Fanfic: Meu irmão é um idol | Tema: Exo, BTS, KPOP, Dorama, kdrama

Foi apenas o tempo de chegar do colégio, tirar o uniforme e me sentar no sofá. Estava em todos os lugares.

O vídeo de oppa em minha defesa viralizava e eu me dava conta de que meu anonimato escorria entre os dedos.

Celular de Namjoon toca: Big Hit.

Meu celular toca: Chanyeol.

-O que houve? Você está bem?

-Você provavelmente já viu tudo na internet...

-Então você realmente estava sofrendo assédio?

-É, mas...enfim, isso não importa mais. - Respondi como um suspiro e esfreguei minha testa de nervoso.

-Mas é claro que isso importa!

-Eu tenho outra preocupação agora.

-Quer dar uma volta para espairecer?

-Não sei se é uma boa ideia ser vista depois de hoje, especialmente com você.

-Não precisamos ser vistos. Estou por perto, passo aí em alguns minutos.

Desliguei e agora olhei para Namjoon que me fitava com no mínimo curiosidade.

-Já estão tentando abafar o caso e retirar os videos do ar. Preste atenção, ninguém pode saber que você mora aqui.

-Mas toda a população coreana já sabe que sou sua irmã. - Dei de ombros. - Acabou a minha paz, totalmente.

-Coreana? O mundo inteiro já sabe. - Jin respondeu como se isso realmente fosse um consolo.

-Sinto muito, não dava para ficar calado com tudo o que ouvi. Só quis te ajudar. - V esfregou meu ombro e eu não conseguia sentir raiva dele.

Meu celular tocou mais uma vez, agora com uma SMS.

``Estou no seu portão``

-Preciso ir - Me levantei do sofá.

-Onde vai? Está a maior confusão agora.

-Eu preciso de um tempo longe de tudo, Chanyeol veio me buscar.

-O que está acontecendo entre vocês? - Namjoon ergueu os olhos do celular e me olhou fixamente.

-Não está acontecendo absolutamente nada. Somos amigos e ele só quer me ajudar.

-Volte antes das 20h. - Ouvi ele dizer enquanto eu fechava a porta e corria para o portão. 

-Olá. - Ele sorriu enquanto eu entrava na sua mercedez.

-Olá. - Retribui, não com tanto entusiasmo quanto gostaria.

-Já comeu?

-Na verdade não.

-Ótimo, vamos jantar.

-Mas restaurantes são lotados.

-Quem disse que vamos a um restaurante?

Ele dirigiu por alguns minutos e entrou por um portão que eu já conhecia, apesar de ter ido apenas uma vez naquele lugar.

A casa parecia muito maior hoje, pudera, estava completamente vazia de pessoas.

Tirei meus sapatos e o segui para a cozinha. Ele estendeu a mão para a bancada como um convite para eu me sentar. Obedeci.

-Você vai cozinhar para mim? - Olhei perplexa enquanto ele tirava a carne da geladeira.

-Está com medo?

-Um pouco, talvez. 

-Assim eu me sinto ofendido. - Ele me encarou e fez um bico.

Foi inevitável resistir à minha voz intrusiva. Coloquei metade do corpo em cima do balcão para alcançar suas bochechas e as apertei. 

-Não faça essa cara de cãozinho abandonado perto de mim.

Ele me olhou perplexo e então eu percebi o que havia acabado de fazer. Alguém me interna?

-Omoo. - Pulei de volta para a banqueta com vergonha, errei a mira e minha bunda acertou o chão.

-Nae Ra! - Ele largou a faca que estava cortando as cebolas e correu para me ajudar.

-Eu tô bem, eu tô bem. - Me ergui sozinha antes que a situação ficasse ainda mais constrangedora.

Assim que viu que eu não tinha me machucado ele começou a rir, e eu o acompanhei, sem graça.

-Esse foi o seu castigo por me beliscar.

-É o karma.

Conversamos o tempo todo enquanto ele fazia nossa refeição, entre muitas risadas e de forma leve. Por um instante eu quase me esqueci do que havia ocorrido hoje.

-Não procure mais nada sobre isso. - Ele tirou o celular da minha mão enquanto eu olhava os comentários do vídeo em um blog da Indonésia.

-Estou preocupada em como vai ser de agora em diante.

-Isso está confiscado pelo resto do dia. - Ele guardou meu celular em seu bolso.

-Obrigada por tentar melhorar as coisas, nunca me esquecerei disso.

-Se está agradecida, coma. - Ele colocou meu prato na mesa.

Chanyeol ficou me olhando com expectativa, esperando minha opinião enquanto eu cortava um pedaço do bife.

-Isso está muito bom. - Eu não estava exagerando, realmente estava gostoso.

-Eu sei.

-Você é convencido demais. 

-Mas você concorda.

-Ah, onde estão os meninos?

-É um dia livre, foram andar por aí, provavelmente.

-Eu te atrapalhei de algo importante, né?

-Hoje você é o meu algo importante. 

Fiquei sem saber o que dizer, a refeição ficou entalada em minha garganta e eu precisei de um pouco de água para me estabilizar.

Após terminarmos, nos unimos para limpar a bagunça que ficou na bancada, e enquanto eu lavava a louça ele guardava.

-Sabe, a escola é um período bom, mas complicado as vezes. Eu também tive alguns conflitos por ser alto e desengonçado demais.

