Fanfics Brasil - Dez anos depois! Um mundo sem Esferas do Dragão! Dragon Ball GT Kai - O Legado de um Herói

Fanfic: Dragon Ball GT Kai - O Legado de um Herói | Tema: Dragon Ball


Capítulo: Dez anos depois! Um mundo sem Esferas do Dragão!

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— A batalha terminou, não podemos esperar mais.
— Tudo bem Shen Long. - com a mão no ombro de seu discípulo, ele se despediu. - Bem, eu já estou indo, se cuida Uub.
Goku foi para junto do deus dragão quando viu que Uub o chamou e depois correu até ele, o abraçando a chorar:
— Mestre, por favor, não vá! Eu já perdi o meu pai, se o senhor também se for, eu...
— Uub, não chore, você já é um homem, não deve chorar por essas coisas. Além disso, você não precisa mais de mim, ainda há pouco mostrou que ficou mais forte do que eu e tenho certeza de que continuará se fortalecendo mais ainda com o tempo. - seu discípulo enxugou os olhos com o braço e Goku continuou. - Não quero que fique triste por minha causa, de onde eu estiver, prometo que continuarei olhando por vocês e vou procurar me divertir bastante também, então quero que me prometa que fará o mesmo, está bem?
— Está bem... - Uub sorriu, apesar de não entender direito o que estava acontecendo.
Goku então saltou e se sentou sobre a cabeça de Shen Long, com as Esferas do Dragão flutuando ao seu redor.
— Até mais Uub!
Tendo acenado com os dedos indicador e médio na testa em continência, ele partiu com Shen Long, momento em que o chão onde Uub pisava desapareceu e ele se viu em queda livre naquele céu, com o corpo exausto e os olhos sonolentos, os quais mantiveram a visão no deus dragão indo embora.
— Até mais, Mestre Goku...
Repetindo o aceno dele com os dedos da mão direita, Uub adormeceu. O Pilar do Mundo que, segundo Shen Long, era o altar que conectava os humanos com os deuses dragões, naquele momento estava desaparecendo entre as nuvens enquanto todos os deuses dragões de toda a existência e seus conjuntos de Esferas do Dragão se juntaram a Son Goku rumo a um plano desconhecido.
Aquele havia sido o desfecho da dura batalha contra os Dragões Malignos que nasceram pelo uso abusivo das esferas, finalizando também a lenda de Son Goku e das sete Esferas do Dragão. Uub não entendeu o porquê tudo aquilo havia acontecido naquele momento, só com o tempo é que acabou compreendendo a razão de seu mestre ter ido embora, compreendeu que ele já não pertencia mais ao seu mundo, da mesma forma que o Quatro Estrelas, um dos Dragões Malignos nascidos para ser um dos guardiões das Esferas do Dragão já não pertencia mais ao mundo para onde Goku foi e que por isso ficou no mundo dos humanos, era dever de seu mestre levar todas as Esferas do Dragão que existiam embora, como fora decidido. Aqueles objetos mágicos capazes de realizar desejos que um dia deram sentido aquele mundo não existiram mais depois disso, por isso todos deveriam se esforçar ao máximo a partir de então para resolver seus problemas por si mesmos e assim talvez, algum dia, as Esferas do Dragão poderiam voltar a aparecer para tornar sonhos em realidade novamente.

...

