Fanfic: Fomos mais que só bons amigos - Vondy | Tema: Vondy
Como eu tinha dito anteriormente, o término não foi fácil pra mim. Passamos quase um ano sem nos falar e foi um ano bem difícil. Eu estava muito machucada e sem querer dar chances para ninguém e ao mesmo tempo sabendo que precisava conhecer outras pessoas para que aquilo passasse. Com o tempo comecei a me sentir mais leve e mais aberta a algo novamente. Sempre gostei de flertes, eu me divertia assim e era bom me sentir desejada. As gravações da novela ajudavam bastante nesse clima, pois coloravam vários jovens, com os hormônios a mil, juntos, várias horas por dia. Era entre a gravação de uma cena e outra que as aconteciam coisas pelos corredores. Christopher, por exemplo, era totalmente sem filtro, estava aberto a qualquer uma que o quisesse, literalmente, não era seletivo, só queria se divertir, aproveitar sua juventude e a visibilidade do seu papel. Foi nessa época que percebi que ele e Any realmente havia sido algo passageiro, pois ela em nada se importava com as mil que ele ficava. Eu, por outro lado, era o oposto dele, tive um ou outro com quem acabei me envolvendo, como o Michel, mas no mais, eu apenas gostava das paqueras, piadas, mas não concluía, não beijava e sabe o porquê disso? Porque tudo havia dado muito errado com Poncho e eu não queria que isso se repetisse no trabalho. Sempre fui apaixonada e me entregava muito, o que era um problema quando o assunto eram ficadas pontuais, mas tinha uma pessoa que me despertava curiosidade: Ucker. Nossos personagens vivam entre tapas e beijos, sempre com muita provocação, rostos próximos, mordidas de lábios, puxões pela cintura... Mesmo aquilo sendo trabalho, me dava um frio na barriga as vezes, sabe aquele: e se? Mas todas as câmeras não deixavam que esquecessemos onde estávamos. As vezes, voltando de uma caminhada no estúdio ou outra, encontrava ele atracado com alguma das meninas, Maite inclusive foi uma delas (surpresa para quem duvidava), na época em que ela e Any não eram ainda tão proximas, e eu sempre pensava: caramba, queria ter coragem. Apesar de muitos fantasiarem que existia um romance gigantesco, naquele momento não era isso, era algo muito mais simples e prático: tesão, atração. Vocês já viram aquele homem dançando? Imaginem-se no meu lugar, ele era tão apaixonado em cena quanto parecia nos corredores. Cada mão na minha cintura, cada cena em que segurava meu queixo antes do beijo, era uma sensação de adrenalina. Tudo bem, talvez fosse paixão, mas não era amor. Eu tentava racionalizar aquilo tudo sabe? Tinha Any e tinha Poncho. Não falar com ele já era climão o suficiente, não queria Christopher envolvido nisso também, mas nem por isso deixávamos de nos provocar. Teve uma cena, que foi bem divertida de de gravar, acho que era da época das eleições entre Roberta e Diego, eles não estavam muito bem, mas me lembro que ela ia até o apartamento dele, sem ele saber, ele chegava e a pegava no flagra. Ela, então, escondia as chaves no sutiã. Ainda rio lembrando da gente fazendo a cena gato e rato, e no fim ele arrebentava todos os botões da minha camisa, ficando por cima de mim, com o sutiã a mostra, então sua "namorada" chegava. Era uma cena com muito caos, muita raiva, eu lembro que, quando a porta do elevador abriu e falaram corta, ele me ajudou a levantar, se aproximou do meu ouvido e falou todo malicioso: você não sabe onde a minha cabeça foi agora. Comecei a rir e já soltei um: não começa, por favor, como quem não fosse conseguir resistir. Algumas vezes, quando ficávamos sozinhos e precisávamos passar cenas, tirávamos casquinhas das aproximações, mas não finalizavamos e eu sabia que ele não daria um passo a mais do que eu permitisse.
