Fanfics Brasil - Capítulo XXVI Duas Faces de Mim

Fanfic: Duas Faces de Mim | Tema: Harry Potter, Hogwarts Legacy


Capítulo: Capítulo XXVI

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Chegando a Hogsmeade, o ar fresco da manhã me saudou enquanto eu me dirigia à casa de chá - Steepley & Filhos. A aldeia parecia especialmente tranquila, com poucos estudantes perambulando, provavelmente aproveitando os últimos dias de férias antes de retornarem à rotina de Hogwarts. Entrei no espaço, vendo poucas pessoas até encontrar minha irmã sentada. Ela com uma roupa casual escocesa que combinava com o retoque do cabelo solto decorado por um laço.


Sua atenção estava em um livro parecia uma filosofia, ao me aproximar creio que chamei sua atenção devido ao seu olhar direcionado a mim, tentei transmitir o meu melhor sorriso. Ela pousou o livro e se levantou.


- N-não precisas. *Eu disse, tentando ser o mais descontraído possível, mas sentindo a familiar ansiedade se aproximar enquanto me sentava à mesa.*


Anne sorriu suavemente, mas havia um brilho de preocupação em seus olhos, algo que eu estava me esforçando para não notar. Ela conhecia bem meus sentimentos, as preocupações que eu tentava esconder sob sorrisos falsos e palavras vazias.


-É bom te ver, Sebastian. *Ela disse com uma calma que me surpreendeu, como se estivesse tentando aliviar a tensão entre nós.* - Como tens estado?


- Melhor agora. *Respondi, tentando manter o tom leve.* - E tu? Como têm sido esses dias?


- Quietos, o que é um pouco de alívio, na verdade. *Ela deu de ombros, puxando o laço do cabelo e ajeitando uma mecha rebelde.* - Eu estive me ocupando, lendo, e fazendo os meus fazeres... e tentando manter a mente e corpo na ativa.


- E como tem ido a tua recuperação? *Perguntei, tentando esconder a ansiedade na voz.*


Anne hesitou por um momento, o olhar dela desviando para as mãos que repousavam no colo. Era difícil para ela falar sobre isso, e eu sabia que a última coisa que eu queria era pressioná-la. Mas cheguei a ver algumas melhorias em sua expressão, não sabia se isso era uma coisa boa ou má. Eu ainda me preocupava muito com sua saúde, e isso era evidente. 


- A professora Weasley tem sido uma grande ajuda. *Ela respondeu finalmente, um pequeno sorriso se formando nos seus lábios, mas não alcançando os olhos.* - Ela usa algumas formas e feitiços que tem melhorado um pouco o processo de recuperação, o que torna um alívio temporário.


Eu assenti, tentando processar as palavras dela. "Alívio." Não era a palavra que eu queria ouvir. Eu queria ouvir "cura", "fim", "acabou". Mas sabia que Anne era forte, talvez mais forte do que eu jamais seria.


- Fico feliz que esteja a ajudar. *Respondi, sem conseguir evitar que uma nota de frustração vazasse na minha voz.* - Mas ainda não é o suficiente. tu mereces mais do que apenas alívio, Anne. Eu peço todos os dias que isto acabe logo!


Ela me olhou com uma expressão séria, os olhos dela refletindo um entendimento profundo do que eu estava a sentir.


- Eu sei, Sebastian. *Disse suavemente.* - Mas também sei que às vezes precisamos aceitar pequenas vitórias. Não podemos mudar o passado, e eu... eu não quero que te percas no que aconteceu.


Ela estava falando sobre o tio Solomon, embora o nome não fosse mencionado. A memória do que eu fiz ainda pairava como uma sombra pesada sobre mim, eu abaixei a cabeça pensativo, mas a voltei a encarar, eu sabia que era um fardo que Anne também carregava, mesmo que não quisesse.


- Eu não me perdi, Anne. *Respondi, com mais firmeza do que pretendia.* - Eu só... não consigo aceito isso. Tu sabes como eu sou. Preciso de lutar por algo. E vou continuar a lutar por ti.


Anne suspirou e, por um momento, o peso do mundo parecia pesar sobre seus ombros. Ela se inclinou para frente, estendendo a mão para tocar a minha.


- Eu sei que farias qualquer coisa por mim, Sebastian. *Seus olhos se encontraram com os meus, e eu vi uma mistura de amor, dor e algo mais "talvez aceitação".* - Mas, às vezes, lutar também significa saber quando parar. Não estou dizendo para desistires, só... cuida de ti também e deixa o resto para a nossa professora, por favor.


