Fanfics Brasil - Capítulo XXII Duas Faces de Mim

Fanfic: Duas Faces de Mim | Tema: Harry Potter, Hogwarts Legacy


Capítulo: Capítulo XXII

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[Blake]


Me recostei sobre a parede fria daquela gruta, observando as pessoas ao meu redor em diálogos dispersos. Depois que minha irmã se foi com Sallow, senti a necessidade de ficar um pouco sozinho, mergulhado em meus próprios pensamentos. Por dentro, uma mistura de sentimentos tumultuava minha mente, e eu me questionava se realmente fiz a coisa certa ao pressionar Lívia para esse casamento.


Afinal, ele dormiu com uma garota solteira. Qualquer irmão no meu lugar provavelmente teria reagido da mesma maneira. Acredito que se nosso pai ainda estivesse vivo ele aprovaria minha decisão. Só esperava não me arrepender mais tarde. Levar minha irmã a esse casamento foi uma decisão impulsiva, e agora eu temia que ela acabasse machucada.


Sei que grande parte da culpa recai sobre aquele desgraçado do Leander, que deu aquela poção à minha irmã. Mas Lívia também deveria ter sido mais cuidadosa, não deveria ter aceitado aquela porcaria de bebida do grifinório. Pelo menos ela teve a sorte de passar aquela noite com a pessoa que amava, ou pelo menos era o que parecia ela sentir através dos olhares sutis, mas eu esperava sinceramente que o sonserino conseguisse fazê-la feliz. Afinal, ele desonrou minha irmã, então o mínimo que podia fazer era casar com ela.


Mesmo com a grande responsabilidade que ela tinha perante o reino no futuro, que eu e meu avô andávamos a tentar resolver, eu olhei para cima contemplado aquela pedra dura e protetora.


Enquanto refletia sobre tudo isso, senti um peso em meu peito. Não sabia ao certo se estava fazendo o melhor para Lívia ou se minhas próprias emoções estavam nublando meu julgamento. O que quer que acontecesse, só esperava que no final tudo desse certo para ela. Respirei profundamente com meus olhos fechados.


- Pai, espero que esteja certo?! *murmuro para mim mesmo, voltando minha cabeça para meus sapatos e mordendo o lábio inferior.*


Fiquei ali, encostado na parede, perdido em meus pensamentos, enquanto todos estavam em sua animação, eu olhei para a ruiva do 4º ano que estava acompanhada à nossa colega de casa, sempre que eu olhava para ela eu pressentia que aquela garota não era normal e pensava "A onde eu já conheci aquele sobrenome de família", sem perceber que estava sendo observado também por alguém.


- Estás distante, está tudo bem?


Aquela voz harmoniosa que me despertou de meus pensamentos, meu campo de visão se encontrou com aquelas iris castanhadas e uma expressão angelical e curiosa. Eu abanei a cabeça me retirando de tudo o que pensava, sorri de forma brincalhona disfarçando meu desconforto pelo meu humor habitual.


-Oh, nem notei que te tinhas aproximado, desculpa. *Eu olhei para as pessoas ao redor* - Está um ambiente agradável.


Poppy levantou a sobrancelha desconfiada, só que eu continuei alegre até ela falar:


- Blake, estás preocupado com a Lív, não estás? *Ela estreitou os lábios transmitindo sua preocupação.*


Eu fiquei uns tempos calado, eu não conseguia mentir para ela, mesmo que eu quisesse era difícil, era como se ela conseguisse ler por trás dos meus pensamentos algumas vezes. Respirado fundo novamente antes de responder, sabendo que não posso enganá-la.


- Sim, estou preocupado com ela. *Admito, deixando escapar um suspiro.* - Eu a forcei a esse casamento, e agora estou aqui, questionando se foi a coisa certa a fazer.


O olhar de Poppy suaviza, e ela se aproxima um pouco mais, como se quisesse me confortar com sua presença.


- Blake, vós fizestes o que acheis melhor naquele momento. E eu sei que tu amas tua irmã mais do que qualquer coisa. Às vezes, tomamos decisões difíceis para proteger aqueles que amamos. *Ela me pareceu ter ficado um pouco distante depois de prenunciar aquilo*


Sinto um nó se formando na minha garganta, lutando contra a culpa que ameaça me consumir.


- Eu só quero que ela seja feliz, Poppy. Mas temo que esteja fazendo tudo errado.


Ela coloca uma mão gentil em meu ombro, transmitindo um conforto silencioso.


- Vós estais fazendo o seu melhor, Blake. E no final, isso é tudo o que podemos fazer. Lívia sabe que tu a amas mesmo que vocês se conheçam à tão pouco tempo.


As palavras de Poppy ecoam em minha mente, trazendo um pouco de paz ao turbilhão de pensamentos. Talvez ela esteja certa. Alem disso a Lívia já é crescidinha para tomar suas próprias rédeas, eu naquele momento fiz a coisa certa, pelo menos foi o que me estava a mentalizar, eu lhe transmiti um sorriso cheio de gratidão.


- Obrigado, Poppy. *Murmurorei* - Já te disso o quanto ficas bonita sem o teu uniforme? *Usei um tom brincalham para a provocar um pouco*


Reparei suas bochechas a corar por um leve momento o que me deu vontade de rir, mas fui surpreendido com olhar desconfiado de sua parte.


