Fanfic: Coração de Prata [+18] | Tema: Amor Doce
Assim que Nathaniel e Melody terminaram os seus afazeres, eles trancaram a sala do Conselho Estudantil e seguiram em direção ao refeitório para almoçarem juntos.
Durante a caminhada até lá, Nathaniel compartilhou com Melody a sua breve reunião com a diretora, porém de uma forma mais detalhada, já que, anteriormente, ele tinha omitido a informação sobre Castiel estar se transferindo de um reformatório juvenil.
Ao ouvir toda a história, Melody não escondeu o seu descontentamento em relação à vinda de Castiel, contudo, ela preferiu omitir as suas percepções pessoais naquele momento, tendo em vista as suas opiniões de caráter moralista. Logo, a dupla prosseguiu adiante sem se aprofundar tanto no assunto.
Já no refeitório, eles conseguiram achar várias mesas disponíveis, visto que, uma boa parcela dos estudantes ainda estavam a caminho da Sweet Amoris, então, o campus não se encontrava tão cheio.
Independente disso, o almoço foi bastante agradável para os dois. Eles riram, conversaram sobre os seus gostos em comum e também relembraram momentos engraçados.
Ao final do almoço, Melody convidou o loiro para passar um tempo com ela na biblioteca, já que ambos compartilham uma afinidade por livros de romance policial. No entanto, Nathaniel recusou educadamente o convite, tendo em vista que, às vezes, ele se sente sufocado por ela, pois Melody demonstra uma necessidade excessiva de estar ao lado dele o tempo todo.
Obviamente, Nathaniel nunca discutiu isso com ela, afinal, não seria adequado de sua parte trazer essa questão à tona, já que ele também considera esse assunto um tanto quanto desagradável.
Sendo assim, o garoto inventou uma desculpa qualquer e foi para o dormitório masculino.
Em seu quarto, ele vestiu algo mais despojado, até para se sentir mais confortável, e em seguida, resolveu descansar um pouco, cochilando no processo.
Algumas horas depois, ele foi despertado por algumas batidas na porta.
Ainda sonolento, e cambaleando, Nathaniel arrastou-se até ela.
Quando a porta foi aberta, Nathaniel quase se esbarrou com o seu colega de sala, Lysandre, que trazia consigo um bloco de notas rabiscado.
-Olá, Lysandre! -Nathaniel o cumprimentou, bocejando.
-Ah! Oi, Nathaniel! -Lysandre o respondeu, coçando o queixo.
-Eu posso lhe ajudar com alguma coisa? -Nathaniel indagou assim que percebeu um olhar perdido no rosto do colega.
-Na verdade, estou tentando me lembrar de algo. -Disse o rapaz de cabelos prateados. -Ah, sim! -Exclamou afoito. -A diretora pediu para você ir até a entrada da Sweet Amoris o mais rápido que puder. Ela disse que é urgente. Acho que a família de um aluno está com ela.
-Caramba! E isso faz muito tempo? -O desespero, então, começou a tomar conta de Nathaniel. Como ele pôde ser tão irresponsável assim? É essa a boa impressão que ele queria causar ao seu novo colega de quarto? Agir como uma pessoa completamente desleixada e que não dá a mínima? Talvez ter tirado um cochilo tenha sido um erro. Pensou.
-Não! Não! -Lysandre prontamente o tranquilizou. -Isso faz uns três minutos. Ela pediu para verificar se você estava em seu quarto, e aqui está você. -Lysandre explicou sorrindo e demonstrando um sinal de satisfação por ter encontrado o colega.
-Puxa! Obrigado por avisar, Lysandre -Nathaniel agradeceu o amigo que apenas assentiu silenciosamente e foi embora perdido em seus pensamentos.
Ao fechar a porta, Nathaniel apressadamente foi até o guarda-roupa e tirou um pente lá de dentro. Em seguida, ele se curvou diante de um espelho preso à parede e arrumou o cabelo desgrenhado.
Sentindo-se mais apresentável, Nathaniel se dirigiu ao local onde a diretora informou que estaria.
Ao chegar lá, ele imediatamente percebeu a presença de três figuras com auras bastante dominantes: os integrantes da família Wilburn.
O homem, de fisionomia descuidada e vestindo uma camisa social branca com evidentes manchas amareladas, conversava intimamente com uma mulher que estava entrelaçada em seus braços. Ao fundo, e isolado do casal, estava ninguém menos que Castiel.
Ele carregava uma mochila grande nas costas e, em uma das mãos, segurava o que parecia ser uma guitarra, devidamente guardada em uma capa protetora.
Além disso, as suas roupas chamavam bastante a atenção, já que ele seguia um estilo rockeiro.
-Senhor e Senhora Wilburn. -A diretora trouxe Nathaniel para mais perto. -Aqui está o aluno do qual eu mencionei a vocês. Nathaniel Jones, um dos nossos estudantes mais promissores.
-Olá! -O senhor Wilburn puxou a mão de Nathaniel para lhe dar um forte aperto de mão.
-É um prazer conhecê-los! -Nathaniel os recepcionou com afabilidade.