Dez anos se passaram desde então, a vida prosseguiu e a Terra vivia dias de paz.
Agora com 26 anos, Uub havia se casado com Caulifla e se tornado um agricultor bem-sucedido que ajudou a sua terra natal a prosperar de modo que ela já não era mais tão pobre como em outros tempos, apesar de que seu sucesso se deveu em parte pelos aconselhamentos de Trunks e os investimentos da Corporação Cápsula naquelas terras. Mesmo sem muito jeito, Uub administrou o negócio, foi comprando terras e gerando empregos para seus conterrâneos até que pôde terceirizar essa administração para seu irmão Iup Iup, o qual pôde estudar e se tornar alguém mais capaz disso do que ele. Assim, o jovem terráqueo passou a se dedicar totalmente aos treinamentos como nos velhos tempos, honrando o manto de protetor da Terra deixado por seu mestre.
Trunks, agora com 34 anos, continuou sob o comando da Corporação Cápsula e trazendo várias ideias inovadoras para a empresa, especialmente no ramo da mecânica. Ter sido por diversas vezes o mecânico da nave espacial durante a viagem pelo Universo 7 acabou levando-o a gostar e a especializar-se nesse ramo, se tornando até melhor do que sua própria mãe no que diz respeito a construção de todo o tipo de máquinas automotoras, mesmo longe de ser um gênio como ela. Mai, aquela de quem ele gostava desde que era criança, havia se tornado sua esposa, se tornando assim alguém realizado na vida pessoal e profissional.
Son Goten por sua vez, agora com 33 anos, cresceu na carreira de chef de cozinha de modo que seu restaurante se tornou grande e respeitado em Cidade Satan. Casado com Marron, seu amor desde a grande viagem pelo Universo 7, ele vive uma vida tranquila, tendo levado sua viúva mãe Chi-Chi para viver com eles na cidade. Marron, agora com 29 anos, também progrediu na carreira de escritora, tendo êxito nos livros que publicou até então, contar histórias como as aventuras que viveu se tornou sua grande paixão.
Apesar de suas vidas cotidianas, todos eles tentavam conciliá-la com uma rotina de treinamento, Son Gohan os aconselhou muito para que não cometessem os mesmos erros que ele cometeu no passado, todos deveriam permanecer fortes para proteger as pessoas que amam e o mundo em que vivem. A nova geração havia crescido e prosperado, já havendo o vislumbre de uma próxima geração depois deles, aquele era o legado deixado por Son Goku, o qual mesmo nunca tendo se considerado como tal, era verdadeiramente o legado de um herói.

