Fanfics Brasil - Capítulo 08 - Paixonite Metamorfose [+16]

Fanfic: Metamorfose [+16] | Tema: Amor Doce


Capítulo: Capítulo 08 - Paixonite

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-Ei! -Uma voz claramente angustiada soou atrás de mim. -Desculpe pelo esbarrão, foi sem querer. -A garota que quase me levou ao chão expressou um sorriso de constrangimento.


-Não tem problema! -Respondi aturdida, enquanto fitava Lysandre que ainda me amparava com uma de suas mãos.


-Você se machucou, senhorita? -Ele perguntou, com um ar de preocupação. 


-N-Não! -Falei, com a voz trêmula. -Eu estou bem. Obrigada!


Lysandre então sorriu, afastando-se educadamente. 


-Nós somos colegas de sala. -Ele pontuou, coçando o queixo.


-Sim! Nós somos! -Afirmei, extasiada, o que logo me deixou retraída, pois terminei demonstrando uma empolgação fora do esperado. Contudo, Lysandre pareceu não se incomodar com isso, apesar de ter ficado em silêncio por alguns instantes.


-Você vai se juntar ao clube ou está apenas atrás de orientações? -Ele questionou, conforme a fila gradualmente avançava.


-Eu quero fazer parte do clube. E você? 


-Eu também! -Lysandre respondeu, com uma evidente animação. -O meu irmão Leigh é integrante do clube e ele, assim como eu, sempre foi um grande admirador do meio artístico.


-Eu também sou! -Comentei, com um sorriso sincero.


-Sério mesmo? -Os olhos de Lysandre cintilavam ao falar sobre o assunto. -O que você mais admira na arte? -Para a minha surpresa, Lysandre inclinou-se para frente, curvando os seus ombros em minha direção, enquanto um sorriso encantador se formava em seu rosto, dando-lhe um charme irresistível.


-Bem... eu conheço mais sobre a Arte Mundana, embora esteja aprendendo sobre a Arte Vampírica com o professor Zachary. -Admiti, sem hesitações, o que pareceu agradá-lo.


-A sua honestidade é encantadora, senhorita… -Lysandre parou por um instante, se esforçando para lembrar do meu nome, o que me fez rir, pois era evidente que ele não conseguia.


-Jessica! -Enunciei, quando Lysandre passou a estreitar os olhos.


-Isso! Isso! -Ele deu um sutil pulo e sorriu, envergonhado. -Perdoe-me, Jessica! A minha memória não é muito boa! -Explicou, acanhado.


-Não tem problema! -Sorri para ele, balançando os braços.


-Você disse “Arte Vampírica”? Então a senhorita é uma vampira?! -Lysandre murmurou, divagando o óbvio.


-Sim! E você? É um vampiro também? -Perguntei bem-humorada, porém genuinamente curiosa. No entanto, a reação de Lysandre a essa pergunta quase me fez arrepender de ter feito ela, pois o sorriso curvado dele imediatamente desapareceu, dando lugar a uma expressão de desconforto.


-É complicado… -Ele sussurrou baixinho. Diante disso, e antes que eu pudesse respondê-lo, a minha vez de ir para o stand chegou.


-Próximo! -Uma voz cansada reverberou até mim. Com isso, me afastei de Lysandre e fui em direção ao stand. Ao me aproximar, notei uma prancheta posta em cima da mesa, com uma caneta ao lado.


-É só assinar? -Perguntei, e o meu questionamento foi respondido com um aceno afirmativo. Então, sem demora, assinei o papel.


-Os nossos encontros acontecem todos os sábados, após o almoço. Mais tarde, enviaremos uma circular com mais informações. -Informou uma das garotas responsáveis por coletar as inscrições.


-Certo! Obrigada! -Declarei, satisfeita. 


Ao me virar, avistei Lysandre vindo, com a intenção de fazer o mesmo que eu. Logo, entreguei-lhe a caneta que segurava.


-Aqui! -Falei, sentindo o meu estômago revirar de ansiedade quando a ponta de nossos dedos acidentalmente se encostaram.


-Obrigado! -Lysandre respondeu, com um leve sorriso de canto.


-E-Eu vou indo… nos falamos depois? -Apesar de temerosa com a resposta, não hesitei em pedir um segundo encontro.


-Claro! -Lysandre sorriu mais uma vez. -Até! -Disse ele de forma serena.


-Até! -Respondi, acenando desengonçadamente.


Ao caminhar alguns passos adiante, notei que Rosalya estava encostada numa parede próxima, me observando atentamente. Assim que nossos olhares se cruzaram, ela acenou de maneira exagerada, pedindo que eu me aproximasse.


-Conta tudo! Agora! -Ordenou, agitada, assim que fui me abeirando dela.


-Contar o quê? -Os meus lábios começaram a tremer e as minhas bochechas queimar. Ainda que ninguém estivesse nos ouvindo, parecia que eu estava sendo exposta numa vitrine de loja. 


-Não seja sonsa, Jess! -Rosa zombou. -Quero saber o que rolou entre vocês dois agora há pouco. Foi quase uma cena de filme. -Ela riu.


-Ah! -Sorri, deixando que meu nervosismo tomasse conta. -Não foi nada demais. Apenas… conversamos. -Esclareci, sentindo a minha garganta coçar.


-Hmm… sei! -Afirmou Rosa, não se convencendo. -De qualquer forma, eu estou indo para o refeitório. Logo o almoço será servido. Quer ir comigo?


-Agora não, preciso voltar ao meu quarto para terminar as lições de casa. Assim que as terminar, te mando uma mensagem.