- Me estás a cortejar, senhor Blake Richardson? *Sua sobrancelha se levanto de leve*


Minha reação foi espontânea ao levar minha mão para coçar a parte lateral da minha nuca, essa não era bem a minha intensão naquele momento, até por mais é a Poppy, não era uma garota qualquer.


- Claro que não, estava só a brincar contigo. *Eu murmurei sem jeito*


Sua testa franzia com as sobrancelhas ligeiramente abaixadas, mas seu olhar suavizou e um sorriso surgiu.


- Apanhei-te. *Ela riu por uns tempos* - Também, estava a me meter contigo. *Ela me deu uma piscadela*


Eu revirei os olhos pela ousadia dela, mas me ri juntamente a ela depois de fazer uma careta, ela me tinha apanhado de certeiro, acho que o convívio comigo a deixou um pouco mais solta, eu gostava disso.


- Bem, acho que precisas de algo para ocupar a cabeça, eu pensei... *Suas palavras foram cortadas por um gemido de dor*


Nós olhamos para a zona a onde estava a irmã de Sebastian com a mão sobre o estomago, aquilo devia de ser os sintomas da sua maldição, Poppy e eu assim como o resto do pessoal fomos ter com a garota que estava a ser ajudada pelo loiro.


- O que se passa aqui? *perguntei tentando entender a situação.*


Ele olha para nós, Ominis tentou procurar o som de minha voz e sua expressão transmitia preocupação enquanto segurava os ombros de Anne, e então explica:


- Parece que a maldição está começando a afetá-la. Ela está sentindo dores no estômago, e não sei o que fazer para ajudá-la.


Poppy e eu trocamos outro olhar, antes de nos voltarmos para a garota. Eu me ajoelho ao lado dela, colocando uma mão reconfortante em seu ombro.


- Anne, tens aquilo contigo? *Pergunto, me tentei manter calmo naquela situação, naquela tensão.*


Os de mais ali presentes não entenderam do que me refia, só Ominis.


-E-eu me esqueci, não pensei que o efeito iria durar tão pouco.


- Anne, tu estás a gastar energia, tu precisas andar com isso atrás de ti, não é como estar em casa a fazer as coisas diárias. *Eu a repreendi*


- Blake, acho que a Anne não precisa num sermão neste momento. *Respondeu Ominis* - E sim numa solução rápida.


Eu bufei.


-P-por favor, não discutam, isso não me vai ajudar... *murmurou Anne, sua voz era fraca e cansada* - E-eu só preciso ir para casa.


Com um respirar profundo e vendo que o garoto que estava ao lado dela não ia conseguir fazer aquele serviço por causa de sua visão, eu levantei e segurei Anne com firmeza, sentindo o peso do seu corpo frágil em meus braços. Meu foco estava inteiramente em ajudá-la naquele momento de necessidade, Ominis não entendia o que eu estava a tentar fazer. Mas creio que ele sentiu desconforto de algum modo por causa de sua expressão.


-O que está a acontecer? *Ele perguntou com dúvida*


- Ominis, eu vou levar a Anne, me podes vir comigo se assim o preferires. *Eu falei, entendendo que existia algo entre os dois* - Eu estou a segurar ela, porque será difícil se deslocar até a um, chamas de Flu sem seu estado atual, podes ficar descansado.


- Mas ela vai ficar bem? *Perguntou Bia, um pouco preocupada*


- Anne, espero que te recuperes, tenho saudades do tempo que fazíamos aquelas poções. *Acrescentou Gareth, estreitou os lábios*


- Nos conhecemos mais ou menos há um ano, Anne. Mas desejo-te as melhoras. *Murmurou Natty*


Todos estavam a transmitir apoio e votos de melhoras para Anne, eu olhei para Poppy que nos observa com preocupação.


- Eu volto rápido. *Falei com calma*


Poppy assentiu com a cabeça, lançando-me um sorriso suave e compreensivo. Eu e Ominis saímos em rumo às chamas de flu na floresta, Anne ainda continuava com as dores, mesmo a garota estar a insistir que conseguiria andar, eu a mantinha em meus braços calculando cada movimento que dava, assim que chegamos através das indicações de Ominis que abriu a porta.


Eu repousei Anne sobre sua cama deixando ela com Ominis que acendeu uma vela com o feitiço de fogo enquanto eu procurava os analgésicos que ela falou estarem dentro da gaveta da estante da cozinha, peguei num copo com água e entreguei para que ela tomasse. Eu me perguntava porque Sallow andava tão quieto sobre este problema de sua irmã, mas soube pela minha irmã, que as razões de Anne estar de mal com o garoto eram sérias, porém minha irmã tinha esperança de que as coisas entre os dois voltassem ao normal, ela não me quis dar mais detalhes o que me deixava intrigado.


- Anne, posso te fazer uma pergunta? *Perguntei com os braços cruzados ao vendo a garota a tentar recuperar suas forças*


- A-acho que podes. *Ela murmurou ao tentar recuperar o ar e das tonturas que possivelmente estaria a passar*


- Blake, deixa ela recuperar primeiro. *Ominis interrompeu com preocupação em sua voz.*


- N-não, está tudo bem. *Anne respondeu, tentando se recompor na cama.* - Pode perguntar, Blake.


