Fanfic: Duas Faces de Mim | Tema: Harry Potter, Hogwarts Legacy
Suspirei assim que cheguei à sala das necessidades, olhando por tudo à minha volta, até me encontrar com Deek que estava com um bloco anotar o estado das plantas, eu sorri com a presença do pequeno homem com orelhas de duende.
- Boa tarde, Deek. *Murmurei com um sorriso cheio de ternura*
Elfo olhou para mim e sorriu de volta deixando o que estava a fazer para vir em meu encontro.
- Boa tarde, senhorita Lívia, Deek estava a analisar a composição de cada material para as suas próximas aulas na semana que vem, Dictamo 5, Figos 2, Descurainia Sophia 4, Malva Doce 3 e Sanguinária 3. Em princípio na segunda já terá mais do que isso. *Ele fez uma pausa antes de continuar* - As poções feitas anteriormente estão arrumadas no armário de poções, as plantas de ataque estão cuidadas, pelo menos notei 4 que já podem ser recolhidas.
- Deek, não precisavas. *Murmurei com um pouco de vergonha de o estar a ver a tratar de coisas que devia de ser da minha responsabilidade* - Sabes que fico sempre com o coração na mão quando fazes isso.
Ele colocou as mãos atrás das costas com os lábios retidos, e com olhos que mais pareciam de um cachorrinho.
- E-eu sei, que a senhorita não gosta muito que Deek ajude nas suas tarefas, mas a senhorita é gentil com Deek, e eu gosto de retribuir a gentileza quando cuida de Deek.
Eu não resisti, a vontade dele era uma coisa tão bonita, sorri para ele, sentindo um calor reconfortante em meu coração com suas palavras. Ele sempre estava lá para mim, cuidando das coisas sem nunca pedir nada em troca. Era um amigo verdadeiro, leal e dedicado, mesmo que isso muitas das vezes me deixava a sentir que estava a me aproveitar dele mesmo sabendo que não era bem assim.
- Tudo bem, Deek. *Disse com sinceridade, abaixando meu tronco e tocando gentilmente em seu ombro.* - Eu realmente aprecio todo o seu esforço e ajuda.
Ele corou levemente, parecendo um pouco envergonhado com meu gesto de gratidão.
- Deek está sempre aqui para a senhorita, qualquer coisa que a senhorita precisar, Deek estará lá. *Ele respondeu com um sorriso tímido.*
Eu assenti-me abençoada e agradeci a Merlin por ter alguém como Deek em minha vida. Ele era uma parte essencial desde que a professora Weasley me apresentou ele e a sala das necessidades aqui de Hogwarts, tornando os dias um pouco mais leves com sua presença e prestativa ajuda, até que isso me fizesse ficar às vezes preocupada de estar a sobrecarregar o pobre elfo. Ele sempre me fazia lembrar dos tempos que eu passava com Keli quando nos ajudávamos uma à outra.
- Tudo bem. *Voltei a repetir com um sorriso gentil* - Mas na próxima, tentamos fazer isso juntos. Eu vou te ajudar antes de sair. *Falei olhando para o resto dos cantos.* - Talvez vá mimar um pouco as criaturas.
Senti algo roçando perto das minhas pernas e olhei para baixo, encontrando minha mascote, Mia, ronronando enquanto esfregava sua cabeça e corpo em mim. Sorri ainda mais ao vê-la.
- Boa tarde minha princesa, como está o chuchu da mamã. *Minha voz adquiriu uma tonalidade mais melosa e terna.*
Ela miou em resposta, fazendo-me rir enquanto a pegava no colo e começava a mimá-la com carinhos e beijos em seu pelo macio. Olhei então para Deek.
-Vou para a estufa. *Anunciei, observando a tigela da gatinha para confirmar que ela tinha comida, antes de voltar minha atenção para o pequeno elfo à minha frente.* - Eu não tenho palavras como expressar o quanto, obrigada por tudo. Tu és uma pessoa incrível, Deek.
- Não, a Senhorita Lívia sempre foi gentil. Deek só faz o que acha melhor para seu amo. *Ele respondeu humildemente.*
- Deek eu não sou tua ama, sou tua amiga. Somos uma equipa. *Murmurei, segurando sua mão.* - Nunca te esqueças disso.
Ele parecia emocionado e sorriu para mim de volta.
- Obrigado por tudo. Deek é muito grato por conhecer a professora Weasley e a senhorita Lívia.
Soltei a Mia no chão e o abracei antes de me dirigir para a estufa, resistindo à vontade de vomitar que se aproximava. Segurei-me no muro de pedra, tentando recuperar a consciência que ameaçava se perder por um momento. Fechei os olhos por uns segundo, um unicórnio veio ao meu encontro juntamente de dois pufosos, me tirando naquele conflito interno.
- Eu preciso me acalmar. *Resmunguei para mim mesmo*
Minha atenção foi para os animais que me olhavam com curiosidade, me roubando um sorriso.
- Sim eu sei, vocês querem a minha atenção. *Murmurei, minhas mãos tocaram na crista suave do unicórnio, fechei os olhos e juntei minha cabeça à dele ao mesmo tempo que acariciava*
Um longo suspiro saiu de meus lábios.
- Se ao menos o ser humano fosse assim tão calmo e reconfortante como os animais... *Suspirei novamente, sentindo-me envolvida pela serenidade do momento.*
calmou, me sentindo um pouco culpada por não ser capaz de encontrar a mesma paz interior que os animais pareciam possuir tão naturalmente. Eu sabia que precisava encontrar uma maneira de lidar com minhas próprias emoções e preocupações de uma forma mais saudável, mas parecia uma tarefa quase impossível naquele momento.
