Fanfic: A Dor que Habita em Mim | Tema: Drama, Rebelde, Romance, Amor
Empurro minha cadeira para trás e me levanto sem dizer mais nada.
Ontem ela tinha conseguido escapar, mas hoje seria diferente.
Caminho em passos largos na sua direção, pronto para começar nosso jogo. Ou melhor, continuar.
Dulce segurava um livro nas mãos e parecia estar realmente concentrada na leitura, com um simples suco de fruta em sua frente.
Paro a poucos passos de distância dela, apenas com a mesa nos separando, encarando seu rosto e esperando até que me olhe de volta, mas os segundos se passam e nada acontece.
Ela sabia que eu estava ali, estava sentindo a minha presença e mais uma vez, tratou de me ignorar.
Ok. Se ela queria do jeito difícil que assim fosse.
- Vim terminar a nossa conversa.
Dulce permanece séria e focada no livro, sem emitir nenhum som ou se mexer.
O sangue queima em minhas veias e a tensão retorna ao meu corpo.
- Estou falando com você. - Minha voz soou bem mais alta do que eu pretendia.
Era oficial, aquela garota me tirava do sério.
Seu olhar se ergueu até o meu, ainda mais indiferente do que ontem.
- É melhor você sair daqui.
O tom de sua voz é suave e tranquilo, demonstrando que não se abala com o meu descontrole.
- E por que eu faria isso?
Forço um sorriso na tentativa de ser irônico. Não que eu fosse bom isso.
- Para o seu próprio bem.
Ela estava me ameaçando?
Apoio minhas mãos sobre a mesa e me inclino sobre ela ainda de pé, pronto para questionar sua frase, mas é nesse momento que a beleza de Dulce me atinge.
Naquele instante, com a claridade da manhã à sua volta, era possível ver seu rosto com perfeição.
A pele era clara, os olhos castanhos e os lábios pequenos e rosados. Haviam também algumas pequenas sardas espalhadas por seu rosto, tão suaves e delicadas que me fizeram apertar os olhos para poder enxergar. Sem contar o cabelo, mesmo ainda preso, era a coisa mais bonita que eu já tinha visto. Ruiva de verdade.
- Gosto do seu cabelo. - Solto o elogio, sem poder me conter.
Mesmo sem nenhuma maquiagem no rosto, ela era bonita. Muito bonita.
Bom, se minhas frases anteriores não surtiram efeito desejado, esse pequeno comentário, fez o serviço.
Sua expressão se transforma de indiferente para irritada e ela fecha o livro com uma batida.
- Tenho cara de idiota?
O que?
Ela se ergue da cadeira e se inclina da mesma forma que eu, parecendo pronta para me atacar.
- Não tenho nada para falar com você, portanto, me deixe em paz. - Declara, com muita firmeza.
Se tinha esquecido da minha raiva por causa de sua beleza, ela fez questão de me lembrar.
Sinto uma leve pontada na nuca, e por um segundo, meu coração errou uma batida.
Cruzo meus braços sobre o peito e respiro fundo, me forçando a abrir um sorriso convencido.
- Já entendi qual é a sua, garota. - Digo, como se tivesse acabado de desvendar seu joguinho estúpido.
Quando um sorriso também surge em seu rosto, tenho a certeza de que estou certo.
Se Dulce queria brincar comigo, eu estava disposto a jogar.
- E por que você não me conta? - Pede, arqueando a sobrancelha.
- Você quer a minha atenção. - Afirmo, soltando uma breve risada. - Sinto informar, você não faz meu tipo.
Mais uma mentira de merda, mas foda-se, ela não precisava saber.
Mesmo diante de minhas palavras estúpidas, seu sorriso permanece intacto.
- Jura? - O deboche continua presente em sua voz. - Então, me diga Caleb, o que você ainda está fazendo aqui?
Assim que escuto isso, meu sorriso morre. Pelo visto, ela sempre tinha uma resposta na ponta da língua. Não vou deixar barato.
- Não vou deixar você em paz. - Declaro alto o suficiente para que todos no refeitório possam ouvir.
O ambiente fica silencioso e sinto os olhares de todos sobre nós.
Aquilo parece afetar sua postura, pois seu corpo fica rígido e sua respiração desregulada.
Definitivamente, Dulce não gostava de ser o centro das atenções.
- Está me ameaçando?
É impossível não sorrir, ao constatar que o deboche em sua voz havia desaparecido.
Agora sim, estávamos de igual para igual.
- Apenas comunicando. - Dou de ombros, transbordando arrogância.
Ouço alguns comentários ao nosso redor e não me importo nenhum pouco.
Dessa vez, quem saiu andando fui eu.
Autor(a): Larissa Ellen
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