas de confiança, mesmo que pagas para isso. É claro que sabe porque certamente todos eles estão na sua folha de pagamento. Então por favor fale, se não o próximo tiro irá em você.


Dizendo isso, Caleb aponta sua arma na direção da testa de Dowes.


— Senhor caçador, tenha calma! - Um dos policiais pede a ele.


— Policial, eu não tenho a menor consideração por quem comete conivência com vampiros. Para mim, são monstros tanto quanto eles. Sabe, eu não terei o menor remorso de matar esse verme, mas me disponho a deixá-lo vivo se eu tiver uma relação de capatazes que trabalhavam para ele.


Dito isso um dos policiais pega uma cópia do inquérito que tem os nomes dos homens que trabalham para Dowes. Há doze nomes no total, sendo que quatro foram mortos, três estão hospitalizados, dois apreendidos e dois estão sumidos, tendo certamente fugido da cidade.


Com o documento em mãos, Caleb acaba levando Ivy e David para a casa deles, e pedem para que ele entre junto e possa fazer seu trabalho ali. Há discussão dele ter atirado dentro da casa de Dowes, o que é respondido friamente por Caleb justificando que fez o necessário e o que seu trabalho pede para que faça. Contatando o delegado, ele sabe que os capatazes apreendidos estão na mesma delegacia que ele sob custódia, e os hospitalizados após a troca de tiros com Neil estão todos no mesmo hospital, pedindo para que coloque crucifixos na janelas e portas de seus quartos bem como coloquem uma maçaneta falsa de prata sobre a entrada do quarto deles.


— Parece estar lidando com isso com muita naturalidade. - Ivy comenta após a ligação com o delegado terminar.


— Percebi que os ataques se deram entre 20:30 e 01:40 da manhã. Conhecendo as vítimas, o vampiro certamente sabe o horário mais propício para atacá-las. Se pudermos inviabilizar o hospital, restará apenas a delegacia, e para lá irei próximo das oito horas para fazer tocaia.


— Você é astuto. Se daria bem com nosso pai, certamente gostaria de ter o conhecido.


— Mas então, pode ficar em casa para fazer seu trabalho. De noite estarei indo para faculdade, aí você pode ir para seu hotel. - Ela complementa.


— Tudo bem. E vocês estão com quem? Vocês têm uma mãe com quem possam ficar?


Essa pergunta foi a mais inconveniente que Caleb poderia ter feito. Fica claro isso ao ver os olhares tristes e cabisbaixos dos irmãos.


— Ah... sinto muito.


— Não tem problema. Você não sabia. - Responde Ivy.


— Como ela se foi?


— Ela morreu de uma doença quando ainda éramos pequenos. Quer dizer, eu tinha seis anos, e Ivy já tinha treze anos.


— É perto da idade que perdi meus pais, garoto. Os perdi quando tinha sete anos.


— E por isso decidiu virar um caçador? - Ivy pergunta.


— Sim. É minha forma de vingar a morte deles.


— Mas o delegado disse que é de uma família de caçadores. - David dizia em seguida.


— Sim, tem razão. Por parte de pai sou mesmo, mas ele estava disposto a largar essa vida para viver uma vida normal com minha mãe e, por consequência, comigo também.


— Deve sentir falta deles.


— Todos os dias. Por isso entendo bem o que sentem, e prometo que irei matar o vampiro que levou a vida do pai de vocês.


As horas se passam. Ivy estudava para a faculdade e David foi jogar bola com seus amigos como forma de aliviar a cabeça do luto. Caleb alterna a investigação com momentos de descanso, o que o faz pegando seu fone de ouvido e ouvindo música em seu celular. David volta para casa, e pouco depois, era vez de Ivy se arrumar. Por estarem a sós agora, enquanto ela toma banho David fazia o jantar, o que trás lembranças das quantas noites Caleb precisou fazer o próprio jantar desde que virou caçador.


