Fanfics Brasil - Capítulo Final - O Buraco do Coelho Alice: Sacrifício Humano

Fanfic: Alice: Sacrifício Humano | Tema: Fic da lenda urbana Alice: Sacrifício Humano


Capítulo: Capítulo Final - O Buraco do Coelho

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O jornal do canal quatro exibe cena dos fãs de Kyoko chorando na frente de um mural de fotos e desenhos erguido em seu prédio, a cena volta para o estúdio, onde o âncora está com cara de cansado e olheiras.
- Ainda nesta edição, novos ataques violentos, um templo budista foi queimado, a universidade de humanas depredada por radicais, agora vamos a nossa repórter, ao vivo, onde um irmão gêmeo matou sua irmã.
A reportagem entra ao vivo, uma repórter que não é Yuki fala à câmera.
- Na tarde de ontem, o “garoto A” matou sua irmã, ele disse que ambos estavam brincando pelo jardim, quando foi invadido por uma desesperança, ele afirma que Kyoko, a influencer falecida na noite anterior o obrigou”.
O ângulo da câmera muda
- Kyoko chocou seus fãs, onde fez uma live, gravando sua morte, que ainda não foi esclarecida. Fãs da influencer estão mandando mensagens de ódio contra o “garoto A”, pois esse estaria sujando a imagem de sua ídola.
Ao fim da matéria, Massami usa novamente o celular irritado, tentando ligar para Yuki, finalmente ela atende.
- Onde você está!
- Preciso de uns dias de folga.
- O que você pensa que está…
Ela desliga o telefone, ela está na frente de uma drogaria, quando o carro de Fuyutsuki estaciona, ela entra.
- Não gosto disso - ele segue dirigindo de cara fechada.
- Se você tiver alguma outra ideia basta falar.
Tenho muitas outras, nenhuma delas envolve enfrentar um deus lovecraftiano que vomita outros deuses.
- Vamos repassar o plano, eu tomo essas pílulas e durmo, você me vigia, se perceber algo de errado me acorde. Não importa como, você vai me tirar de lá.
- Uma vez adormecida o que você vai fazer?
- Encontrar nosso amigo Shub-Niggurath.
- E depois.
- Não faço ideia.
- Belo plano.
- Nunca falei que era perfeito.
- Por que você? Sou treinado, posso ser mais útil.
- Não vai funcionar, estamos ligados, é minha chance.
- Do que você está falando?
- Já se esqueceu da delegacia? Eu cansei de ser uma covarde e simplesmente ir vivendo, sem olhar em volta.
- Eu…
- Você disse a verdade, não se desculpe.
- Você pode morrer.
- Quando criança você brincava “do que eu quero ser quando crescer?”, eu brincava bastante, gostava de sonhar, minha vida fantasiosa era importante, era bela.
- Yuki…
- Não comece, nós nos odiamos e nos matamos por pessoas que não conhecemos ou por ideias que não entendemos.E essa onda de ódio já acontece faz tempo e elaevocou Shub-Niggurath, nesse contexto sou uma de suas sacerdotisas.
- Você não sabia disso.
- Eu certamente não esperava evocar uma divindade extra terrena, mas sabia exatamente o que estava acontecendo e as consequências dos meus atos, eu me alimentei do ódio e da adoração das pessoas. Preciso me redimir.
- O que eu posso fazer?
- Se eu voltar você pode me ajudar, a ser uma pessoa decente?
- Nunca me pediram dessa forma.
- Eu também nunca enfrentei um deus ancestral.


