Fanfic: o duque e eu adaptada ponny | Tema: ponny
O nascimento de Alfonso Athur Henry Herreira Rodrigues, o conde de Clyvedon, foi recebido com muita alegria. Os sinos da igreja tocaram por horas, serviu-se
champanhe à vontade no imenso castelo que o recém-nascido chamaria de lar e toda
a aldeia de Clyvedon parou de trabalhar para participar dos festejos organizados
pelo pai do jovem conde.
– Esse não é um bebê comum – disse o padeiro ao ferreiro.
Falou isso porque Alfonso Athur Henry Herreira Rodrigues não passaria a vida
como conde de Clyvedon. Esse era apenas um título de cortesia. O bebê – que possuía
mais nomes do que qualquer criança de sua idade poderia precisar – era herdeiro de
um dos mais antigos e abastados ducados da Inglaterra. E seu pai, o nono duque de
Hastings, esperara anos por esse momento.
No corredor fora do quarto da esposa, ninando o bebê que chorava a plenos
pulmões, o duque quase explodia de orgulho. Já beirando os 50 anos, assistira a seus
amigos – todos duques e condes – produzirem um herdeiro após o outro. Alguns
tiveram de se contentar com o nascimento de meninas antes de conseguir gerar um
precioso menino, mas, no fim, todos garantiram que sua linhagem continuaria, que
seu sangue passaria para a geração seguinte da elite inglesa.
Mas não o duque de Hastings. Embora sua esposa tivesse concebido cinco vezes
nos quinze anos de casamento, apenas duas gestações vingaram, e ambos os bebês
nasceram mortos. Depois da quinta gravidez, que terminara com um aborto
sangrento no quinto mês, médicos e cirurgiões disseram-lhes que não deveriam de
jeito nenhum fazer uma nova tentativa de ter um filho. A vida da duquesa estaria em
perigo. Ela estava frágil demais, fraca demais e, talvez – observaram com delicadeza
–, velha demais. O duque teria simplesmente que se conformar com o fato de que o
ducado deixaria de pertencer à família Herreira.
Mas a duquesa, que Deus a abençoasse, sabia qual era seu papel na vida. Após
um período de seis meses de recuperação, ela abriu a porta que ligava os aposentos
dos dois e o duque recomeçou sua busca por um herdeiro.
Cinco meses depois, ela informou ao marido que estava grávida. A euforia
imediata dele só foi ofuscada por sua resolução de que nada – absolutamente nada –
estragaria essa nova tentativa. A duquesa foi conټnada à cama no instante em que
parou de menstruar. Um médico ia vê-la todos os dias e, na metade da gravidez, o
duque encontrou o profissional de medicina mais respeitado de Londres e lhe pagou
uma alta quantia para que abandonasse o consultório e se mudasse
temporariamente para o castelo de Clyvedon.
Dessa vez ele não ia correr risco algum. Teria um olho e o ducado permaneceria
nas mãos dos Herreiras.
A duquesa começou a sentir as dores do parto um mês antes da hora, e
colocaram almofadas sob seus quadris. A gravidade poderia manter o bebê em seu
corpo, explicou o Dr. Stubbs. O duque considerou o argumento plausível e, depois
que o médico se retirou para repousar, pôs ainda mais um travesseiro debaixo da
esposa, posicionando-a num ângulo de 20 graus. Ela permaneceu assim por trinta
dias.
E então, finalmente, chegou o momento decisivo. Toda a casa rezou pelo duque,
que queria tanto um herdeiro, e alguns se lembraram de rezar pela duquesa, que
continuava magra e frágil apesar de sua barriga ter se tornado redonda e larga.
Todos tentaram não nutrir muitas esperanças – afinal, a nobre já havia parido e
enterrado dois bebês. E mesmo que conseguisse dar à luz um bebê vivo, poderia ser
uma menina.
Quando os gritos da duquesa ficaram mais altos e mais frequentes, seu marido se
dirigiu aos aposentos dela, ignorando os protestos do médico, da parteira e da
criada. O local estava coberto de sangue, mas o duque fazia questão de estar presente
quando o sexo do bebê fosse revelado.
A cabeça do feto apareceu, seguida dos ombros. Todos se inclinaram para a
frente a fim de observar enquanto a duquesa fazia força e empurrava, até que...
Até que o duque soube que Deus existe e ainda sorria para os Herreiras. Esperou
um instante para que a parteira limpasse o bebê, então pegou o menininho nos
braços e se dirigiu ao salão para exibi-lo.
– Eu tenho um filho! – anunciou ele. – Um filhinho perfeito!
Enquanto os criados comemoravam e choravam de alívio, o duque olhou para o
minúsculo condezinho e disse:
– Você é perfeito. É um Herreira. E é meu.
Queria levá-lo para fora do castelo a afim de provar a todos que finalmente havia
gerado um menino saudável, mas como no início de abril o clima era um pouco
frio, deixou que a parteira o devolvesse aos braços da mãe. O duque montou um de
seus cavalos premiados para comemorar, desejando a todos os que pudessem ouvir
a mesma boa sorte que tivera.
Enquanto isso, a duquesa, que não parara de sangrar desde o parto, ficou
inconsciente e, por fim, faleceu.
Autor(a): tahhistorias
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