Fanfics Brasil - Capítulo 07 - A Investigação de Priya Metamorfose [+16]

Fanfic: Metamorfose [+16] | Tema: Amor Doce


Capítulo: Capítulo 07 - A Investigação de Priya

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No fim das contas, o tempo que passei na detenção não foi tão ruim assim. 


Por mais entediante que tenha sido escrever uma redação sobre a importância do autocontrole, a companhia de Armin e Alexy tornou aquelas duas horas de punição, no mínimo, suportáveis. 


No dia seguinte ao meu castigo, acabei tendo que me enclausurar no meu quarto durante quase todo o período da manhã. Isso porque tinha acumulado uma boa quantidade de deveres de casa, de modo que precisei ir até a biblioteca da escola para reservar, pelo menos, uma pilha grande de cinco livros.


Quando retornei ao dormitório feminino, imediatamente comecei a produzir um texto dissertativo para a aula da professora Delanay. 


As aulas sobre "A Anatomia dos Vampiros" exigiam uma atenção especial da minha parte, tendo em vista a sua extensa complexidade de conteúdos didáticos. Portanto, uma concentração impecável, era necessária.


Mais tarde, enquanto relia um dos capítulos do livro "Sangue: O Elo entre Vampiros", de um autor irlandês chamado Murdoch Berne, pude ouvir três batidas fortes vindas da porta do meu quarto.


Com um leve formigamento na perna esquerda e cambaleando moderadamente, fui em direção a ela. Do outro lado da porta, estava Priya, carregando um saco marrom amassado e um pote de plástico contendo um sanduíche dentro.


-Oi, Jess! -Ela sorriu. -Vim lhe trazer o que sobrou do café da manhã! -Anunciou, balançando a comida na frente do meu rosto. -Rosa comentou que você estava muito ocupada e preferiu não ir ao refeitório mais cedo. Então, eu trouxe um suco de maçã e um sanduíche de queijo. 


-Oh! -Exclamei, surpresa. -Obrigada, Priya! -Sorri para ela, sentindo o meu estômago protestar por comida. 


-Estou atrapalhando os seus estudos? -Ela perguntou reparando o quão bagunçado estava o meu quarto, já que haviam livros abertos e jogados para todos os lados. 


-Não! Não se preocupe! -A tranquilizei indo arrumar a minha cama para que assim pudéssemos nos sentar nela. -Estou quase terminando o rascunho do meu texto, depois só preciso repassá-lo para o meu caderno. 


-Ah sim! E de quem é essa tarefa? -Priya indagou, analisando a capa de um dos livros mais próximos a ela.


-É da professora Delanay. -Esclareci. -Ela ensina uma matéria específica para os alunos Vampiros.


-Jura? -Priya arqueou as sobrancelhas. -Eu também tenho aula com ela, mas na matéria de “Memorização e Imitação”


-Sério? Eu não sabia que ela também ensinava aos alunos que são Doppelgänger. -Comentei, espantada.


-Eu também não sabia. -Admitiu, Priya. -Mas parece que os professores daqui se dividem para ensinar as diferentes turmas que há. Afinal, somos muitos e de origens bem distintas.


-É! -Assenti, dando uma feroz mordida no meu sanduíche. -Faz sentido! -Falei de boca cheia e dando um longo gole no suco de maçã. Após um breve silêncio, pude notar pelo canto do meu olho, uma inquietação incomum surgindo em Priya. -Aconteceu algo? -Perguntei enquanto limpava uma das minhas bochechas que estava suja com grãos de farelo.


-Jess, eu não vim aqui somente pela comida. -Ela explicou, apontando para o meu sanduíche mordido. -Na verdade, tenho algo a lhe confidenciar. 


-O que é? -Questionei, endireitando a postura.


-Lembra quando você nos contou que estava com pensamentos conflitantes na presença de Peggy?


Balancei a cabeça, confirmando o fato mencionado, e Priya continuou:


-Bem, eu achei essa história toda muito estranha. Então eu fui atrás de alguns colegas de Peggy e descobri que você foi induzida por hipnose. 