AGE 800 - LINHA DO TEMPO OFICIAL

Era um grande dojô em formato de castelo a se destacar no perímetro urbano de Cidade Satan. Intitulado como Castelo Satan, era simplesmente o dojô onde Mark treinou antes de ser revelado ao mundo com o pseudônimo de Mister Satan, em honra ao próprio dojô. Depois que se tornou um herói, Mr. Satan virou o dono e mestre daquele dojô, mas devido a sua idade, teve de se aposentar e para que o dojô não acabasse, sua neta Pan se ofereceu para cuidar do mesmo, pois ainda que não se interessasse em suceder seu avô materno como o dito cujo gostaria, cuidar daquele dojô a permitiria ganhar a vida fazendo o que mais gostava, que era lutar e mesmo com apenas 21 anos, a jovem saiyajin estava conseguindo manter o nome do dojô relevante.
O local estava fechado naquele dia, ao menos para os alunos, pois um treinamento particular estava acontecendo lá dentro no maior dos salões. Um garotinho de pouco mais de sete anos de idade com bagunçados cabelos castanhos, olhos escuros, sem nariz aparente, trajando camiseta branca com macacão azul, havendo uma cauda de macaco a brotar das nádegas, desferia socos contra seu adversário que se esquivava rapidamente. Esse garotinho era Son Gokan, filho de Marron e Goten, o qual era justamente seu parceiro de treinamento naquele que era um dia de folga que deu para si mesmo para poder treinar com seu filho. Goten estava casualmente trajado de camiseta branca de mangas longas com uma camisa aberta de mangas curtas verde limão por cima e jeans roxo, utilizando um corte de cabelo curto de madeixas puxadas para sua direita, semelhante ao que usava na época do 28° Torneio de Artes Marciais.
— É isso aí filhão, continue assim! - disse Goten, começando a aparar os golpes de Gokan ao invés de esquivá-los, fortes impactos se sucederam, até que o último soco atingiu a palma de sua mão esquerda quando em um movimento suave, desviou a trajetória do soco do garoto e o empurrou para trás golpeando-o de leve com a palma da mão direita em seu peito.
— Ah! - o pequeno exclamou, caindo a rolar no chão do tatame.
— Gokan! - preocupado em tê-lo golpeado muito forte, Goten correu até ele. - Está tudo bem?
— Está sim papai. - respondeu, com lágrimas querendo sair de seus olhos.
— Me desculpe, acho que exagerei por não ter muita noção do nível em que você está, prometo que vou pegar mais leve, está bem?
— Papai...
— Hum?
— Podemos parar?
— Parar? - confuso, Goten coçou a têmpora com o dedo indicador. - Mas não faz nem cinco minutos que começamos.
— Eu sei, mas é que... minhas mãos já estão doendo.
— Coitadinho... - uma das espectadoras daquele treinamento se aproximou e agauchou-se para ajuda-lo, não era outra se não a própria administradora do dojô. Pan vestia um conjunto de gi vermelho composto por uma calça e um cropped a deixar a parte inferior da barriga levemente à mostra, com um top preto por baixo e com faixa e braceletes pretos, tendo curtos cabelos negros na altura do pescoço. Também calçava botas pretas, mas naquele momento estava descalça, igual aos demais, já que assim era mais cômodo de pisar no tatame. - Quer que a prima coloque gelo nos seus punhos?
— Quero. - ele respondeu timidamente enquanto ela o pegava pela mão e o levava para a lateral da sala onde se encontrava um balde com sacos de gelo, deixando Goten a observar em silêncio ao seu filho.
— Não há dúvida, por experiência própria, posso dizer que o Gokan não gosta de lutar. - o outro expectador se aproximou, o irmão mais velho de Goten que também estava de folga das pesquisas naquele dia, Son Gohan continuava o mesmo de sempre a vestir calças sociais marrons e camisa branca com um suéter violeta por cima e a usar seus óculos por conta da miopia.
— Então parece que o Uub estava certo afinal.
— Ei... - Gohan colocou a mão no ombro de seu irmão ao notar seu semblante triste ao dizer aquelas palavras. - Não fique assim Goten, não é o fim do mundo ele não gostar de lutar.
— Eu sei irmão, você também não gosta e mesmo assim é um grande guerreiro que admiro muito e que me ensinou tudo o que eu sei. É verdade que eu gostaria de poder compartilhar mais com o Gokan meu gosto pelas lutas, mas não é isso o que me preocupa.
— Então o que é?
— Sinto que tenho sido um pai muito ausente, me ocupo tanto com o restaurante que acho que não sei quase nada do meu filho, o Uub sabe mais sobre ele do que eu, tanto que o pouco que o Gokan consegue lutar devo a ele.
— É normal que os pais não saibam tudo sobre seus filhos, está tudo bem, o importante é que você se importa com o bem estar do Gokan e se esforça ao máximo para aprender sobre ele.
Foi naquele momento que o som do teletransporte chamou a atenção, o amigo de pele morena e cabelo moicano do qual Goten falava aparecera no centro do tatame, próximo a ele. Salvo por estar mais alto e forte do quando era mais jovem, Uub ainda era o mesmo de sempre, agora trajando um colete preto aberto com linhas de canto amarelo a mostrar seu físico troncado, cores essas que se repetiam em seus braceletes, faixa amarela, calça branca e botas como as que seu mestre usava, só que pretas e também com listras amarelas, além do Bastão Mágico pendurado nas costas. Assim que o viu, Gokan saiu foi correndo em direção a ele.
