Fanfic: Coração de Prata [+18] | Tema: Amor Doce
Era uma manhã de segunda-feira quando Nathaniel Jones, um rapaz de radiantes cabelos dourados, se encarregava de revisitar e organizar algumas papeladas que geralmente são guardadas nos armários da sala do Conselho Estudantil.
Apesar de ser uma atividade árdua, devido à minuciosidade requerida, era essencial que os registros de documentação de cada estudante matriculado na Sweet Amoris fossem organizados em novas fichas de prontuários. Afinal, a primeira semana de setembro marcava o início de um novo ano letivo.
Por sorte, Nathaniel não era o único responsável pela parte administrativa. Melody Coleman, sua colega de classe, foi nomeada pela diretora do colégio como vice-presidente do Conselho Estudantil. Com isso, as tarefas do Conselho se tornaram bem mais fáceis, já que ambos passaram a compartilhar as mesmas funções, apesar de, a princípio, estarem ocupando cargos diferentes.
Além disso, desde o primeiro dia, a relação entre Melody e Nathaniel sempre se mostrou bastante respeitosa, o que tornou não só a produtividade mais eficiente, como também criou um ambiente facilitador para a convivência.
Portanto, naquela segunda-feira, Nathaniel e Melody, como de costume, se dividiram para organizar as papeladas: enquanto um se responsabilizava pelos documentos dos veteranos, o outro cuidava dos referentes aos calouros. Dessa forma, a expectativa era de que, até o horário do almoço, eles conseguiriam dar conta de tudo.
-Nath, você pode me emprestar uma caneta? -Melody, que trabalhava com evidente empenho, pediu ajuda a Nathaniel, que, assim como ela, estava extremamente concentrado no que fazia.
-Pode usar esta. -O garoto entregou a sua colega uma de suas canetas, mas sem tirar os olhos dos papéis que estavam sobre a sua mesa.
-Obrigada! -Melody agradeceu com um sorriso de canto.
-Eu estou quase finalizando esta pilha da direita. -Nathaniel informou em voz alta.
-Ah! -Melody exclamou, olhando para a mesa de Nathaniel. -Se eu conseguir terminar a minha pilha antes, posso ajudá-lo depois com a sua. -Declarou com certa devoção.
-Certo! -Nathaniel assentiu antes de soltar um longo suspiro devido um desconforto nas pernas, já que ele estava parado na mesma posição fazia um bom tempo.
Após alguns minutos, em que tudo o que ecoava pela sala eram os sons das canetas riscando o papel e os documentos sendo movidos de um lado para o outro, Melody, agoniada com o silêncio, decidiu puxar assunto com Nathaniel.
-Você soube que o novo professor de Artes chega amanhã?
-Sim! Eu ouvi falar sobre ele. Se não me engano, o seu nome é Patrick, certo?
-É isso mesmo. -Melody se virou para encarar Nathaniel, mas ele nem sequer se mexeu, permanecendo na mesma posição de antes.
Um pouco chateada por não receber a atenção que gostaria, Melody decidiu desabafar sobre o antigo professor de Artes, Rayan, que acabou sendo demitido no ano anterior após se envolver em um escândalo de venda de drogas no campus.
-Eu estou muito contente por termos um novo professor. -Melody declarou, limpando a garganta. -O professor Rayan nunca foi um bom profissional, principalmente em sala de aula. Desde o primeiro ano, ele só nos colocava para pintar quadros ou colorir imagens, tudo em nome da "autoexpressão". Mas, agora que estamos quase nos formando, será bom para o nosso desempenho escolar termos contato com alguém que demonstre algum tipo de paixão pela arte, não concorda, Nath?
Antes que Nathaniel pudesse respondê-la, a porta que dava acesso ao Conselho foi aberta abruptamente.
Na entrada, surgiram três figuras marcantes: Ambre, a irmã gêmea de Nathaniel, acompanhada de suas duas melhores amigas, Li e Charlotte.
Sem se importar com a algazarra que faziam, Ambre se posicionou perto da parede, enquanto suas amigas assumiram uma posição de bloqueio em frente à porta.
