Fanfic: Senhor Mandão | Tema: bts, hoseok, jungkook, hopekook, junghope, koobi, gay, romance,

C.R.: Alessandra Hazard

Boa leitura!

Seu primeiro dia de trabalho não foi tão horrível quanto Hoseok esperava. Foi pior.

No momento em que Jeon entrou no escritório, ele deu uma olhada em Hoseok e disse:

― O que você está vestindo? ― Foi dito com tão pouca inflexão em sua voz que Hoseok levou um momento para registrar como uma pergunta.

Ele olhou para si mesmo e franziu a testa.

― Um terno? ― ele disse.

Os lábios do Jeon se curvaram em escárnio.

― Não posso deixar meu assistente assim. Onde você achou isso? Em um brechó?

Hoseok enrubesceu.

― Nem todos podemos pagar ternos de vários milhares de reias. Senhor.

Os olhos negros do demônio se cravaram nele, nada impressionados.

― Vá comprar alguns ternos e camisas decentes. ― Ele olhou para os sapatos de Hoseok e zombou. ― Sapatos também. A aparência do meu assistente reflete em mim.

― Minhas roupas estão perfeitamente bem ― Hoseok mordeu fora. ― Não vou desperdiçar o pouco dinheiro que tenho com roupas.

A mandíbula do Jeon cerrou.

― Certo. Levanta-se.

Confuso, Hoseok se levantou.

― O quê?

Seu chefe não disse nada, apenas colocou a mão pesada na nuca de Hoseok e o conduziu em direção à porta sem cerimônia, seu toque como uma marca.

Suprimindo a vontade de retrucar que era perfeitamente capaz de andar sozinho, Hoseok respirou fundo, inspirando e expirando. Este não era ele. Não era um cara mal humorado e facilmente irritável. Era melhor que isso. Ele deveria subir o terreno elevado e não deixar Jeon alcançá-lo. Poderia lidar com alguma insolência. Poderia lidar com os mandados para ir onde o gato perdeu as botas. Poderia até lidar com os palpites incabíveis, como se sua opinião sobre suas próprias roupas não importasse. Poderia engolir e lidar com isso. Porque Lisa tinha razão: mesmo com a aposta deles de lado, essa era uma grande oportunidade para sua carreira e futuro. Mas, ainda assim, irritava-o.

Jeon o conduziu até o elevador, em seguida, através do estacionamento subterrâneo, seu aperto punitivo ainda na nuca de Hoseok. Hoseok se sentia como um cachorro sendo levado pelo dono para passear.

Finalmente, eles alcançaram uma linda Ferrari preta de quatro lugares.

O motorista abriu a porta assim que viu o chefe, que empurrou Hoseok para dentro do carro e finalmente o soltou.

Carrancudo, Hoseok esfregou a nuca. Ainda parecia que sua pele estava queimando com o toque fantasma, rastejando de inquietação. Ele não sabia por que este homem o deixava tão… inquieto. Perturbado não parecia ser a palavra certa, mas Hoseok não conseguia pensar em uma melhor. 

Jeon deixou cair um cartão de crédito em seu colo.

― Leve-o a uma loja de roupas ― disse ao motorista, sem nem mesmo olhar para Hoseok. ― Seja rápido.

Hoseok abriu a boca para dizer exatamente o que pensava daquele idiota autoritário, mas Jeon fechou a porta sem cerimônia e foi embora, já falando com alguém em seu telefone.

― Imbecil ― Hoseok murmurou, recostando-se no assento e olhando ao redor para o interior luxuoso enquanto o carro decolava. ― Uma Ferrari para um Jeon. Ele poderia ser mais egocêntrico?

― Que loja você gostaria de ir? ― disse o motorista.

Hoseok olhou para o cartão de crédito preto em seu colo e sorriu sombriamente. Certo. Jeon queria que ele comprasse roupas decentes? Ele compraria algumas roupas decentes.

Uma hora e R$74.465 depois, Hoseok entrou no escritório do Grupo Min em seu novo terno Armani, camisa e sapatos, segurando o resto de suas sacolas de compras com as duas mãos.

Jisoo assobiou ao vê-lo.

― Droga. Você está muito bonito.

Hoseok deu a ela um sorriso fraco, seu coração batendo forte quando ele deixou cair as sacolas de compras perto de sua mesa. Sua decisão impulsiva de irritar Jeon gastando uma quantia exorbitante de seu dinheiro parecia uma ótima ideia uma hora atrás, mas agora parecia loucura. Bem,  Jeon não poderia demiti-lo por cumprir suas ordens, certo? Era uma conformidade maliciosa, claro, mas era uma conformidade. O idiota deveria ter sido mais específico quando ordenou que comprasse roupas decentes. Portanto, foi sua própria maldita culpa. Esperançosamente, isso deveria lhe ensinar uma lição para não ser um idiota tão autoritário.

