Fanfics Brasil - Capítulo 02 Querida Vilã

Fanfic: Querida Vilã | Tema: Época, Mundo Parelelo, Ficção


Capítulo: Capítulo 02

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Resmungo palavras incoerente ao ouvir o som de um liquidificador irritante me tirando do mundo dos sonhos. Olho a hora no meu celular, estava marcando nove horas da manhã. A minha intenção era acordar no mínimo meio dia já que fui dormir umas três da manhã. Mas pelo jeito alguém nesse apartamento não tinha a mesma intenção que eu e resolveu ser irritante em pleno sábado de manhã.


 


Isso só pode ser brincadeira. Bufei.


 


Levanto atordoada e furiosa, alguém aqui não respeita as manhãs de descanso alheio. No processo de buscar o culpado acabo tropeçando em alguma coisa no chão. Solto um palavrão e abro a porta do quarto bruscamente. Meus olhos procuram o culpado e encontro um homem alto seminu de costas na minha cozinha. Acho que acabo de assinar a sentença de morte de alguém.


 


Era John, o namorado de Camille.


 


— Gatinha.– Ouço minha melhor amiga, em breve ex melhor amiga. Saindo do quarto com um enorme sorriso no rosto.


 


Devolvi um olhar mortal mas aquilo não a intimidou.


 


— Se você não falar para seu namorado desligar aquela merda de liquidificador, eu juro que irei matá-lo.– Ameacei. Aquilo arrancou uma gargalhada de Camille.


Ah, era bom saber que eu não era respeitada pela minha própria amiga.


 


Ela foi até o namorado e sussurrou algo em seu ouvido e logo em seguida o liquidificador foi desligado.


 


— Prontinho. Feliz agora, senhora rabugenta?– Ela me olhou divertida e lhe devolvi uma careta.


 


— Muito.– Murmurei secamente.


 


— Bom dia, Lene.– Foi a vez de Jhon me cumprimentar. Resmunguei um bom dia contragosto e olhei para os dois que trocavam carícias.


 


— Argh! Arrume um quarto.– Isso arrancou uma risada de ambos. Revirei os olhos desgostosa.


 


Mille parecia uma modelo, a garota é alta, tem 1,70 de altura sendo específica. Os cabelos longos, de um loiro escuro brilhoso e de olhos amendoados, com o corpo perfeito, totalmente proporcional.


Se eu não soubesse que ela estudava psicologia, eu diria que ela é modelo.


Ela vestia um pijama azul simples, era um mini short e uma blusinha curta. Seus cabelos estavam meio bagunçado, provavelmente também tinha acabado de levantar. Mas diferente de mim, Camille não estava de mau humor. Já John só usava uma calça moletom cinza. Como eu disse, seminu.


 


John um homem alto, provavelmente 1,90 de altura e muito bonito. Sua pele é negra e seus cabelos ostenta uma trança enorme que batia quase na cintura. Os olhos são verdes claros, chega a ser assustador se ficar encarando demais.


E ele era modelo. Inclusive foi por minha causa que Camille o conheceu.


 


Não me lembro como exatamente quando isso foi ficando sério entre eles, só me lembro de levá-la em um dos desfile organizado pela revista e apresenta-los.


John era gente boa, um dos modelos mais educado com quem trabalhei, não éramos amigos, era mais respeito mútuo. Achei que seria educado da minha parte apresenta-los mas nunca imaginei que faíscas iriam aparecer assim que seus olhos se encontrassem, foi uma loucura mas eu fiquei feliz por Camille.


 


Camille e eu nos conhecemos no início das aulas e nos tornamos amigas rapidamente. Nunca imaginei que eu poderia firma um laço com alguém de forma tão rápida. Desde então nunca nos separamos. Em um ano decidimos dividir um apartamento juntas e aqui estamos.


Éramos totalmente o oposto uma da outra.


Minha amiga era alegre, divertida. Fazia amizades com metade da faculdade, todos queriam ela por perto.


Já eu, sou mau humorada, não me dou bem com qualquer pessoa. Meu humor é ácido e as pessoas costumam ter medo de mim. O que não me incomoda de jeito nenhum, eu agradeço por isso.


 


Mesmo sendo diferentes, Camille era minha confidente. E a felicidade dela pra mim sempre foi e sempre será importante.


 


— S, você terminou de ler aquele livro?– Eu estava indo em direção ao banheiro quando escutei a voz de Camille perguntando.


 


— Sim. Você vai querer lê-lo?– Ela assentiu enquanto sentava numa das cadeiras com uma caneca nas mãos.— Só um minuto e vou pega-lo pra você.– Falei entrando no banheiro.


 


Esse era um dos motivos que fui dormir tão tarde, por causa desse maldito livro.


 


Continuo dizendo que não é meu tipo de livro mas o filho da mãe me prendeu de uma maneira, a cada capítulo eu queria mais e mais. E quando percebi eu tinha devorado o livro inteiro em uma noite só e não satisfeita, deixei minha resenha no blog da livraria.


 


Não foi pela protagonista, obviamente, mas pelos príncipes que eram tão bem construídos que me fazia querer ser a mocinha no lugar dela. A história dos personagens era mais interessante que o romance do casal principal. Única coisa que não me conformo é que dois do mocinhos tiveram o coração partido.


É uma pequena que a autora não tenha feito um final digno para eles.