-O que você quer, Ambre? -Nathaniel, conhecido por seu jeito pacifista, rapidamente mudou de atitude assim que percebeu que todo aquele alvoroço tinha sido causado por sua irmã.
-Eu vim aqui dar um recado. -Anunciou Ambre, com um tom de voz que demonstrava evidente desinteresse. -A diretora quer falar com você, disse que é urgente.
Imediatamente, Melody e Nathaniel trocaram olhares confusos, já que não fazia sentido haver uma reunião de última hora antes mesmo do ano letivo começar. Afinal, o primeiro dia de aula seria apenas na manhã seguinte.
-E ela disse o porquê? -Nathaniel indagou, ainda sem compreender muito bem o contexto da iminente reunião.
-Não! -Ambre respondeu, mais desinteressada do que antes.
-Certo...
Ainda desconfiado, Nathaniel continuou a achar estranha a razão pela qual Ambre e suas amigas estavam perambulando pelo prédio da Administração. Não podia ser apenas por conta da diretora. Ele sabia que havia outra motivação por trás da presença delas.
-E vocês estão precisando de alguma coisa? -Nathaniel perguntou, cruzando os braços, pois Ambre continuava parada no mesmo lugar e agindo de um jeito estranho. Seria possível que ela tivesse se envolvido em algum tipo de confusão? -Não me digam que vocês estão causando problemas. -Desta vez, o tom acusador de Nathaniel fez com que Ambre se irritasse.
-Por que você sempre acha que fizemos algo de errado? -A garota declarou, bufando.
E antes que Nathaniel pudesse retrucar, ela prosseguiu, dando de ombros:
-Eu só vim aqui para pedir um pouco de dinheiro emprestado. Daí, no caminho pra cá, a diretora nos viu e me pediu para passar o recado a você. Então, aproveitei a ocasião e juntei o útil ao agradável. Feliz agora?
-Sim, Ambre! -Nathaniel respondeu, revirando os olhos. -Mas por que você precisa de dinheiro? Cadê o seu?
-Eu não tenho o suficiente, além do mais, abriram uma nova sorveteria aqui perto. Eu quero experimentar o milkshake de lá.
-E você não pode pedir ao papai uma transferência para o seu cartão de crédito? -Nathaniel questionou, sem paciência.
-E você acha que eu não tentei?
Sabendo que não tinha como escapar, Nathaniel acabou se rendendo às exigências da irmã.
-Quanto você precisa?
-Só 5 euros.
-Está bem...
Ao colocar a mão no bolso dianteiro da calça, Nathaniel retirou de sua velha carteira a quantia que faltava.
-Aqui!
-Obrigada, maninho!
Com uma voz falsamente meiga, Ambre pegou o dinheiro e prontamente saiu dali com suas amigas, que também não fizeram questão de se desculpar pela forma grosseira como chegaram.
Após as três meninas irem embora, Nathaniel se levantou e também se dirigiu à porta.
-Eu vou conversar com a diretora. -Informou a Melody, que apenas balançou a cabeça, assentindo.
Assim, ao subir para o terceiro andar do mesmo prédio, Nathaniel caminhou por um longo corredor até chegar a uma estreita porta de madeira.
Ele bateu nela cerca de três vezes, e uma voz abafada, do outro lado, permitiu a sua entrada.
Logo que entrou, o garoto precisou cobrir um dos olhos, pois a sala da diretora era fortemente iluminada pela luz do sol. Além disso, o forte cheiro de café impregnava as paredes, o que causava uma leve sensação de náusea aos seus visitantes.
-Só um instante...
A diretora, conhecida por seu icônico sobretudo cor de rosa, mexia atentamente em seu computador enquanto, ao mesmo tempo, apreciava uma boa xícara de café com leite.
Nesse momento, Nathaniel pôde notar, através do reflexo dos óculos da diretora, que ela estava lendo algum tipo de documento.
Após algum tempo lendo, a mulher parou o que fazia e direcionou o seu olhar para o rapaz acanhado, que ainda se mantinha de pé.
-Sente-se, por favor! -Apontou para uma das poltronas de couro em frente à sua mesa.
Nathaniel, sempre tímido diante de uma figura autoritária, obedeceu ao pedido da diretora, acomodando-se na poltrona.