Entre flertes e beijos no set, conheci o Memo fora dali. Não quero falar muito sobre ele, porque realmente acho que não vale a recordação, mas basicamente, mais uma vez eu estava em um relacionamento tóxico. Ele não suportava Christopher, então tive que manter uma certa distância. Poncho não era um problema, uma vez que eu já estava afastada. Todos viam que o relacionamento não me fazia bem e Christopher chegou a me perguntar em uma apresentação no México se eu estava feliz, porque não parecia. Eu disse que ele, com todas as suas aventuras pontuais, não sabia como era difícil uma relação real, que nem tudo eram flores, mas que era normal. Ele disse que o que não era normal era alguém estar com uma pessoa e passar a maioria do tempo pra baixo. Ucker é bem leve e prático, pra ele se te faz bem, é porque funciona, se não te faz, algo tem que ser mudado. Pra mim isso funcionava quando não se tratava de relações amorosas, acho que porque nunca tive muita sorte. Christian também se preocupava. A minha relação com os dois, após o rompimento com Poncho e de Ucker com Any ficou mais próxima, pois agora podíamos brincar mais relaxados, fazer piadas e interagir sem medo de alguém sentir ciúmes. Eu era uma moleca quando estávamos juntos. Christian e ele amavam meu humor um pouco obscuro demais para uma menina e sempre tiravam risadas minhas, mesmo que eu estivesse no pior dia. Acho que Christopher sentiu quando comecei a evita-lo pelo meu namoro, ele respeitava, mas não concordava, até que um dia, ao fim de uma gravação, quando já nos preparavamos pra sair, recebi uma ligação. Atendi, ainda com piadas e brincadeiras do Christopher ao fundo, mas para o meu azar era Memo. Ele já me respondeu furioso: mais uma vez esse cara, mais uma vez vocês nessas brincadeiras que não parecem brincadeiras, eu estou cansado, não te quero perto dele, já cansei de avisar. Eu fiquei muito surpresa e tentei ser cautelosa: meu amor, é meu trabalho, você quer que eu me afaste do meu colega de cena, isso é impossí... Mal terminei a frase e a ligação caiu. Passei minha mão pela testa sem saber que a maior DR que me esperava não era a do telefone. Christopher estava parado na porta com a mochila nas costas e começou a falar: não suporto ver isso, não suporto te ver assim, você perde todo seu brilho ao lado desse cara e o mais engraçado é que você se refere a mim como seu colega de cena, nós não somos só isso, você é minha amiga, Dul. Se a gente não tivesse aqui, contracenando, você se afastaria de mim como fez com Poncho? Eu não te fiz nada, não dei motivos pra isso, você nem sequer defende quando ele diz que não gosta de nos ver próximos. Ucker não era de discutir, não era de brigar, mas ele já estava há muito tempo descontente com a relação em que eu vivia. Eu, como toda a mulher que vive um relacionamento abusivo, comecei a justifica-lo, Christopher foi saindo em direção ao estacionamento, me dando as costas, o que me deixou louca, peguei minha bolsa e fui falando atrás, não parei sequer um minuto, emendei muitas palavras pra dizer que o relacionamento era importante pra mim, fazer aquilo dar certo valia qualquer coisa. Quando já estávamos no piso, perto dos carros falei: e quer saber o porquê de eu não defender? Não tentar argumentar contra? Olha pra mim, não me dê as costas, eu estou falando com você! - Então, ele parou, virou e me olhou, com uma cara de poucos amigo. Eu continuei: Não defendo, porque no fundo sei que ele tem razões pra ter o ciúme que tem, estamos o tempo todos nos provocando, depois fingimos que nada aconteceu, são trocas de olhares indiretas nos ensaios, mordidas de labios e nem preciso falar da língua né? Eu sinto como se já estivesse fazendo algo errado e você sempre age como se fosse só uma brincadeira, mas não é. Eu sei e você sabe, então vamos parar de hipocrisia. Não dá pra defender. - Eu falava muito, porque realmente era o que estava preso na minha garganta. Quando eu terminei, senti que meu sangue fervia, mas todas aquelas palavras tinham desacelerado meu coração um pouco, até que foi a vez dele: Sabe por que isso me tira tão do sério ? Porque me mata te ver ser tratada dessa forma, me mata que você deixe ele te tratar assim, me mata ver seu brilho sumir no palco, eu te procurar e você fugir... E você se sente culpada? Culpada pelo que? Todos os jornais sabem que entre uma