Os pufosos brincavam ao meu redor, espalhando alegria com suas travessuras inocentes. Deixei-me envolver pelo ambiente tranquilo da estufa, tentando absorver a energia positiva que os animais transmitiam. Por um momento, permiti-me esquecer de todas as preocupações e frustrações que haviam dominado meus pensamentos recentemente.
Me sentei sob o gramado, e comecei a escovar um bezerro apaixonado, enquanto deixava a minha outras escovas flutuando fazendo aquele mesmo serviço nos outros animais, no final sai e fui aos outros locais, com o mesmo objetivo. Por uns tempos me ajudou a não pensar tanto em Sebastian e no caos que estava nosso relacionamento no que eu já não sabia se existia.
Estamos casados, mas era um casamento que foi causado por uma obrigação de meu próprio irmão, por minha causa que confiei em quem não devia, não me arrependo de ter estado com Sebastian, ele me salvou e eu era internamente grata a ele.
Eu temia nunca mais ter aquele conforto que eu senti nos braços dele até aquele dia estranho e sombrio, abanei a cabeça afastando aqueles pensamentos. E me foquei no momento a pegar algumas poções para o Blake assim como algumas plantas.
Momentos depois estava perto de meu irmão que já me esperava, no corredor, íamos aproveitar o facto de todos irem comer, para sair do castelo sem sermos vistos.
- Pronta? *Ele perguntou com curiosidade*
- Sim. *Concordei com confiança e transmiti um sorriso*
- Já falaste com o Sallow? *Ele levantou uma sobrancelha*
- Podes parar Blake? *Olhei feio para ele*
- Ou falas tu, ou vou eu falar, eu sei que não andas bem, tu podes enganar quem tu quiseres, mas não a mim! *Ele começou a me repreender*
Eu abanei a cabeça negativamente.
- Eu não vou ter esta discussão contigo, temos coisas muito mais importantes para resolver do que isso!
Eu, ainda estava me sentindo perturbada tudo o que estava a acontecer, ainda por mais agora andava me sentindo estas mudanças de humor repentinas o que não ajudava nada, tentei afastar meus conflitos os quais sabia que teria que resolver uma hora ou outra, eu teria que colocar Sebastian, contra a parede e ser mulher o suficiente para o enfrentar. Nunca mais recebi uma coruja dele, como da última vez.
Montei em cima da minha vassoura e comecei a voar, com o objetivo de ignorar as reclamações de meu irmão, que por seu sinal desistiu de persistir depois de uns minutos de voou, sendo que eu estava a ignorar.
- Sério, ainda não sei porque ainda estou a me preocupar, tens 16 anos. *Ele falou por último*
Eu abanei a cabeça negativamente e estreitei os lábios com um longo suspiro.
Nós finalmente chegamos a nosso destino, nós voltamos a ver as mesmas pessoas que vimos na última vez, era como eles soubessem que estamos por ali, Blake quis atacar, porém eu o segurei.
- Blake vai com calma. Esta gente não está para brincadeiras, só não entendo porque estarem aqui de novo?
Blake lançou-me um olhar frustrado, mas acabou por acenar com a cabeça concordando. Ele parecia tão impulsivo que nem Sebastian, minha sorte é que o Blake não agia de mediato, sem ter certeza se realmente era seguro e antes que suas ações o levassem a problemas maiores, embora que eu soubesse que para ele nada disso importava devido ao que ele tinha feito ao seu colega de casa, mesmo ele não admitir que foi ele.
- Está bem, Lívia. Vamos fazer isso do seu jeito por agora. Mas não posso garantir que vou me conter se as coisas começarem a ficar complicadas. *Ele resmungou, ajustando o colete que usava.*
Eu respirei fundo, agradecendo silenciosamente por ele estar disposto a cooperar. Sabia que precisava manter a calma e abordar a situação com cautela, especialmente considerando as possíveis consequências de nossas ações ali, eu e ele tomamos a poção da invisibilidade e fomos para mais perto com curiosidade sobre a conversa daquela gente.
- A Charlotte, nos deu ordens especificas para procuramos qualquer tipo de pista sobre todos os locais que aquele duende esteve! *Um dos homens falou*
- Aquela cadela mal-amada, não tem a noção de onde nos está a colocar, já não bastou nosso ex chefe. *O outro resmungou* - Especialmente, anda à procura daquela criança...
- Também é normal, ela anda muito obcecada por vingança. *O outro riu com ironia* - Na última vez soube que essa criança foi vista em Hogsmeade, mas quando nossos colegas chegaram, a mesma tinha desaparecido. Hogwarts ultimamente anda sobre vigilância regida pelo ministério desde os acontecimentos com o Ranrok.
Eu mordi o lábio inferior, eles andavam à minha procura, mas porquê? Me perguntava isso.
- Lívia eu não posso te deixar sozinha. *Blake respondeu* - Vem comigo.
Eu olhei para ele um pouco incrédula, e revirei os olhos.
- Tu tens que fazer as missões sozinho. Eu nem ninguém pode interferir. *Eu sussurrei para que não nos ouvissem*
- Mana, eu não te posso deixar aqui sozinha.
- Eu vou ficar bem. *Lhe dei um sorriso tranquilizador*- Eu vou ser bem discreta e ninguém me verá. *Mesmo invisível, toquei em seu ombro*
Ele parecia um pouco relutante, mas senti sua mão sobre a minha e seus lábios se aproximarem de minha testa. Preferi não lhe dizer que iria ter com a Anne, além disso não ia demorar muito então seria bem mais rápido.