— Tio Uub!
— Hum? Ahahaha! - o terráqueo riu ao segurá-lo no colo quando este saltou rumo ao seu pescoço para abraça-lo. - Garoto levado, tem crescido tanto que quase me derruba! Só por causa disso, vou pegar seu nariz!
— Tio, quantas vezes tenho que dizer? Eu não tenho nariz!
Os dois riram e nisso os demais se aproximaram.
— Olá Uub, há quanto tempo?
— Como vai Senhor Gohan? Oi Pan, tudo bem?
— Oi!
— E aí Goten?
— E aí... - eles se cumprimentaram, tocando os punhos um do outro. - O que faz por aqui?
— Estou só de passagem, pois estou indo ao Makai.
— Quer dizer que não veio treinar com a gente tio?
— Não, infelizmente. - Uub acariciou a cabeça do menino, vendo que ele havia ficado triste. - Eu vim porque sabia que o seu pai estava de folga hoje e vim perguntar se ele não queria vir comigo, mas parece que ele está bem ocupado treinando com você.
— O que vai fazer no Makai? - perguntou Gohan.
— O Beel mandou avisar que alguns demônios malignos escaparam de lá, ele teme que causem problemas por aqui e por isso eu vou para lá para ver como estão as coisas e saber o quão fortes podem ser esses demônios.
— Entendo. Soube pelo Senhor Piccolo que desde que Beelzebub assumiu o posto de Rei do Inferno, as coisas têm prosperado por lá, o tal Mechikabura se tornou conselheiro dele e os Makaioshins estão em paz com os deuses do nosso mundo, não seria nada bom se acontecesse algo que perturbasse esse equilíbrio que tanto tem feito bem para elevar o tal nível mortal do nosso universo. Lamento não poder ir também, pois tenho um seminário importante para meus alunos na universidade mais tarde, mas se acontecer alguma coisa, não hesite em me procurar!
— Certo. - Uub voltou-se para trás. - E você Pan, não quer vir?
— Acho melhor não. - ela respondeu sem jeito, antes de começar a rir. - A Caulifla vai ficar fula e te matar se nos vir perto um do outro de novo, já que ela tem ciúme da nossa amizade.
— Bem, a Caulifla sempre é muito segura de si, mas no fundo acho que ela tem tido medo que eu a deixe, pois estamos juntos há um tempão e até agora não conseguimos ter filhos. - Uub fez cafuné na cabeça de Gokan, antes de entrega-lo a Goten. - Vamos, vá com o seu pai.
— Bem, então se cuida amigão e se precisar de mim, já sabe como me encontrar!
— Se vê-lo por lá, mande lembranças ao Senhor Piccolo por mim! - disse Gohan.
Uub acenou para eles positivamente com a cabeça e levou os dedos indicador e médio da mão esquerda à testa, acenando com a outra antes de se teleportar.
— Ah, ele foi mesmo... - disse o pequeno. - Eu queria que o tio Uub ficasse mais, ele é sempre tão divertido.
— Tudo bem filho, haverá outra oportunidade, ele teve que ir, mas eu estou aqui! - Goten o colocou no chão. - E então, o que quer fazer? Vamos continuar treinando? Se não quiser, podemos fazer alguma outra coisa, ir a algum lugar divertido ou sei lá.
— Eu...
— Sim?
— Quero ir para a casa papai.
— Para casa? - um tanto confuso, Goten acatou o pedido do filho. - Está bem então, nós vamos.
— Não, o senhor pode ficar e fazer o que tem que fazer. Nossa casa fica bem pertinho, eu já estou crescido, sei que não devo falar com estranhos e consigo chegar sozinho, não se preocupe!
— Tá, mas...
— Tchau tio Gohan, tchau prima Pan, até mais!
O garoto calçou suas botas laranjas, pegou sua mochila e saiu correndo, algo que deixou Goten tristemente incomodado, era para ter sido um dia perfeito entre pai e filho, mas assim que viu aquilo acontecer, ele sentiu que seu filho estava rejeitando sua companhia.
— Irmão, posso te perguntar uma coisa? Mas quero que me responda com toda a sinceridade.
— Claro Goten.
— Quando tinha a idade do Gokan, o que você sentia com relação ao Senhor Piccolo comparado ao nosso pai?
Gohan soube exatamente onde seu irmão queria chegar e sorrindo, novamente colocou a mão no ombro dele antes de responder.
— Não se preocupe com isso, é verdade que o Uub e ele se dão muito bem, mas você é o pai do Gokan e há coisas que só você é capaz de fazer por ele, tenho certeza de que meu sobrinho te ama e te admira muito.
— Espero que tenha razão...
— Oh, ele está com medo de ser substituído, vem cá tio Goten. - Pan o puxou com um braço, para que ele repousasse a cabeça em seu ombro e ela pudesse confortá-lo com tapinhas nas costas. - Ouça o meu pai, vai ficar tudo bem.
— Eh... Obrigado Pan, é muito gentil da sua parte. - foi então que, com a guarda baixa, recebeu dela uma joelhada na boca do estômago que o fez retroceder. - Argh! Qual é o seu problema?!
— Para você parar de chorar e ficar esperto. - ela se colocou em posição de combate. - Se prepare tio Goten, agora sua adversária serei eu e vou te mostrar como se luta aqui no Castelo Satan!
A jovem saiyajin começou a desferir golpes para o desespero de seu tio que começou a esquivá-los de forma desengonçada.
— Espera aí Pan, eu ainda não estou pronto!
— Ataque surpresa faz parte do treinamento, haaaa!
— Ei, não haja como se fosse minha mestra, ainda sei mais que você, sabia? Ah, espera aí!
Gohan sorriu ao assistir o divertido sparing de sua filha com seu irmão mais novo, vendo que aquilo estava ajudando ele a afastar da mente os pensamentos negativos que estava tendo.
— Esses dois... Acho que eles nunca vão crescer, hahahahaha!