Fiquei em silêncio, as palavras dela ecoando na minha mente. Era sempre assim com Anne, ela sempre foi a voz da razão, mesmo quando a razão parecia impossível de alcançar.


- Eu vou tentar, Anne. *Finalmente respondi, tentando encontrar uma forma de apaziguar os medos dela sem abandonar minha determinação.* - Mas não vou desistir de te encontrar uma cura. Nunca.


Ela sorriu, e dessa vez, o sorriso parecia um pouco mais genuíno.


- Eu sei, mano. E isso é algo pelo qual sou muito grata. *Anne apertou a minha mão, o calor do toque dela trazendo uma sensação breve de conforto.* - Mas faz cuidados, e não faças mais nada estúpido, ou me vais afastar de vez, não é uma ameaça, e sim um aviso! 


Fiquei em silêncio, o peso do aviso dela se infiltrando em mim. Meu instinto me dizia para discordar, mas o medo de perdê-la... esse era mais forte do que tudo. Não queria perder mais ninguém. Voltei meu olhar para esta que olhava para o lado da janela, parecia estar a refletir sobre algo.


- E tu, Sebastian? *Ela perguntou de repente, inclinando a cabeça ligeiramente para o lado enquanto me encarava de novo.* - Como tens estado... de verdade?


Eu hesitei, os olhos na chávena à minha frente, tentando encontrar uma forma de responder sem me abrir completamente. A pergunta dela trouxe de volta um turbilhão de sentimentos que eu estava lutando para manter sob controle.


- Para ser honesto, Anne... *Comecei, minha voz quase falhando.* - Tem sido um desafio. A procura por ela tem sido... mais difícil do que eu esperava. Cada dia é uma mistura de frustração, e, por vezes, parece que estamos apenas a girar em círculos sem volta.


Anne me observou com uma preocupação genuína, e eu percebi que ela entendia mais do que eu pensava. Sabia que, apesar de sua própria dor, ela se preocupava profundamente com o que eu estava passando.


- Eu sinto muito, Sebastian. *Ela disse com um tom suave, o olhar dela transmitindo uma empatia que poucos conseguiam demonstrar.* - Eu imagino como deve ser doloroso. Não saber o que aconteceu, não ter respostas... deve ser um peso imenso.


Eu respirei fundo, sentindo a pressão nos meus ombros. Anne sabia que o peso do desaparecimento de Lívia não era apenas emocional, mas também uma constante fonte de preocupação e medo. No fundo, eu queria acreditar que ainda havia esperança, mas a cada dia que passava, essa esperança parecia mais distante.


- Às vezes, sinto que estou à beira de desistir. *Confessei, a voz tremendo um pouco e abaixei a cabeça.* - Mas, por outro lado, não consigo. Não consigo deixar de procurar, de acreditar que ainda há uma chance de encontrá-la. É como se... se a minha vida tivesse parado no momento em que ela desapareceu.


Anne apertou a minha mão um pouco mais forte, como se tentasse transmitir alguma força através daquele gesto simples.


-Eu entendo, Sebastian. *Ela disse suavemente.* - E sei que não é fácil, especialmente com tudo o que estás a passar. Mas lembrar-te de que ainda tens algo pelo qual lutar, "que és tu!". E talvez, ao encontrares algum equilíbrio, possas encontrar a força que precisas para seguir em frente.


Eu balancei a cabeça, reconhecendo a sabedoria nas palavras dela. Anne sempre teve uma forma de enxergar as coisas com clareza, mesmo quando a situação parecia sem esperança.


- Vou tentar. *Respondi, embora as palavras me parecessem insuficientes para expressar o que realmente sentia.* - Mas não posso e nem vou desistir da Lívia. E também vou fazer o melhor para cuidar de mim mesmo, como pediste.


Anne sorriu novamente, e o sorriso dela parecia transmitir um pouco de alívio. Ela sabia que eu estava a lutar, mas também compreendia que, mesmo na luta, era importante encontrar momentos de paz e força.


-E se precisares de qualquer coisa, mesmo que seja apenas alguém para ouvir, sabes que tens eu e o Ominis. *Ela disse, com um olhar que refletia um apoio verdadeiro.*


Eu acenei, sentindo-me um pouco mais leve por saber que não estava sozinho.


- Obrigado, Anne. *Murmurei, sentindo a sinceridade nas minhas palavras.* - E vou manter isso em mente.


