Fanfics Brasil - CALEB A Dor que Habita em Mim

Fanfic: A Dor que Habita em Mim | Tema: Drama, Rebelde, Romance, Amor


Capítulo: CALEB

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DIAS ATUAIS 


 


Meu coração estava quebrado.
O medo que sempre me acompanhou havia dado lugar a um sentimento muito maior, que me dominava e subjugava de uma forma absurda, todos os dias.


Raiva.
Minha mente sempre estava a mil por hora, embaralhando todos os meus pensamentos, sem que eu pudesse ter um minuto de paz. Era quase insuportável viver assim.
Desvio o olhar da bebida em minha frente e tento focar na conversa que acontecia naquele momento.
- Estou apaixonado, cara. Puta que pariu, acho que era a menina mais bonita que já vi.
Pablo era uma das únicas pessoas que eram capazes de me aturar, o que deveria ser considerado um mérito, por mais idiotia que ele fosse.


Ouvir suas histórias era a melhor parte da noite.
- Qualquer coisa que tenha um buraco é gostosa para você, idiota. Não me admira que esteja sozinho.
Christian revira os olhos, sempre tão sem paciência quanto eu.
- Vai se foder. - Pablo retruca. - Sabe que estou sozinho porque eu quero.
Perfeito. Éramos todos fodidos.
Viro o líquido que estava em meu copo de uma vez só e em seguida puxo uma respiração.
A falta de nicotina piora ainda mais a minha concentração.


Talvez eu devesse fumar um cigarro aqui mesmo, a ideia surge e parece tentadora demais para resistir.
Retiro um maço do bolso da calça e pego um cigarro, colocando na boca rapidamente. Assim o acendendo e tragando com muita vontade.
Sinto minha mente relaxar automaticamente, era disso que eu precisava.
- Que foi, Caleb? - Christian questiona com o cenho franzido. - Quase não falou nada desde que chegou.
Dou de ombros sem me dar ao trabalho de responder, bom, não havia nada que eu tivesse vontade de dizer.
- Com licença. Já sabem o que vão pedir?
Uma voz feminina ecoa e no mesmo instante todos nós olhamos na direção da garota em pé ao nosso lado.
A primeira coisa a chamar a minha atenção é o cabelo ruivo.
- Você está no cardápio, docinho? - Pablo se inclina sobre a mesa com um sorriso malicioso nos lábios.
A garota permanece séria, sem demonstrar nenhuma reação diante de um comentário tão estúpido.
Provavelmente, já acostumada com aquele tipo de coisa.
- Cala essa boca. - Christian rosna, voltando a encarar a garota e apontando para o bloquinho nas mãos dela. - Pode anotar aí, uma pizza meia calabresa e meia portuguesa e vamos querer mais uma rodada de cerveja também.
Ela apenas balança a cabeça e anota nosso pedido com rapidez.
Trago o cigarro mais uma vez, analisando seu rosto com certa curiosidade, depois solto a fumaça pelo nariz.
A garota era bonita.


O cabelo ruivo estava preso em um rabo de cavalo baixo e seu rosto pálido estava completamente sem maquiagem. Não era o tipo de beleza que te chama atenção logo de cara, mas ainda assim, beleza o suficiente para merecer mais do que um simples olhar.
Quando ergue o olhar e me encara de volta, seus lábios se abrem e soltam com educação.
- Você não pode fumar aqui.
Suas palavras me atingem de uma forma indesejada, causando desconforto para ambos.
Detesto ser repreendido.
- Jura? - Faço questão de abrir um sorriso irônico e pouco amistoso.
Então levo o cigarro novamente até os lábios e volto a tragar com vontade, soltando a fumaça em sua direção.
- Se você não tivesse me dito, eu nunca saberia.


Nossos olhares permanecem cravados um no outro e faço questão de observar como minha frase é capaz de afetá-la.


Seu olhar é firme e ela parece querer me matar, no entanto, sou surpreendido com descaso e indiferença quando ao invés de me retrucar, ela se limita a revirar os olhos e suspirar, desviando seu olhar para Christian.
- Algo mais?
O ar de deboche em sua voz não me passa despercebido e então tudo começa dentro de mim, uma raiva bem conhecida esperando apenas uma brecha para se revelar.
Eu já detestava aquela garota.
- Por enquanto é só. Já pode sair.
Ele me conhecia muito bem para saber que eu não tolero esse tipo de coisa.


A garota confirma com a cabeça e se vira para ir embora, sem me lançar mais nenhum olhar, deixando claro minha insignificância.
Estou puto da vida, quero correr até ela e gritar um belo foda-se.
- O clima pesou entre vocês. - Pablo ri igual um idiota e estica o braço para pegar o cigarro da minha mão. - Mas aquele cabelo é um tesão fodido.
Meu olhar continua sobre ela até que saia completamente de vista e não faço o menor esforço para prestar atenção nele.
- Vai dizer que você não ficou de pau duro com o jeito que ela te olhou? - Christian cruza os braços e apoia as costas na cadeira.
Suas palavras despertam meu interesse e lanço meu olhar em sua direção.
- Não gosto de virgens. - Afirmo sem pensar.
- Aquela bunda não é de virgem. - Pablo se intromete e solta uma risada irônica. - Muito pelo contrário.
Meus olhos recaem sobre ela novamente, enquanto atende outra mesa. Minha visão estava limitada apenas ao seu perfil, mas já era o suficiente. Pablo tinha razão, aquela bunda não era de virgem.
- Qual o nome dela?
A pergunta passa por meus lábios naturalmente, sem nenhum controle.
- Dulce.



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Autor(a): Larissa Ellen

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