Pouco depois, ambos se encontram no quarto de Yuki, os dois se beijam, “para dar sorte” Fuyutsuki tenta sorrir, enquanto Yuki corresponde, ela senta-se na cama, toma um sedativo leve e deita-se.
Yuki abre os olhos, ela está em um lindo bosque, em meio a grama que parece infinita ela se levanta, determinada a jornalista segue sua intuição, seguindo por um caminho a esmo.
O gramado transforma-se em bosque, ela entra por um portão feito de árvores, onde encontra o homem de capa e chapéu pretos em uma clareira, os dois se encaram, ele saca sua katana.
- Esse sonho é meu, eu dito as regras.
A kataka surge em suas mãos, ela simplesmente ignora o ser de preto, que desaparece, restando apenas as suas roupas caídas no chão, Yuki segue andando, o coelho descarnado a acompanha com o olhar, as árvores se transformam em uma trilha, culminando na encosta de uma montanha.
- Muito bom, Alice.
Yuki olha para trás, se deparando com Kyoko, essa está com sua roupa de majestade verde e coroa, sentada em uma pomposo trono verde, que não estava lá cinco segundos atrás.
- Já ouviu falar em tom sobre tom?
- Nunca consegui compreender o humor.
- Por que estamos aqui?
- Destino. Tudo que já existiu e existirá está escrito, a história da humanidade, sua ascensão e declínio. Apenas usei as regras que vocês criaram.
As duas seguem se encarando, Kyoko sorri.
- Não fui eu que escrevi essa música, foram vocês, se a música foi escrita, se as pessoas escutam e cantam é porque ela faz sentido, minha Alice.
- “Chegaram perto de ser a Alice perfeita”, Você precisava seguir a música.
- Destino.
- Você está preso dentro do destino.
- Como ousa…
- Você precisa da “Alice perfeita” para retornar, agora a música terminou e o grande Shub-Niggurath vai ser esquecido novamente.
Kyoko levanta-se furiosa:
- Esse mundo corrupto será destruído…
Cansada da falação, Yuki saca sua katana e num golpe rápido decapita Kyoko, o corpo da jovem rainha cai de joelhos e seca rapidamente, sua cabeça se decompões até restar um crânio.
Yuki repousa a espa no ombro, com parte da lâmina cobrindo um de seus olhos.
O céu escurece, a terra começa a tremer, Yuki não acredita no que vê, de canto de olho ela percebe a montanha ganhar vida, eis que ela descobre a montanha é Shub-Niggurath, o deus gigantesco se ergue, sua envergadura encobre o sol, o corpo verminoso, sem olhos se move, se recuperando das eras desacordado, suas inúmeras bocas se abrem, vomitando cópias das quatro alices anterior, seus tentáculos alcançam quilómetros.
Yuki tem o exemplo perfeito da diferença entre a imagem mental e o ser presente, Shub-Niggurath é gigantesco, medidas humanas são incapazes de traçar seu tamanho, ela cai de joelhos, a visão de algo indescritível a faz chorar lágrimas de sangue, sua mente ameaça se destruir.
Yuki se vê criança, correndo em um parquinho, outro flash ela está idosa, morrendo em uma cama cercada de entes queridos, em outro flash ela está no seu primeiro dia na faculdade, ainda jovem.
Uma sequencia de imagens mostram bifurcações tempo espaciais, em existências possíveis: sendo assassinada, fazendo amor com Fuyutsuki, nascendo, morrendo em um acidente de carro, criança olhando uma flor.
Yuki está em seu quarto, na sua frente ela idosa deitada numa cama, ao lado sua versão de meia idade, lendo um livro; no outro lado sua versão jovem faz sexo selvagem,cavalgando um homem; atrás ela criança. Pela janela um cemitério, com diversas lápides com seu nome e datas diferentes. Acima do céu, acima do planeta Shub-Niggurath a observa.
A repórter tem um insight, o tempo e o espaço não existem.
Yuki grita, ela abre os olhos, encarando Fuyutsuki, assustado.
- Desculpe, fiquei preocupado.
- Quanto tempo…
- Menos de um minuto, você começou a convulsionar, eu pensei.
Ela o abraça.


No dia seguinte Yuki está sentada no chão, próximo a água da baía de Tóquio, seu olhar vago observa o céu. Fuyutsuki senta-se ao seu lado, ambos permanecem em silêncio.
- Você sabe que nós nunca vemos o céu, mas apenas aquilo que compreendemos ser o céu.
Eles ficam em silêncio, Yuki está contemplativa, porém leve, como o detetive nunca vira, ele se atreveria a dizer que ela está feliz.
Ao fundo as pessoas caminham normalmente, tranquilas, em passeios familiares ou solitários, algumas pessoas brincam na água, jovens casais conversam, o detetive sente que não é apenas Yuki que está mais leve, o peso do mundo diminuiu, ele parece ser o único que observa essa cena de fora.
- Vai passar.
- …?
- Essa sensação de estar deslocado, vai passar, logo você vai se integrar ao restante do mundo, então não se preocupe.
- Você consegue ler minha mente?
Ela o encara com seriedade, pela primeira vês Fuyutsuki vê traços da Yuki que ele conhece.
- Não seja bobo, isso é impossível.
O olhar de Yuki se perde novamente no horizonte, ela sente que não é mais a mesma, também sente que provavelmente nunca mais vai ser quem era, isso a assusta, mas também a enche de esperança.
- Eu recusei ser sua mensageira, o canal quatro também se recusou, fui demitida.
- O que você vai fazer agora?
- O que eu quiser.


Uma semana depois, Yuki se arruma, elegante como sempre, com o diferencial de se olhar no espelho e conferir seu visual, com tranquilidade ela sai do quarto.



FIM



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Autor(a): diegot

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