Fanfic: Dragon Ball GT Kai - O Legado de um Herói | Tema: Dragon Ball

As palavras de Gokan deixaram Bra um tanto surpresa, o garoto realmente acreditava que poderia falar com seu avô e fazer com que as Esferas do Dragão apareçam novamente.
— Não é que eu não acredite em você, mas pelo que me consta segundo o que ouvi do meu irmão, parece que Son Goku e Shen Long foram embora do nosso mundo, então você me dizer que pode encontra-lo na Montanha Paozu soa como uma grande fantasia.
— Eu sei e está tudo bem, não precisa me levar até lá se não quiser, irei de qualquer maneira, nem que seja sozinho, é a única chance que tenho de salvar a vovó!
Bra percebeu que o pequeno estava seguindo seu conselho de se impor e fazer o que achava que deveria fazer.
— Certo, se é isso o que você quer, não irei impedi-lo.
— É sério?
— Se está dizendo que pode ir para lá sozinho, é sinal de que é capaz disso, correto?
— S-Sim, o tio Uub me ensinou muita coisa sobre as lutas, eu... vou conseguir! - ele afirmou timidamente, duvidando do que disse, mas tentando acreditar em si mesmo. - No entanto, antes de ir, gostaria de pedir um favor.
— Que favor?
— Gostaria que fizesse um traje de luta para mim, acha que consegue Senhorita Bra?
— Com quem acha que está falando garoto? Tenho tudo o que preciso guardado em algumas cápsulas no porta-luvas do carro, basta dizer como quer que eu o faça e ele ficará pronto em menos de uma hora!
— Legal, então eu quero um gi igual aquele!
Gokan apontou novamente para os dois porta-retratos em cima da escrivaninha, Bra se aproximou e pegou aquele que o garoto estava olhando anteriormente, o que tinha a foto de Uub e seus amigos quando jovens com as Esferas do Dragão de Estrelas Negras.
— Entendi, você quer um traje como o da pessoa que te ensinou a lutar, você quer um gi como o do Uub, não é?
— Não. - Gokan se aproximou pegando o outro porta-retrato e mostrando para ela. - O que eu quero é um que seja igual esse, igual ao do meu pai usava!
Na foto que ele segurava estava o pequeno Goten de sete anos lutando contra o irmão dela, o Trunks de oito anos, na batalha final da Divisão Infantil do 25° Torneio de Artes Marciais. Bra olhou para a foto e sorriu, entendendo a intenção do menino com aquela escolha, prontamente foi ao carro buscar as cápsulas que mencionou e rapidamente improvisou na sala de estar um local para trabalhar, com maestria manipulava sua máquina de costura altamente tecnológica, costurando em um modelo pré-pronto com um tecido especial altamente resistente, demorou cerca de trinta minutos para ela conceber o traje que Gokan queria: um gi laranja com uma faixa preta amarrada do lado esquerdo da cintura, com sapatos pretos de caneleiras azuis, exatamente como o que Goten usava na infância.
— E então, o que achou? - Bra questionou, vendo-o se olhar ao provar o traje.
— Ficou incrível! - ele disse, notando que a camiseta que usava por baixo de seu gi era diferente, pois tinha mangas curtas, era justa e de cor preta, além de estar usando um par de luvas sem dedos desta mesma cor.
— Sei que deve estar se perguntando o porquê da camiseta e das luvas, então antes que me pergunte, digo que esse é o meu diferencial criativo que achei que ficaria bem em você. O traje em si já é bonito e bem resistente, mas essas peças extras eu costurei pensando justamente em você, a camiseta foi confeccionada com uma malha bem leve e confortável, mas ao mesmo tempo, ela foi feita com uma alta concentração de fibras de carbono, tenha certeza de que ela continuará intacta, mesmo se o planeta inteiro explodir!
— Incrível!
— Por conta disso, ela deve ser capaz de aumentar a sua resistência e o mesmo pode se dizer das luvas, elas são feitas do mesmo material, estou certa de que você não terá dor nos punhos ao socar com elas, então até a força dos seus socos irá aumentar!
— Isso é demais, se eu precisar lutar, não terei medo! - Gokan disse animado, desferindo alguns socos no ar. - Você é muito legal, obrigado Senhorita Bra!
