Fanfics Brasil - Capítulo 03 - Conexões Metamorfose [+16]

Fanfic: Metamorfose [+16] | Tema: Amor Doce


Capítulo: Capítulo 03 - Conexões

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A cada minuto que passava, a Sweet Amoris surgia no horizonte, por trás das várias copas de árvores, enquanto o trajeto pela floresta se tornava cada vez mais plano e vasto, dando a impressão de que a própria natureza ao nosso redor se abria para nos receber.


À medida que avançávamos, uma aglomeração de vozes, a princípio distantes, tornava-se cada vez mais perceptível.


Ao notar isso, prontamente pressionei o meu nariz contra uma das janelas do carro para assim visualizar melhor o que estava à nossa frente, o que me proporcionou uma visão privilegiada da imponente fachada do colégio, que, por si só, era cercada por muros gigantes. 


Entre os muros, havia uma abertura com um gigantesco aro dourado e um portão de ferro logo abaixo.


Assim que o senhor Louis prosseguiu, nós adentramos na propriedade da escola.


Naquele momento, os meus olhos se encheram automaticamente de lágrimas, e meu queixo quase foi parar no chão. 


Logo na entrada, pude avistar um imenso e colorido jardim. Além dele, a grama que revestia a sua superfície era tão verde e perfumada que o seu aroma podia ser sentido até mesmo através das janelas. 


Um pouco mais adiante, estava o prédio principal, que parecia uma cópia do Palácio de Versalhes, mas em uma versão menor, se é que isso era possível. Além disso, as colunas ornamentais que sustentavam a estrutura da escola pareciam ter sido esculpidas na Grécia Antiga e transportadas para a atualidade. 


Definitivamente, era uma visão de tirar o fôlego.


-Jessica! -De repente, sou despertada de meus devaneios. -Já chegamos! -Informou o senhor Louis assim que ele estacionou perto de uma longa escadaria.


-Obrigada pela carona! Agradeço gentilmente, e ele apenas assente com um movimento de cabeça.


Quando saí do carro, empunhei os meus pertences e prontamente os arrastei pelo piso de mármore bege que adornava o chão.


-Até um dia, senhor Louis! -Falei, acenando para ele. Com isso, ouço o mesmo buzinar algumas vezes antes de partir na direção oposta de onde viemos.


Quando constatei que ele havia ido embora e eu me encontrava sozinha, encarei a escadaria que dava acesso ao interior do prédio com um certo receio. Contudo, no momento em que me preparei para começar a subir os degraus, uma voz doce e suave chegou até mim.


-Com licença! -Um rapaz loiro, de belos olhos dourados, aproximou-se timidamente. Notei que ele vestia uma camisa social branca e usava um crachá no pescoço, que continha os dizeres "monitor-chefe". -O meu nome é Nathaniel. -Ele se apresentou, estendendo a mão, e eu, educadamente, o cumprimentei de volta.


-Olá! O meu é Jessica! -Disse ao me apresentar.


-É um prazer conhecê-la, Jessica! -Ele respondeu com um sorriso meigo. -Eu sou um aluno do segundo ano e faço parte do programa de Monitoria aqui do colégio. Você está precisando de ajuda?


-É tão óbvio assim que sou uma caloura? -Perguntei, em tom de brincadeira. Nathaniel não respondeu, mas sorriu, corando fortemente. Claramente, meu comentário o deixou constrangido de alguma forma, embora essa não tenha sido a minha intenção.


-A energia dos calouros é inconfundível. -Ele elucidou, com as bochechas ainda rosadas.


-De fato. -Concordei, soltando uma risada. -Mas o que vocês fazem em relação aos veteranos? Ignoram-os até o final do dia?


-Tipo isso. -Nathaniel respondeu, soltando uma risada descontraída. -A nossa prioridade hoje são vocês. Somos os responsáveis por passar orientações e oferecer assistência quando necessário. Notei que a sua mala aparenta estar bem pesada, você gostaria de alguma ajuda?