Gokan realmente sabia bem o caminho de casa, ela ficava há poucas quadras do Castelo Satan. Muito animado, ele entrou pela porta da frente e correu rumo ao pequeno escritório que havia em um dos cômodos, certo de que encontraria lá dentro a pessoa que procurava.
— Já cheguei mamãe!
Sentada a digitar num programa de texto de um notebook, Marron parou assim que o viu para recebê-lo com um abraço. A loira de olhos azuis tinha seus cabelos soltos na altura dos ombros e vestia uma camisa rosa de mangas longas e calça branca, um visual ao estilo da moda francesa.
— Meu menino lindo! - ela o beijou na testa, antes de perguntar. - Como foi na escola hoje?
— Foi muito divertido mamãe, eu tirei dez na prova de matemática!
— Que bom!
— Eu vou contar para a vovó! - Gokan desceu do colo dela, mas antes que pudesse sair rumo ao corredor, Marron o interrompeu.
— Espere um momento Gokan, o seu pai estava de folga, ele não foi te buscar na escola?
— Foi sim, nós estávamos no dojô da prima Pan, ele ficou ocupado e daí eu quis voltar logo para fazer o dever de casa.
— Entendo. - disse Marron, um tanto confusa.
— Quer dizer que você foi bem na escola hoje Gokan? - perguntou Chi-Chi, chegando à porta depois de ter ouvido parte da conversa e agachando-se junto a seu neto, agora com rugas bem aparentes na face, ela ainda amarrava o cabelo em um coque e vestia-se com uma de suas tradicionais vestes chinesas. - Como prêmio, vovó vai fazer o que você quiser para o jantar!
— É sério? Obrigado vovó! - o menino a beijou no rosto, deixando-a feliz, antes de correr para seu quarto.
— Esse menino é um encanto... Acho que nem o meu Gohan quando tinha a idade dele era tão dedicado assim aos estudos.
— Sogra, por que está com esse espanador na mão? - levada pelo momento, Chi-Chi se esqueceu de escondê-lo de sua nora.
— Oh, é que...
— A senhora estava fazendo faxina de novo, não é? Sogra, não precisa fazer isso, não se esforce, eu mesma ia fazer a faxina assim que voltasse!
— Ora, não se preocupe Marron, quando você se tornar uma escritora muito famosa e o meu Goten o maior chef de cozinha do mundo, vocês serão muito ricos e terão muitos empregados para fazer isso, mas até lá, eu ainda dou conta ou por acaso acha que estou muito velha?!
— Não, eu não quis dizer isso, só que... - Marron levou a mão à testa em frustração. - Ah, a senhora é realmente muito teimosa.
Marron então imprimiu o documento no qual estava trabalhando, o qual rendeu dezenas de páginas e levando-as consigo, se encaminhou rumo à saída da casa, junto ao tapete de entrada ela calçou um par de sapatos de salto alto de cor rosa que ali estavam e também colocou na cabeça uma boina, também de cor rosa, a qual estava no cabideiro onde sua bolsa jazia pendurada de igual modo. Pegando-a e guardando dentro dela o documento impresso anteriormente, ela se preparava para sair.
— Boa sorte, tomara que eles aprovem o seu livro!
— Obrigada senhora Chi-Chi e de verdade, não se preocupe com a casa, apenas descanse e faça companhia ao Gokan, está bem?
— Está bem, está bem, como quiser, minha querida nora.
— Hahaha, se cuida, eu voltarei logo.
— Pode deixar!
Assim que saiu, Marron pegou seu celular e ligou para seu marido, o qual neste momento era espectador de sua sobrinha e seu irmão mais velho, o qual havia assumido seu lugar como adversário dela no treinamento.
— Sabendo que você planejava passar o dia todo com ele, eu achei muito estranho o Gokan voltar para casa sozinho. Tem certeza de que não aconteceu nada?
"Tenho minha linda, não se preocupe, ele só queria ir para casa e eu não vi problema em deixa-lo ir, considerando que somos quase vizinhos do dojô... Mudando de assunto, se está me ligando, suponho que já terminou e está indo para a editora, não é?"
— Sim, o final ficou ótimo e estou certa de que meu romance policial será um grande sucesso!
"Mesmo sem ainda ter lido o final, tenho certeza disso, você escreveu uma história realmente incrível!"
— Obrigada Goten, tomara que eles também gostem!
"Me ligue quando tiver notícias, se cuida, amo você."
— Também te amo. - assim que ela encerrou a chamada, comentou consigo mesma. - O que será que aconteceu de verdade?