- Por favor, vai para o castelo o mais rápido que poderes. *Ele pediu com uma expressão preocupada.*
Assenti, sentindo um nó se formar em minha garganta. Sabia que estava assumindo um risco ao permanecer ali sozinha, mas também não podia abandonar Anne.
- Blake. Confia em mim. *Tentei transmitir confiança em minha voz, apesar da incerteza que sentia.* - Nos encontramos depois na camara do mapa.
Ele me lançou um olhar preocupado, eu lhe entreguei as coisas e o empurrei para que ele entrasse no castelo me certificando que ninguém o via.
Respirei fundo, tentando ignorar a sensação de vulnerabilidade que se instalava dentro de mim. Avancei com cautela, mantendo-me invisível enquanto me dirigia ao local combinado com Anne. Eu era Lívia Rauscher, sou uma sobrevivente, meus pais sempre me ensinaram para conseguir lidar com as situações. Eu era uma guerreira que nem meu pai.
Mas porque naqueles dias eu me sentia tão frágil? Nem me mesmo me conhecia, eu me sentei perto de uma arvore os efeitos da poção estavam a passar, estava em cima de um monte perto do local a onde tinha combinado me encontrar com Anne, mas o cansaço me venceu por um pouco me fazendo descansar antes de pegar na própria vassoura em rumo ao local.
A preocupação com ela era uma constante em minha mente, e eu estava determinada a ajudá-la, custasse o que custasse. Fechei os olhos por um momento, sentindo a brisa suave acariciar meu rosto enquanto refletia sobre a situação.
- Ora, ora, uma criança nestas zonas. *Uma voz rouca e desconhecida num tom sínico*
Me fez abrir os olhos bruscamente e saltar para trás, completamente surpreendida. Meu coração começou a bater descontroladamente enquanto tentava identificar a origem daquelas vozes. Peguei em minha varinha pronta para me defender.
- Hahaha, olha só Mateus, a garota que procurávamos.
Eram bruxos das trevas, eu os encarei com determinação, porém meu coração estava a bater descontroladamente em meu peito, até mesmo lutando contra aqueles sintomas que me andavam a tormenta durante aquelas três semanas. Continuei a segurar a minha varinha com firmeza.
- O que vocês querem? *Perguntei* - Vocês não têm mais nada que fazer na vida.
- Creio que essa pergunta é o que posso perguntar. *Falou um deles* - Graças às suas ações no ano passado, nossa vida tem estado muito mais movimentada do que gostaríamos. Estamos simplesmente aqui para resolver alguns assuntos pendentes.
Engoli em seco, sentindo o peso das palavras deles. Sabia que minha participação nos eventos do ano anterior havia causado repercussões, mas enfrentar bruxos das trevas pessoalmente de novo.
-Eu não tenho nada a ver com os problemas de vocês. *Respondi, tentando manter minha voz firme.* - Não quero nenhum problema, apenas me deixem em paz.
Os bruxos trocaram olhares entre si, parecendo divertidos com minha reação.
-Oh, mas nós não podemos simplesmente deixar-te ir embora assim. Uma prioridade tão linda como tu?! *Disse o outro, com um sorriso sinistro.* - Temos ordens específicas sobre o que fazer com pirralhas como tu.
- Se vocês estão a falar de Victor Rookwood, ele mesmo se levou à sua própria ruína! * Interrompi, tentando desviar o foco da conversa para algo que pudesse me beneficiar.*
Os bruxos trocaram olhares intrigados, claramente surpreendidos com minha ousadia.
-Não importa quem se levou à ruína. O que importa é que temos um propósito a cumprir, e tu estás no caminho. *O outro bruxo falou, sua voz gotejando com ameaças veladas.* - Criança insolente, tu escolheres-te as piores pessoas para quem enfrentar.
Engoli em seco, sentindo-me ainda mais ameaçada. Era claro que eles não estavam ali para conversar ou negociar. Eles queriam me fazer pagar por algo que não era minha culpa.
- Ouvi dizer que esta garotinha era da casa de Hufflepuff. *Murmurou aquele tal de Mateus* - Que ironia, típico de lufanos, metem-se sempre a onde não são chamados. Vosso senso de justiça muitas das vezes vos leva à ruína!
O comentário maldoso do bruxo fez meu sangue ferver de indignação. Respirando fundo para controlar minha raiva crescente, respondi com firmeza:
- A Casa de Hufflepuff representa valores como lealdade, honestidade e bondade. Coisas que vocês, claramente, não compreendem. E, se estão aqui para me ameaçar ou prejudicar por causa de problemas antigos ou agendas ocultas, saibam que não vão conseguir. Eu não vou me curvar ao medo ou à intimidação de pessoas como vocês.
Os bruxos trocaram olhares irritados, claramente não esperando uma resposta tão frontal de minha parte. Eu sabia que estava arriscando ao enfrentá-los dessa forma, mas não podia permitir que me menosprezassem por causa de minha casa em Hogwarts ou por causa de suas próprias amarguras.
- Pode ser que tenhamos que lidar contigo de outra forma, então. *O primeiro bruxo rosnou, levantando a varinha ameaçadoramente.*
Mantendo minha determinação, preparei-me para o confronto iminente, sabendo que teria que lutar com todas as minhas forças para sair dessa situação ilesa.
Um deles começo a atacar, mas eu me defendi com o feitiço de proteção, outro me mandou defino, mas eu me esquivei de seu ataque. Com uma expressão determinada, concentrei minha energia em conjurar feitiços de ataque, lançando Confringos e Expelliarmus em direção aos bruxos das trevas. Cada movimento era calculado, cada palavra mágica precisamente pronunciada.