O silêncio que se seguiu era confortável, uma pausa necessária para ambos refletirmos sobre as palavras e as emoções compartilhadas. Mas, como sempre, Anne tinha um jeito especial de suavizar os momentos mais pesados.


Ela deu um leve suspiro, e um brilho travesso apareceu nos seus olhos enquanto ela olhava para mim.


- Sabes, Sebastian. *Começou ela, com um sorriso ligeiramente malicioso.* - Se continuarmos a ficar tão sérios, acabaremos por parecer dois velhinhos que só falam de coisas tristes. E eu não estou pronta para a aposentadoria ainda.


Eu arqueei uma sobrancelha, surpreso com a mudança repentina no tom dela.


- Aposentadoria? *Perguntei, tentando entender aonde ela queria chegar.*


- Sim! *Anne continuou, rindo baixinho.* - Já pensaste em como seria se estivéssemos sempre assim? Com um olhar de preocupação e a tensão a pairar no ar? Acho que acabaríamos por encher uma sala inteira com rugas e olheiras.


Ela começou a imitar um gesto exagerado de preocupação, colocando as mãos nas bochechas e fazendo uma expressão dramática de horror.


- Oh, Sebastian! O que vamos fazer com a nossa vida? Estamos tão preocupados com tudo!


Eu não pude evitar um sorriso ao ver a performance dela, e um riso involuntário escapuliu dos meus lábios.


- Ok, ok, eu entendi. *Respondi, rindo.* - Vou tentar não me preocupar tanto. Mas, honestamente, sua performance de velhinha preocupada poderia mesmo ter um futuro no teatro.


Anne fez uma reverência exagerada, como se estivesse realmente em cena.


- Muito obrigada, muito obrigada. *Ela disse, com um tom teatral.* - Aceito o meu prémio de Melhor Atuação em Drama Familiar!


Eu ri novamente, mais livre agora. Sentir a leveza que Anne trouxe para aquele momento me fez perceber o quanto a sua presença era valiosa, especialmente em tempos difíceis.


- Vou ter que te chamar para mais sessões de teatro, então. *Eu disse, ainda sorrindo.*


- Pode contar comigo. *Anne respondeu, piscando o olho.* - E quem sabe, talvez eu descubra uma nova carreira além de ser a irmã mais incrível.


Ela fez uma pose dramática, como se estivesse realmente anunciando uma nova fase de sua vida, e isso fez com que eu me sentisse um pouco mais aliviado. A leveza do momento me lembrou que, mesmo nas situações mais sombrias, ainda havia espaço para risadas e para a alegria compartilhada. Já quase me tinha esquecido este lado dela, que antes me irritava, mas hoje em dia sentia falta. Isso me ajudou no momento, continuamos a falar de coisas aleatórias até à hora de nossos caminhos infelizmente se separam, sendo que sai primeiro.


Mas senti uma presença famíliar, olhando para trás e encontrando o vazio, abanei a cabeça afastando a falsa ilusão que queria retornar. Seguindo meu caminho para Hogwarts. 


[Poppy]


Em analise nos últimos acontecimentos, eu procurava respostas não só pelo o que aconteceu com a Lívia a onde Blake em suas cartas sempre me dizia que ela poderia estar viva mesmo eu achando que isso seria impossível devido às circunstâncias.


Era quase impossível ela ter sobrevivido numa altura daquelas, pelo menos é o que acho, era uma situação delicada e eu teria que tomar muito cuidado com este tema perto do Blake, até porque as aulas estavam prestes a começar.


Desabafei nas páginas perdidas de meu diário, dei um longo suspiro, queria muito ajudar o Blake, mas também estava a cuidar daquele assunto dos centauros. Mas segundo o que gryffindor me falou. Aqueles mesmos homens que estavam no castelo de Rookwood, poderiam estar envolvidos no desaparecimento de animais e centauros.


- Poppy, querida?


Aquela voz doce e acolhedora que me fazia acreditar um pouco na humanidade surgiu me chamando pela segunda vez.


- Estou indo avó. *Respondi fechando o bloco e me levantando da minha escrevaninha*


Me dirigi à cozinha a onde ela preparava os condimentos da refeição, sem dizer nada peguei num avental e com a varinha peguei algumas batatas e ervas comestíveis.


- Já falaste comunicas-te com os teus pais? *Ela fez a pergunta de forma sútil*


Eu revirei os olhos, a verdade é que eu não o tinha feito, "e porque?" simples! Meus pais eram complicados pessoas que queriam que eu fosse como eles, mas eu passei a ser a ovelha negra da minha família por não aceitar seus princípios e preferir a forma de viver da minha avó. Ou até melhor que isso.