Ao jantar ser posto, os irmãos convidam Caleb para jantar com eles. Ivy, que terminou mais cedo, se adianta para se arrumar e ir a sua aula na faculdade. Ela sai de casa e deixa seu irmão a sós com o caçador, pedindo para o irmão deixar tudo na cozinha desligado e não dormir tarde.


— Então... Como é ser caçador de vampiros? - David pergunta com propósito de puxar conversa.


— Se quer saber, algumas horas é um pé no saco. Viver em cemitérios, interrogando pessoas, trocando o dia pela noite ou se forçando a ficar acordado até mais tarde...


— E por que faz isso?


— Porque é o que sei fazer, e pelos meus pais.


— Mas nunca pensou em fazer outra coisa da vida?


— Comecei meu treinamento aos sete anos de idade. Caço praticamente desde então, logo, não faz sentido pensar numa vida diferente dessas para mim.


— Que triste viver pensando dessa forma.


— Então mudemos de assunto. E você, o que pretende fazer? Vejo que ainda deve ser um estudante.


— Sim, tenho quatorze anos ainda, sendo sete anos mais novo que minha irmã. No momento eu não sei o que quero, mas gostaria de ser jogador de futebol ou policial igual meu pai era.


— Certamente são vidas melhores do que a minha. Agora tem uma coisa que gostaria de perguntar, sobre o pai de vocês.


— Pergunte.


— Quando e como ele foi atacado pelo vampiro? Foi um ataque só? E se não, onde foi o segundo?


— Bem... acharam ele fraco na rua no início da manhã e o levaram para o hospital. Depois disso veio para cá, e no dia seguinte morreu aqui em casa.


— Merda! - Caleb bate com a mão na mesa e se levanta.


— O que foi?


— Quer dizer que o vampiro pode vir pra cá.


— Não estou entendendo o que quer dizer... Ei, para onde vai?


David via Caleb pegando seu sobretudo e suas armas na sala para se aprontar para sair de casa.


— Sua irmã está em perigo.


— Então eu vou com você.


— Não. Vá para um cômodo e se tranque. Se tiver crucifixos, alho, use para se proteger.


— Nem pensar. Já perdi meu pai, e não quero perder minha irmã também.


— Então vem comigo que te explico no caminho.


Os dois saem de casa. Por saber o caminho que a irmã faz todos os dias para ir até a faculdade, David acaba sendo bastante útil na busca por Ivy. Esta por sua vez caminhava pelas calmas ruas da cidade, que agora já anoitecido seguiam silenciosas por ser uma cidade modesta. As iluminações da casa e das luminárias da rua é o que contrasta a escuridão da noite, alumiando o caminho de Ivy enquanto ela anda.


— Droga, já estou atrasada. - Diz ela olhando as horas em seu celular.


De repente, enquanto caminha por uma rua que dá para um beco, ela acaba sendo puxada por alguém com a mão pálida e gélida. O grito é de imediato, sendo estridente e prolongado. Como corriam seguindo o caminho que ela costuma fazer, Caleb e David adiantam o passo identificando a direção de onde veio o grito, imaginando que o vampiro a essa altura já pôs suas mãos nela.


Posta no beco, o vampiro tampa a boca dela, e com esta mão segura ela pelo rosto para curvar um pouco sua cabeça para cima a fim de deixar o pescoço dela mais exposto. Nessas horas, Ivy lembra de algumas táticas de defesa pessoal ensinadas pelo seu pai, colocando os braços em direção à cabeça do vampiro para tentar o empurrar ou evitar que este se aproxime de seu pescoço. O pânico e a falta de experiência com esse tipo de situação fazem com que ela faça isso de forma bem desengonçada, mas conforme ela vá se acostumando com a escuridão a imagem opaca do vampiro em meio às trevas ganha nitidez, permitindo com que ela reconheça aquele que deseja matá-la.


— Você... mas por que você...


O vampiro é interrompido por alguém o chamando do outro lado do beco, que dá acesso para a rua. É Caleb junto de David, sendo que Caleb porta um crucifixo numa mão e vem em direção a ele.


— Droga, um caçador.