-Tudo bem! Mas cuidado para não acabar se sobrecarregando! -Rosa advertiu, cruzando os braços. 


-Não se preocupe! -Proferi, tentando acalmá-la. -Conversamos depois! -Sugeri, e Rosa assentiu, caminhando pelo ginásio à procura das outras meninas e de Alexy, que havia sumido para procurar o irmão.


No trajeto de volta ao dormitório feminino, evitei ao máximo me distrair com devaneios envolvendo Lysandre. Entretanto, assim que cheguei ao meu quarto e me aconcheguei na cama, preparada para continuar com as minhas atividades, escutei o meu celular vibrar em cima do travesseiro.


Na tela do aparelho, o nome de “Cindy” piscava repetidamente, indicando que era ela quem me ligava. Portanto, sem demora, atendi a ligação. 


-Cindy! -Exclamei, animada. Afinal, fazia tempo que não conversávamos por telefone.


-Oi! -Pelo seu tom de voz, Cindy parecia tão animada quanto eu. -Como você está? Nunca mais me ligou. Está esquecendo das amigas, é? -Brincou.


-Claro que não! -Respondi, sorrindo. -E eu estou bem, apesar de atolada com uma pilha de deveres de casa.


-Ah! -Cindy resmungou, arquejando. -Posso imaginar... estou passando pela mesma coisa.


-Por sinal, como estão as coisas na Beverly High? -Aproveitei a brecha na conversa para relembrar as memórias escolares que deixei para trás.


-Uh! O de sempre! -Contou, desapontada. -Às vezes, essa cidade parece que ficou presa no passado. Mas e você? Está gostando de While Castle?


-A-Ah! S-Sim! Claro! -Gaguejei, sentindo o meu rosto corar novamente. -Aqui é tão …maravilhoso! -Ao dizer isso, a imagem de Lysandre veio à minha mente, fazendo com que um sorriso naturalmente escapasse dos lábios. 


Ainda que eu não estivesse frente a frente com Cindy, pude ouvi-la ruminar do outro lado da linha, soltando risadinhas.


-Jessica! Jessica! -Ela cantarolou, me provocando. -Eu te conheço! Então desembucha, garota! 


-Sobre o quê? -Deixei escapar uma risada nervosa.


-Você deu ênfase demais na palavra “maravilhoso”. E você sempre fala assim quando está a fim de alguém.


-Caramba! -Suspirei, balançando os ombros. -Sou tão clichê assim? -Cindy não me respondeu, mas soltou uma risada calorosa, e eu não vi outra alternativa senão assumir de uma vez por todas a minha paixonite por Lysandre.


-Urgh! Tudo bem! Você está certa! -Confessei, afundando parte do rosto em minhas mãos.


-Eu sabia! -Cindy gargalhou, com mais provocações. -Cuidado para o Pietro não ficar sabendo!


-Ah, meu Deus! -Não consegui esconder a minha irritação com o comentário feito por ela. -Você falando desse jeito está parecendo até a minha mãe. -Protestei, com lamúrias.


-Ora, a culpa não é minha se o Pietro vive se gabando do colar que ele te deu de presente. -Cindy contraargumentou.


-Ah, sim! -Engoli em seco, passando a mão pelo meu pescoço e sentindo o colar dourado com a inicial do meu nome pressionando a minha pele. -O colar… -Murmurei, olhando-o melancolicamente.


-Você já falou com ele? -Cindy perguntou, hesitante, referindo-se a Pietro.


-Eu já tentei, mas fiquei com medo de machucá-lo, sabe? Além do mais, o carinho que sinto por ele é puramente platônico e fraternal. -Suspirei, aflita. -É uma situação difícil!


-Eu sei que é difícil, Jessica, mas o Pietro merece saber a verdade. De que adianta continuar adiando isso? Ele só vai continuar idealizando um relacionamento que nem ao menos existe.


-Eu sei disso, amiga! -Assenti, amargurada.


-Inclusive, quando você volta para cá? -Ela indagou.


-Acho que em dezembro, perto do Natal.  


-Ótimo! Então use esse tempo para refletir sobre o que eu disse. No final, vai ser melhor para ambos. Ainda mais agora que você está interessada no... -A entonação de Cindy deixava claro que ela estava curiosa para saber o nome de Lysandre, típico dela, que sempre foi direta e cheia de atitude.


-Lysandre! -Respondi, para o agrado dela.


-Lysandre… -Cindy repetiu o nome dele várias vezes, com uma entonação provocativa, claramente visando me perturbar, como ela sempre fazia. -Ele é bonito? -Ela perguntou sem rodeios.


-Você não faz ideia… -Sorri, abobalhada, o que acabou prolongando a nossa conversa por vários minutos, e que só terminou quando o meu estômago começou a roncar de fome, indicando que eu precisava almoçar se quisesse ter forças para continuar estudando nas próximas horas. Portanto, prontamente encerrei a chamada.


Ao fazer isso, me peguei perdida em um turbilhão de pensamentos. Os meus olhos automaticamente passearam pelas paredes do meu quarto, indo ao meu caderno cheio de anotações, até parar, novamente, no colar de Pietro, que agora repousava sobre o meu peito. 


O fato de Cindy ter chamado a minha atenção pela falta de consideração que tive com ele me causou uma tremenda sensação de culpa. 


Eu sabia que teria de enfrentar essa situação assim que voltasse para casa, e quanto mais eu adiasse isso, piores seriam as consequências dessa conturbada bola de neve que eu mesma criei. 



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Autor(a): robbiedawson

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