— De nada, só tome cuidado, está bem?
— Tá!
Gokan reuniu algumas coisas em sua mochila azul e não muito depois estava do lado de fora a balançar o braço levantado, despedindo-se de sua nova amiga.

Assim começou a jornada de Gokan, seu objetivo era chegar à antiga casa de seu avô Goku e para tanto, começou a caminhar em direção ao sul. O pequeno lembrava-se razoavelmente do caminho para a Montanha Paozu devido às vezes em que foi para antiga casa da família Son de carro com sua família. Já longe dos limites da cidade, ele seguia pela beirada da estrada, firmando as pernas ao solo cada vez que um caminhão passava ao seu lado no asfalto a gerar uma rajada de vento. Apesar do que disse à Bra, no fundo ele estava apreensivo, lembrar-se de Chi-Chi era o que o mantinha determinado, ele ainda se sentia responsável e tinha de salvar a vida dela a qualquer custo! Todavia, o pequeno não iria naquela jornada sozinho como pensava, pois foi naquele momento que um amiguinho da Cidade do Oeste que ele não via há algum tempo o avistou lá do céu e descendeu até ele.
— E aí Gokan, seu puto!
Ele olhou para trás, reconhecendo o garoto de cabelos lilás espetados vestindo um hakama branco e preto.
— Boxers!
— Olá Gokan, filho dos amigos de Gill! - a pequena Máquina Mutante se manifestou, deixando as costas de Boxers e flutuando até Gokan.
— Você também veio Gill, que legal! - disse ao cumprimenta-lo de mão pegada, antes do mesmo se apoiar sob seu ombro.
— O que faz por aqui? - perguntou Boxers. - Está fugindo de casa?
— Claro que não seu bobo, eu estou numa missão muito importante! - o pequeno deu a volta, continuando a caminhar.
— É mesmo? - o outro se aproximou para caminhar ao seu lado. - E que missão seria essa?
— Estou indo para a Montanha Paozu com o objetivo de reunir as Esferas do Dragão!
— Está falando daquelas tais esferas que podem realizar desejos? Parece divertido, eu vou com você!
— Não precisa...
— Claro que precisa, uma menininha que nem você não iria sobreviver aos perigos da Montanha Paozu, deixe-me ser seu guarda-costas!
— Eu não sou menininha e sou mais velho que você, então em todo caso, seria eu quem teria que proteger você se viesse junto!
— Então seria mesmo capaz de enfrentar os perigos da Montanha Paozu sozinho?
— De que perigos você tanto fala?
— Não ouviu os rumores? Dizem por aí que a Montanha Paozu foi dominada por demônios.
— D-D-Demônios? - Gokan questionou ao parar, levemente assustando e ao perceber isso, Boxers fez uma expressão misteriosa, forçando-o a imaginar a cena que estava para descrever.
— Sim, demônios terríveis com uma aparência assustadora que pegam crianças medrosas e as jogam num caldeirão fervendo e sabe para quê? Para fazer sopa e depois comê-las! Mwahahahaha!
— Aaah! - Gokan exclamou, derrubando Gill de seu ombro no processo.
— Hahahahaha, devia ter visto a sua cara, medroso!
— Eu não sou medroso, você é que é mentiroso!
— Boxers mentiroso, Gill, Gill! - disse o robozinho, voltando a flutuar enquanto Gokan retomava sua caminhada.
— Admita que precisa de mim e do Gill também, não vai encontrar as Esferas do Dragão sem o Radar do Dragão dele.
— Boxers veraz, Gill, Gill! - a Máquina Mutante manifestou-se outra vez, mudando o discurso.
Gokan parou mais uma vez, fechou os punhos e então falou:
— Está bem, vocês podem me acompanhar.
— Legal! - Boxers comemorou, vendo que Gokan já estava se afastando. - Ei, espere aí!
Ele e Gill apressaram o passo para alcançá-lo, perceberam que Gokan estava muito determinado por alguma razão e depois de andarem um pouco, os três voltaram a conversar.
— Gill estava presente quando tudo aconteceu e viu Son Goku ir embora com as Esferas do Dragão de modo que o radar de Gill nunca mais as detectou depois disso.
— Eu sei disso Gill, mas preciso fazer com que elas apareçam de novo e acho que posso fazer isso acontecer se eu for até a antiga casa do meu avô que fica na Montanha Paozu!