Cerrando o queixo, Hoseok caminhou até o escritório do Jeon e entrou depois de uma batida.

― Estou de volta ― anunciou ele, um tanto desnecessariamente.

Jeon ergueu o olhar do documento em suas mãos e o estudou da cabeça aos pés, com o rosto impassível.

― Você desperdiçou uma hora do seu dia de trabalho em algo que deveria ter feito antes de vir para o trabalho, então vai ficar mais uma hora.

E então ele voltou seu olhar para sua papelada.

Hoseok piscou, totalmente perplexo. Jeon ainda não havia recebido uma notificação de seu banco?

Ele mordeu o interior da bochecha, sabendo que deveria manter a boca fechada, mas…

― Você não está louco? ― disse Hoseok. ― Gastei setenta e quatro mil reais em minhas roupas.

Jeon ergueu os olhos.

― Sim ― disse ele lentamente, como se estivesse falando com uma criança pequena e estúpida. ― Sob minhas ordens. Por que eu ficaria “louco”?

Puta merda. 

Tipo, puta merda. Hoseok sabia que Jeon devia ser muito rico, mas essa incapacidade de compreender que Hoseok gastou uma quantia estúpida de seu dinheiro - exponencialmente mais do que deveria - era um lembrete de que esse homem era de um mundo completamente diferente. Setenta e quatro mil nem foram registrados como uma quantia substancial de dinheiro para ele. Tanto para sua tentativa de ensinar uma lição ao idiota.

― Eh ― Hoseok disse. ― Certo.

― A propósito, pegue isso ― disse Jeon, sem olhá-lo. Ele puxou um telefone do bolso e o colocou sobre a mesa.

― O que é? ― Hoseok disse, olhando-o com uma carranca.

― Este é o meu segundo telefone. O que eu uso para parceiros de negócios e conhecidos sem importância. A partir de agora, você é responsável por atender todas as minhas ligações e decidir quais ligações merecem minha atenção e quais você deve se livrar. Não me incomode sem um bom motivo.

Hoseok o olhou incrédulo.

― Como vou saber quais são?

Jeon finalmente olhou para ele, seu olhar plano e rígido.

― Você vai aprender. Ou você será despedido.

Certo.

Mantenha-se bem. Prove que o idiota está errado. Mantenha o emprego por seis meses, livre-se das microtransações em sua franquia favorita, receba uma carta de recomendação e uma excelente oportunidade de se vangloriar.

Ele poderia fazer isso.

Ele poderia.

[...]

― O que é isso? ― Jiwoo disse, seu olhar direcionado para as sacolas de compras assim que Hoseok voltou para casa.

― Roupas ― Hoseok resmungou, jogando as sacolas no colo da irmã antes de cair no sofá e gemer. Ele estava tão cansado que parecia que poderia dormir por uma semana. E este foi apenas seu primeiro dia.

Seus olhos se fecharam, ele ignorou o suspiro de surpresa de Jiwoo quando ela abriu as sacolas.

― Espere, como você pode pagar isso? ― disse sua irmã.

― É basicamente um uniforme de trabalho. Meu chefe idiota diz que seu assistente não pode parecer maltrapilho.

― Chefe idiota? ― Jiwoo disse com uma risada. ― O meu nem me comprou um sanduíche. Ele realmente comprou essas roupas para você? Como um presente?

Hoseok bufou.

― Duvido que Satanás tenha pensado nisso, nesses termos. Ele é um bilionário. É uma gota no oceano para ele. Ele me deu seu cartão de crédito e me disse para comprar roupas. Gastei setenta e quatro mil reais, eu queria tanto irritá-lo, mas ele nem piscou! E então ele rasgou um novo quando fiz o café errado. Você pode acreditar nisso?

― Deve ser bom ser tão rico ― disse Jiwoo com uma risada. ― Ainda sim, foi muito legal da parte dele.

Hoseok riu até enjoar.

― Legal? ― ele disse quando se acalmou um pouco. ― Confie em mim, ele não é legal. Estou convencido de que ele é o Satanás disfarçado. Eu queria dar um soco nele provavelmente umas dez vezes hoje e você não tem ideia de como foi difícil me conter. Ugh, só de pensar nele me deixa louco!

Jiwoo olhou para ele com atenção, uma ruga aparecendo entre suas sobrancelhas.

― Tem certeza que sua aposta boba vale a pena? Meio ano é muito tempo se você odeia seu trabalho e seu chefe.

Hoseok desviou o olhar, ignorando a repentina pontada de dúvida. Era tarde demais para voltar atrás agora. Além disso, não foi uma aposta boba. Tirando os benefícios pessoais, foi por uma boa causa. Se Jeon mantivesse sua palavra e realmente removesse as microtransações pagas para ganhar do Rangers 5, isso valeria totalmente a pena.

― Vale a pena ― disse ele com firmeza antes de sorrir. ― Eu posso fazer isso, não se preocupe.

Ele parecia mais confiante do que se sentia.