-O quê? -Indaguei, confusa. -Como assim?


-Acontece que Peggy é uma Basilisco, Jessica! -A revelação de Priya caiu sobre mim como um banho de água fria. -E os Basiliscos são capazes de manipular as suas presas através da hipnose.


-Mas como ela fez isso sem que eu percebesse? -O meu tom de voz foi gradativamente aumentando devido a minha justa revolta.


-Eu não sei… ela deve ter utilizado alguma técnica de manipulação mental. É uma prática bastante comum entre os Basiliscos. E, quanto a ter escolhido você, foi tudo por mera conveniência. Ela precisava de uma isca para pôr em ação o seu insolente plano, e nada mais proveitoso do que escolher uma caloura, não? -Declarou Priya com uma pitada de irritação.


-É claro! -Suspirei, esfregando a testa com a mão. -Agora tudo faz sentido... Argh! Como pude ser tão burra?!


-Ei! -Priya acariciou suavemente as minhas costas. -Não se coloque para baixo desse jeito. A culpa não foi sua. Ela foi quem se aproveitou de você.


-Eu sei, mas… a forma como ela agiu comigo é tão revoltante! -Afirmo, deixando escapar um suspiro melancólico. -Eu deveria ter resistido mais. Quem sabe assim todo esse pandemônio teria sido evitado.


-Mas você não sabia, Jessica! -Priya apertou o meu ombro com a intenção de me confortar. -Qualquer um poderia ter sido uma vítima. -Concluiu. 


-Que merda! -Resmunguei para mim mesma. 


-Mas olha, eu descobri algumas coisinhas sobre ela que podem lhe animar.


-O que é? -Falei com um semblante ainda tristonho. 


-A Peggy anda sumida porque a diretora está obrigando ela a limpar todo o estrago que foi causado no dormitório dos professores. E, pelo que me disseram, até tudo ficar limpo como antes, vai demorar semanas. Não é, demais? -Priya gargalhou, arrancando um singelo sorriso de mim. 


Devo admitir que a imagem de Peggy sendo cercada por vários baldes de água com sabão, tornava toda a sua punição um tanto quanto hilária. Além disso, os risos de Priya faziam essa história ficar ainda mais engraçada do que já era.


-Você é mesmo impossível! -Comentei, soltando uma risada otimista. -Mas, afinal, como foi que você descobriu todas essas coisas?


-Ora! Eu tenho os meus próprios trâmites! -Priya respondeu, dando uma piscadela.


Apesar de, por um lado, eu estar sentindo um certo alívio por saber que nem tudo parecia tão injusto quanto eu achava, a minha parcela de culpa não deveria ser desconsiderada, especialmente por aqueles que gostam de mim.


Entendo que queiram me proteger e até apaziguar a minha participação no plano de Peggy. Mas, ainda assim, fui adiante com aquilo e quase fui levada a roubar as informações confidenciais do garoto que eu gosto… Como não sentir vergonha?


-Jess? -A voz de Priya quebrou o meu transe. -No que está pensando? -Ela perguntou abeirando-se de mim. -Você ficou tão quieta de repente… 


-N-Nada! -Sorri para ela, voltando o meu foco para o sanduíche que agora esfriava em minhas mãos. A minha resposta pareceu não convencê-la, pois Priya saltou da cama e ficou de pé, exibindo um olhar questionável.


-Então, vem comigo! -Disse, estendendo a mão para mim. -Você está precisando de novos ares. Vamos ao ginásio!


-Hã? Por que o ginásio? -Choraminguei, falsamente. -Eu não quero ir para lá e escutar mais gritos do professor Boris. 


-Ah! Esquece ele! -Priya revirou os olhos. -Não temos 'Educação Física' aos finais de semana, e, além do mais, os Monitores tomaram conta de todo o ginásio. 


-Os “Monitores”? Por quê? -Indaguei, franzindo o cenho.


-Eles montaram uma recepção para os calouros que ainda não se inscreveram em nenhum clube extracurricular. As outras meninas também estão lá. Vamos! -Priya insistiu como uma criança birrenta. 