— Parece que você tem um plano, mal posso esperar! - comentou Boxers.
— Se Gokan acredita que pode trazer as Esferas do Dragão de volta, Gill vai ficar atento. - Gill abriu o compartimento das suas costas, onde a tela do radar apareceu. - Radar do dragão ligado, nenhuma Esfera do Dragão encontrada até o momento.
— Gill, Boxers, obrigado pelo apoio!
— É isso aí, a partir da agora sua segurança é minha responsabilidade! - disse Boxers, voltando-se para a Máquina Mutante na sequência. - Aliás, desliga aí seu sistema de localização para não rastrearem a gente.
— Será que não há problema em Boxers e Gill estarem desobedecendo ao Trunks?
— Relaxa Gill, é por uma boa causa, o velho vai entender. Em último caso, a gente coloca a culpa no Gokan dizendo que foi ele quem arrastou a gente para cá.
— Ei!
— Relaxa Gokan, se precisarmos culpar você, você culpa a tia Bra, já que ela é quem não deveria ter deixado você sair, assim todos nós nos safamos!
Gokan semicerrou os olhos, com uma expressão quase que inanimada que passava a mensagem de que considerava aquele um plano estúpido porque nenhum dos seus pais seria bobo o suficiente para desassociá-los de toda a culpa tão facilmente.

O trio caminhou por mais algum tempo, a fome bateu e os suprimentos que Gokan carregava na mochila precisaram ser solicitados, suprimentos esses que eram besteiras como salgadinhos, algumas latas de refrigerante e alguns doces. Boxers terminava de devorar uma pequena barra de chocolate quando resolveu perguntar:
— Falta muito para chegarmos?
— Segundo os cálculos de Gill, na direção e velocidade atuais em que estamos nos locomovendo, chegaremos à região de Paozu depois de anoitecer. - respondeu Gill.
— Mas ainda falta muito para isso, eu já estou ficando cansado, não sei como o puto do Gokan não se cansou ainda. - nisso eles avistaram um ponto de ônibus logo à frente. - Já sei, vou perguntar para aquele homem se ele conhece um atalho, quem sabe podemos até pegar um ônibus e assim chegaremos mais rápido!
— Espere Boxers, não podemos conversar com estranhos, é perigoso!
— Deixa de ser medroso, Gokan! - Boxers correu, parando em frente ao ponto de ônibus onde o indivíduo a quem iria pedir informação estava sentado, lendo um jornal. - Fala aí senhor, tudo bom?
— Hum? - eu abaixei o jornal para olhá-lo, vendo que Gokan e Gill se juntaram a ele, momento em que eles viram que eu era um indivíduo de baixa estatura, não muito mais alto que eles. Tinha cabelos afro pretos encaracolados, utilizava uma máscara de gás amarela com lentes escuras que ocultava o rosto, trajava um sobretudo marrom por cima de uma camiseta azul de mangas vermelhas com as letras "FLS" estampadas na frente e calça bege com botas brancas com detalhes em preto, minha aparência peculiar deixou os meninos inquietos no início. - Oh, olá garotos!
— Você conhece bem a região por aqui?
— Mais ou menos. - respondi calmamente, com minha voz ecoando pelo filtro da máscara. - Em que posso ajuda-los?
— Nós estamos indo para a Montanha Paozu e estamos com pressa, conhece algum atalho ou algum ônibus que vai para lá?
— A região de Paozu é afastada demais da civilização, não há como ir de ônibus para lá. - nisso me levantei, apontando com o dedo adiante. - No entanto, daqui a dois quilômetros mais ou menos há um posto de gasolina e depois disso há uma trilha de chão a esquerda da estrada, ela não é muito utilizada por ser perigosa, mas se vocês forem por esse caminho, talvez cheguem antes de anoitecer.
— Verdade? Isso é ótimo senhor, muito obrigado! - disse Gokan, tímido até então por não estar certo se eu era um cara legal ou não.