-Eu sou Jean-Louis, e esta aqui é a minha noiva, Olivia.
O pai de Castiel apresentou a moça parada ao seu lado, contudo, ela não fez questão de cumprimentar Nathaniel, apenas lhe expressando um sorriso seco.
-E esse aqui é o meu filho, Castiel. -O homem prosseguiu indicando com um gesto o rapaz de cabelos vermelhos e jaqueta de couro.
Castiel, que mascava um chiclete de menta, encarou Nathaniel analisando-o de cima para baixo enquanto deixava um sorriso debochado escapar.
-Vocês me arranjaram um cão-guia, é? Que gracinha! -Comentou em um tom zombador.
-Castiel! -O seu pai brandou, rispidamente. -Onde estão os seus modos? Ele vai ser o seu colega!
Castiel ignorou a bronca do pai, dando de ombros.
-Sinto muito por isso! -Jean-Louis se desculpou com a diretora e também com Nathaniel.
-Não se preocupe, senhor Wilburn! -A diretora sorriu para ele na intenção de confortá-lo. -Eu tenho certeza que o seu filho irá se adaptar muito bem na nossa instituição. Que tal irmos ao meu escritório para discutirmos com mais serenidade?
-Claro! Isso seria ótimo! Vamos amor! -Jean-Louis, em um sinal de concordância, se virou para a sua noiva, Olívia, que se mantivera tão indiferente quanto antes.
-Nathaniel. -A diretora o sinalizou antes de sair. -Por que você não faz um tour com Castiel? Apresente a ele o nosso campus!
-Pode deixar, diretora! -O garoto sorriu para ela. -Vamos? -Nathaniel se aproximou de Castiel, que por alguns segundos, o ignorou, entretanto, o ruivo eventualmente terminou cedendo, afinal, ele não tinha muita escolha.
Logo, os dois rapazes percorreram todos os cantos prováveis e improváveis da Sweet Amoris. E durante todo esse tempo, Nathaniel se esforçou para criar um ambiente que fosse no mínimo interessante, citando dados históricos e relatando acontecimentos importantes que envolveram o passado da escola. Todavia, Castiel não demonstrou nenhum tipo de interesse em conhecer o colégio ou a sua história, se colocando como indiferente do início ao fim.
Quando estavam perto de terminar o tour. Nathaniel se propôs a levar Castiel ao dormitório masculino, já que até aquele ponto, ele poderia estar cansado de tanto falatório.
-Ei! -Castiel assobiou para chamar a atenção de Nathaniel. -Tem algum fumódromo por aqui?
Eles pararam no meio do caminho.
-Bem… -Nathaniel, que ficou um pouco sem jeito para respondê-lo, explicou cuidadosamente ao ruivo a existência da política antidrogas na Sweet Amoris.
-Neste caso… -Castiel, assim que terminou de ouvir a explicação, retirou do bolso dianteiro da sua jaqueta um pacote de cigarros da marca Winston.
-O que você está fazendo? -Nathaniel perguntou, franzindo o cenho.
-Estou aproveitando enquanto posso! -Castiel justificou cuspindo o seu chiclete fora e acendendo, logo em seguida, um cigarro para si.
-Você não pode! -Nathaniel protestou observando o ruivo fumar.
-Eu posso sim! -Castiel sorriu de lado. -Tecnicamente, o ano letivo só começa amanhã, então, eu não estou descumprindo nenhuma regra da escola, afinal, eu ainda não sou um estudante por aqui.
-Claro que você é! -Nathaniel respondeu tentando encontrar algum tipo de lógica naquele argumento. -O seu nome está registrado no sistema.
-Exatamente. -Castiel pontuou dando um trago forte em seu cigarro. -Socialmente, eu ainda não sou um estudante.
-Mas que raios de lógica é essa? -Nathaniel indagou com uma careta.
-A lógica que eu inventei. -Castiel disse, soltando uma risada. -Mas e você? Sempre foi certinho assim ou só está colocando um personagem na frente da diretora?
-Eu nã-
Castiel impediu que Nathaniel o respondesse para continuar com as suas provocações.
-Já sei! Você é o tipo que dedura os amigos, não é?
-O quê? -Sentindo-se ofendido pela insinuação do ruivo, Nathaniel se impôs, irritado. -Escuta... você não me conhece, está bem? Só porque eu gosto de seguir as regras, não significa que eu queira prejudicar os outros, principalmente os meus amigos.
-Desculpa, aí, então! -Com um sorriso debochado, Castiel apagou o seu cigarro no chão. -Estou só investigando o quão obediente é o cãozinho da diretora. Mas parece que eu me enganei, até que ele sabe se defender...
Com um movimento ligeiro, Castiel caminhou em direção a Nathaniel, sem tirar os olhos do mesmo.
Quando a ponta de seus narizes ameaçaram se encostar, Castiel interrompeu a troca de olhares entre os dois, depositando o seu maço de cigarros na mão de Nathaniel.
Sem dizer mais nada, o ruivo se retirou, deixando Nathaniel para trás e pensando consigo mesmo:
“Qual é o problema dessa, cara?”
Autor(a): robbiedawson
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