viagem em outra, um torneio e outro, ele está com outras. Você foge de mim, foge dessa atração maluca que a gente tem por um cara que nem te respeita. Eu estou tentando te proteger, mas você tem medo de uma ficada casual com um amigo e continua com o cara que literalmente pega a a torcida do México toda. - Eu comecei a chorar, deixei meus braços caírem e abaixei a cabeça. Então, ele me abraçou e eu me afundei no seu ombro, depois ele disse no meu ouvido, ainda presos no abraço: desculpa por te fazer sentir assim, só não te quero longe, Dul, não quero que as coisas mudem entre a gente, não quero deixar de te procurar. - Depois ele cheirou o meu cabelo e beijou minha testa. Naquele momento eu só senti que todos os pelos do meu corpo de arrepiaram, fui me afastando lentamente e ele desceu as mãos do abraço pra minha cintura, quando levantei minha cabeça ele estava alí, com os olhos em mim. Não me aguentei, acho que por tudo o que ele disse, por estar cansada de ser idiota, por sempre não fazer o que eu queria por causa de outra pessoa e por ver que ele se importava, que brigava intensamente para que eu me valorizasse. Passei minhas mãos pelo pescoço dele e o beijei, ele sem pensar duas vezes retribuiu e foi me guiando para uma pilastra que estava bem perto dalí e nem vou dizer que nos beijamos, nos pegamos pra valer, com toda aquela vontade de mais de um ano acumulada. Eram beijos e risos entre as poucas pausas, até que percebemos que alguém nos espiava de longe. Eu disse que não estávamos sozinhos e rapidamente nos afastamos. Entrei no meu carro e ele no dele. Estava um pouco desacreditada no que tinha acontecido, então meu celular tocou: Dul, meu apartamento, em vinte minutos, vá pelo centro que eu vou por um caminho alternativo. Respondi: Não posso, Christopher, ainda tem o Memo. Ele retrucou: Precisamos disso, nos devemos isso, uma noite e não falamos nunca mais sobre o assunto. Confesso que minha adrenalina estava a mil, não pensei muito e segui meio cega, como se o carro me guiasse sozinha. Lembro que quando ele abriu a porta eu só disse: uma noite pra nunca mais? Ele só fez que sim com a cabeça e me puxou pra dentro. Vocês já sabem o que houve né? Foi melhor do que todas as vezes que eu imaginei aquilo acontecendo. A noite foi bem longa e depois de aproveitar aquela única e última vez, caímos no sono. Eu acordei primeiro e escrevi um bilhete: Obrigada pela única, última e secreta noite, não vamos falar mais nisso, por favor.
Autor(a): lscarvalho
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 8
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maya_kaya Postado em 30/03/2024 - 09:38:39
Oi! Estou acompanhando! Posta mais!
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lscarvalho Postado em 10/03/2024 - 17:42:37
Curiosa para saber o que estão achando e já escrevendo o próximo capítulo. Que fato ou fic acham que não pode faltar por aqui?
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lscarvalho Postado em 05/03/2024 - 19:16:58
Para quem estiver lendo: essa é a primeira fanfic que escrevo depois de muito tempo, escrevia na época em que a fics eram postadas em grupos de orkut. E por que agora ? Algumas vezes por ano sempre revejo as cenas Vondys de Rebelde e RBD - lá família, entrevistas e, para completar, fui ao show em 2023 e pude vê-los juntos entre aspas, depois de muito tempo esperando. Todos esses fatores me fizeram pensar: o que houve nessa história de verdade? Será que nunca será contado? Só temos comentários vagos, deixas da Maite e só respondem que já rolou algo mas nunca namoraram, eu quero detalhes. Então resolvi escrever o que aconteceu para mim e em qual cenário seria revelado pela Dul. Espero que acompanhem e gostem. Eu descubro essa história todos os dias, junto com vocês, misturando fatos e fics
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Mile💙 Postado em 04/03/2024 - 20:54:29
Perfeito! Amei, posta mais!!
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Mile💙 Postado em 04/03/2024 - 19:13:03
Oii, amei a fanfic e estou ansiosa para ler mais...
lscarvalho Postado em 04/03/2024 - 20:13:41
Acabou de sair um novo capítulo quentinho. Espero que goste ❤️
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vondy_eternamenty Postado em 04/03/2024 - 19:03:30
continua
lscarvalho Postado em 04/03/2024 - 20:13:59
Mais um pra você!