— Não há de que. - foi quando a condução que eu aguardava estacionou no ponto, olhei a placa luminosa na frente que indicava a rota para ter certeza e de fato estava escrito "Vila Pinguim". - Parece que o meu ônibus chegou, então já vou indo. Como o humilde substituto daqui, tenho uma reunião muito importante com o Governante Supremo original antes dele se mudar para o Outro Mundo, vai cuidar das coisas de lá a partir de agora, aquele velho caduco com cara de robô vai fazer muita falta por aqui. - melancólico, peguei meu jornal enquanto os garotos e o robozinho se entreolharam confusos, mas quando pisei no degrau da porta para entrar, olhei para trás e chamei a atenção deles ao me despedir. - Boa sorte garotos, cuidem-se!
A porta do ônibus se fechou e ele seguiu adiante, os garotos ficaram observando-o até que estivesse longe, mas quando se distraíram por um instante, o veículo pareceu ter desaparecido.

Gokan, Boxers e Gill retomaram sua aventura, seguindo na direção que já estavam indo pela beira da estrada até que chegaram ao tal posto de gasolina. Lá o pequeno mais velho comprou algumas coisas na loja de conveniência para consumirem no caminho, ou seja, mais besteiras enquanto que o pequeno mais novo aproveitou para aliviar sua vontade de urinar. Os funcionários do local acharam estranho que duas crianças daquele tamanho estivessem vagando por aquele fim de mundo sozinhas, pensaram em segurá-las e chamar as autoridades, mas acabou que os garotos foram embora antes que pudessem sequer conversar com eles. Há umas centenas de metros adiante havia uma curva na estrada e a tal trilha perigosa saindo pela esquerda, era um terreno acidentado a passar pela floresta, perceberam que na maior parte do caminho estavam subindo, o que significava que aquele era realmente o caminho para a região montanhosa de Paozu.
Os três se ajudavam, atravessando obstáculos que seriam difíceis até mesmo para um explorador profissional, até que chegaram a uma área predominantemente rochosa, estavam agora em um pequeno vale entre duas grandes cadeias de rocha.
— Parece que logo irá anoitecer. - comentou Gokan, percebendo que a lua em estado crescente já se fazia presente no céu, apesar do sol ainda não ter se posto.
— Ei seu puto, você tem uma cauda, não olhe para a lua!
— Não é assim que funciona Boxers, meu pai e minha mãe me disseram que é a lua cheia que é perigosa, acho que os outros estados não conseguem enviar raios blutz o suficiente.
— Sorte a minha que não nasci com uma cauda, assim nunca vou correr o risco de virar um monstro. - Boxers sorriu maliciosamente, colocando a mão na empunhadura de uma das katanas. - Se quiser, posso cortar a sua para você.
— Não vem não! - exclamou Gokan, puxando sua cauda para perto de si com a mão. - Temos que achar um lugar para passar a noite antes que anoiteça.
— Se tivéssemos vindo voando, já teríamos chegado há muito tempo, uma pena que você não saiba voar.
— Mas é claro que eu sei voar, seu bobo!
— Então por que viemos a pé desde Cidade Satan?
— Porque sim, ora essa! - Gokan exclamou, um tanto envergonhado. - Essa missão desde o começo era minha, você é quem quis vir junto!
— Tá bom seu puto, não se irrite, já sei que sua missão é chegar à antiga casa de Son Goku, a minha é apenas protege-lo a todo custo para que chegue ao seu destino em segurança!
— Tudo o que fez até agora foi dar palpite e comer as coisas que eu trouxe para a viagem sem nem pedir!
— Faz parte do pagamento pelos meus serviços de guarda-costas, você está tendo a honra de ter a proteção de um grande samurai, deveria se sentir um senhor feudal muito importante!
— Acontece que eu nunca pedi para você ser meu guarda-costas, Boxers chato!
Gokan mostrou a língua para ele e enquanto eles discutiam, Gill jazia inquieto a observar ao redor, percebendo através de seus sensores que algo se movia no alto das rochas.
— Gill, Gill, Gill! - afoito, o robozinho se colocou entre os garotos, chamando a atenção.
— O que foi Gill? - perguntou Gokan.
— Perigo! Perigo! Perigo!
Os meninos ficaram confusos quando uma fera saltou do alto em direção a eles.
— Cuidado Gokan! - exclamou Boxers, momento em que o animal deu o bote e o pequeno mais velho se jogou para frente o último instante, caindo no processo.
