Fanfic: Semelhança da Alma | Tema: Original

Bem, perdemos nossas casas, talvez alguns amigos e etc. Mas estamos vivos, não é? Vai ser um caminho longe até conseguirmos pegar cada uma das drogas desses livros, aparentemente vamos ter que salvar o mundo, pensando nisso é uma pressão desgraçada... Somos jovens e já temos que fazer algo tão grande assim... Dá medo, não é normalmente visto um homem com medo, mas é, estou com medo, serei honesto com o que sinto, apesar de saber que muita gente pode apontar o dedo para isso, eu acredito que é natural do ser humano sentir medo.

E acredito que as pessoas tem seus motivos para esconde-lo também, pois Fauna estava estranhamente muito pensativa. Fauna é uma mulher jovem bem atraente, com um cabelo longo e castanho, olhos azuis tão limpos quanto água cristalina e até onde eu pude ver, ela tem um tipo de corpo bem forte, alguns músculos como os das costas e dos braços facilmente se destacam, não diria que é algo do tipo "bombada "mas ela é forte, um corpo para guerra.

Estávamos caminhando todos juntos, Alev ia na frente, eu e Fauna atrás posicionados um pouco para o canto direito da estrada de terra, Nathan e Lux estavam atrás de nós, no meio da estrada e Cayde logo atras deles. O local no qual estávamos passando era maior parte grama, alguns arbustos e algumas arvores, não de uma forma que dá exatamente para chamar de floresta, mas definitivamente era sinal que estávamos chegando perto de uma. O vento era um pouco escasso, porém vez ou outra era possível sentir uma brisa de vento bater em seu rosto apenas para refrescar brevemente. A estrada de terra seca tinha algumas pedras e era uma inclinação que normalmente cansava mais que um terreno plano, já que o sentimento era de estar fazendo uma trilha em algum morro.- Tá tudo bem? – perguntei baixo olhando para ela. A pergunta repentina parece ter a assustado um pouco ao tirar do devaneio, mas ela olhou para mim e disfarçou com um sorriso.

- Estou, não se preocupa, só pensando um pouco. – Ela respondeu mantendo os braços cruzados enquanto andava assim como todo o resto do grupo.

Já devíamos estar a não sei quantos quilômetros da destruição no reino, horas e horas de caminhada e eu olhando para ela.

Bem, eu não vou insistir para saber o que a incomoda, quando ela se sentir confortável ela ira se abrir, mas vou garantir que ela saiba que pode contar comigo. Apesar de não nos conhecermos a muito tempo, mas sinto que deveria tentar ajudar.

- Bem, qualquer coisa, se quiser um amigo para se abrir, estarei bem aqui, ta bom? - perguntei olhando para ela, ela apenas concordou com a cabeça enquanto continuava a andar.

-Tsk, que porra... – ouvi Lux reclamar enquanto olhava para o mapa.

Me aproximei para ver qual era o problema. – O que foi? – eu e Nathan perguntamos em uníssono.

- Nada, é só que o reino mais próximo, a qual estamos indo, alguém que não queria ver mora lá... – ela disse.

- E não tem um reino diferente que a gente possa ir? – Fauna perguntou.

- Infelizmente não, precisamos pegar mantimentos, equipamentos, armas, nossa viagem é longa e precisamos parar lá para conseguir tudo- Lux respondeu fechando o tal holograma magico de mapa.

- Então é inevitável...- Nathan concluiu. - Vamos acabar logo com isso então.

E com isso voltamos a longa caminhada, aparentemente pelo que eu vi no mapa faltava poucos quilômetros, mas comparado a algumas horas atras isso não era nada demais.

- Eu só queria minha cachacinha... – Cayde reclamou

1 hora depois °-.

Chegamos a uma colina onde do topo dava para ver o reino de longe, estávamos chegando, mas Lux e Fauna ainda pareciam incomodada e pensativa respectivamente, talvez se eu distraísse Fauna de seus pensamentos isso ajudaria, olhei ao redor procurando algo que poderia ser interessante o suficiente para a tirar de qualquer pensamento que a estivesse incomodando. Foi então que eu vi uma pequena garota passar correndo por nós, ela devia estar por volta dos 5 anos de idade, pele negra e traços afro descendentes, em contraste com os olhos azuis assustados ela era uma criança de aparência adorável, logo depois um grupo de cerca de 6 homens passou logo depois, provável que estariam a perseguindo por algum motivo.

Bem, seja qual for o motivo, não parecia ser algo bom e eu não deixaria que algo acontecesse a ela. Mas Fauna foi mais rápida, ela rapidamente correu para o homem mais próximo da menina, invocando uma espada de suas costas e cortando a mão dele, o que o fez se ajoelhar no chão gritando de dor enquanto segurava sua.. Ou o que sobrou de sua mão na verdade com um olhar de terror, aquilo fez o grupo de homens e menina pararem de correr e olhar para ela confusos.

- QUE MERDA É ESSA?! VOCÊ FICOU MALUCA?! – o homem sem mão perguntou.