Apesar da adrenalina pulsando em minhas veias, eu mantive a calma, lembrando-me dos ensinamentos de meus professores em Hogwarts. Minha varinha tornou-se uma extensão de minha vontade, canalizando minha determinação e coragem para os feitiços que lançava.
O confronto continuou, cada lado buscando ganhar vantagem sobre o outro. Eu estava determinada a sair vitoriosa, defendendo-me e atacando com todas as minhas habilidades mágicas. Mantendo minha integridade moral e ética, eu resisti à tentação de recorrer às maldições imperdoáveis, mesmo diante da intensidade do confronto. Sabia que o uso desses feitiços representaria uma linha que eu não estava disposta a cruzar, não importasse a gravidade da situação.
Um deles me tentou mandar com um crucio, mas eu me esquivei fazendo com que aquele feitiço fosse atirado para o ar. Então, aproveitando-me de meus conhecimentos ancestrais e das técnicas de defesa, canalizei minha magia para lançar os bruxos contra o chão com força, deixando-os inconscientes e incapazes de continuar o ataque.
Eu não me sentia satisfeita com aquela situação, eu não queria nada daquilo, já me tinha bastado os acontecimentos do ano passado, não queria voltar, mas isto era a lei da sobrevivência, eu não tinha escolha. Antes que eu pudesse soltar um suspiro de alivia uma voz feminina e arrogante surgiu:
- Finalmente nos conhecemos.
Eu olhei na direção dela, era aquela mulher daquele dia, castelo de Rackham, o mesmo cabelo ruivo e olhos vermelhos como o fogo, ela estava a usar roupa pratica só que com um colete, possivelmente de pele. Ela suspirou com ironia.
- Quem é você? *Perguntei ainda encarando a mulher à minha frente com firmeza, tentando demostrar que ela não me intimidava apesar de sentir minhas forças a caírem* - O que vocês querem de mim?
A mulher sorriu de forma sarcástica, seus lábios curvando-se em um meio sorriso que transmitia mais ameaça do que simpatia.
- Oh, minha querida, tu não fazes ideia do quanto eu estive esperando por este momento. *Ela avançou a brincar com sua varinha e andar com passos elegantes um lado para o outro, sem deixar de me encarar.* - Me chame de Charlotte Rockwood. E estou aqui para acertar algumas contas contigo.
Ela foi direta ao assunto sem delongas, deixando claro que sua presença ali não era por acaso, mas sim por uma determinação ardente de vingança. Seu tom de voz, carregado de desprezo, ironia e determinação, fez meu coração bater ainda mais rápido, enquanto eu tentava manter minha expressão impassível.
- O que você é ao Rockwood? *Levantei a sobrancelha, um pouco surpresa*
Charlotte sorriu de forma arrogante, como se estivesse se divertindo com minha reação.
- Eu era a esposa. *Ela respondeu com frieza, seus olhos brilhando com uma intensidade de um sorriso ameaçador.*
Meu coração afundou ao compreender a verdade por trás da sua presença. Eu era a razão pela qual ela estava ali, sedenta por vingança pela morte de seu marido. Tudo parecia se encaixar agora, desde o ataque dos bruxos das trevas até a aparição de Charlotte diante de mim.
- Eu não sabia que ele tinha...
- Família? *Ela riu ironicamente, e começou a brincar com as pontas do cabelo enquanto o admirava* - Sabes garota, eu era da tua casa. *Ela confessou, me deixando completamente em choque* - Eu era um pouco como tu, adorava uma boa aventura era curiosa, destemida e leal. *Ela colocou a mão sobre o peito e me olhou com sarcasmo* - Não é que eu ainda não seja ainda, porque acho que essas são as minhas melhores qualidades.
Engoli em seco, sentindo-me um pouco atordoada com a revelação. Ela era mais do que apenas uma viúva furiosa de um antigo inimigo; ela tinha sido da minha casa de Hufflepuff. Era perturbador perceber que uma mulher como ela poderia ter escolhido aquele caminho. Não é que todos da minha casa sejam santos, mas era uma revelação um pouco chocante mesmo assim.
- Eu sinto muito pela sua perda. *Minha voz saiu suave, carregada de genuína compaixão. Apesar das circunstâncias, eu não podia deixar de sentir empatia por alguém que tinha perdido um ente querido, mesmo que esse ente querido fosse um homem que tentara me matar.*
Mesmo eu tentando entender o lado dela, Charlotte me olhou com desdém, como se minha compaixão fosse uma afronta à sua raiva.
- Não precisas fingir que te importas. Criança insolente, tu és a razão por que ele está morto! *Ela cuspiu as palavras com veneno, seus olhos faiscando de ódio.* - E agora eu vou fazer jus a seu nome. *Seu sorriso desapareceu, sua expressão se formando mais sombria*
Senti um arrepio percorrer minha espinha ao ouvir suas palavras, era estranho, normalmente eu não reagiria assim, mas estes dias me sentia tão fora de mim. Porém neste momento eu tinha que me focar na mulher à minha frente.
Eu sabia que não valia apena como me explicasse, ela podia não me escutar, mas eu precisava fazer ela entender o que eu tinha feito naquele dia foi só me defender, ele me ia matar se eu não tivesse usado um contra ataque.
- Eu entendo que esteja sofrendo, mas não posso aceitar a culpa por algo que eu não fiz. *Minha voz saiu firme, e mantive a formalidade por ela ser mais velha que eu, eu estava ciente da fragilidade da minha posição.* - Eu não matei seu marido, senhora. Eu só estava tentando me defender naquele dia.