Gokan havia entrado em seus aposentos e soltado sua mochila no chão, retirando de dentro dela alguns cadernos e depois pegou alguns livros que havia na estante, o menino tinha praticamente uma pequena biblioteca em seu quarto. Sentando-se na cadeira junto a uma escrivaninha, ele abriu um dos livros que pegou e começou a estudar o seu conteúdo, era um livro de ciências e seus olhos brilhavam ao compreender cada coisa que lia e cada figura que via, anotando tudo em seu caderno. Mesmo depois de terminar suas tarefas, ele ainda continuou estudando, queria compreender mais e mais sobre tudo e nisso ele sequer viu o tempo passar.
Enquanto isso, ignorando o pedido de sua nora, Chi-Chi cuidava da casa, já havia feito a limpeza da maioria dos cômodos e enquanto limpava a cozinha, suor começou a escorrer do seu rosto, ela parou o que estava fazendo, sentindo-se tonta e com a visão turva e perdendo totalmente as forças, ela desmaiou, batendo a cabeça no balcão e indo ao chão. Gokan só foi perceber isso minutos depois quando foi até a cozinha tomar água, seu semblante alegre mudou por completo assim que viu sua avó caída no meio da cozinha, com a cabeça a sagrar.
— Vovó? O que aconteceu? Vovó! - seus olhos se encheram de lágrimas e seu desespero foi imediato. - Fala comigo, vovó! VOVÓ!!!
O trágico acontecimento que obrigaria Gokan a amadurecer, acabara de acontecer.




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Autor(a): fagnerlsantos

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