- É isso o que eu iria perguntar, o que estão fazendo perseguindo essa garota? – ela perguntou apontando com a ponta da lâmina da espada para o rosto do homem no chão. – Espero que tenham um bom motivo para isso... Ou vou cortar suas entranhas fora e fazer vocês engolirem e se engasgarem com o próprio sangue... – ela proferiu com um olhar sério.

- Você não tem direito de fazer isso, não se me- o homem foi interrompido pela espada de Fauna perfurando sua cabeça pela boca, os homens ao redor deram alguns passos para trás assustados com a brutalidade.

Diferente da forma que ela o matou, rapidamente, ela colocou o pé apoiado na cabeça dele e lentamente retirou a espada que agora pingava sangue no chão.

Dois homens resolveram sair correndo de lá enquanto três deles tirara armas de seus bolsos, uma adaga, outro com uma espada e o ultimo com um chicote, decidiram enfrentar ela. Péssima ideia.

O homem do chicote começou a ser envolto por uma luz de energia amarela e foi erguido do chão, me virei para ver a mesma luz de energia na mão de Lux. Ela erguia a palma da mão aberta pra cima, quanto mais ela levantava, mais o homem levitava, em determinado momento ela parou e começou a fechar a mão como se estivesse amassando algo metálico, enquanto o homem começou a gritar e se contorcer, até que ela finalmente fechou a mão e o homem explodiu, espalhando órgãos, ossos, entranhas por todos os lados, apenas sua pele e roupas estavam suspensos no ar, então a luz sumiu e aquela pele e roupas caíram no chão, foi o suficiente para apavorar os outros dois que ficaram brancos e começaram a tremer.

Eles tentaram começar a correr, mas algo saiu da própria sombra de um deles e se tornou algo com um formato semelhante ao de uma lança e perfurou a perna dele o fazendo gritar de dor, a mesma dor que o impedia de mover a perna por conta de sua intensidade, aquilo era obra de Cayde, aquela lança se tornou algo semelhante a um tentáculo e se amarrou em todo corpo do homem.

- Waxaan ka baryayaa ruuxa mas'uulka ah inuu sixir, oo kugu xukumo silica weligeed ah ilaa aan si kale u sheego. – era Somali, ele basicamente estava o condenando ao sofrimento eterno e aprisionando sua alma ao seu corpo até que ele deseje liberar, ou seja, ele só irá poder morrer assim que Cayde achar melhor.

E foi assim que iniciou o jogo de tortura de Cayde, ele passou a perfurar com aquelas lanças de sombras pelo corpo do homem várias e várias vezes, para logo depois as fazer o queimar vivo, depois arrancando seus olhos, ele os estourou apertando contra o pescoço dele, era uma cena brutal que Fauna impedia a criança de ver tampando os olhos dela.

Cayde continuou perfurando e colocando fogo até que não sobrasse nada além de pele queimada cheia de buracos, que estava ainda em sofrimento.

- Sem graça, você ficou acabado muito rápido e muito fácil. – Cayde disse. – Mas acho que esta de bom tamanho....

- Que sujeira você fez Lux... – comentei, resolvendo irritar ela um pouco. – Você não é a dama prendada e delicada? Damas fazem essa sujeira?

- Faz melhor então vira-lata. – ela retrucou.

- Eu até faria, mas eu gosto da brutalidade e a dama aqui é você não eu.

- Então vai comer merda. – ela proferiu continuando a andar.

- Vai deixar os outros 3 viverem?

- Você e os outros façam o que quiser, matem, adotem, torturem, eu não ligo.

- Meu pau no seu ouvido. – Cayde entrou na brincadeira e riu apenas para Lux o levitar e jogar lá na puta que pariu.

- Pegou ar. – eu disse ao ver Cayde voando.

- Já já você pega também, que nem o Cayde, quer? – ela perguntou.

Ergui as mãos em rendição e ela continuou andando, eu peguei o ultimo dos três pelo pescoço, o arrastando comigo, para depois segurar a cabeça e o ombro dele e puxar em direções opostas, meio que o decapitando assim.

- Viu? Fiz menos sujeira que você. – disse soltando o corpo no chão.

- Ah me mama vai! – ela disse claramente de saco cheio o que me fez rir.

- Quer vir com a gente? – ouvi Fauna perguntando a garotinha de forma gentil.

A menina ainda parecia assustada, olhando para Fauna com os olhos lacrimejando, enquanto uma pergunta não saia da minha cabeça, por que aqueles sujeitos estavam atrás dela?... Algo não parecia estar certo e acho que Lux percebeu, ela estava muito pensativa.

- Ei pequena, eles já se foram, não precisa ficar com medo. – Nathan se aproximou da menina se agachando para ficar na altura dela. – Você quer vir com a gente? Nós vamos para aquele reino ali olha. – ele disse e apontou para o grande castelo se destacando.

- Não... Não... Não! Eu não vou voltar para lá! – ela disse se virando e correndo para a floresta, ela parecia estar desesperada, apavorada com a ideia.