Ela me lançou um olhar incrédulo, como se não pudesse acreditar na minha audácia em negar sua acusação.
- Não me venhas com desculpas, garotinha. Eu sei muito bem o que aconteceu naquela noite. *Ela deu um passo em minha direção, seu olhar faiscando com uma intensidade ameaçadora.* - E agora você vai pagar por isso.
Instintivamente, recuei um passo, sentindo-me encurralada diante da fúria implacável daquela mulher. Eu sabia que precisava encontrar uma maneira de sair daquela situação antes que as coisas piorassem ainda mais. Eu comecei a andar para trás à medida que ela avançava perto de mim, senti uma pedra a cair do cais a onde estava.
Ela tirou a minha varinha de minhas mãos a fazendo cair no riu atrás de mim, enquanto eu me tentava equilibrar para não cair, senti sua varinha sobre meu queixo ameaçadora seu olhar demoníaco, parecia que me queria devorar minha alma.
- Por favor, não faça isso. *Minha voz saiu num sussurro suplicante, enquanto eu erguia meu olhar para encarar o rosto endurecido da mulher diante de mim.* - Eu nunca quis fazer mal a ninguém. *Confessei com sinceridade* - Além disso ele amaldiçoou uma garota...
Antes que eu pudesse terminar minha frase, ela pressionou sua varinha contra meu queixo com mais força, fazendo-me sentir uma dor aguda e cortante. O que não esperamos era que o monte onde estávamos rachasse sob meus pés, me levando com ele. Senti alguns cortes em meus braços pernas e rosto até finalmente me conseguir segurar num pequeno ramo pendurado nas paredes daquele penhasco.
Vi a mesma a me olhar do alto, e com um sorriso de sínico carregado de desprezo, ela lançou um "Diffindo", fazendo com que o ramo a onde me agarrava se partiu me levando junto com ele. Senti minha cabeça a girar depois de sentir algo a bater fortemente nela era como todo o meu mundo todo levasse um apagão e minha alma se soltasse para fora de meu corpo, mas antes de apagar completamente escutei uma voz a gritar:
- NÃO!
[Blake]
Quando sai de ao pé de minha irmã ainda sentia meu coração a bater, como sentisse que a deixar ali poderia ser o maior erro que eu poderia cometer; Porém eu sabia que Lívia me ia pressionar a não deixar minha responsabilidade por causa dela. Aquela garota era teimosa, mesmo sabendo que eu tinha quase seu feitio, acho que ela era mais teimosa que eu.
Eu me coloquei atrás das muralhas do castelo, vendo um grupo de bruxos das trevas, "Mas espera aquilo eram caçadores também?" Pensei para mim mesmo. Eu fui entrando de forma discreta seguindo o conselho de minha irmã desta vez, até que sem querer pisei um pequeno galho que estava no chão. Olhei para um dos homens que estava à minha direita a conversar com outro.
- Hey, tu ouviste alguma coisa? *Ele perguntou, olhando frontalmente em minha direção, sua expressão alerta enquanto tentava identificar a fonte do ruído.*
Olhei rapidamente para os lados, tentando encontrar uma forma de sair daquela situação, até que um gato passou pelo mesmo lado onde eu estava, para minha sorte, pois jurei ver pó de fada no bolso de um deles. Olhei para uma gaiola que continha duas pequenas fadas, o que fez meu sangue ferver. Aqueles desgraçados estavam pressionando todos os seres, e a missão poderia esperar. Dirigi-me até a gaiola e usei "Alohomora" para desbloquear e abrir aquela portinhola, pelo menos iria libertá-las e criar uma distração completa, o que foi realizado com sucesso.
Chegando perto da porta, minha sorte foi reduzida a quase nada; os efeitos da poção da invisibilidade começaram a desaparecer, revelando-me por completo. O homem que estava na porta me encarou. Sem tempo a perder, agi por instinto, erguendo minha própria varinha em defesa. Antes que ele pudesse lançar qualquer feitiço, proferi rapidamente o encantamento "Expelliarmus", visando desarmá-lo e neutralizar a ameaça imediata. A varinha voou de sua mão e caiu no chão alguns metros adiante.
Aproveitei para mandar um "Impérios" sei que era errado usar maldições imperdoáveis, mas minha paciência estava reduzida a nada naquele momento e esse encantamento, me pareceu o mais indicado.
- Agora vais ficar bem quietinho no teu canto e fingir que não viste nada. *Falei com voz áspera e firme*
Ele estava sob meu controlo, eu peguei sua varinha e a guardei a onde ele a tinha guardada e ajeitei suas roupas lhe dando um sorriso e lhe dando um tapinha no ombro, como se estivesse apenas brincando.
- Vamos fingir que você teve um pequeno desmaio, tudo bem? *Sugeri, mantendo minha voz calma e autoritária.*
O homem assentiu obedientemente, seus olhos vidrados e sem expressão, demonstrando que o feitiço estava surtindo efeito. Com ele temporariamente neutralizado, concentrei-me em avaliar a situação ao redor e formular um plano para lidar com os outros bruxos que estavam presentes. Estavam todos em conversas banais e outros a comer, ao entrar dentro comecei a descer umas escadas, aqui em baixo estava tudo em ruínas.
Tive dificuldade em passar em alguns cómodos, encontrei uma esfera, ela parecia limpa, não sei porque, mas me senti atraído o que me fez morder o lábio, desviei o olhar e segui meu caminho, até chegar a uma sala com livros e bem decorada, tinha pouco pó devido às vassouras encantadas à volta, até que ouvi uma voz:
- Olá, meu jovem, espero que tenha chegado em segurança.