Eu me aproximei um pouco mais da cama, observando-a atentamente antes de fazer minha pergunta.


- Porque o teu irmão anda tão quieto sobre este teu problema, sei que maldições são coisas que raramente podem ser curadas, mas gostava de saber do que ele fez de tão grave para vocês terem ficado de tão mal um com o outro?


Anne respirou fundo, parecendo ponderar sobre como responder à minha pergunta. Eu podia ver a hesitação em seus olhos, mas ela finalmente decidiu abrir um pouco sobre o assunto.


- É complicado, Blake *Começou ela, sua voz um pouco fraca.* - O que aconteceu entre mim e Sebastian... é algo que vai além de um simples conflito entre irmãos. Ele fez uma escolha que tomou um rumo que mudou drasticamente a nossa relação.


Senti um aperto no peito ao ver a dor nos olhos dela. Era claro que havia algo muito mais profundo por trás dessa questão, algo que ela não queria revelar completamente, mas que eu queria muito descobrir.


- Eu entendo *Murmurei, tentando escolher minhas palavras com cuidado.* - Mas, Anne, não vale a pena tentar resolver isso com o Sebastian? Às vezes, manter ressentimentos só nos, machuca ainda mais.


Ela balançou a cabeça lentamente, uma expressão sombria passando por seu rosto.


- Eu estou a tentar, mas não será fácil voltar como as coisas eram antigamente, Blake. Mas algumas feridas são mais difíceis de cicatrizar do que outras.


Eu fiquei ainda mais intrigado.


-E isso seria?


- Blake, acho que a Anne já falou o que devias de saber. *Ominis falou num tom sério* - Acho que estás a te intrometer a onde não deves.


- Ominis eu só quero tentar entender o que se passa, para tentar ajudar. *Argumentei.*


- Mas isso é uma coisa que só diz respeito a eles. *Retrucou ele, num tom um pouco mais elevado, começando a criar uma atmosfera tensa entre nós.*


Percebendo a tensão crescente, Anne decidiu intervir.


- Por favor, parem. *Ela disse, sua voz suave, mas firme.* - Não quero que discutam por minha causa. Blake, Ominis está certo em parte. Esta é uma questão entre mim e o meu irmão, e não é algo que deva ser discutido desta maneira. Tenta-te preocupar, mas é com a Lívia.


Eu e Ominis trocamos olhares, reconhecendo a razão nas palavras de Anne. Decidimos acalmar a discussão, pelo menos por enquanto. Mas fiquei um pouco chateado pelo facto das últimas palavras ditas, em parte Anne tinha razão, eu só queria tentar ajudar, mas para isso precisava entender a história toda.


- Fine, como desejarem. *Mesmo frustrado com aquilo, tentei não entrar em conflito.*


Respirei fundo, olhando para a garota que segurava a mão do loiro que estava repousada sobre a barriga dela, senti que estava num espaço pessoal que me deveria retirar.


- Bem, Anne vai ficar bem? *Perguntei com uma voz mais calma*


Anne transmitiu um sorriso suave e gentil.


- Podes ir descansado o Ominis vai ficar comigo.


Ominis, estreitou os lábios e balançou a cabeça em confirmação.


- Eu irei voltar mais tarde para o castelo, depois falamos amanhã. *Falou sensatez*


Eu concordei de forma sutil e me despedi dos dois, eu precisava de voltar para a gruta, aquela hora o pessoal possivelmente já teria ido embora, talvez Poppy tenha se cansado e ter ido com eles, mas eu precisava ir verificar, chegando ao local a encontrei com a cabeça sobre uma pedra, ela parecia estar adormecida. Tentei olhar à volta vendo se encontrava mais alguém o que não foi o caso e fui chegando perto da garota.


Eu a quase confundi com um anjo, acho que meus movimentos fizeram Poppy abrir os olhos aos poucos, ela soltou um bocejo o que eu achei adorável e esfregou o olho.


- Como a Anne está? *Perguntou ela, tentando se recompor*


Eu me aproximei dela com cuidado, observando-a por um momento antes de responder.


- Ela está a recuperar, Ominis está com ela agora. Acho que vai ficar bem. *Respondi, tentando transmitir um pouco de tranquilidade.*


Poppy assentiu, parecendo aliviar-se um pouco ao ouvir isso.


-Ainda bem... *Murmurou ela, esfregando os olhos novamente.* - Desculpa, acabei adormecendo aqui.


- Não te preocupes, acho que todos estamos exaustos depois de hoje. *Comentei, sentando-me ao lado dela.* - Vamos voltar para o castelo?


- Espera, eu à pouco precisava de falar contigo, era sobre aquele assunto do desaparecimento de centauros e criaturas... *Antes que ela continuasse acabei a interromper*


- E-espera me estás a dizer que as criaturas também estão a desaparecer. Será que isso é obra de caçadores? *Arquei a sobrancelha*


- É o que eu acho também. *Ela fica um pouco distante*


Aquela revelação me deixou inquieto. Os centauros já andavam a desaparecendo, e agora as outras criaturas também estavam sob ameaça. Era uma situação preocupante e levantava muitas questões sobre o que poderia estar por trás disso tudo.