- Ei! Espera! – Fauna gritou mas a menina não parou de correr. – Alev, pode ir atrás dela? Garantir que ela fique bem. – ela pediu e o grande homem de cabelos vermelhos concordou com a cabeça.

- Tomem cuidado. – ele disse antes de seguir o mesmo caminho que a menina. – Nos encontramos no reino! – ele gritou antes de sumir em meio as árvores.

- Tem alguma coisa nesse reino que assusta ela. – Nathan disse só assim ficando de pé.

- Seja o que for, vamos descobrir quando chegarmos lá. – Fauna disse voltando a caminhar.

Não demorou muito para então chegarmos nos portões, fomos inicialmente barrados, mas explicamos que eramos viajantes e que estávamos parando apenas para descansar e comer alguma coisa, então nossa passagem foi autorizada.

Eu sabia que tinha algo errado aqui.

O local onde o povo residia era de extrema pobreza, apenas as regiões mais próximas do castelo pareciam ter um pingo de dignidade, era obscuro, pessoas se alimentavam de lixo, as vezes caçando ratos que corriam pela área para sobreviver, todos estavam chocados e enojados com aquelas imagens.

- Que porra é essa?... – disse olhando ao redor, o cheiro de álcool, resíduos humanos e muitas outras coisas faria qualquer um vomitar, principalmente Lux que não estava acreditando na situação daquelas pessoas.

- Isso é desumano... – Ela disse cobrindo o nariz e a boca vendo aquelas pessoas desesperadas, tentando sobreviver em um local tão precário.

- Nunca vi nada assim... – Fauna disse surpresa com tudo que estava vendo.

- Essas pessoas são tratadas pior que lixo. – Nathan disse com raiva, mas também com pena na voz.

- Temos que adentrar mais o reino.. – Lux disse olhando para o castelo, ela aparentava estar pensativa por algum motivo.

Seguimos nosso caminho e chegamos a região da burguesia, um homem andando sobre um cavalo de raça frísio, era branco com crina castanho claro e o homem usava uma roupa claramente cara e elegante, ele nos parou pois reconheceu Lux, ele parecia estar em seus 50 anos ou mais, acredito que mais.

- Pequena Lux, é você mesmo? Como você cresceu! Eu lembro de você com 7 anos. – o homem grisalho e quase careca disse. – Por que não veio com uma carruagem? É muito mais confortável, ah sim, seu reino foi destruído em uma velocidade impressionante. - então ele riu, aquela risada lamentável de burguês.

- Olá tio Eratus. Não cheguei a ter muita opção na verdade, estamos procurando um local para ficar. – ela disse educadamente, mas não como se estivesse exatamente feliz de o ver novamente.

- E o que esses... Plebeus, estão fazendo junto a você? – ele perguntou.

- Estão para garantir minha segurança.- ela mentiu.

- O que- Fauna iria questionar, mas Nathan a interrompeu e fez sinal de silencio.

Então ela estava mentindo sobre nossa presença por algum motivo, deve ser um motivo bom o suficiente.

- Bom, nesse caso, você pode descansar em minha residência enquanto seus colegas podem ficar na região dos empregados. – Eratus disse virou o cavalo voltando a andar.

Como era de se esperar a região da burguesia era muito diferente da do povo pobre do reino. As casas seguiam um padrão de pintura com cores claras, maioria com um quintal florido e uma decoração natural, o que era questionável já que maioria do poder das pessoas tinha origem natural. A casa de Eratus era grande, com cercados de ferro na cor creme, ele entrou na frente descendo do cavalo a qual entregou a algum empregado e entrou pelas portas primeiro.

- Meus filhos, venham ver quem chegou aqui.- ele chamou com certa animação.

Logo surgiu 3 jovens, um homem com cerca de 27 anos, ele tinha cabelos escuros penteados para trás, olhos azuis e uma barba cavanhaque usando um paletó azul escuro, depois dele uma garota de cabelos loiros em um tom de cor que parecia rosa, ou um vermelho bem claro, ela tinha os olhos em um azul prateado, ela parecia elétrica e muito animada, provavelmente da idade de Lux, 19 anos, usando um vestido rosa bebe com detalhes de laços e por fim o ultimo parecia ter 17 anos, cabelos loiros penteados para trás e olhos negros, usando um paletó cinza, esse em especifico tinha um sorriso presunçoso.

Lux não parecia feliz de os ver, nenhum deles, na verdade ela pareceu irritada apenas por ver a cara deles, não restava duvidas que ela já conhecia eles a muito tempo.

E claramente não eram pessoas agradáveis, apesar das aparências amigáveis.

- Conheçam Edgar, Olivia e Collin. – ele apresentou eles do mais velho para o mais novo.

- Olá Lux, é um prazer te ver de novo... – Olivia disse, seu cumprimento gradativamente se tornando algo venenoso enquanto ela sorria e olhava para ela com um ar superior.

- Olivia. – ela disse apenas.

Quando pensei que nada podia ficar pior depois de perdermos nossa casa, iriamos dormir em um ninho de víboras.