E por incrível que pareça, o casal principal combinava demais. Não teve espaço para outro shipp além deles, mesmo que a autora tenha forçado uma romance dela com os três.


 


Depois de fazer minha higiene necessária fui até o meu quarto e peguei o livro que estava jogado no chão ao lado da cama.


 


— Aqui.– Entreguei a Camille que estava sentada tomando café. Me sentei a frente do casal.


 


— Lírio? Por que Lírio?– Servi um pouco de café pra mim.


 


— Se eu falar o motivo não vai ter graça depois.– Dei uma golada no café.


 


Era isso que eu estava precisando. Suspirei contente e depois peguei uma fatia de pão em cima da mesa.


 


— É um plot tão bom assim?– Perguntou folheando o livro.


 


— Mais ou menos.– Refleti.— Não é grande coisa mas explica talvez alguma coisa.– Mille ergueu uma a sobrancelha pra mim.— Você sabe que não sou de dar spoilers sobre nada.


 


Ela bufou e colocou o livro em cima da mesa e voltou a tomar o café.


 


Spoiler: O plot era, Catarina não Catarina, seu nome de batismo era Lírio. A sua mãe lhe deu esse nome porque significava a virtude, inocência e pureza. O melhor de tudo é que quando a prota completasse 20 anos, seu nome de batismo seria reivindicado e proclamado ao mundo e seu pai teria que lhe entrega a coroa.


Eu achei isso de uma genialidade da autora, uma perspicácia sem tamanho.


Mas... Ela perdeu o plot por fazer uma mocinha tão sem graça e bondosa.


Perdoou até o imperdoável, achei ridículo.


 


— Aonde você achou esse livro?– Foi Jonh que perguntou. 


 


— Em uma livraria pequena uns três quarteirão daqui.


 


— Acho que eu já vi essa livraria.– Camille falou pensativa.


 


O silêncio se instaurou enquanto tomávamos nosso café da manhã.


 


— Hmm... Tive uma ideia!– Falei.— Que tal fazermos o dia da faxina hoje?


 


John gemeu contragosto.


 


— Ah não, Lene. Hoje é sábado, dia de descanso e eu sou um top model, você não pode me usar para fazer faxina na sua casa. O que vão pensar de mim?


 


— Vão pensar que você é um ser humano funcional?– Ele fez uma careta.— Aliás, eu posso usar sim, você praticamente mora aqui e ninguém mandou me acorda com aquela barulheira pela manhã. Você me deve isso. Ou prefere que eu me vingue de outra maneira?


 


Ele arregalou os olhos.


 


— Você não faria isso.– Ele olhou para a namorada em busca de uma resposta. Pelo olhar de Mille, ele entendeu que sim, eu era faria.— Certo, por onde eu começo?


 


Inclinei minha cabeça para trás e gargalhei.


 


(...)


 


Havia se passado mais ou menos duas hora que tínhamos iniciado a faxina geral pelo apartamento. Eu já tinha limpado o meu quarto e estava limpando a sala, que era conjugada com a cozinha.


Quem cuidava da cozinha era John, bem obediente como um cãozinho. E minha amiga me "ajudava", entre aspas porque ela decidiu que iria começar o livro bem no meio da faxina e ficava mais distraída com o livro do que realmente ajudava em algo.


 


— Camille, poderia deixar esse livro um minuto e começar me ajudar aqui ou vamos terminar essa faxina só de noite.– Falei entre dentes já irritada. Eu estava em cima de banquinho tirando o pó de cima da estante preta que tinha no canto da sala. Olhei na direção de Camille que estava encostada perto da estante em pé abraçado ao moob e com o livro na mão.


 


— Só estou terminando essa parte.– Falou ainda distraída.


 


— Camille!– Soltei um berro a fazendo assustar e me fazer desequilibra.


 


Foi como se eu estivesse enxergando tudo em câmera lenta. Camille jogando o moob de lado e o livro pra cima totalmente assustada com o meu desequilíbrio. Seu impulso foi me ajudar a me segurar mas meu corpo resolveu despencar antes mesmo de qualquer raciocínio rápido que ela poderia ter. Então em um piscar de olhos, eu estava caída no chão.


 


— Meu Deus, Selene!– Ela gritou alto.


 


Fechei meus olhos sentindo uma dor aguada na cabeça e meus pulmões procuravam ar como loucos. Senti algo duro bater em cima da minha barriga me fazendo gemer mais ainda de dor.


 


— O que aconteceu?– A voz assustada de John invadiu meus ouvidos.


 


— Merda, o livro.– Ouvi algo bater no chão e depois duas mãos femininas em mim, uma das mãos foi na testa e a outra no meu braço.— Respira devagar.– Me instruiu.


 


— Será que devemos levá-la ao hospital?


 


Respirando mais devagar fui aos poucos colocando ar para dentro. Mas minha cabeça ainda doía muito.


 


— Ai minha cabeça.– Murmurei.


 


— Acho que é melhor. Ela bateu a cabeça, você ouviu o barulho.– Senti sua mão tocar minha cabeça de leve.


 


Suas vozes foi ficando mais abafada e distante. Eu não sei o que estava acontecendo e eu queria falar algo ou tentar no mínimo entender o que diziam. Mas meu corpo estava cedendo a escuridão aos poucos.



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Autor(a): franpsouza19

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