- Isso é muito preocupante. *Murmurei, ponderando sobre as possíveis implicações.* - Pode ser que tenhamos que intensificar nossos esforços para investigar isso. Quanto mais cedo descobrirmos o que está acontecendo, melhor.


Poppy assentiu, concordando com minha avaliação. Ambos sabíamos que essa investigação seria um desafio, mas era crucial para a segurança e equilíbrio do mundo mágico. Tudo bem, eu sei que os caçadores sempre caçaram algumas criaturas mágicas, mas centauros?


- Eu preciso de ver com mais cuidado, preciso voltar a falar com o Dorran, ele saberá como nos ajudar. *Respondeu Poppy*


- Achas que conseguiríamos o encontrar agora? *Estreitei os lábios em dúvida*


- Possivelmente, mas acho que é melhor voltamos para Hogwarts. *Murmurou com um bocejo*


- Hahaha, é melhor pois acho que não estou muito a fim de te carregar. *Eu tive uma vontade irresistível de a provocar*


A garota à minha frente me olhou com um olhar ameaçador o que me fez rir ainda mais, nós acabamos indo embora, porém eu estava intrigado por causa desta situação da nossa investigação, acho que era o que eu precisava pelo menos para mudar meu foco por uns tempos. Nós começamos a ir para o castelo entre diálogos diversos.


[Sebastian]


Aquela casa, tantas recordações me passaram pela mente naquele momento, umas boas e outras más, acho que a minha irmã me queria castigar ao me dar a chaves para vir para cá com Lív, eu respirei fundo, tentando conter meus remorsos, eu precisava encarar as coisas de uma vez por todas, eu estava a ficar muito preso ao passado e agora estava casado, não podia simplesmente me prender assim aos meus sentimentos e culpas. Lívia estava ao meu lado, emanando uma aura de tranquilidade que me acalmava, mesmo diante da tensão que pairava sobre nós naquela casa.


- Estás bem? *A voz doce e preocupada dela, surgiu no meio da minha tensão distante*


Eu respirei fundo tentando conter a minha ansiedade.


- Eu vou ficar. *Eu tentei demostrar que aquilo não me estava a afetar-


- Sebastian, eu estou contigo, está tudo bem. *Seu sorriso tranquilizador quase fez meu ar desvair* - Eu sei o quanto esta casa te afeta, se quiseres podemos ir para outro lado.


Por uns tempos fiquei pensativo, no certo aquela casa realmente mexia com as minhas emoções, mas eu teria que enfrentar isto para que supere meus traumas e conflitos internos também e já estávamos aqui. Não ia simplesmente me deslocar para outro lado depois da gentileza de minha irmã mesmo que por um lado eu soubesse que ela estava a fazer isso para me punir.


Eu assenti, apreciando o gesto de preocupação dela. Mesmo que estivesse enfrentando minhas próprias batalhas internas, era reconfortante ter Lívia ao meu lado, oferecendo seu apoio incondicional.


- Obrigado, Lív. Mas acho que é hora de enfrentar isso de uma vez por todas *murmurei, tentando reunir minha coragem.*


Ela me lançou um olhar de encorajamento, seus olhos transmitindo uma confiança reconfortante.


- Estou aqui contigo, Sebastian. *Ela repetiu* - Não precisas enfrentar isso sozinho. *Disse ela com suavidade.*


Aquelas palavras foram como um bálsamo para minha alma atormentada, ao mesmo tempo que ela repousava sua mão em meu braço. Eu sabia que não estava sozinho nesta jornada, mesmo que às vezes parecesse assim. Lívia estava ao meu lado, disposta a me apoiar em cada passo do caminho.


Com um suspiro determinado, peguei na chave e abriu a porta. O espaço estava limpo, o que os fez estranhar, porque já fazia um tempo que ninguém ali entrava, talvez Anne costumasse ir ali algumas vezes para conseguir manter o espaço como normalmente estaria antes, ou talvez ela tivesse resolvido arrumar aquele espaço antes que nós dois fossemos para lá. Nada era certo ou errado sobre os meus pensamentos, mas ao mesmo tempo fiquei um pouco intrigado com isso.


Reparei que Lívia estava com a mesma expressão que eu quando olhei para ela.


- Acho que a Anne veio aqui, ou o Ominis, tento imaginar como o Ominis conseguiria fazer isso? *Murmurou, com um sorriso brincalhão*


Eu ri com o seu comentário, aquilo também era uma possibilidade, me juntei ao seu humor.


- O Ominis pode ser cego, mas como te falei uma vez, a varinha dele o ajuda muito nesse requisito, pelo menos é o que sempre me deu a entender. *Eu sorri com a observação de Lívia, achando graça na maneira como ela sempre conseguia encontrar humor mesmo em situações tensas.*


- Sim, tens razão. O Ominis é bastante habilidoso, mesmo sem a visão plena. Acho que devemos agradecer a ele ou à Anne por manterem este lugar em ordem.


Concordei, olhando ao redor da sala.


A atmosfera dentro da casa estava mais leve agora, talvez pelo apoio de Lívia ou pelo fato de finalmente estar enfrentando os meus próprios demônios. Eu me sentia grato por ter alguém como ela ao meu lado durante este desafio.