- Ainda estou a tratar disso, avó. *Falei de forma que a tranquilizasse*


Eu sabia que minha avó por mais que não aceitasse o caminho que meu pai traçou não fosse o melhor, ela se preocupava e muito com a união das famílias e não queria que as coisas complicassem entre nós.


- Poppy, eu te conheço não esqueças disso. *Disse a mulher de 48 anos sem se deixar distrair*


- Eu sei, avó, eu estou a tentar. *Pelo menos essa era a única verdade no momento* - Mas tu sabes o que eu penso.


- Sim, mas não é por isso que eles deixam de ser teus pais.


Eu respirei fundo, eu admiro muito minha avó, mas as coisas entre mim e meus pais parece que só vão de mal a pior, sinceramente quanto menos falou com eles melhor me sinto. Minha avó entendeu meu silêncio como como um sinal que eu não queria falar do assunto.


- E como vão as coisas com as aulas? *Murmurou sem deixar de descascar as batatas* - Soube que as tuas notas tem abaixado.


Eu a encarei chocada, senti meu estomago a encolher.


- Avó, eu continuou com as mesmas notas em "Trato das Criaturas Mágicas".


- Sim, Poppy, porém estás a esquecer de uma questão. *Ela parou o que estava a fazer e me olhou com um olhar sério.* - Tuas notas não dependem só dessa disciplina, minha neta.


Eu suspirei contentando as palavras dela.


- Eu sei. *Murmurei com a cabeça baixa.* - Prometo não te desiludir no próximo ano. É que tem sido tanta coisa acontecer neste último período que passou.


- Eu acredito que sim, minha querida, mas não podes esquecer que dependes das aulas para poderes ter um bom futuro.


As minhas notas tinham abaixado drasticamente, comparadas aos outros anos. Contudo eu gostava de tratar daquela situação antes da volta às aulas, pedi ao Blake para me encontrar no três vassouras mais tarde, infelizmente não poderei ir sozinha. Olhei para a minha avó que tinha voltado a se concentrar.


- Ok. *Tentei transmitir confiança.*


As horas se passaram e quando dei por mim já estava em Hogsmeade, Blake já me esperava perto de uma mesa perto da lareira.


- Ele está ali. *Apontei para Blake.*


Minha avó sentiu e caminhamos em sua direção.


- Esperas-te muito?


O rapaz olhou para nós um pouco atordoado, eu sabia que ele estava a passar por muita coisa, e isso me deixava um pouco preocupada, gostava de ter uma melhor forma de o ajudar sem o estar a envolver neste caso. Porém Blake era teimoso.


- Poppy! *Seu olhar se virou para a minha avó que lhe sorriu.* - A senhora deve ser a avó da Poppy.


- Isso mesmo meu jovem. *Ela sorriu amplamente.*


Blake fez sua cortesia a nós duas, minha avó e eu nos acomodávamos à mesa, o ambiente no Três Vassouras era animado, mas uma tensão pairava no ar ao nosso redor. Blake estava inquieto, lançando olhares rápidos à volta, e percebi que ele mal tinha tocado no seu copo de cerveja amanteigada.


- Sobre esse assunto dos centauros... já tens alguma pista? *Ele perguntou em voz baixa, inclinando-se ligeiramente para que a conversa ficasse entre nós.*


Antes que eu pudesse responder, minha avó pigarreou, dirigindo-nos um olhar firme e protetor.


- Poppy, Blake... eu insisto: vocês deveriam tomar cuidado com essas investigações. Os centauros têm suas razões, e seus problemas nem sempre podem ser resolvidos por jovens bruxos.


Senti a preocupação dela a transbordar em cada palavra, e uma parte de mim entendia – ela só queria nos proteger. Mas eu sabia que havia algo de mais sinistro por trás do que estava acontecendo. Eu estava determinada a ajudar não só os centauros, mas também a resolver o mistério sobre os animais desaparecidos. E Blake, com aquele jeito teimoso de gryffindor, não iria aceitar menos do que uma resposta.


- Avó, eu entendo o que diz. *Respondi suavemente, mas com firmeza.* - Mas sabemos que há algo estranho acontecendo, algo que pode afetar tanto os centauros quanto outras criaturas mágicas. E não posso ignorar isso. Você sabe como é importante para mim.


