Fanfic: § As Mentiras Que Contamos Para Nós § | Tema: {Vondy/RBD}
Capítulo 1
Sob olhares e tensões
Era manhã de outubro, e uma semana estava finalizando-se outra vez.
Ao entrar no elevador para ir ao estacionamento do seu prédio, o rosto de Dulce Saviñón era suave e tranquilo ao cumprimentar alguns vizinhos.
— Bom dia.
— Dulcinha, meu bem. Como está sua mãezinha? — Estef, sua antiga vizinha e amiga, perguntou.
— Vai melhorar em breve, Estef. Tenho fé que ficará bem, só precisamos continuar com seu tratamento.
Joshua, o esposo dela, olhou para Dulce com verdadeira compaixão.
— Sua mãe é forte, e sem dúvidas herdou isso dela, menina. Estamos na torcida por aqui, não tenha dúvidas.
— Eu agradeço todo o apoio, e vamos ter boas notícias em breve, eu só quero que ela volte logo para casa..
— Todos nós queremos isso. Força, querida.
Ela sorriu, e logo se despediu dos amigos quando eles desceram na portaria.
Seu andar veio em seguida, e ela não demorou muito para entrar no carro popular e sair em direção ao trabalho.
Era apenas mais um dia comum — ela pensou, em um suspiro cansado.
Sim. Estava exausta mentalmente, apenas o trabalho era capaz de lhe distrair sobre tudo aquilo que estava acontecendo.
Exatamente a dois meses atrás sua mãe fora diagnosticada com AVC e por muito pouco não a perdeu, pois ela também teve um infarto ao descobrir que seu pai estava namorando outra mulher.
Eles haviam se divorciado há quatro anos, na época ele estava de caso com uma modelo que visava seu dinheiro e a mesma quase lhe deu um golpe da barriga para obter dinheiro, ameaçou contar sobre o caso para a família e alegou uma gestação, porém o pai negou qualquer aceite de chantagem e cortou a relação. Não achou que ela realmente iria cumprir as ameaças.
Sua mãe sofreu muito mas, aparentemente, havia superado. Porém não foi isso que pareceu quando a notícia do novo namoro se espalhou na família.
Idiota. Seu pai era um grande cego mesmo.
Quando que uma mulher que esteve por trinta e cinco anos ao seu lado dando apoio e suporte poderia ser trocada por uma vadiazinha que só tinha beleza artificial?
Alguns homens eram muito… argh!
O caminho até seu trabalho foi rápido com tantos pensamentos. Ela mal podia esperar por seus números e mais números.
{...}
A manhã de Christopher Uckermann não havia começado da melhor maneira. Ultimamente discutia cada vez mais com seus pais e sempre o mesmo assunto - a data do noivado com Belinda Schüll.
Para o maldito inferno com aquela mulher. Quando iriam entender que ela era seu passado? E pior, que ela amava outro homem e esse fodido não era ele?!
Ao entrar pelas portas do imponente prédio da UcA investimentos, nem mesmo o toque clean do lustre perfeitamente posicionado central acima no hall amenizava a tensão que emanava dele, provavelmente.
Cumprimentou com um leve sorriso alguns colegas e pegou o elevador para seu andar presidencial.
Quinze andares de pura solidão e inquietação, até que as portas finalmente se abrem e ele se depara com ela, a perfeita descrição da calmaria em pessoa.
Ele saiu e a cumprimentou com um bom dia, sem desviar o olhar de sua porta por trás do gabinete dela. Encarar seus olhos eram um convite a pensamentos quentes ultimamente.
Dulce Saviñón sempre foi uma pessoa organizada.
Quando conseguiu o estágio no UcA Investimentos ela sabia que seria desafiador, mas se comprometeu a dar o seu melhor e ele podia afirmar isso sem dúvidas.
Ela focava nos relatórios, nas reuniões e nas metas do banco sempre procurando aprender mais. Sua dedicação chamava a atenção de Christopher, que a observava de longe quase sempre, e sem que ela percebesse. Para ele, Dulce tinha algo diferente. Não era apenas a competência no trabalho ou a maneira respeitosa com que tratava todos, mas uma leveza em seu comportamento, uma sinceridade que contrastava com o mundo frio e calculista ao qual ele estava acostumado.
Certo dia, durante uma reunião intimista entre ele, sua secretária Dulce e a equipe de investimentos aplicados, Christopher se pegou admirando a forma como ela lidava com uma situação complicada. Ela sabia que estava certa sobre aquela agenda que desmarcou, e se manteve calma, resolutiva, enquanto pareciam despejar todo o ódio do mundo sobre ela.
— Devon Yorsh deveria encontrar com a equipe de investimentos aplicados e passamos duas horas na espera do mesmo! Duas horas! — esbraveja a Briana, a chefe da equipe. Ela dividia o olhar de condenação entre Dulce Saviñón e seu supervisor direito, Christopher.