Eu caminhei até ela, eu ainda me sentia um pouco inexperiente, minhas mãos suavam como tivessem sido molhadas por um litro de óleo gorduroso, senti o aroma suave a lavanda de seus cabelos assim que me aproximei por trás acolhendo em meus braços, o que creio que apanhou desprevenida, por sua reação surpresa, aproximei meus lábios sobre a hélice de sua orelha deixando escapar minhas emoções de forma sutil:


- É incrível como teu cheiro tem o poder de acalmar qualquer tempestade ao nosso redor. *Sussurrei, minha voz estava inesperadamente rouca e sedutora*


Senti seu arrepio ao meu toque sobre seu antebraço descoberto, a lufana ficou num silêncio absoluto, creio que ela não estaria esperando minha ousadia repentina, mesmo a garota já me conhecendo, e quando depositei um beijo suave sobre a pele delicada de seu pescoço, sua cabeça inclinou para outro lado de ligeiro à medida que eu continuava a acariciar sua pele com meus lábios.


- A tua pele é como seda sob meus lábios, suave e reconfortante. *Continuei no mesmo tom* - Hoje quero que sejamos apenas nós dois. *Exclamei, transmitindo meu poder sobre ela*


Senti seu corpo estremecer sob as minhas mãos, naquele momento creio que aquele local era seu ponto que a deixava mais vulnerável a mim, eu continuei a distribuir beijos, saboreando daquela textura doce e suave, minha língua desfrutava de cada cantinho de seu pescoço enquanto uma sensação elétrica percorreu meu corpo quando ela suspirou suavemente, seus olhos fechados em êxtase.


- Sebastian... *Sua voz era um sussurro, carregado de desejo e surpresa.*


Acho que nada mais importava, era só eu e ela, naquele espaço, minhas mãos começaram a percorrer os botões de seu vestido, eu estava com vontade de a provocar, de testar seus limites, conhecer o seu lado mais selvagem que nem aquele que me mostrou naquela noite sombria de Abril. Queria que ela reclamasse, implorasse-me e que me desejasse tanto como eu a queria, tentei manter a minha calma. Porém no meu interior o nervosismo era o meu pior inimigo.


Nossa conexão sempre foi tensa, ambos com personalidades tão diferentes e ao mesmo tempo, tão parecidas, eu sempre achei ela teimosa, mesmo que sempre fosse animada e doce, para além de estar sempre disposta ajudar os outros, nós nos conhecemos há tão pouco tempo, mas parece que a conheço há uma eternidade.


Suas mãos encontraram as minhas, me parando de continuar, porém ela se virou e entrelaçou nossos dedos ao me encarar. Seus olhos cristalinos encontraram os meus, num brilho cheio de emoção e desejo, suas faces ligeiramente vermelhas que eu ainda conseguia ver na fraca luz daquela vela. Sem mais demoras capturei seus lábios num beijo cheio de paixão e intensidade, uma sensação de chamas sem fim.


Senti suas mãos desajeitadamente tremulas a tentar tirar-me o casaco o que provocou um riso de minha parte em segundos, de olhos ainda fechados a senti a se afastar e os abri para encarar aqueles belos olhos, a sua confusão era nítida.


- P-porque te ris? *O rubor de suas faces era extremamente fofo, pele bronzeada*


Eu peguei em sua cintura e a puxei mais para mim, nossos olhos ficaram a par um do outro, tentando desvendar segredos ou perdidos na doce tentação do desconhecido mais uma vez, mesmo que desta vez poderia ser em questões o que me fazia sentir menos sozinho naquele sentimento inexplicável.


- Porque acho adorável te ver tão nervosa. *Murmurei em resposta, enquanto inclinava para perto dela.* Isso te deixa extremamente atraente… *Sussurrei em sedução, pisquei-lhe o olho*


Vi ela a conter o riso de forma graciosa, sua mão estava a tapar a boca, como o que eu tivesse dito fosse engraçado dando completamente o efeito contrário do que eu esperava mesmo que suas bochechas demostrassem.


- Estamos muito engraçadinhos hoje. *Ela murmurou num tom brincalhão*


Eu ri com seu comentário.


- E ainda não viste nada. *Eu lhe retribuo com o mesmo tom e me aproximei de seu ouvido com uma voz rouca e baixa* Mas acho que isso tu já sabes.


Quando eu voltei a encontrar seu olhar a vi a morder o lábio inferior enquanto me encarava com aqueles olhos cristalinos, me fazendo soltar um suspiro, ao acariciar suas bochechas e repousando minhas mãos sob aquele local voltei a capturar aquilo que era meu por direito, minhas mãos foram descendo até à parte de trás de seu vestido o qual comecei a deslizar sob seus ombros causando arrepios em sua pele suave, eu a peguei em meu braços, seus braços em meu pescoço sem deixar que nossos lábios descolassem, até caímos em cima daqueles lençóis grossos e velhos de minha cama. (frase muito longa. Frases mais curtas ajudam na leitura)


Seu vestido estava quase a revelar o que minha sanidade se perderia a qualquer momento, quando finalmente me lembrei daquela peça ainda me faltava seu espartilho e camisa de dormir o que me fez revirar os olhos em descrença. Sério, mulheres usavam muita roupa, nem sei como elas conseguiam.