Eu olhei para o retrato na parede daquele homem que falou comigo uma vez na camara do mapa do colégio, creio que o nome dele seria Charles Rookwood, eu tentei estar calmo e determinado.
- Encontrei alguns bruxos a rondar as regiões. Mas consegui despistar eles. *Falei com confiança*
- Eles não desistem, pensei que esse assunto já tinha sido resolvido. *Ele falou incrédulo*
Eu estreitei os lábios e olhei para o chão, meio sem saber o que dizer, por não saber do que ele falava, tentei argumentar:
- Infelizmente, parece que alguns assuntos têm uma maneira de ressurgir, mesmo quando pensamos que estão encerrados *Respondi, mantendo-me firme, apesar da surpresa de encontrar aqueles bruxos tão próximos das instalações.*
O senhor que estava naquele quadro olhou para mim com uma expressão séria, seus olhos parecendo sondar minha determinação e meu compromisso com a segurança da escola.
- Você fez bem em relatar isso. *Disse ele, sua voz carregada de autoridade e preocupação.*
Concordei com um aceno de cabeça, pronto para seguir suas instruções. Até porque eu não queria perder muito tempo, eu só queria acabar esta missão e voltar para Hogwarts para me certificar que a minha irmã tinha voltado em segurança.
-Me poderia dizer mais ou menos o que me espera nesta missão? *Perguntei, pronto para mais uma aventura*
O idoso me foi dando as instruções até eu sentir um chamamento no meu lado direito me atraindo aquele local, abanei minha varinha para o alto e apareceu um portal. Eu olhei para ele que me acenou com a cabeça, mas antes que eu entrasse ele falou:
- Espererei por você.
Eu senti com a cabeça e entrei sendo surpreendido por uma grande porta à minha frente, o local era quase parecido com aquele a onde estive anteriormente na última missão que realizei.
Mas o espaço tinha uma estrutura clássica, parecia um sítio sem saída o que eu estranhei, me comecei a perguntar como é que ia sair agora, passei por um aro, mas nada aconteceu, me fazendo franzir a testa. Tentei analisar a situação e entender por que o portal não estava funcionando como esperado. Talvez houvesse algum tipo de trava ou condição específica para ativá-lo.
Ouvi de novo aquele ruido, parecia vir de cima das escadas à minha direita, subi elas até encontrar aquele remoinho que parecia uma possa, eu sabia o que fazer naquele momento, voltei a seguir minha varinha para o alto de novo. O ambiente estava completamente diferente naquele momento, e finalmente vi o aro demonstrando seu portal, emitindo uma luz suave e convidativa, era como estivesse num sonho e para sair dele precisava de atravessar ele.
Tentei passar por o espaço, mas continuava a ver o mesmo cenário o que me fez bufar de frustração.
- Merda! Como é que eu vou sair daqui? *Resmunguei para mim mesmo, esfreguei o cabelo cabeludo*
Tentei voltar para trás para ver se encontrava uma solução, foi quando notei uma pequena caixa no lado esquerdo e aproveitei para usar o encantamento de levitação e deslocação, encostei num canto e voltei a entrar no portal, para ver se tinha algum efeito. Fiquei satisfeito ao ver que continuava no local aquele mesmo quadrado e talvez eu precisasse de o colocar de frente para depois subir e entrar naquela passagem do outro lado.
No caminho mais à frente voltei a encontrar outro quebra-cabeças o que me fez revirar os olhos, sinceramente eu odiava aquilo, o homem devia de ser fascinado por este tipo de jogos, ou só era paranoico mesmo. Com muita dificuldade fui os resolvendo, até chegar a um departamento circular completamente isolado, vi alguns objectos à volta, mas não esperava que a porta por onde tinha passado tinha se fechado completamente.
Eu tentei abrir, mas nada funcionava, eu voltei a olhar à volta, e comecei a rir sarcasticamente.
- Ok, este é o plano, me deixar aqui trancado?! *Gritei aos quatro ventos em forma de protesto, talvez o velho me ouvisse*
Fui avançando até ao meio daquele círculo, fui surpreso com a surgirão de algumas armaduras que começaram a atacar, me esquivei em outras.
- Há, então vai ser assim. *Eu sorri me sentindo mais confiante* - Finalmente um pouco de diversão. Vamos brincar meus meninos?
E comecei a defender com alguns feitiços até lançar o meu favorito "Bombarda máxima", a explosão resultante foi forte o suficiente para desativar temporariamente as armaduras, permitindo-me passar com segurança. Avancei cautelosamente.
Enfrentei mais alguns obstáculos pelo caminho, mas finalmente cheguei ao que parecia ser o coração daquele lugar misterioso. Cheguei a um círculo e mais armaduras vieram em minha direção e quando pensei que já tinha destruído tudo, recebi um ataque por trás, me fazendo cair no chão.
Com isso tive que beber uma "Wiggenweld" para me recuperar do ataque, sorte minha que minha irmã sempre me arranjava estas poções, mas eu preciso de começar a fazer as minhas próprias, ou um dia destes me acostumo mal.
Já de pé, peguei numa máxima para fortalecer meus poderes e outra para petrificar, já estava a ver que aquele lá não ia deixar as coisas baratas, determinado a não ser pego de surpresa novamente. Avancei com mais cuidado, mantendo minha guarda alta e os sentidos alertas para qualquer movimento suspeito ao meu redor.