-Imagino que você deve estar bem confuso -Disse a diretora Shermansky com um sorriso acolhedor, esforçando-se para fazer com que Nathaniel se sentisse menos tenso.
-Sim! -Admitiu ele, evidentemente nervoso. -Sobre o que a senhora gostaria de conversar comigo?
A diretora, então, endireitou a própria coluna e iniciou o seu tão importante discurso:
-Bem, como você deve se lembrar, Nathaniel, no ano passado tivemos alguns problemas com drogas aqui na Sweet Amoris. A polícia, assim como outras autoridades, se envolveu na investigação. Além disso, tivemos que lidar com pais e mães telefonando e enviando e-mails o tempo todo. Enfim... a verdade é que estávamos todos extremamente sobrecarregados, inclusive você e a senhorita Coleman, com os afazeres do Conselho Estudantil. -A diretora fez uma pausa para tomar mais um gole de café e, quando se deu por satisfeita, prosseguiu: -Infelizmente, tivemos que enfrentar toda essa conjuntura de infortúnios. E no meio disso tudo, o seu colega de quarto acabou sendo expulso, o senhor... Campbell. Dakota Campbell. Por conta do consumo e venda de drogas, certo?
-Sim... -Ainda sem entender onde a diretora queria chegar com aquilo, Nathaniel simplesmente permaneceu calado e concordando com tudo.
-Então... -A diretora fez mais uma pausa. -O que eu quero dizer com tudo isso é que, mesmo no meio de tantas adversidades, você se manteve firme e nunca deixou as suas responsabilidades de lado. Isso é muito louvável, Nathaniel.
Com as maçãs do rosto ficando vermelhas de vergonha, Nathaniel contraiu os lábios e sussurrou um agradecimento.
-Obrigado!
-Os seus esforços são notáveis, querido! -Disse a diretora, transmitindo-lhe um sorriso de confiança. -É por isso que eu lhe incumbi de uma nova tarefa.
Em seguida, a diretora virou o computador de lado, permitindo que Nathaniel visse o que ela estava lendo anteriormente.
-Este rapaz será o seu novo colega de quarto: Castiel Wilburn.
Nathaniel, evidentemente surpreso, viu a foto de um rapaz de cabelos vermelhos na tela do computador, com um texto abaixo contendo informações pessoais sobre ele.
-O meu novo colega de quarto? -A sua pergunta soou retórica.
-Isso! -A diretora confirmou, retomando a tela para si mesma.
-Certo... mas o que ele tem a ver com a minha nova tarefa? -Nathaniel questionou, ainda confuso.
-Veja bem, o senhor Wilburn está sendo transferido para cá de um reformatório. Ele irá terminar o ensino médio conosco. E, pelo que o pai dele me contou, esse rapaz é um tanto quanto problemático. Por isso, eu gostaria que você ficasse de olho nele e o ajudasse a se adaptar, pelo menos nas primeiras semanas de aula.
-Eu? -Sendo pego totalmente desprevenido, Nathaniel deu um salto para trás.
-Sim! -A diretora sorriu mais uma vez. -Você sempre se mostrou muito responsável. Além do mais, o único quarto capaz de acolhê-lo é o seu. Por isso, achei que seria conveniente lhe propor essa tarefa.
Escutando a justificativa dada pela diretora, Nathaniel refletiu sobre o fato de que ele teria um novo colega de quarto.
O seu companheiro anterior, Dakota, não era alguém muito prudente. Seria Castiel o mesmo? Pensou.
Entretanto, Nathaniel sabia que não podia comparar pessoas, nem experiências.
Ele não queria criar pré-julgamentos antes de conhecer alguém.
Sendo assim, com a mente aberta, Nathaniel não hesitou e aceitou, então, a proposta que lhe foi oferecida.
Autor(a): robbiedawson
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Assim que Nathaniel e Melody terminaram os seus afazeres, eles trancaram a sala do Conselho Estudantil e seguiram em direção ao refeitório para almoçarem juntos. Durante a caminhada até lá, Nathaniel compartilhou com Melody a sua breve reunião com a diretora, porém de uma forma mais detalhada, já que, ante ...
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