Fanfic: Daylight | Tema: Palmeiras

Incontrolavelmente, a jovem loira, de hipnotizantes olhos verdes como esmeralda chorava. Ela estava se odiando no momento por permitir que as lágrimas escorressem de suas vistas e percorressem o seu rosto. "Pelo menos, ninguém está vendo", a voz em sua cabeça dizia na tentativa de consolá-la. Ela encontrava-se só em sua casa. Ela não vivia uma fase boa em sua vida. Ela acabara de perder seu namorado, vulgo, primeiro e único amor até aquele momento.

O pior é que ele morreu devido à um acidente de carro após uma briga séria que havia ocorrido entre eles.

Larissa se sentia culpada e os familiares dele a culpavam também.

Ela sentia-se mal naquele instante. Ela sentia-se mal a todo momento.

Ela principiou a andar lentamente da sala até o seu quarto. Ela adentrou-o e sentou-se em sua cama. Lembranças do passado vieram a sua mente. Ela envolveu-se nas recordações boas de quando estava com a pessoa que havia se tornado a mais importante de todas em sua vida. Ela não tinha mais ninguém.

Sentados ao piano, o jovem de vistas misteriosas e encantadoras e a garota de cabelos loiros e cacheados estavam nervosos com a presença um do outro. Dedilhavam as teclas, tentando concentrarem-se na doce melodia que criavam. Sem que pudessem evitar ou premeditar, as mãos deles se tocaram, dando-lhes a sensação de queda raio.

Encararam-se por longos segundos. O olhar que um lançava para o outro transmitia o que ambos guardavam no coração. Era um misto de desejo e medo. Eles queriam ser mais que amigos, porém tinham receio de serem rejeitados, uma vez que não tinham certeza se eram correspondidos.

Deixando-se levar pela repentina certeza, que o acometeu, de que era correspondido pela mulher por ter fitado fixamente os olhos dela e ver que o mesmo sentimento que surgiu nele se fazia presente nela, o rapaz aproximou-se da garota e quebrou a mínima distância que havia entre eles. Ele tocou os lábios dela com os dele e pressionou-os de leve. Foi por iniciativa da moça que o beijo foi aprofundado. Ele a abraçou pela cintura. Ela, por sua vez, pôs as mãos sobre o rosto do garoto e o trouxe para mais perto de si. Eles estavam ávidos por mais. Tinham esperado por muito tempo. Não sabiam como haviam conseguido ficar longe um do outro.

Por que ele teve que partir tão cedo? Ela queria tanto que ele estivesse ali.

A moça deitou-se e pensou em tudo que estava ocorrendo em sua vida. Ela não fazia ideia do que fazer para que as coisas voltassem a normalidade. Mesmo que experienciar situações corriqueiras não a fizessem se sentir especial, era necessário. Ela tinha que seguir adiante. Ela precisava arrumar um emprego. "Talvez trabalhando, eu consiga esquecê-lo", a voz em sua cabeça enunciava e fazia surgir nela um resquício de esperança.

Então a mulher levantou-se e pegou seu celular, que encontrava-se sobre a mesinha lateral, próxima de sua cama. Ela abriu um aplicativo, o qual anunciava vagas de emprego e principiou a busca por trabalho. Demorou alguns minutos e, enfim, ela encontrou algo que condizia com ela.

Após o achado, ela se dirigiu para a cozinha e fez um sanduíche. Depois de comer e beber um suco de laranja, ela foi para a sala e ligou a Tv. Velozes e Furiosos passava no canal mais famoso do estado e isso fez com que ela revirasse os olhos. Esse filme era o favorito de seu falecido namorado. Ela odiava, mas quando estava com ele, ela assistia.

Ela desligou o seu aparelho eletrônico e foi se deitar.

No caminho para o quarto, ela bateu o braço na estante onde havia inúmeros livros e fez com que um deles caísse no chão. Quando a jovem foi pegá-lo, ela viu que tinha uma folha de sulfite rosa dentro do livro, e deixando-se conduzir pela curiosidade, ela a pegou e leu o que estava escrito nela.

"Eu não sei o motivo, mas toda vez que eu olho nos seus olhos

Eu vejo milhares de estrelas cadentes. E sim, eu te amo

Mal posso acreditar que toda noite você está ao meu lado"

O ditado "A curiosidade matou o gato" nunca fez tanto sentido em sua vida como fez naquele momento, após ela ler o trecho da música My Only One, que sua ex havia escrito e deixado em um dos livros favoritos dele para que ela lesse. Havia a data do dia em que ele fez isso. Foi no mesmo dia da briga e do acidente. Os olhos dela lacrimejaram.

Em passos lentos, ela foi para o seu quarto, levando consigo a folha rosa. Ela deitou-se e pôs o trecho da canção sobre seu peito. As recordações a envolveram.

"Seu namorado de meigos e brilhantes olhos castanhos escuros a encarava ansioso à espera da fala dela. Ele tinha acabado de lhe dizer que o amava. Ele havia aberto seu coração para ela e tinha certeza de que ela sentia o mesmo por ele."

Momentos românticos assim aconteceriam novamente se ele estivesse vivo. Porém ele não estava. E ela sentia que isso se dava por causa dela mesma.