Quando Nathaniel disse isso, analisei a distância entre o início da escada e o topo dela, pelo menos umas três vezes. A minha conclusão foi de que não havia como eu levar as minhas coisas sozinha. O risco de cair e rolar escada abaixo era muito grande, fora a vergonha que eu passaria no meu primeiro dia. Eu não queria ser conhecida como "a novata que rolou a escada abaixo". Portanto, ao considerar essa grande probabilidade, acabei aceitando a ajuda oferecida.


Com isso, eu e Nathaniel nos posicionamos de uma forma que o nosso peso fosse se equilibrar com o da mala. 


Apesar da dificuldade no começo, conseguimos pegar o jeito rapidamente e carregamos a bagagem com sucesso escada acima.


-Se precisar de qualquer tipo de ajuda, pode me procurar. -Ele comunicou, antes de alcançar um garoto de calças militares que vinha logo abaixo. Assim que Nathaniel se afastou, uma menina de longos cabelos castanhos e blusa azul, veio até mim entregar um panfleto.


-Olá! Seja bem-vinda! -Ela me recepcionou, citando praticamente as mesmas palavras que Nathaniel, antes de se apresentar como Melody. Melody, então, me orientou a ir até a Sala da Administração, que ficava exatamente ali perto, junto ao hall de entrada. De acordo com ela, eu receberia a chave do meu quarto e também um papel contendo os horários das minhas futuras aulas.


-O panfleto traz algumas instruções sobre as regras do nosso campus. É importante que você o leia assim que possível. -Ela avisou antes de se virar para outro estudante e repetir a mesma coisa.


Ao meu redor, havia tantas pessoas se movimentando de um lado para o outro que ler aquele panfleto era a última coisa que eu queria fazer. Sendo assim, fui para onde Melody havia me indicado.


Não foi difícil localizar a Administração, já que havia uma fila comprida que se estendia em direção a uma porta de madeira no final de um corredor mais estreito. Por conta da quantidade de pessoas, eu sabia que iria demorar um pouco até chegar a minha vez, por isso, aproveitei o momento para enviar algumas mensagens aos meus pais, informando-os de que eu estava bem.


As mensagens, em si, demoraram para serem enviadas, no entanto, o sinal, felizmente, não me abandonou. 


Nos minutos seguintes, aguardei pacientemente a minha vez na fila.


Apesar do tédio momentâneo, tive a sorte de fazer uma amizade discreta com uma garota ruiva chamada Íris. Contudo, quando eu estava prestes a descobrir mais sobre como é a vida de uma Sereia, fui chamada por uma moça.


-Boa tarde! -Disse me aproximando de um balcão.


Sentada do outro lado, a mulher nem ao menos fez questão de olhar para a minha cara, ela continuou teclando em seu computador incansavelmente.


-Você precisa da minha identidade? -Perguntei, abrindo uma parte da minha bolsa para procurar a carteira. No entanto, a mulher simplesmente me apontou para um canto qualquer e pediu que eu fosse até lá.


Fiz o que ela mandou, sem questionar nada, é claro. Porém, antes mesmo de eu poder explicar que os meus pais haviam resolvido todas as questões burocráticas da minha matrícula, ela me atingiu com um flash de luz de coloração azul-celeste, que me deixou totalmente atordoada.


-Perdão! Estou apenas verificando o seu nome no nosso sistema, querida! -Ela justificou, ao notar o meu olhar de espanto.


-Mas o que diabos foi isso? -Questionei, olhando o pequeno objeto que ela segurava entre os dedos.


-É um batom que faz reconhecimento facial. -Explicou, voltando para a sua cadeira e mexendo novamente no computador.


-Certo... -Murmurei, desconfiada.


-Você está liberada! -Disse, entregando-me um papel junto com uma chave. -Os dormitórios femininos ficam no segundo andar.


-Obrigada! -Respondi, assentindo.