— Nossos suprimentos... - lamentou Gokan, vendo que o animal havia arrancado sua mochila e a estraçalhado com tudo o que havia dentro com suas presas afiadas, tratava-se de um lobo de pelos cinzentos e com uma cicatriz de arranhão no olho direito.
O animal uivou, invocando o resto da matilha, eram dezenas de lobos, alguns permaneceram no alto das rochas enquanto outros desceram a cercar as crianças e seu mascote robótico.
— Quero ver se agora vai reclamar por eu estar aqui. - disse Boxers, se colocando em posição ao desembainhar uma das katanas. - Como você é meu protegido, basta que fique atrás de mim!
— Nada disso, já disse antes que sou o mais velho, sou eu quem tem que proteger você! - disse ao se levantar, ficando costa a costa com seu amigo.
— Se quer se sentir útil, então é melhor se preparar porque aí vem eles!
Um dos lobos saltou em direção a Boxers, o qual se protegeu com sua katana, posicionando-a para que o bote das presas do animal pegasse na lâmina, permitindo-o então afastá-lo com um chute de sola de pé em seu rosto, mas dois lobos avançaram na sequência e o pequeno mais novo os golpeou de igual modo que o anterior, o primeiro com uma investida de ombro e o segundo com uma coronhada no lombo utilizando o cabo da espada depois de girar em torno de si. Gill por sua vez esquivou de dois lobos com seu pequeno corpo, encolhendo seus braços e pernas para dentro de si a ficar como uma esfera, abrindo o compartimento frontal que lhe servia de boca a soltar uma granada de luz que cegou um quinteto de lobos, podendo avançar como uma bala de canhão ricochetando entre eles e nocauteando-os. Os números da matilha começaram a cair perante a força de Gill e Boxers, pois Gokan, ainda que fosse capaz de enfrenta-los, apenas fugia e se esquivava deles até que recuando para perto do pequeno mais novo, o viu balançar a katana a desferir um corte na costela direita de um dos lobos, fazendo-o esvair em sangue.
— Boxers, não os machuque!
— Como não vou machuca-los? Esses cachorros querem morder a gente!
— Não são cachorros, são lobos e eles não têm culpa, fomos nós que invadimos o território deles, só estão se defendendo!
Um dos lobos aproveitou a distração do pequeno mais velho e saltou sobre ele que ainda assim não reagiu, apenas evitou que o animal mordesse seu pescoço, segurando suas mandíbulas.
— Fala sério... - Boxers levantou a katana para cortar o lobo.
— Não! - Gokan interviu para que não o fizesse, preocupado com a integridade do animal, ainda que este estivesse próximo de ameaçar sua própria integridade. - O líder... Se você ferir o líder da matilha, eles vão recuar e não vamos precisar machucar mais nenhum deles!
— O líder? - Boxers questionou confuso quando se deu conta de que Gokan falava do lobo com cicatriz de arranhão, rapidamente olhou em volta quando o encontrou a tentar acertar Gill com suas garras.
Boxers correu em direção ao animal, acertando uma voadora na região do pescoço dele, o lobo rolou mas rapidamente se recompôs para atacar o garoto que, em um corte preciso ao esquivar-se, feriu a pata traseira direita dele com estilo, chacoalhando o sangue que ficou na lâmina na sequência. O lobo gritou de dor e a mancar uivou, ordenando que os lobos ainda conscientes recuassem e todos obedeceram, inclusive o que Gokan segurava para não mordê-lo.
— Viu só? - disse o pequeno mais velho ao se reerguer, vendo a matilha ir embora a saltar entre as rochas. - Aprendi muito sobre o comportamento dessa espécie estudando meus livros de biologia!
— Seu nerd! Só sei que você é gentil demais e por pouco não tem sua garganta arrancada... Vamos embora!
Boxers embainhou a espada e foi em frente para logo Gokan e Gill seguirem com ele rumo à saída daquele vale, adentrando cada vez mais na remota região de Paozu. O que eles não sabiam era que há alguma distância daquele lugar, uma bola de cristal havia mostrado à sua usuária de aparência demoníaca, porém bela, tudo o que havia acontecido naquele lugar em tempo real, as crianças estavam pisando em domínios proibidos e sendo vigiadas por forças malignas que acabaram por se interessar no potencial que acabaram de demonstrar.