Os ataques da grande armadura raramente me conseguiam acertar devido a eu estar a usar poções constantes naquele momento, me mantendo assim seguro e com um movimento rápido, usei um "Glacius", congelando completamento o indivíduo à minha frente.
Aproveitando a brecha, concentrei minha energia ancestral em um feitiço poderoso, e o direcionei num dos pontos que achei que era sua fragilidade fazendo um estrondo metálico e rochoso, a armadura se desfez em pedaços.
Ofegante e exausto, recuperei o fôlego enquanto observava os destroços da armadura se dissiparem. A sensação de alívio se misturava com a satisfação de ter superado mais um desafio, ouvi o som atrás de mim e quando olhei naquela direção, a porta abriu-se de novo, me fazendo arregalar os olhos.
- Sério isso?!
Então eu estava colocado à sorte, era esse o objetivo daquele guardião? Estreitei os lábios e respirei cinco vezes para tentar não stressar com aquele facto, comecei a pensar como Lívia tinha conseguido fazer estas missões? Tudo bem, minha irmã era esperta, um pouco precipitada, mas era esperta, contudo nem queria imaginar como ela teve que superar isto tudo.
Continuei andando por aquele caminho deslizante, vi que o local a onde entrei estava completamente diferente do que antes, e voltei a ver uma penseira. A estatua de um mago me dava calafrios o que me fez balançar a cabeça para focar no meu objetivo, uma lagrima caiu do olho da estatua dentro da fonte, abaixei a cabeça para ver o que tinha dentro.
Vi os guardiões a bater à porta e sendo recebidos por aquela mulher de antes, ela os a recebeu com um sorriso acolhedor e animado, enquanto eles se colocavam à vontade na casa dela, um homem a onde ela chamou de pai, seu ar abatido como tivesse a passar pela dor mais angustiante se sentou na outra cadeira. Meus olhos arregalaram quando a vi a sugar a energia negativa do corpo do pai dela, com nossa magia ancestral. "Aquilo era possível?" Tantas perguntas me vinham à cabeça naquele momento, porque meu avô nunca falou daquela questão, mesmo quando estivemos com ele naquele dia no casamento da minha irmã. Ele sabia que eu estava a fazer estas missões, porque ele nunca me falou o que me poderia estar à espera. Talvez ele mesmo não soubesse dessa possibilidade.
Minha visão ficou basa, senti uma sensação de perda profunda, completamente me fazendo perder o foco do ambiente a onde estava, e sai da penseira sentindo meu coração apertar em meu peito, eu agarrei com força o colete naquela direção.
- Lívia... *Foi meu primeiro pensamento*
Eu não queria ver mais nada, eu só estava muito preocupado com a minha irmã, como algo não estivesse bem. Era uma sensação tão angustiante, que minhas pernas tremiam. Minha intuição de irmão gêmeo, pressentia que algo não estava bem.
Eu precisava voltar para Hogwarts e checar se ela tinha voltado em segurança, a lembrança do momento antes de vir para a missão me martelava na cabeça como um aviso.
Eu vi outro portal a se abrir, sem mais delongas entrei nele com passos apressados e precisos, voltando para a camara do mapa, os guardiões esperavam por mim.
-É bom voltar a o encontrar meu jovem, espero que tenha...
Eu estava ofegante, ajeitando a cola da minha camisa, eu o interrompi com preocupação e urgência. Vendo que minha irmã não estava à minha espera assim como tínhamos falado.
-M-minha irmã? *Perguntei com urgência e um pouco alterado*
- Meu jovem acalmasse, por favor. *Falou o tal de Rackham* - O que se passa com a senhorita Rauscher?
- Eu falo com vocês, assim que a encontrar... *Eu respondi sem nem prestar atenção neles*
Comecei a correr para a saída do espaço, eles tentaram comunicar comigo, mas foi em vão, eu já estava fora daquele espaço corri pelas escadas, até passar pela grade, vi Poppy à minha espera junto à estatua do Dragão de pedra, ela estava a ler um livro assim que notou a minha presença ela me encarou.
Ela balançou a cabeça um pouco confusa possivelmente por causa da minha reação.
- Correu tudo bem? *Ela perguntou, tentando analisar se eu tinha algum machucado*
Eu coloque minhas mãos sobre minhas coxas tentando recuperar o ar que fazia falta e com dificuldade perguntei:
- A-A Lívia? *Minhas pernas tremiam, meu coração estava pulsasse-te de mais, me segurei a seus ombros e a olhei com desespero* - A onde está a Lívia, ela voltou para o castelo?
- C-calma Blake... *Ela estava a começar a ficar preocupada* - O-o que tem a Lívia, o que se passou? Eu ainda não a vi.
- Poppy, me escuta com atenção, nós precisamos encontrar a minha irmã e rápido!
Poppy parecia mais confusa, mas minha preocupação a tinha tocado.
- Ok, vamos procurar ela, eu vou ver se ela voltou para o nosso dormitório. *Disse a lufana, tentando meu acalmar* - Caso ela não esteja por lá, vamos procurar ela no resto do castelo. Mas o que aconteceu?
Nós começamos à procura dela enquanto eu explicava tudo o que tinha acontecido, Poppy estava preocupada e alerta enquanto escutava atentamente minha explicação. Enquanto isso, percorríamos os corredores do castelo, verificando os locais onde Lívia poderia estar.
A angústia crescia dentro de mim a cada minuto que passava sem encontrarmos minha irmã. Cada corredor vazio, cada sala sem sinal dela parecia aumentar a gravidade da situação. O medo apertava meu peito com força, e eu lutava para manter minha mente clara, concentrando-me apenas na busca incessante por Lívia.