-T-tudo bem?


A voz doce da garota me apanhou desprevenido, eu a encarei, com aquele rubor em seu rosto demostrava curiosidade possivelmente pela minha reação repentina.


- N-nada. *Minha voz falhou por uns segundos, mas Lívia parecia não acreditar muito nas minhas palavras pela forma que me encarava* - Ok, como vocês mulheres conseguem andar com tanta roupa?


Ela começou a rir.


- Meu Deus! *Ela estava a tapar a boca e olhou de ligeiro para mim* - Isso deve ser pelo facto de sermos mais delicadas que vocês, nossa etiqueta é muito mais composta, nós somos preparadas desde novas, pelo menos na nobreza a nos preservar e a saber vestir, a nos cuidarmos e para além de aprendemos a fazer muita coisa, desde arte, costura, música e dança.


- Mas tu és uma bruxa. *Eu conclui*


- Sim, mas nunca deixei de ser uma nobre, tenho princípios e cultura, não é que outras bruxas não tenham, porque conheço muitos feiticeiros e feiticeiras com a mesmas preferências, por exemplo a família Weasley, eles podem ser pobres, mas sempre foram muito humildes, minha família sempre tentou fazer o melhor que pode por eles.


Eu fiquei a olhar para ela por uns minutos, me perguntava há quanto tempo ela conhecia os Weasley.


- Há quanto tempo vocês se conhecem? Tu já conhecias o Gareth Weasley? *Eu perguntei com curiosidade*


Lívia levou o dedo indicador ao queixo e olhou para o lado um pouco pensativa.


- Eu cheguei a estar com ele pelo menos uma ou uma vez quando tínhamos 9 anos, mas ele sempre foi muito rebelde, eu me divertia muito com ele e com a Keli, naquela altura.


O facto do Weasley a ter conhecido antes de mim, me deixou um pouco a sentir estranho, porém nada disso importava agora, ela era minha e eu iria cumprir com a minha palavra, ninguém me ia a roubar, me lembrei daquele príncipe esquisito.


- Que foi? *Ela perguntou, tentando estudar meu rosto de novo* - Estás a pensar no Hélio?


Minha reação a seguir foi de nojo, não sei porque? O facto de ela estar a mencionar o nome daquele indivíduo já deixava meu sangue a ferver, Lívia riu de novo o que me fez fazer uma careta. Seu toque eu meu rosto me deixou um pouco paralisado, seu olhar era doce e carregado de carinho e amor, seus lábios soltaram um longo suspiro.


- Bobo! *Ela sorriu com ternura* - Eu sou louca por ti, tu és a pessoa que eu quero na minha vida, eu e o Hélio nunca vamos ter nada, eu e ele temos 2 anos para resolver este problema, e temos esperança que iremos conseguir.


- Como tens tanta confiança nas palavras dele?


Lívia ficou em silêncio por uns segundos.


- Eu nada sei, mas uma coisa tenho certeza. A pessoa que neste momento quero passar meus dias a longo prazo és tu, parece que cada dia que passa me apaixono cada vez mais por ti. O que me faz querer te proteger. *Ela deu longo suspiro novamente, acompanhado com uma mordida em seu lábio inferior, sua voz era suave como uma pena*


Suas palavras me tocaram numa maneira que nem eu mesmo sabia como explicar, eu aproximei nossos lábios, nossos beijos se tornaram mais intensos a cada segundo que passamos, até ao ponto de nossas roupas estarem fora de nossos corpos que agora demostravam nossa nudez, eu a encarei como fosse a primeira vez que visse seu corpo, ela era simplesmente linda, seus seios tinham a medida exata, sua pele branca bronzeada, deixava suas curvas mais atraentes, não é que eu fosse experiente, meu tio era para me ter levado a uma casa alterne quando eu fizesse meus 16 anos, mas isso não foi realizado derivado aos acontecimentos daquele dia. Mas nada disso importava agora, fico feliz que minha primeira vez tenha sido com ela, acho que era o que o destino planeava para mim, e eu nem sou de acreditar nessas coisas.


Mas a vendo agora ali pela segunda vez naquele estado só para mim, só me deixava mais excitado.


- Podes para de me olhar assim? *Ela murmurou, suas lindas bochechas estavam mais vermelhas do que um pimento* - É constrangedor… *Ela tapou os seios.


Eu ri e a olhei, virando o rosto dela para que olhasse em meus olhos.


- Amo te ver assim nesse estado… *Meu lado dominante estava a surgir naquele momento ao ver seu lado mais vulnerável* - Acho que de todas as garotas que conheci naquele colégio, desde que entraste naquela escola, vi algo que me intrigava em ti Lívia Rauscher, nem eu mesmo sabia o que me atraia em ti. *Eu tirei seus braços naquela zona e os prensei sobre sua cabeça* - Hoje em dia sei o quão valiosa podes ser, e nunca irei deixar ninguém, mas ninguém. *Eu distribuí beijos em sua clavícula de forma sedutora* - ficar com o que é meu. *Minha voz ficou rouca e sedutora*


Seu corpo arrepiou ao meu toque, me tirando um sorriso de satisfação, naquele momento eu sabia o poder que tinha sobre ela e o tanto de coisas que poderia conseguir com isso, comecei a estimular, enquanto descia meus lábios até seus seios, minha língua brincou com um de seus mamilos arrancando um gemido de seus lindos lábios, o que fazia com que minha vontade por ela crescesse.


