Fanfic: A Dor que Habita em Mim | Tema: Drama, Rebelde, Romance, Amor

Fecho os olhos e tento me lembrar se já ouvi aquele nome ou se já tinha visto aquela garota, mas é inútil, nada vem em minha mente.
Sinto meus ombros tensos e minha dor de cabeça diária já começa a aparecer. Bela merda.
- Acho que já encontrei com ela uma vez na biblioteca. - Christian comenta, como se não tivesse certeza.
Sou pego desprevenido e me viro para ele sem acreditar no que tinha acabado de escutar.
- Ela estuda com a gente?
- Não tenho certeza se era ela.
- Claro que era, idiota. - Pablo responde sem paciência. - A sala dela é a do terceiro ano D, não esqueço aquele cabelo por nada.
Me calo completamente e começo a me perguntar "Como diabos eu nunca vi aquela garota antes?"
As pontadas em minha cabeça ficam cada vez mais fortes e eu decido deixar essa história para lá.
Já deu por hoje.
Os minutos se passam e a vejo retornar até nossa mesa com muito cuidado enquanto segura a pizza nas mãos.
- Com licença. - Repete se aproximando ainda mais.
Ela apoia a pizza sobre a mesa e ajusta nossos pratos para que possa nos servir, um a um.
Não me perguntem o motivo, mas eu não conseguia tirar os olhos dela, observei todas as suas ações, sem perder nada.
Era óbvio que ela sentia meu olhar e tratou de não me encarar de volta, apenas fazendo seu trabalho.
Quando chegou a vez de me servir, Dulce não teve outra opção a não ser olhar para mim. Quando vi a indiferença presente em seu olhar assim como em sua voz, toda a minha vontade de deixar essa história para lá desapareceu, dando lugar a uma vontade absurda de dar uma lição naquela garota.
- Que horas a lanchonete fecha?

Minha pergunta sai mais ríspida do que o desejado. Meu corpo estava todo tensionado e, com toda certeza, eu teria sérios problemas com dores mais tarde.
- Desculpe?
O tom de deboche estava presente em sua voz outra vez. Sonsa.
- Quero saber que horas você sai daqui. 

Dor de cabeça maldita.
Dulce arqueia uma das sobrancelhas e inclina a cabeça para me analisar, como se eu fosse o maior idiota do universo.
Então, simplesmente, solta a respiração e se vira para Pablo, me ignorando.
- Já trago as bebidas de vocês.
Vaca.
Ele demora um pouco a responder, visivelmente muito surpreso com a cena e força um sorriso para ela.
- Obrigado.
Se antes eu estava puto da vida, agora estava à beira de um surto.
- Que porra foi essa, Caleb? - Christian é o primeiro a comentar.
- Vai a merda. - Bufo de raiva. - Que horas essa merda fecha?
- Suas veias estão saltando, você precisa relaxar. - Pablo afirma, enquanto mastiga seu pedaço de pizza. - Fecha às 23:00 ou alguma coisa assim.
Desço o olhar para o relógio que tinha em meu pulso marcando 22:15.
Ignoro a tensão do meu corpo e a dor insana na minha cabeça.
- Vou esperar fechar.
O silêncio segue pesado e carregado de questionamentos.
- Por quê? - Christian ousa perguntar.
- Porque eu quero, porra.