Quando saí da ala administrativa, passei rapidamente por Iris, cumprimentando-a, e andei mais um pouco pelo recinto até localizar um elevador entre duas estátuas com formas draganianas. Assim que entrei nele e pressionei o botão que indicava o segundo andar, aproveitei o tempo de espera para ler o papel que continha as informações sobre minhas aulas. 


Na parte superior do material, havia dois textos: um de boas-vindas e outro que explicava a dinâmica de estudos na Sweet Amoris.


De acordo com ele, as aulas aqui são divididas em "específicas" e "gerais". As aulas categorizadas como específicas são dedicadas aos conhecimentos e habilidades que refletem a identidade de cada estudante, enquanto as gerais promovem a integração e a diversidade que constituem o corpo discente - além de serem essenciais para a nossa formação acadêmica. 


Além dos textos, um pouco mais abaixo, havia também uma tabela com o nome das matérias e de cada professor responsável. Portanto, sem perder tempo, dei uma ligeira examinada no nome de cada um.


Segunda-Feira: 08:30 AM -12:00 PM


Ensinamentos do Vampirismo - - - - - - - - - - - - - - Cullan Brown (Específico)


 


Terça-Feira: 09:20 AM - 13:00 PM


A Anatomia dos Vampiros - - - - - - - - - - - - - - Delanay Augustine (Específico)


 


Quarta-Feira: 09:00 AM - 12:00 AM / 14:30 PM - 17:20 PM


Saúde e Curandeirismo - - - - - - - - - - - - - - Agatha Florence (Geral)


Educação Física - - - - - - - - - - - - - - Boris Castro (Geral)


 


Quinta-Feira: 15:20 PM - 18:10 PM


O Saber da Arte Vampírica - - - - - - - - - - - - - - Zachary Taylor (Específico)


 


Sexta-Feira: 07:00 AM - 10:20 AM


As Origens do Misticismo Mundano - - - - - - - - - - - - - - Faraize Émile (Geral)


A cada nome que lia, eu ficava mais e mais ansiosa. Eram tantos questionamentos que passavam pela minha cabeça que o que me restava era ser paciente, sobretudo comigo mesma. Por isso, ignorei os meus pensamentos insistentes e segui em frente assim que a porta do elevador se abriu.


A chave que me entregaram tinha um número marcado: 215, que devia ser o número do meu quarto. Após seguir por um corredor e fazer algumas contagens rápidas, localizei a porta correspondente sem dificuldades.


O quarto, no geral, era bastante confortável e simples. Havia uma cama encostada na parede, uma escrivaninha de frente para uma janela, um móvel com um abajur e um guarda-roupa. "Os banheiros daqui devem ser compartilhados", pensei, ao notar a falta de um.


Depois de examinar cada canto do ambiente, comecei a desfazer a minha mala, separando cada um dos meus calçados e roupas para, em seguida, colocá-los no guarda-roupa. No entanto, no meio da arrumação, fui surpreendida por um estrondo alto e um grito. 


No mesmo instante, voltei o meu olhar para o corredor e vi uma garota de longos cabelos brancos caída sobre um amontoado de malas.


-Perdão! -Ela disse com um sorriso nervoso. -Eu tropecei e acabei caindo.


-Não tem problema! -Falei, indo socorrê-la. -Qual o seu nome? -Perguntei, ajudando-a a ficar de pé.


-Rosalya, mas eu prefiro que me chamem de Rosa. E o seu?


-O meu é Jessica.


-Prazer! -Ela riu, esbaforida. -Pelo visto, nós seremos vizinhas, Jessica. -Rosa comentou, abrindo o quarto da frente. -E, como uma boa vizinha, você vai me dar uma mãozinha, né?


-Quer dizer... claro? -A minha resposta gerou uma mútua troca de risadas, e Rosa abriu espaço para que eu a auxiliasse. Assim, nós duas começamos a organizar a bagunça provocada pelo tropeço dela.