—Sua falta de responsabilidade em pelo menos avisar, um maldito telefone, teria poupado nosso tempo Dulce. Acha que por trabalhar meio período suas responsabilidades são menores? Você está aqui para aprender e dar o seu melhor, não acha que sua posição requer mais atenção aos detalhes ou administrar agendas é um trabalho difícil demais para ti ?— debochou a morena. O tom superior como ela atacava Dulce o irritou, mas ele manteve a postura. Iria tratar aquilo depois, mas Dulce pediu a fala e ele direcionou toda a atenção para ela.
— Vamos dar a palavra para Dulce se posicionar, Briana. Em seguida você poderá contestar.
A mesma cruzou os braços e riu, com extremo descaso.
— Diga, menina. Fale suas desculpas.
— Primeiramente, Bria…
— Diretora executiva Briana.
— Briana — concluiu Dulce, sem pouco importar-se com aquela despeitada orgulhosa — Eu administro as agendas do andar inteiro, entrego meus relatórios no horário e nunca deixei de repassar nenhuma informação a setor algum, mas não posso entrar na sua sala quando está trancada muito menos falar com você se seu telefone vai cair na caixa postal todas as vezes em que eu ligar.
Christopher sorriu por dentro. Aquela mulher sabia argumentar.
A cara de Briana fechou levemente, e ela contestou, mais amena.
— E você não poderia me enviar um email, Dulce?
— Aprendeu a checar seus spams, Bria? Digo, semana passada eu passei horas abrindo um por um de suas mensagens recebidas que você não localizava, apenas por estarem em spams. Mas isso não vem ao caso quando deixei também três áudios em seu Whatsapp…— ela sorriu, suavemente ao se levantar de sua cadeira para sair — ou será que são informações demais para você administrar ao mesmo tempo?
Briana apenas disse, sem muita entonação.
— meu celular descarregou nesse dia em questão, só consegui ter acesso às mensagens no dia anterior.
Christopher a olhou em uma análise gélida, perguntando a Dulce em seguida, sem tirar os olhos da chefe executiva.
— Senhorita Saviñón, certificou-se de que todas as nossas salas de descanso possuem carregadores novos e fontes de energia móveis com adaptadores?
— Segunda-feira passada, senhor Uckermann, inclusive eu e Arabela colocamos alguns modelos de fontes novas nas gavetas de utensílios.
Briana ia dizer algo, ensaiou um mas porém Christopher a cortou.
— É difícil para você ir buscar um bendito carregador, Briana? Ou precisava deixar nosso investidor ir embora, por você e sua equipe não comparecer no novo horário informado, apenas por puro capricho?
— Minha equipe não recebeu comunicativo algum, Senhor Uckermann…
— Você é a responsável por ela. Todos vocês, quando promovemos, são orientados sobre o layout de comunicação aqui dentro. Se fosse obrigação dos estagiários cuidar da sua equipe, o que diabos você faz aqui?
— Claro, senhor. Foi apenas um equívoco, não irá se repetir.
— Estou certo que não, pois você irá ter um carregador novo como parte da sua recisão, pode pegar na sala de descanso quando estiver indo ao RH, Briana. — ele declarou, satisfeito, levantando da cadeira na ponta da mesa e deixando a mulher sem palavras — Vai precisar do celular ligado para receber novas propostas de emprego. — findou, ajustando o terno ao dirigir-se a Dulce, dizendo — Para a minha sala, senhorita Saviñón. Temos uma reunião para organizar e tentar trazer Yorsh de volta a nossa carteira.
Ela assentiu.
Quando terminou de falar, ele se despediu dos outros na sala e abriu a porta para Dulce passar, indo em seguida. Apenas quando ela rapidamente abaixou a cabeça passando por ele foi que percebeu que, mesmo sem querer, estava fascinado por ela.
Era delicada, felina e sua postura emanava respeito. Aquela mulher estava consumindo seus pensamentos.
Briana poderia até ser uma profissional qualificada, mas ele não iria deixar alguém destratar sua Dulce Saviñón e sair impune daquela forma. Não na sua presença.
E bem, como uma superior ela também não cumpria um requisito básico da empresa naquele momento, o de ser respeitoso com seus subordinados. E sua futura esposa.
As coisas começaram a mudar. Christopher, antes sempre sério e focado nos negócios, passou a se aproximar mais de Dulce. Eles trocavam olhares nos corredores, conversas casuais no elevador, e, pouco a pouco, ele foi deixando transparecer seu interesse. Não era fácil para ele. Depois de uma decepção amorosa com a mulher que seus pais escolheram para ser sua futura esposa, Christopher havia decidido viver de forma mais leve, sem grandes amarras. Ele já havia sido magoado, e agora a única coisa que queria era paz e controle sobre sua própria vida.
Mas a situação familiar exigia que ele se casasse. Era a única maneira de garantir a fortuna de seus avós, que lhe daria a liberdade necessária para se desvincular das obrigações impostas pelos pais. Agora, ele precisava de uma esposa que não só se encaixasse nas expectativas sociais, mas que fosse discreta, educada e, acima de tudo, amável. Dulce parecia a escolha perfeita.
Autor(a): baby007
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