-Mas eu ainda não terminei a lição… 


-Jessica Lopez! -Priya enunciou o meu nome como uma figura autoritária. -Não me venha com desculpas. Sequer iremos demorar lá. Vamos!


-Ah, está bem! -Sorri, cedendo às suas súplicas. -Ao menos me deixe terminar de comer o sanduíche e tomar o suco. -Brinquei, e Priya deu de ombros, exibindo uma pose espirituosa.


Assim que alimentei-me por completo, fui arrastada pelo corredor por Priya, onde usamos o elevador para descer até o hall de entrada. E de lá, seguimos para o ginásio.


A cada passo que dávamos, podíamos ouvir um coro de burburinhos e risadas se expandindo.


No instante em que pus os pés na quadra esportiva, senti uma pitada de ansiedade invadir o meu corpo, pois avistei Lysandre a uma certa distância, conversando com um rapaz de cabelos pretos que se vestia igual a ele.


"Talvez aquele seja o seu irmão", pensei. Contudo, a minha linha de raciocínio foi rapidamente interrompida quando Priya sussurrou em meu ouvido que iria dialogar com os representantes do clube de Vôlei. Porém, antes de ir, ela murmurou:


-Sua chance é aqui e agora. -Declarou com uma certa malícia na voz, o que me fez corar como um pimentão. Eu sabia que ela estava se referindo a Lysandre, mas preferi ignorá-la enquanto caminhava em direção ao stand do clube de Teatro. Perto dali, percebi que Rosa conversava animadamente com Alexy. 


-Jess! -Ela acenou para mim assim que notou a minha presença.


-Oi pessoal! -Gesticulei, também acenando. -Pelo visto, vocês já se tornaram grandes amigos. -Comentei com bom humor, ao notar a amistosa proximidade entre os dois.


-Creio que sim. -Rosa reconheceu. -É a primeira vez que estamos conversando, mas parece que nos conhecemos há anos.


-Mas sejamos sinceros, eu sou extraordinariamente fabuloso. Quem não iria querer ser meu amigo? -Alexy proclamou se aproveitando do comentário feito por Rosa para se vangloriar, o que nos arrancou sorrisos sinceros.


-E vocês dois também escolheram se juntar ao clube de Teatro? -Perguntei, curiosa.


-Sim, mas nós queremos trabalhar em conjunto com os figurinistas. -Rosa esclareceu.


-Até porque, convenhamos… tem muita gente brega por aqui! -Alexy afirmou dramaticamente virando o rosto e encarando as pessoas ao nosso redor, o que me fez rir baixinho.


-É… trabalhar com tecidos pode ser mesmo divertido! -Refleti, coçando o queixo.


-É isso aí, garota! -Alexy, empolgado, balançou os meus ombros. -Precisamos salvar essas pobres criaturas de continuarem usando roupas cafonas!


-Está bem! Está bem! -Sorri para eles. -Vocês me convenceram! 


-Então vá logo, ou às vagas do clube vão se encerrar! -Alexy ditou, empurrando-me em direção à mesa dos representantes do clube de Teatro.


Como esperado, há alguns metros de distância, uma pequena fila de alunos se formava diante dos representantes do clube. Apesar de uma leve intimidação, não deixei que minhas inseguranças me dominassem naquele momento.


Quando me aproximei da fila, fui empurrada bruscamente para o lado, quase desequilibrando-me e caindo no chão. No entanto, diante da tragédia anunciada, pude sentir uma mão firme me segurar, impedindo que eu me machucasse.


Ao olhar para cima, meus olhos se cruzaram com os de Lysandre, que, assim como eu, parecia assustado pelo inevitável esbarrão. 


O meu olhar se afundava cada vez mais ao seu, e o choque causado pelo nosso inesperado encontro, fez com que eu me perdesse profundamente em seus lábios rosados.


-O-Oi! 


Ele balbuciou com timidez, fazendo o meu coração explodir em batimentos descontrolados.



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Autor(a): robbiedawson

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