Eu me sentia como um predador a querer saciar sua fome pela sua presa. Minutos depois senti seu ventre a contrair. O corpo dela tremia. Lívia agarrou em meus cabelos aprofundando meu toque nela. Eu me sentia quente por dentro, eu estava a começar a ficar louco. Só a queria fazer minha, porém também a queria provocar até ela mesma me pedir. Até que sua voz surgiu como um rugido:


- S-sebastian, p-por favor…


O meu olhar se encontrou com o dela. Os seus olhos estavam semiabertos demostrando sua carência. Eu notei o quanto ela necessitava de mim assim como eu dela, mas eu a queria ouvir por suas próprias palavras.


- Por favor, o que? *A provoquei com uma voz e sorriso sedutor*


Ela olhou sobre meus ombros enquanto mordia seu lábio inferior, e com voz baixa ela murmurou:


- E-eu quero te sentir.


Ela remexeu suas pernas perto do meu membro, seu rosto continuava completamente vermelho.


- Nobres podem dizer esse tipo de coisas? *Brinquei com ela*


- Para! *Ela resmungou* - Vais ou paramos por aqui?


Eu ri de novo e a beijei, quando separamos, nossos olhos ainda estavam fixos um no outro, faíscas de desejo dançando entre nós. Num gesto repentino lhe abri as pernas e me reposicionei sobre suas pernas para reencontrar seus olhos.


- Me avisa se machucar. *Perguntei, minha voz rouca com antecipação.*


Ela assentiu, um brilho travesso em seus olhos, enquanto segurava o travesseiro, naquele mesmo momento soube que estava prestes a embarcar de novo naquele clima que tivemos no dia do baile, mas desta vez sem influências negativas. Com um sorriso, mergulhei de cabeça naquele momento, Lívia afundou a cabeça no travesseiro com força mordendo completamente o lábio de inferior, meu coração bateu tão rápido que eu pensei que iria ter um ataque cardíaco, ela era tão quente, tão terna por dentro, que parecia que me queria consumir.


Cada toque, cada movimento era carregado de desejo e emoção, e eu me entreguei completamente aquele êxtase compartilhado. Seus gemidos suaves ecoavam no quarto, alimentando ainda mais o fogo que queimava dentro de mim.


"Fogo com Fogo" Eram a melhor definição que eu poderia definir para nós dois.


Eu a segurava com firmeza, explorando cada centímetro de seu corpo como se fosse a primeira vez. Era como se cada encontro fosse uma nova descoberta, uma jornada para além do desconhecido.


Nossos corpos se moviam em perfeita harmonia, eu explorei cada canto de seu lindo corpo, assim como ela o meu o que retirava arrepios, eu sabia que a lufana era ousada, mas esta noite ela estava a entregar tudo de si, o que fazia eu amar cada vez mais o prazer que compartilhávamos. Seus gemidos se tornavam cada vez mais altos me deixando perder o meu controlo, meus movimentos se tornaram cada vez mais rápidos e fortes, num estado de êxtasie.


E então, nós não conseguimos segurar mais, alcançamos o clímax juntos, nossos corpos tremendo em êxtase enquanto eramos consumidos pelo calor do momento. Por um instante, o mundo ao nosso redor desapareceu, e eramos apenas nós dois, unidos em um amor ardente e inesquecível.


Quando finalmente nos recuperamos, deitamos juntos, nossas respirações pesadas se acalmando lentamente. Eu a segurei em meus braços, sentindo-me completo e realizado ao tê-la ao meu lado.


Nossos olhos se fecharam por uns segundos, e depois senti seu corpo em cima do meu enquanto deslizava seu dedo indicador desde minha cabeça até à ponta do meu nariz seguido de um delicado beijo em meu queixo, o que me arrancou um leve sorriso satisfatório. Com uma reação preguiçosa.


- Como te sentes? *Eu queria saber se ela sentia o mesmo que eu*


- Acho que nunca me senti tão... *Ela não conseguiu acabar a frase*


Fiquei mais atento, com uma vontade irresistível de a provocar.


- De? *Levantei a sobrancelha, com um desafio oposto e um sorriso malicioso*


Vi ela a torceu o nariz e com as faces coradas, suas mãos taparam seu rosto ao se mover para o lado ao posto do meu e olhar para o teto.


- Tão estranhamente bom. *Murmurou com um longo suspiro*


Seus olhos brilhavam enquanto seus lábios se formavam num sorriso suave e terno o qual eu contribuí, só que essa mesma desapareceu de seguida, acompanhado de um longo suspiro, me deixando um pouco preocupado.


- Sou sincera Sebastian, estou com medo. *Murmurou com uma expressão distante* - Eu não sei o que me espera o futuro, eu tenho 2 anos. Eu tenho muito receio que quanto eu como o Hélio não consigamos...