É que ainda por cima ela não estava no dormitório dela, segundo Poppy, me esbarrei com Sebastian que estava a passar naquele momento, parecia estar a ir ao jardim do colégio, eu e Poppy olhamos um para o outro, e fomos ter com ela, eu sei que Lívia e Sebastian não estavam nas melhores condições, mas ainda tinha uma esperança de que ele a tivesse visto ela.
- Sallow! *Eu o chamei com um tom excessivo*
A expressão alerta do sonserino ao me ouvir foi notável. Ele virou-se na nossa direção, seu olhar revelando uma mistura de surpresa e preocupação, como se estivesse pressentindo algo fora do comum.
- Blake, Poppy? O que aconteceu? Por que essa urgência? *Ele perguntou, ele levantou a sobrancelha estranhado de preocupação.*
Eu não perdi muito tempo, precisava de saber se ele tinha estado com a Lívia.
- Viste a minha irmã.
- Não. Tu sabes que eu e ela...
- Isso não me interessa para nada neste momento, viste a Lívia ou não, porra! *Falei com frustração*
Sebastian, parecia querer me confrontar, mas Poppy interveio:
- Sebastian, aquela situação era valida, eu pensava que ela estava a vir porem até agora não à sinal da Lív.
Sebastian, franziu a testa, vi sua preocupação iminente, já eu estava cada vez mais ansioso, a angústia crescendo dentro de mim a cada segundo que passava sem notícias de Lívia.
- Se ela não está em Hogwarts, talvez ela continue lá. *Ele exclamou, seus pés abanavam no chão possivelmente com a mesma ansiedade que eu*
Eu senti, eu precisava voltar lá, se aquela gente tivesse encontrado minha irmã e feito alguma coisa, eu já mais perdoaria. Eu só de pensar nessa possibilidade, meu sangue fervia e minha sede de sangue se acumulava dentro de mim.
- Pensando sobre isso, creio que tens razão, eu preciso de voltar lá.
- Eu irei com vocês! *Falou ele com voz autoritária*
- Tens uma lata! *Olhei para ele com frustração* - Ignoras a minha irmã por semanas e agora estás preocupado!?
- Isso é um assunto entre mim e entre ela! *Respondeu ele, sua voz carregada de defesa e justificação.*
Eu o agarrei pelo clarinho da sua camisa e o forcei a olhar em meus olhos, eu estava a ferver por dentro, eu estava muito preocupado com Lívia e este desgraçado estava a fazer-me perder a cabeça mais uma vez com sua frontalidade.
- Escuta aqui! Isso não é apenas sobre vocês dois! É sobre a segurança da Lívia, e ela é minha irmã! *Respondi, com minha voz subindo de tom.*
- Chega, vocês dois! Não é hora para brigas pessoal. O que importa agora é encontrar a Lívia e garantir que ela esteja segura. Sebastian, estás disposto a ajudar ou não? *Poppy, vendo a tensão crescer entre nós, interveio com firmeza.*
Eu fiz uma careta, ao ouvindo ela, mas contrariado larguei a gola dele o empurrando para outro lado e virei-lhes as costas irritado.
- Sim, eu vou com vocês. Ela é minha esposa.
- Há agora ela é tua esposa! *Me virei para ele com raiva* - Mas e onde é que tu estavas quando ela mais precisava de ti? A ignorá-la como se ela fosse nada mais do que um fantasma! Não venhas agora com essa história de preocupação!
- Blake, já chega! *Poppy, encarou com a sobrancelha levantada e os lábios juntos* - Viver coisas do passado não nos vai ajudar a procurar a Lívia, só nos atrasa mais.
Ela pegou na varinha e mudou o uniforme deles para uma roupa prática.
- Bem, vamos...
- Tem alguém ai?
A voz do zelador do colégio surgiu com força no lado de dentro, parecia se aproximar da porta que dava para o jardim, nós nos escondemos nos arbustos e quando ele não viu ninguém, suspiramos de alívio quando o zelador foi embora. Saímos do esconderijo.
Acho que a presença do zelador do colégio, me fez refletir das minhas ações naquele momento, Poppy tinha razão, entrar numa discussão com o Sallow não me irá ajudar em nada, só nos vai atrasar mais, e talvez se a voltamos a encontrar ele tenha vergonha na cara e volte a falar com ela. Eu olhei para ele.
- Sallow, quando encontramos a Lívia tentem falar e resolver as coisas, ela não tem andado bem, mesmo que ela parecesse, eu consigo pressentir os sentimentos da Lívia assim como tu os da Anne. *Estreitei os lábios, tentando transmitir o que realmente esperava* - Seja o que for que vos tenha acontecido, e volto a repetir o que te falei quando soube dessa cena. E assim como tu disseste agora, vocês estão casados, não propriamente registado, mas estão. Vocês precisam de resolver vossos problemas. *Eu dei umas palmadinhas de em seu ombro esquerdo*
Vi ele a ficar pensativo, Poppy nada falou, a garota colocou os dedos à boca e assoviou, segundos depois dois hipogrifos apareceram um negro e outro castanho, ela subiu num deles e olhou para nós.
- Vocês vem?
Autor(a): CatFlower
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[Sebastian] Eu estava furioso com o que ela tinha feito, sentia o sangue ferver em minhas veias, a raiva me cegava. Aquela podia ter sido a única oportunidade de mostrar à Anne que nosso tio era um monstro, mas a Lívia tinha que estragar a única prova que eu tinha para isso. Eu sabia que meu comportamento impulsivo frequentemente cau ...
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