Blake assentiu com determinação, apoiando-se na mesa.


- Exatamente. Os centauros e outras criaturas precisam de ajuda, e os responsáveis por isso, seja quem for, precisam ser parados. Não podemos ficar de braços cruzados, ainda mais sabendo que algo pode estar a acontecer até debaixo dos nossos narizes.


Minha avó observou-nos por um momento, como se tentasse ler a sinceridade em nossos rostos. Então, ela suspirou, cedendo um pouco, embora eu visse ainda um alerta em seu olhar.


- Eu sei que não posso impedir vocês. Especialmente eu conheço minha neta! *Ela disse com um pequeno sorriso, que parecia esconder uma infinidade de preocupações.* - Apenas prometam que vão agir com cuidado e sabedoria. Há perigos que mesmo os adultos evitam enfrentar.


Assenti com convicção, lançando um olhar de agradecimento para ela. Blake sorriu, visivelmente aliviado.


- Prometemos, senhora Sweeting. *Ele garantiu, com a mão sobre o peito num gesto teatral que fez minha avó rir e abanar a cabeça.*


Quando ela foi falar com Madame Sirona para trazer algo para comemos, eu comecei a falar com Blake sobre um plano que podia funcionar, nós precisávamos de invadir um dos territórios dos caçadores, mas de forma discreta.


- Podíamos incluir o Sebastian. *Disse Blake*


Eu lancei um olhar a Blake, um misto de reprovação e curiosidade. Ele tinha aquele sorriso travesso no rosto, algo bem típico dele. Eu ainda ficava admirada como a relação deles a onde ambos disputavam pela atenção e a proteção da Lívia e agora pareciam quase melhores amigos.


- Sebastian? A sério? *Perguntei, inclinando a cabeça e levantando uma sobrancelha.* - Sabes tão bem quanto eu que o último plano "discreto" dele envolveu uma distração que quase fez metade da Floresta Proibida correr atrás de nós! *Só me lembrar daquele evento me arrepiou.*


Blake soltou uma risada baixa, como se a ideia de um caos orquestrado pelo Sebastian fosse parte do plano desde o início.


- Ah, vá lá, Poppy. *Ele disse, tentando me convencer.* - Só precisamos mantê-lo... um pouco controlado. E sabes tão bem quanto eu que ele tem o talento para nos tirar de qualquer encrenca, mesmo se for ele a causar uma.


Revirei os olhos, mas não pude evitar de rir um pouco também. Ele tinha um ponto. Sebastian podia ser uma fonte de problemas, mas a teimosia dele combinada com o jeito destemido de Blake realmente poderia fazer a diferença em nossa missão.


- Tudo bem. *Concordei com um suspiro.* - Mas temos que ser cuidadosos, Blake. A última coisa que quero é colocar os centauros em risco por causa de um erro nosso. Já é arriscado o suficiente.


Ele assentiu, os olhos brilhando com um entusiasmo que parecia inabalável. Ele era exatamente o tipo de gryffindor que eu imaginava quando pequena: corajoso, cheio de princípios, e com um talento especial para correr perigos. No fundo isso me agradava. Blake virou-se ligeiramente, para garantir que minha avó ainda estava a conversar com Madame Sirona, e sussurrou:


- Precisamos fazer isso dar certo. Os centauros podem ser a única pista que temos sobre os caçadores... eu tenho minhas suspeitas que eles também estejam evolvidos no desaparecimento da Lívia junto com os bruxos das trevas, é ainda mais importante que a gente descubra. *Blake falou, sua confiança sobre aquele assunto transparecendo em seu rosto.*


O nome dela fez o ar parecer mais pesado. A imagem de Lívia estava sempre pairando sobre nós, e a incerteza de seu destino era um peso constante. Respirei fundo, tentando afastar as emoções e me concentrar no que estava em jogo. Nisto também entendi o porque dele querer incluir o Sebastian.


- Exato. *Respondi, tentando manter a firmeza na voz.* - Os centauros confiam em mim para ajudar, e não posso traí-los. Mas precisamos de mais detalhes... e Sebastian pode, talvez, nos ajudar a entender como essa gente age.


Blake bateu o punho na mesa, satisfeito com a resposta, e eu dei um pequeno sorriso, incapaz de não me sentir um pouco empolgada com a aventura que estava por vir, mesmo sabendo dos perigos.


Nós continuamos a conversar "Desta vez sobre outras coisas" enquanto riamos segundos depois minha avó se juntou a nós. 


 



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Autor(a): CatFlower

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