-Nos exigem um rosto hidratado, um cabelo bem penteado, um corpo absurdamente magro...quando estamos fora disso, quem somos nós?

-Nae Ra, você é tão bonita e meiga. Não vejo outro motivo além de inveja para que tenham feito isso com você. 

Nos encaramos por alguns instantes e nosso clima foi completamente cortado por vozes que explodiram no ambiente.

-Meus olhos não acreditam no que veem. - Sehun disse assim que me viu ali ao lado de Chanyeol com um pano de prato nos ombros.

-Atrapalhamos algo? Deveríamos voltar para a rua? - Kai apontou para fora com o polegar.

-Deixe de ser bobo. Vamos, Nae Ra. - Chanyeol agora me chamou para sair da cozinha. 

O segui e acabamos naquela sala onde tivemos nossa primeira conversa. Olhei no aparador e o porta-retrato já havia sido substituído por um quase idêntico. Em seguida, meus olhos se fixaram no piano, onde ele se sentou e começou a tocar algumas notas.

-Quer um show ao vivo?

-Não perco isso por nada.

Fiquei observando enquanto seus dedos expressavam as mais lindas melodias, e sua voz alcançava meu coração mais ainda do que quando eu ouvia seus solos repetidamente com os fones.

Não sei onde enfiei minha timidez por alguns instantes, mas me sentei ao seu lado e minhas mãos o acompanharam. 

-Não sabia que você tocava. - Ele me olhou surpreso ao terminarmos a canção.

-Meu irmão é um grande músico, esqueceu? Toco piano e muitos outros instrumentos.

-Tem mais alguma coisa escondida que eu não saiba?

Não respondi sua pergunta em palavras, mas iniciei outra melodia no piano e comecei a cantar Love Poem.

-Omo, que talento! - A voz de D.O ecoou na sala. Foi a primeira coisa que ouvi ao terminar minha pequena apresentação que deveria ser para uma única pessoa, mas todos estavam ali sem que eu percebesse. 

-O que você está fazendo que ainda não foi agenciada? - Xiumin se aproximou. 

-Não, nunca. Eu não quero ser famosa. - Sorri e agora olhei para Chanyeol, que permanecia sem reação, mas seus olhos me diziam muito. Ele gostou. 

-Tsc, tsc, que desperdício. - Suho balançou a cabeça. - Eu faria seu debut sem pensar duas vezes.

Ri e em seguida cai em si.

-Que horas são?

-Sete.

-Preciso estar em casa até às oito, ou Namjoon me envia para outro continente.

Chanyeol assentiu e se levantou, o segui até seu carro, não sem antes me despedir dos garotos.

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Após alguns instantes dirigindo, ele finalmente disse:

-Estou tão surpreso que nem sei qual elogio te dar.

-Pode simplesmente não elogiar. 

-Você realmente não quer ser agenciada? Eu posso conseguir isso fácil e você tem muito potencial.

-As coisas estão bem dessa maneira, não quero meu rosto ainda mais exposto. 

-Qualquer garota gostaria de estar em seu lugar agora.

-Eu não valorizo esse tipo de coisa. Tudo o que eu desejo agora é estar com minha mãe.

-Não seja por isso, em que hospital ela está?

-Vai me levar lá?

-Agora mesmo.

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Eu esperava ver Eomeoni dormindo, como todas as outras vezes. Mas assim que o médico saiu de meu campo de visão, notei que seus olhos estavam abertos e meu coração saiu pela boca.

-Omna, você acordou! - Me aproximei com rapidez.

-Não tem nem uma hora que isso aconteceu, ainda estamos fazendo alguns exames. - O médico agora me olhou.

-Você me reconhece? - Coloquei meu rosto perto do dela. 

Ela não respondeu, mas assentiu e sorriu, apesar da máscara de oxigênio.

-Não posso acreditar, não posso acreditar! Esperei tanto por isso... - Comecei a chorar.

Senti uma mão macia interromper uma lágrima nas minhas bochechas, e Chanyeol que antes estava me esperando na porta, agora repousava sua mão sobre mim. 

-Olá, Eomeoni. - Ele agora olhou para ela e se curvou.

-Esse é o Chanyeol, um amigo meu e de Oppa. Estou com Namjoon, omma. Não precisa ficar preocupada pois ele está cuidando de mim. Assim que você sair daqui vamos para nosso novo apartamento.

Ela assentiu mais uma vez.

-Prometo cuidar dela enquanto você não puder, Nae Ra é querida por todos nós.

Senti algo estranho, como cosquinhas no peito. Será que sentimentos são coisas tão apalpáveis assim?

-Omma! - Uma nova voz explodiu no quarto e Namjoon entrava desesperadamente pelas portas e se aproximava de nós.

-Hoje é um dia para se comemorar. - Falei e só então ele percebeu minha presença ali.

-Como sabia disso? O hospital acabou de me avisar.

-É isso que é o mais louco, eu não sabia. Chanyeol me trouxe para visitá-la, não esperava ter essa notícia em um dia como hoje.

-Bom, agora você está bem acompanhada...vou deixá-los a sós. - Chanyeol disse educadamente enquanto se despedia de todos nós.

-Obrigada por tornar o meu dia caótico em um dia feliz. - Eu o acompanhei até a porta.

-Conte comigo para tornar todos os próximos dias felizes também. - Ele piscou e saiu andando, mas eu estava tão feliz por mamãe que levei alguns segundos para digerir essa frase suspeita.