Durante o tempo que passamos juntas, trocamos algumas ideias, e Rosa ficou muito contente ao descobrir meu gene vampiresco, assim como eu me empolguei ao saber que ela fazia parte de uma tradicional linhagem de Grifos.


-Você participa de caçadas? -Rosa perguntou. -Eu cresci ouvindo diversas histórias sobre caçadas através da minha avó. Ela sempre gostou de estudar sobre esse assunto.


-Bem... eu "participo"... mas as minhas caçadas não devem ser iguais às histórias que sua avó conta. As minhas são bem tediosas.


-Como assim elas são "tediosas"? -A entonação na voz de Rosa evidenciava o seu desapontamento.


-Ah! -Suspirei, expressando a minha frustração. -Os meus pais sempre me levaram para caçar coelhos e esquilos em uma floresta regional. Eu nunca achei tão legal assim.


Enquanto guardava um par de botas, Rosa se jogou na cama, cruzando as pernas, e comentou: -As caçadas dos Grifos são bem parecidas com as suas. No entanto, não podemos caçar em qualquer área, precisa ser um local bem isolado. Além do mais, para participar, eu preciso dominar a técnica de transmutação, e como ainda não sei fazer isso... sou proibida pela minha família.


-Poxa! Eu sinto muito!


-Não sinta! -Rosa transparecia um ar esperançoso. -É por isso que estou aqui. -Ela sorriu, determinada. -É o meu propósito!


-Bem…, isso eu não posso questionar! -Comentei, pensativa. 


Rosa reagiu ao meu comentário com um sorriso mais radiante ainda. 


Após isso, continuamos a conversar sobre os mais diversos assuntos, conforme iamos nos conectando com o que tínhamos em comum. Até que, no corredor, passamos a ouvir várias garotas andando de um lado para o outro, até que uma delas nos advertiu sobre uma palestra que iria acontecer no anfiteatro da escola.


-Os monitores estão chamando. Vamos! -Ela anunciou, indo embora.


Rosa e eu trocamos olhares vagos e seguimos o fluxo de pessoas até sairmos do prédio principal. O trajeto até o anfiteatro era relativamente rápido, sendo este um edifício separado, localizado na parte de trás da Sweet Amoris.


Ao chegarmos lá, a maioria dos assentos já estavam ocupados. Logo, começamos a procurar por lugares disponíveis.


Os meus olhos analisaram cuidadosamente o recinto, mas a minha concentração se perdeu quando um par de olhos heterocromáticos se cruzou com os meus.


Não sei dizer quanto tempo fiquei presa naquela intensa troca de olhares, mas foi o suficiente para admirar cada centímetro da aparência dele. 


Os seus cabelos prateados tinham as pontas discretamente pintadas de verde-escuro, criando um efeito degradê gracioso. 


O formato harmonioso do seu queixo e as vestes de estilo vitoriano davam um aspecto enigmático ao seu porte masculino. Por conta disso, o meu coração não demorou a palpitar. O meu rosto inteiro queimava. O seu olhar sobre mim fazia as minhas pernas ficarem bambas como num passe de mágica. Eu não sabia descrever o que sentia, apenas tinha consciência de quão hipnotizada estava.


-Jessica! -A voz de Rosa me trouxe de volta à realidade. -Por aqui! -Ela disse, puxando-me pelo braço. Com isso, marchamos para os lugares vagos que ela havia encontrado.


Assim que nos acomodamos, Rosa continuou a discorrer sobre as suas impressões do lugar, porém a minha mente e o meu coração não conseguiam esquecer o misterioso garoto de olhos bicolores.



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Autor(a): robbiedawson

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Com o decorrer dos dias, eu fui, gradualmente, me acostumando com a minha nova rotina acadêmica.  Apesar do alvoroço que foi lidar com algumas burocracias de viés institucional, como registrar-me na biblioteca da escola para assim conseguir reservar os livros didáticos utilizados em sala de aula, ou então, procurar por materiais escola ...


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