Com a presença de Caleb, o vampiro solta Ivy e se apronta para correr. Aproveitando que ele está de costas, Caleb Welch saca seu revólver e dispara três vezes em direção ao coração do vampiro, fazendo com que ele caia desfalecido no chão, dando sua definitiva morte. Em choque com a situação, Ivy é consolada pelo seu irmão que vai de imediato abraçá-la.


— Como souberam que ele viria me atacar?


— Não sabíamos. - Caleb responde - Apenas avisei ao seu irmão que a casa de vocês estava sujeita a ser novamente atacada e então viemos para te impedir de ir para a faculdade.


Em questão de uma hora, a polícia vinha buscar o corpo do vampiro, isolando a cena de onde Caleb o confrontou. Ao ver o corpo, Caleb volta para dar atenção aos irmãos.


— Então o vampiro era o policial que morreu na troca de tiros que o papai fez parte? - Ivy pergunta.


Mais do que isso. - Caleb, de volta, responde. - O tal Shane Bullock era um policial corrupto que era favorecido por Dowes. Seu pai na verdade havia sido induzido a uma emboscada, e percebendo, além de matar um de seus capatazes também matou Shane. Com certeza ele quis vir atrás de vocês como forma de se vingar de seu pai.


— Como soube disso?


— A equipe que fez o trabalho balístico viu que o tipo de bala que o matou é de uma arma usada pela polícia, e vendo a folha de pagamento de Dowes vi pagamentos endereçados ao Shane. Confirmei com o delegado que ele era realmente um policial.


— O pai era durão. Lidou contra vários e ainda saiu vivo. - David dizia, buscando se consolar.


No dia seguinte, aparece Caleb passando diante da casa dos irmãos Chambers. A intenção era apenas se despedir, não esperando que ambos estariam na porta cheio de malas.


— Vão para algum lugar? Posso deixá-los na rodoviária ou na estação de trem se desejarem.


— Sim, iremos, mas queremos que nos leve. - Ivy dizia ao ver o caçador diante deles.


— Eu o que? Sou serviço de carona agora?


— Nossos tios Lexington irão cuidar de nós.


— Lexington é longe daqui. Nem nesse estado fica.


— Por favor, leve a gente.


— Nem pensar. Deram pra ver que minha profissão é perigosa, e outra, se aparecesse um caso no caminho não iria dispensá-lo só para levar vocês.


— Não tem problema, pode resolver os casos que precisar. Só nos leve até lá.


— Direi de forma mais clara... Nem fodendo.


— Se serve de algo, achamos mais algumas anotações do nosso pai a respeito da investigação dele.


— Tudo bem, deem elas para mim. Aonde estão?


— Mas... só as daremos se nos levar.


— Suas pestes, nem pensem em fazer chantagem.


— Não veja assim. Nós conhecemos a letra do nosso pai, e eu sei como ele raciocinava. Já ajudei ele em alguns casos. E outra, sou boa de entender as pessoas, posso ser útil para você.


— Já estou vendo que não aceitar um não como resposta... - Caleb se oferece para ajudar eles com as malas. - Tudo bem, até Lexington eu posso levar vocês. Mas se esses documentos forem mentira, os deixo na próxima cidade e vocês que se virem.


— Estão aqui. - David dizia tirando uma pasta lotada de sua mochila, guardando-a em seguida.


— Então tudo bem. Soube de um caso numa cidade há umas cinco horas daqui. Iremos para lá imediatamente.


Ao ajudar os irmãos a colocarem suas coisas no porta-malas, Caleb permite que sentem no banco de passageiro e depois se ajeita para seguir viagem, rumando ao seu próximo caso.



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Autor(a): caioferreira

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

- Você poderia parar de fumar. Isso só te faz mal. - Ivy dizia a Caleb. - Que isso, até deixei as janelas abertas para os dois. Não tem porque reclamarem. - Fuma desde quando? - Desde os quinze anos. - E quantos têm agora? - Vinte e oito. - Já estamos chegando na próxima cidade? - David pergunta em tom de tédio no c ...



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