O silêncio que se seguiu após suas palavras preencheu o quarto, pesado com a gravidade do que ela acabara de expressar. Eu podia sentir a tensão que se acumulava dentro dela, como se estivesse presa entre o desejo de enfrentar o futuro de cabeça erguida e o medo do desconhecido que a aguardava. Eu fiz um juramento que não iria permitir que nada disso acontecesse, nem que para isso eu tenha que fazer o impensável, mesmo com a minha promessa incerta posterior dita.


Lívia era minha e eu não iria permitir que ninguém me atirasse. Eu a puxei ainda mais para mim, transmitindo meu apoio e proteção. Respirei fundo, tentando conter a raiva que aquilo me causava.


- Escuta, nada vai acontecer. *Eu disse, tentando transmitir confiança e segurança em minhas palavras, mesmo que por dentro eu estivesse lutando com meus próprios medos e incertezas.* - Eu te fiz uma promessa, e tu sabes que eu não falho com o que eu digo.


- Eu sei, *Ela estava com uma voz receosa* - só que eu realmente não queria te envolver nisto, tu já...


- Shiuu, está tudo bem, agora somos um time. Lembra-te do que te falei naquele dia. *Fiquei com uma expressão séria e firme* - Não vou deixar que lides com isso sozinha! E não quero ouvir-te a dizer mais nada sobre isso.


Nossos olhos se encontraram de novo, e pude ver uma mistura de gratidão e alívio nos olhos dela. Sabia que a batalha estava apenas começando, mas também sabia que juntos éramos mais fortes.


Eu a abracei com ainda mais força, prometendo a mim mesmo que faria qualquer coisa para protegê-la e mantê-la segura. Nada nem ninguém nos separaria.


- Saby, eu realmente amo-te, e também faria qualquer coisa por ti. *Eu vi sinceridade em seu olhar* - Apesar das razões de estar a ajudar a tua irmã como o que posso, sejam porque realmente gosto dela. E só quero que ela tenha uma vida boa.


Previ que estivesse a falar ao facto de ela estar a cuidar dela.


- Eu sei, my love. *Eu beijei o topo de sua testa* - E estás a fazer um excelente trabalho.


Sabia que tínhamos um longo caminho pela frente, mas também sabia que juntos éramos mais fortes. E nada, nem ninguém, poderia nos separar, nem mesmo aquele rei miserável.


O dia amanheceu, o ambiente iluminado com a luz da pequena janela do lado da cozinha, o cheiro agradável do pequeno-almoço era inesperadamente incrível, meus olhos se foram abrindo aos poucos vendo uma Lívia com a minha camisa, o que me fez dar um sorriso preguiçoso, minha camisa vestida em seu corpo pequeno era simples e adorável que era impossível não sorrir.


- Bom dia. *Murmurei, num tom preguiçoso*


Ainda deitado a olhei, ela parecia entretida a ver as coisas daquele espaço, ela me encarou com vergonha, era como eu a tivesse encontrado a fazer uma coisa que ela não devesse o que me fez sorrir ainda mais. Porém sua expressão mudou para um sorriso amoroso e gentil.


- Bom dia, sempre me perguntei o que tanto o teu tio fazia, para que estas coisas. *Murmurou ela, enquanto tocava nas ferramentas de meu falecido tio*


- Ele estava sempre a fazer experimentos estranhos, nunca entendi, desde que eu e Anne o conhecemos, acho que foi um passatempo que ele arranjou depois de sair do Ministério. *Falei enquanto me levantava e vestia as calças*


- Hmm, interessante...


Lívia parecia intrigada com as ferramentas e objetos deixados por meu falecido tio, e eu estava ocupado me arrumando, perdido em meus próprios pensamentos.


Quando finalmente terminei de me vestir, percebi que ela estava explorando mais detalhadamente as coisas na casa. Seu interesse despertou minha curiosidade, e eu me aproximei dela para ver o que estava acontecendo.


- Encontraste algo interessante? *Perguntei, observando-a com interesse enquanto ela examinava os objetos ao redor.*


Ela ergueu o olhar para mim, parecia um pouco intrigada com algo.


- Sim, encontrei esta caixa trancada. Parece ser antiga, talvez haja algo importante dentro dela. *Ela respondeu, indicando uma caixa de madeira envelhecida em cima de uma prateleira.*


Meu tio nunca deixou mexer naquela caixa e sempre a escondia bem, talvez depois de eu deixar a casa como a Anne não era muito de mexer nas coisas dele, o homem pode ter a colocado num sítio ao seu alcance, me aproximei dela, examinando-a mais de perto.


- Eu sempre tive curiosidade sobre essa caixa. Vamos ver o que há dentro. *Sugeri, com um sorriso animado.*


Lívia assentiu, e juntos começamos a tentar abrir a caixa. Em segundos conseguimos destrancar com "Alohomora" e abri-la. Meu coração disparou quando vimos o que estava dentro. Eram cartas, mas não eram cartas comuns. Eram correspondências de meus pais para ele, sendo que uma delas era diferente. A data indicava o ano seguinte à morte de meus pais, e o conteúdo da última carta deixou um nó na minha garganta. Meu estômago se revirou de ansiedade e apreensão, enquanto Lívia, que também estava lendo o conteúdo comigo, cobriu os lábios em choque, revelando a gravidade do que havíamos descoberto. 



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Autor(a): CatFlower

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